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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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Notícias
19 outubro 2023
Como proteger a integridade da informação nas plataformas digitais? ONU publica orientações do secretário-geral
“Plataformas digitais geraram esperança às pessoas em tempos de crise e luta, amplificaram vozes que antes não eram ouvidas, e deram vida a movimentos globais. No entanto, essas mesmas plataformas também expuseram um lado mais sombrio do ecossistema digital. Elas permitiram a rápida disseminação de mentiras e do discurso de ódio, causando danos reais em escala global.”
- António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, 18 de junho de 2023.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) lançou, nesta sexta-feira (19/10) a versão em português do Informe de Política sobre Integridade da Informação nas Plataformas Digitais, preparado pelo secretário-geral da ONU.
“O nosso objetivo é apoiar uma discussão nacional ampla e inclusiva sobre o papel da integridade da informação para a paz e o desenvolvimento sustentável”, explicou a diretora do UNIC Rio, Maria Ravalli.
O Informe de Política apresenta conceitos e propostas para proteger os direitos fundamentais de acesso à informação e liberdade de expressão, e defendê-los das crescentes ameaças representadas pela proliferação de mentiras, desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais.
Um estudo realizado em 142 países - apresentado no Informe do secretário-geral - mostrou que 58,5% dos usuários regulares de internet e redes sociais ao redor do mundo estão preocupados em encontrar informações falsas on-line.
Para tomar decisões que afetam o dia a dia e o futuro, todas as pessoas necessitam de informação. O acesso à informação é um direito humano fundamental que possibilita a construção do conhecimento sobre a realidade social. É um alicerce para a liberdade, o convívio social e o desenvolvimento.
A integridade da informação que precisamos para realizar nossos direitos vem sendo cada vez mais comprometida com a disseminação de informações falsas, da desinformação e do discurso de ódio, que encontraram um terreno fértil nas plataformas digitais e redes sociais.
O Informe de Política preparado pelo secretário-geral da ONU reflete o entendimento de que o avanço da tecnologia e sua crescente utilização por pessoas de todo o mundo traz consigo uma série de vantagens e oportunidades. O chefe da ONU defende que as oportunidades devem ser maximizadas, enquanto as ameaças precisam ser enfrentadas com seriedade, através de uma abordagem integrada para evitar danos ainda mais significativos à paz e ao desenvolvimento.
"Lidar com o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de expressão. Significa evitar que o discurso de ódio se transforme em algo mais perigoso, particularmente o incitamento à discriminação, hostilidade e violência, que é proibido pelo direito internacional."
- António Guterres, secretário-geral da ONU, 18 de junho de 2023.
Acesse o documento aqui.
Preocupações e impactos
Os impactos das informações falsas, da desinformação e do discurso de ódio on-line podem ser vistos em todo o mundo, inclusive nas áreas da:
Saúde
Ação climática
Estado de Direito, democracia e eleições
Igualdade de gênero
Paz e Segurança
Resposta humanitária
As informações falsas e a desinformação podem ser perigosas e potencialmente mortais, especialmente em tempos de crise, emergência ou conflito. Durante a pandemia da COVID-19, um dilúvio de informações falsas sobre o vírus, medidas de saúde pública e vacinas circulou nas redes sociais.
Informações errôneas e desinformação sobre a emergência climática estão atrasando ações urgentemente necessárias para garantir um futuro habitável no planeta Terra. Por exemplo, em 2022, simulações aleatórias de organizações da sociedade civil revelaram que o algoritmo do Facebook estava recomendando conteúdo negacionista do clima em detrimento da ciência climática.
As informações falsas e a desinformação também estão impactando a democracia, enfraquecendo a confiança nas instituições democráticas, na mídia independente, e minando também a participação cidadã em assuntos políticos e públicos
Ao longo do ciclo eleitoral, a exposição a informações falsas e enganosas pode privar eleitores e eleitoras da chance de fazer escolhas informadas. A disseminação de informações falsas pode minar a confiança do público nas instituições eleitorais e no próprio processo eleitoral – como no registro eleitoral, na votação e nos resultados – e potencialmente resultar em apatia do eleitor ou rejeição de resultados eleitorais credíveis.
Grupos marginalizados e vulneráveis também são alvos frequentes de informações falsas e do discurso de ódio, resultando em sua exclusão social, econômica e política. Candidatas, eleitoras, funcionárias eleitorais, jornalistas e representantes da sociedade civil são alvos de informações falsas de gênero on-line.
Conceitos e definições
A integridade de informação refere-se à precisão, consistência e confiabilidade da informação. Ela é ameaçada pela desinformação, pelas informações falsas e pelo discurso de ódio.
Informações falsas, desinformação e discurso de ódio são problemas interligados. Embora compartilhem semelhanças, cada um tem suas características distintas:
Desinformação:
A desinformação é uma informação que não é apenas imprecisa, mas também tem a intenção de enganar e é espalhada para causar danos.
Informação falsa:
A informação falsa se refere à disseminação não intencional de informações imprecisas, compartilhadas de boa fé por aqueles que não sabem que estão transmitindo mentiras.
Discurso de ódio:
Discurso de ódio, de acordo com a definição de trabalho da Estratégia e Plano de Ação das Nações Unidas sobre o Discurso de Ódio, é “qualquer tipo de comunicação oral, escrita ou comportamento, que ataca ou usa linguagem pejorativa ou discriminatória com referência a uma pessoa ou grupo com base em quem eles são, ou seja, com base em sua religião, etnia, nacionalidade, raça, cor, descendência, gênero ou outro fator identitário”.
Sobre o Informe de Política
O documento foi preparado pelo secretário-geral das Nações Unidas como parte da série de onze Informes de Política para a Nossa Agenda Comum (em inglês). Este Informe foi publicado originalmente em inglês em junho de 2023, marcando o segundo Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio.
A convite dos Estados-membros, o secretário-geral preparou uma série de Informes para fornecer mais detalhes sobre determinadas propostas contidas no documento Nossa Agenda Comum e para apoiá-los em suas deliberações enquanto se preparam para a Cúpula do Futuro, que será realizada em setembro de 2024.
Os Informes incluem análises do impacto das propostas na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e são fundamentados na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, tendo a igualdade de gênero como tema transversal.
Saiba mais:
Leia o Informe de Política sobre Integridade da Informação nas Plataformas Digitais.
Confira as 10 dicas sobre como combater o discurso de ódio nas redes sociais, preparadas pelo Escritório da Assessora Especial da ONU para a Prevenção do Genocídio.
Leia a mensagem do secretário-geral para o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio de 2023.
Para mais informações, entre em contato com o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio): unicrio@onu.org.br.
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21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
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Notícias
18 outubro 2023
Como combater o discurso de ódio nas redes sociais?
"Lidar com o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de expressão. Significa evitar que o discurso de ódio se transforme em algo mais perigoso, particularmente o incitamento à discriminação, hostilidade e violência, que é proibido pelo direito internacional."
- António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Confira as 10 dicas para ajudar a combater o discurso de ódio nas redes sociais:
1. Coloque-se no lugar das outras pessoas:
Pense duas vezes antes de expressar um julgamento ou opinião nas redes sociais e pergunte a si mesmo(a) se isso pode prejudicar, ofender ou agredir alguém.
2. Submeta as opiniões, informações e imagens a 3 filtros:
CONFIANÇA: vêm de uma pessoa, meio ou fonte confiável?
VERIFICAÇÃO: baseia-se em fatos verificados, evidências e informações comprovadas?
UTILIDADE: qual é o propósito e quais benefícios traz para mim e para outras pessoas?
3. Converse sobre direitos e temas complexos da realidade social com seus familiares, amigos e colegas:
4. Perca o medo de identificar discursos de ódio e discriminação:
Se um membro da sua família ou pessoa conhecida compartilhar uma piada ou expressão racista, sexista ou que promova o ódio ou discriminação, informe, de forma gentil e cordial, que tal mensagem não está correta e explique de maneira clara e concisa o porquê.
5. Aja com responsabilidade nas redes sociais:
Use as redes sociais para aprender coisas novas, reunir seus amigos e pessoas queridas, criar oportunidades econômicas e fortalecer laços de amizade.
6. Não caia na provocação:
Evite entrar em conversas violentas, ameaçadoras ou que promovam a agressão.
7. Denuncie:
Quando encontrar uma mensagem que promova o ódio ou a discriminação, utilize as ferramentas oferecidas pela rede social para denunciar.
8. Informe-se:
Busque informações, guias e apoio contra o discurso de ódio.
9. Busque apoio legal:
10. Liberte-se dos costumes e padrões culturais que geram ódio e discriminação:
Nem todos os costumes ou expressões culturais promovem a inclusão e a convivência saudável. Revise seus costumes e práticas diárias.
Saiba mais:
Informe da ONU sobre integridade da informação nas plataformas digitais
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) publicou, em outubro de 2023, a versão em português do Informe de Política sobre Integridade da Informação nas Plataformas Digitais, preparado pelo secretário-geral da ONU.
“O nosso objetivo é apoiar uma discussão nacional ampla e inclusiva sobre o papel da integridade da informação para a paz e o desenvolvimento sustentável”, explicou a diretora do UNIC Rio, Maria Ravalli.
O Informe de Política apresenta conceitos e propostas para proteger os direitos fundamentais de acesso à informação e liberdade de expressão, e defendê-los das crescentes ameaças representadas pela proliferação de mentiras, desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais.
Um estudo realizado em 142 países - apresentado no Informe do secretário-geral - mostrou que 58,5% dos usuários regulares de internet e redes sociais ao redor do mundo estão preocupados em encontrar informações falsas on-line.
Para tomar decisões que afetam o dia a dia e o futuro, todas as pessoas necessitam de informação. O acesso à informação é um direito humano fundamental que possibilita a construção do conhecimento sobre a realidade social. É um alicerce para a liberdade, o convívio social e o desenvolvimento.
A integridade da informação que precisamos para realizar nossos direitos vem sendo cada vez mais comprometida com a disseminação de informações falsas, da desinformação e do discurso de ódio, que encontraram um terreno fértil nas plataformas digitais e redes sociais.
A estratégia e o plano de ação da ONU
Em resposta à tendência alarmante do aumento do discurso de ódio em todo o mundo, o secretário-geral da ONU lançou, em 18 de junho de 2019, a Estratégia e Plano de Ação das Nações Unidas sobre Discurso de Ódio.
Buscando melhorar a resposta da ONU ao fenômeno global do discurso de ódio, essa estratégia é o resultado de uma estreita colaboração entre 16 entidades do Grupo de Trabalho da ONU sobre Discurso de Ódio e é coordenada pela Assessora Especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio.
A Estratégia assume o firme compromisso de intensificar a ação coordenada para combater o discurso de ódio, tanto em nível global quanto nacional.
Visão
A Estratégia e o Plano de Ação reconhecem que o discurso de ódio tem o potencial de incitar a violência e minar a unidade social. A Estratégia reconhece que o discurso de ódio tem sido um precursor de crimes atrozes, incluindo genocídio, nos últimos 75 anos.
A abordagem de coordenação dos esforços de todo o sistema da ONU para identificar, prevenir e confrontar o discurso de ódio está fundamentada em padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de opinião e expressão, princípios de igualdade e não discriminação, bem como outros direitos fundamentais.
A Estratégia tem como objetivo dar às Nações Unidas o espaço e os recursos para enfrentar o discurso de ódio, que representa uma ameaça aos princípios, valores e programas da ONU. Ela orienta o sistema das Nações Unidas sobre como lidar com o discurso de ódio e inclui maneiras de apoiar a ação dos coordenadores residentes da ONU nos Estados-membros.
Princípios e compromissos fundamentais
A Estratégia e o Plano de Ação consistem em 13 compromissos de ação do sistema das Nações Unidas, com base em quatro princípios fundamentais:
A Estratégia e sua implementação devem estar alinhadas com o direito à liberdade de opinião e expressão, já que a ONU apoia um discurso mais positivo - e não menos discurso - como a principal forma de lidar com o discurso de ódio.
O combate ao discurso de ódio é responsabilidade de todas as pessoas. Isso significa que todos(as) nós devemos agir: governos, sociedades, o setor privado, começando pelos indivíduos.
A ONU pretende apoiar uma nova geração de cidadãos digitais, capacitados para reconhecer, rejeitar e enfrentar o discurso de ódio na era digital.
Como uma ação eficaz deve ser apoiada por um melhor conhecimento, a Estratégia exige a coleta coordenada de dados e pesquisas, inclusive sobre as causas básicas, os motivadores e as condições que impulsionam o discurso de ódio.
Saiba mais e faça sua parte:
Quais são as consequências do discurso de ódio?
Como proteger as crianças do discurso de ódio?
Confira a mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio de 2023.
Visite a página do Escritório da Assessora Especial para a Prevenção do Genocídio (em inglês).
Para mais informações, entre em contato com o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio): unicrio@onu.org.br.
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Notícias
24 agosto 2023
⚠️ Alerta de fraude: ONU Brasil reforça aviso sobre contatos falsos usando o nome da Organização
A ONU Brasil reforçou nesta terça-feira (9) o alerta sobre o uso do nome da Organização por fraudadores e estelionatários.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) recebeu, no decorrer do ano passado, uma média de 45 consultas por semana sobre e-mails falsos ou contatos em redes sociais solicitando dados pessoais e bancários ou recursos financeiros. Em 2023, foram mais de 2000 pedidos de informação.
Alguns dos principais tipos de golpes e fraudes incluem:
Golpe das férias: Por meio de mensagens, pessoas se identificam como servidores de um Estado-membro atuando em Forças de Paz e pedem dinheiro para ter direito a férias. A ONU esclarece que as solicitações de férias são feitas eletronicamente e sem custos para os seus funcionários.
Golpe do noivo: Estelionatários entram em contato com as vítimas pelas redes sociais e/ou e-mail se apresentando como funcionários da ONU em países em situações de conflito armado, tragédia humanitária e/ou desastres naturais. Os fraudadores solicitam dados bancários, transferências bancárias ou via Pix para poder viajar e encontrar suas noivas/noivos no Brasil. Infelizmente, a incidência deste golpe tem crescido significativamente.
Golpe do prêmio: Há também quem se identifique como funcionário da ONU pedindo dados pessoais para liberação de um suposto prêmio em dinheiro.
Golpe do embaixador: Fraudadores se identificam como embaixadores ou apoiadores de alto nível da ONU, e utilizam tal denominação para solicitar dados pessoais e/ou bancários para eventual cadastro e/ou premiações. A ONU esclarece que seus Embaixadores da Boa Vontade não estabelecem contato pelas redes sociais. Verifique, por favor, a lista de Embaixadores da ONU nesta página.
Golpe da casa: Chamamos também a atenção para golpes que se referem à construção de casas ou outras benfeitorias por entidades ligadas às Nações Unidas. Verifique, por favor, a lista de Agências Especializadas, Fundos e Programas na ONU que operam no Brasil, e entre em contato diretamente com a entidade mencionada em qualquer mensagem referente a eventuais projetos em sua cidade, comunidade ou bairro: https://brasil.un.org/pt-br/about/un-entities-in-country.
Orientações da ONU:
A ONU recomenda que os destinatários de mensagens fraudulentas ou suspeitas ajam com extrema cautela e não respondam a pedidos de transferências de dinheiro, em qualquer moeda, nem forneçam informações pessoais. Transferências de fundos ou fornecimento de informações pessoais podem acarretar prejuízos financeiros ou roubos de identidade.
As Nações Unidas informam que prêmios, recursos, certificados ou bolsas acadêmicas não são oferecidos pela internet ou por telefone. A Organização alerta também que nunca pede informações sobre contas bancárias ou dados pessoais de indivíduos.
Em caso de suspeita de contato fraudulento:
A ONU recomenda que as pessoas não respondam quaisquer contatos suspeitos, via e-mail ou redes sociais, e tomem as seguintes medidas:
Classifiquem a mensagem eletrônica como 'spam'.
Nas redes sociais, denunciem o usuário seguindo as regras de cada plataforma digital.
As vítimas são orientadas a denunciar o incidente em qualquer Delegacia de Polícia ou nas Delegacias de Repressão aos Crimes de Informática, ou fazer um Boletim de Ocorrência online, se o serviço estiver disponível em seu estado.
Qualquer pessoa com dúvidas sobre a autenticidade de uma mensagem ou telefonema em nome das Nações Unidas pode enviar um e-mail solicitando esclarecimentos, por meio do “Fale Conosco” da Organização: faleconosco@onu.org.br.
Sobre o uso do emblema das Nações Unidas:
Iniciativas fraudulentas frequentemente usam a logomarca da ONU para se beneficiar indevidamente. Uma resolução da Assembleia Geral datada de 7 de dezembro de 1946 determina que o nome e o emblema das Nações Unidas não poderão ser usados sem a devida autorização do secretário-geral.
Contato para imprensa:
Ana Rosa Reis, UNIC Rio: contato@onu.org.br
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História
06 maio 2024
“Nunca é tarde para estudar"
“Me afastei da escola por conta de ataques racistas e transfóbicos que recebia. A escola é um lugar em que ainda me sinto desconfortável, mas eu sei que eu preciso estar ali dentro, nunca é tarde para estudar", diz Patty Oliver, 21 anos, baiana que hoje reside em Vila Velha, Espírito Santo. Ela passa grande parte do seu dia no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), que apoia adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade. Foi lá que a equipe da Busca Ativa Escolar identificou que Patty estava fora da escola e que precisava do apoio de toda a rede de proteção, formada, entre outros, pelas áreas de educação, saúde e assistência social, para que ela retornasse à sala de aula.Atualmente, Patty cursa a segunda etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na EEEM Mário Gurgel, em Vila Velha, e o retorno à escola foi marcado por diversos desafios. "Quando a Patty chegou ao CRJ, há um ano e oito meses, percebemos que ela tinha muitos dos seus direitos violados. Ela estava sem documentação, não frequentava a escola e não tinha endereço fixo. Então, articulamos com a rede para que ela pudesse ser atendida na saúde, na assistência social, na educação e que pudesse adquirir a documentação e ter seus direitos garantidos", diz Vanessa Pinto Vieira, assistente social do Centro de Referência das Juventudes (CRJ) Terra Vermelha.Para garantir que Patty estivesse na escola e apreendendo, a assistente social acionou Alda Dias, agente de integração, que atua como agente comunitária da Busca Ativa Escolar. “Quando soube que Patty estava fora da escola, logo identifiquei um momento de pré-matrícula e trabalhei em um processo de sensibilização com ela, sobre a importância de estar na escola, e acionei a diretora da escola”, conta a agente.“Entendi a importância da escola por meio das conversas com a agente da Busca Ativa. Ela falava que a escola me ajudaria a ter o futuro que eu desejo. Entendi que, se eu não tiver educação, aprendizado, eu não vou conseguir mudar a minha história e a história de outras pessoas", diz Patty. “Quando a agente da Busca Ativa Escolar me acionou para a pré-matrícula de Patty, a chamei na escola para conversar e muitas lágrimas caíram, porque ela tinha o desejo de estudar, mas não sabia como retornar para um lugar em que ela se sentia mal devido ao bullying que sofria. Ela tinha medo. Então, em paralelo, fizemos um trabalho de conscientização com os alunos sobre questões como bullying e violência e com isso conseguimos trazer a Patty para o seio da escola”, diz Elisangela Vieira Bento de Souza, pedagoga da EEEM Mário Gurgel.“Só eu sei o que já escutei, ainda mais por ser uma mulher trans, preta e periférica e por ter uma estética que não está dentro dos padrões que a sociedade quer. Estar na escola, lutando frente a esses ataques e saber que eu tenho uma direção para mim é muito importante”, relata Patty.
Trabalho em redeA Busca Ativa Escolar é uma estratégia desenvolvida por UNICEF e Undime para apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Para que ela seja efetivamente implementada, é fundamental compreender os motivos que levam à exclusão escolar, caso a caso, de modo que sua abrangência não se restrinja apenas à garantia do acesso e permanência na escola, mas à articulação de políticas públicas integradas que possam enfrentar os motivos que levam à exclusão escolar.
Em Vila Velha, no Espírito Santo, a Busca Ativa Escolar acontece de forma colaborativa entre Estado, municípios, Secretaria de Educação, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Saúde e demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, para que mais meninas e meninos estejam na escola, aprendendo.“O caso da Patty nos mostra a importância da intersetorialidade, foi por meio da relação da secretaria de educação, secretaria de direitos humanos e do comitê intersetorial que nós a identificamos fora da escola e a inserimos e a rematriculamos na sala de aula. Se não tivéssemos essa proximidade, provavelmente Patty não teria voltado para a escola”, diz Rosangela Vargas, coordenadora operacional master da Busca Ativa Escolar e gerente da Gerência de Políticas de Apoio à Permanência e Busca Ativa Escolar.Essa intersetorialidade foi fundamental para assegurar os direitos da Patty. “A rede foi como uma escada de superação, eles me ajudaram a superar vários preconceitos e desafios. Por meio do apoio deles, entendi que a educação é extremamente importante, entendi que eu tenho direitos, por exemplo, direito de usar um nome social com o qual eu me sinta confortável", conta Patty. Patty é otimista quanto ao futuro. “Meu antes e depois na escola foi uma mudança completa. Antes, eu não tinha uma área abrangente de conhecimento, hoje eu tenho. Nunca é tarde para você alcançar o que almeja, não existe um padrão de idade para você ter conhecimento. Meu sonho é ser uma multiartista, ter meus clipes, livros e filmes lançados, ser reconhecida nacionalmente", finaliza Patty com brilho nos olhos. Sobre a Busca Ativa Escolar
A Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma plataforma tecnológica disponibilizada gratuitamente para estados e municípios. A metodologia apoia para identificar crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono, os motivos que os levaram a essa situação, seu atendimento pelos serviços da rede de proteção e sua (re)matrícula e permanência na escola. A plataforma apoia para o registro dos dados de cada caso que está sendo acompanhado, para facilitar o diálogo intersetorial e para o monitoramento e a avaliação de dados e de evidências, ajudando na melhor tomada de decisões por parte da gestão pública.A Busca Ativa Escolar é uma iniciativa do UNICEF e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). No Espírito Santo, todos os 78 municípios fizeram a adesão à estratégia, bem como o estado readeriu, em julho de 2023. Juntos, estado e municípios atuam para identificar rematricular crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de abandoná-la. Para a inciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP.
Trabalho em redeA Busca Ativa Escolar é uma estratégia desenvolvida por UNICEF e Undime para apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Para que ela seja efetivamente implementada, é fundamental compreender os motivos que levam à exclusão escolar, caso a caso, de modo que sua abrangência não se restrinja apenas à garantia do acesso e permanência na escola, mas à articulação de políticas públicas integradas que possam enfrentar os motivos que levam à exclusão escolar.
Em Vila Velha, no Espírito Santo, a Busca Ativa Escolar acontece de forma colaborativa entre Estado, municípios, Secretaria de Educação, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Saúde e demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, para que mais meninas e meninos estejam na escola, aprendendo.“O caso da Patty nos mostra a importância da intersetorialidade, foi por meio da relação da secretaria de educação, secretaria de direitos humanos e do comitê intersetorial que nós a identificamos fora da escola e a inserimos e a rematriculamos na sala de aula. Se não tivéssemos essa proximidade, provavelmente Patty não teria voltado para a escola”, diz Rosangela Vargas, coordenadora operacional master da Busca Ativa Escolar e gerente da Gerência de Políticas de Apoio à Permanência e Busca Ativa Escolar.Essa intersetorialidade foi fundamental para assegurar os direitos da Patty. “A rede foi como uma escada de superação, eles me ajudaram a superar vários preconceitos e desafios. Por meio do apoio deles, entendi que a educação é extremamente importante, entendi que eu tenho direitos, por exemplo, direito de usar um nome social com o qual eu me sinta confortável", conta Patty. Patty é otimista quanto ao futuro. “Meu antes e depois na escola foi uma mudança completa. Antes, eu não tinha uma área abrangente de conhecimento, hoje eu tenho. Nunca é tarde para você alcançar o que almeja, não existe um padrão de idade para você ter conhecimento. Meu sonho é ser uma multiartista, ter meus clipes, livros e filmes lançados, ser reconhecida nacionalmente", finaliza Patty com brilho nos olhos. Sobre a Busca Ativa Escolar
A Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma plataforma tecnológica disponibilizada gratuitamente para estados e municípios. A metodologia apoia para identificar crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono, os motivos que os levaram a essa situação, seu atendimento pelos serviços da rede de proteção e sua (re)matrícula e permanência na escola. A plataforma apoia para o registro dos dados de cada caso que está sendo acompanhado, para facilitar o diálogo intersetorial e para o monitoramento e a avaliação de dados e de evidências, ajudando na melhor tomada de decisões por parte da gestão pública.A Busca Ativa Escolar é uma iniciativa do UNICEF e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). No Espírito Santo, todos os 78 municípios fizeram a adesão à estratégia, bem como o estado readeriu, em julho de 2023. Juntos, estado e municípios atuam para identificar rematricular crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de abandoná-la. Para a inciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP.
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História
02 maio 2024
"A febre dura um dia – já a imunização, a vida toda"
São oito horas da manhã em Pacaraima, pequena cidade do estado de Roraima que faz fronteira com a Venezuela. Uma caixa de som anuncia que a equipe da sala de vacina já começou os preparativos para imunizar refugiados e migrantes que entram no País. É nessa hora que Angélica Morales, técnica de enfermagem, chega ao local de trabalho.“O trabalho começa antes do público chegar. Arrumamos as caixas, organizamos os termômetros e verificamos os lotes e validades das vacinas. Sempre deixamos tudo pronto antes da sala de vacina abrir. Atendemos em torno de 400 pessoas todos os dias”.Todos os dias, centenas de venezuelanos cruzam a fronteira brasileira passando por Pacaraima, entre eles crianças e adolescentes com atraso no esquema de imunização.
“Temos dois grandes compromissos de saúde para com as crianças que chegam ao Brasil: verificação da situação nutricional e complemento dos esquemas vacinais, garantindo o cuidado inicial que todas merecem. O UNICEF apoia o Governo do Brasil frente à emergência do fluxo migratório e os municípios no fortalecimento de suas estruturas para que abranjam este grupo populacional com atenção primária a saúde de maneira integral”, destaca a Oficial de Saúde e Nutrição do UNICEF, Paula Buck.
As ações são implementadas em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) no âmbito da Operação Acolhida, a resposta humanitária liderada pelo Governo Federal. O objetivo é garantir o direito à saúde das crianças que entram, mas também daquelas que vivem no Brasil, evitando o retorno de doenças que podem ser prevenidas por vacina.Na sala de espera, diversas famílias começam a chegar e formar fila para aguardar o atendimento. Em um canto está a família Suárez, que conversa baixinho. A mãe, Laura Suárez, e o pai, Edgardo Urbano, tranquilizam os filhos Alan, de nove anos, e Carlos, de 14, ambos com síndrome de Down, sobre o que está prestes a acontecer.
Depois de uma longa viagem de ônibus, haviam acabado de chegar ao Brasil quando foram encaminhados para a sala de vacina – etapa essencial para a regularização no país. Laura conta que a viagem havia sido tranquila e que o processo na fronteira também estava. Em um momento, os pais decidem compartilhar uma preocupação: o medo dos meninos não se adaptarem ao Brasil.
“Por conta da síndrome de Down, meus meninos têm um desenvolvimento mais lento do que de outros meninos da sua idade. Minha esperança nesse novo país é que eles possam aprender, ter uma vida melhor e que sejam independentes de todas as formas possíveis. Decidimos vir ao Brasil para tentar dar uma vida melhor e de qualidade para nossos filhos. Essa é a nossa prioridade”, compartilhou Laura.
Dentro da sala de vacina, tudo está pronto para atender a população. Após a primeira família, que é vacinada e logo liberada, chega a vez da família Suarez. A técnica em enfermagem Angélica, que é ela própria venezuelana, recebe todos com um sorriso no rosto: conversa com as crianças, adolescentes, adultos e idosos que aguardam na sala para vacinar.“Eu me sinto bem em poder atender o meu povo na sua língua materna. Explico o que vai ser feito, onde vou tocar e o porquê daquelas vacinas. Eu quero que eles se sintam bem e tranquilos nesse recomeço”, complementa Angélica.Quando chega a vez de Alan e Carlos serem atendidos, Angélica cumprimenta os pais e já inicia a conversa diretamente com as crianças. Carlos, que é o irmão mais velho, se voluntaria para ser o primeiro. Faz cara feia, mas mostra coragem para incentivar o irmão mais novo a não ter medo. Ao todo, ele toma cinco vacinas e, apesar de a última ter sido a mais dolorida, não deixou que isso o abalasse.
“A vacina será boa para minha saúde. Mesmo que doa, sou forte”, completa.
Na vez do irmão mais novo, mesmo com o esforço de Carlos, Alan continua com medo. Angélica o acolhe, e permite que fique abraçado com a mãe no momento da vacina. “Quando converso com as crianças, elas se sentem mais seguras. Tento tranquilizá-las, mostro como a agulha é pequena e falo ‘olha como a agulha é pequenininha, não vai doer’, e sempre começo com a tríplice viral (que previne sarampo, caxumba e rubéola), que é a vacina que não dói”, explica Angélica.Como grande parte de refugiados e migrantes que entram no país não receberam todas as vacinas indicadas no calendário de vacinação brasileiro ou estão em atraso, o UNICEF, em parceria com a ADRA, monitora o seu status de vacinação também em abrigos de Roraima. Por meio dos monitores de saúde, foram realizadas em 2023 mais de 43 mil avaliações de cadernetas de vacinação, com 6.465 crianças menores de cinco anos sendo vacinadas. Além disso, o UNICEF apoia as secretarias municipais de saúde de Boa Vista e Pacaraima no projeto de implementação de campanhas de vacinação, colaborando com a equipe de vacinação itinerante.
Já na sala de vacinação, os pais dos meninos também se vacinam e o atendimento dura poucos minutos. A família, que acabara de atualizar o seu esquema vacinal, poderia seguir para conseguir a sua documentação e liberação para permanecer no país.“Estou muito feliz que todos os profissionais aqui no posto de vacinação foram tão amáveis com minha família, pelo carinho com meus filhos”, destacam os pais Laura e Edgard.A família seguiu em frente à sua nova vida, mas na sala de vacinação o dia estava apenas começando. Desde 2022, a profissional conta que já atendeu mais famílias do que poderia se lembrar.
“Eu não sou nem ‘a quarta parte’ de quem eu era antes. Eu amadureci, aprendi a importância da vacina e me tornei uma multiplicadora dessa importância. Todos os dias, centenas de pessoas cruzam a fronteira procurando uma vida melhor e acredito que a melhor maneira de iniciar essa vida é se imunizando e protegendo sua família e a comunidade. O Sistema Único de Saúde oferta todas as vacinas que uma criança e um adulto precisam. Em outros lugares não temos essa possibilidade, não de maneira gratuita. Existe essa facilidade de acesso a algo que protege a todos pelo resto da vida sem pagar nada por isso. A febre dura um dia – já a imunização, a vida toda”, finaliza a profissional.
Este trabalho, que compõe a resposta ao fluxo migratório da Venezuela em Roraima, é possível graças ao apoio estratégico do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês) e do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: Vacinas | UNICEF Brasil
“Temos dois grandes compromissos de saúde para com as crianças que chegam ao Brasil: verificação da situação nutricional e complemento dos esquemas vacinais, garantindo o cuidado inicial que todas merecem. O UNICEF apoia o Governo do Brasil frente à emergência do fluxo migratório e os municípios no fortalecimento de suas estruturas para que abranjam este grupo populacional com atenção primária a saúde de maneira integral”, destaca a Oficial de Saúde e Nutrição do UNICEF, Paula Buck.
As ações são implementadas em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) no âmbito da Operação Acolhida, a resposta humanitária liderada pelo Governo Federal. O objetivo é garantir o direito à saúde das crianças que entram, mas também daquelas que vivem no Brasil, evitando o retorno de doenças que podem ser prevenidas por vacina.Na sala de espera, diversas famílias começam a chegar e formar fila para aguardar o atendimento. Em um canto está a família Suárez, que conversa baixinho. A mãe, Laura Suárez, e o pai, Edgardo Urbano, tranquilizam os filhos Alan, de nove anos, e Carlos, de 14, ambos com síndrome de Down, sobre o que está prestes a acontecer.
Depois de uma longa viagem de ônibus, haviam acabado de chegar ao Brasil quando foram encaminhados para a sala de vacina – etapa essencial para a regularização no país. Laura conta que a viagem havia sido tranquila e que o processo na fronteira também estava. Em um momento, os pais decidem compartilhar uma preocupação: o medo dos meninos não se adaptarem ao Brasil.
“Por conta da síndrome de Down, meus meninos têm um desenvolvimento mais lento do que de outros meninos da sua idade. Minha esperança nesse novo país é que eles possam aprender, ter uma vida melhor e que sejam independentes de todas as formas possíveis. Decidimos vir ao Brasil para tentar dar uma vida melhor e de qualidade para nossos filhos. Essa é a nossa prioridade”, compartilhou Laura.
Dentro da sala de vacina, tudo está pronto para atender a população. Após a primeira família, que é vacinada e logo liberada, chega a vez da família Suarez. A técnica em enfermagem Angélica, que é ela própria venezuelana, recebe todos com um sorriso no rosto: conversa com as crianças, adolescentes, adultos e idosos que aguardam na sala para vacinar.“Eu me sinto bem em poder atender o meu povo na sua língua materna. Explico o que vai ser feito, onde vou tocar e o porquê daquelas vacinas. Eu quero que eles se sintam bem e tranquilos nesse recomeço”, complementa Angélica.Quando chega a vez de Alan e Carlos serem atendidos, Angélica cumprimenta os pais e já inicia a conversa diretamente com as crianças. Carlos, que é o irmão mais velho, se voluntaria para ser o primeiro. Faz cara feia, mas mostra coragem para incentivar o irmão mais novo a não ter medo. Ao todo, ele toma cinco vacinas e, apesar de a última ter sido a mais dolorida, não deixou que isso o abalasse.
“A vacina será boa para minha saúde. Mesmo que doa, sou forte”, completa.
Na vez do irmão mais novo, mesmo com o esforço de Carlos, Alan continua com medo. Angélica o acolhe, e permite que fique abraçado com a mãe no momento da vacina. “Quando converso com as crianças, elas se sentem mais seguras. Tento tranquilizá-las, mostro como a agulha é pequena e falo ‘olha como a agulha é pequenininha, não vai doer’, e sempre começo com a tríplice viral (que previne sarampo, caxumba e rubéola), que é a vacina que não dói”, explica Angélica.Como grande parte de refugiados e migrantes que entram no país não receberam todas as vacinas indicadas no calendário de vacinação brasileiro ou estão em atraso, o UNICEF, em parceria com a ADRA, monitora o seu status de vacinação também em abrigos de Roraima. Por meio dos monitores de saúde, foram realizadas em 2023 mais de 43 mil avaliações de cadernetas de vacinação, com 6.465 crianças menores de cinco anos sendo vacinadas. Além disso, o UNICEF apoia as secretarias municipais de saúde de Boa Vista e Pacaraima no projeto de implementação de campanhas de vacinação, colaborando com a equipe de vacinação itinerante.
Já na sala de vacinação, os pais dos meninos também se vacinam e o atendimento dura poucos minutos. A família, que acabara de atualizar o seu esquema vacinal, poderia seguir para conseguir a sua documentação e liberação para permanecer no país.“Estou muito feliz que todos os profissionais aqui no posto de vacinação foram tão amáveis com minha família, pelo carinho com meus filhos”, destacam os pais Laura e Edgard.A família seguiu em frente à sua nova vida, mas na sala de vacinação o dia estava apenas começando. Desde 2022, a profissional conta que já atendeu mais famílias do que poderia se lembrar.
“Eu não sou nem ‘a quarta parte’ de quem eu era antes. Eu amadureci, aprendi a importância da vacina e me tornei uma multiplicadora dessa importância. Todos os dias, centenas de pessoas cruzam a fronteira procurando uma vida melhor e acredito que a melhor maneira de iniciar essa vida é se imunizando e protegendo sua família e a comunidade. O Sistema Único de Saúde oferta todas as vacinas que uma criança e um adulto precisam. Em outros lugares não temos essa possibilidade, não de maneira gratuita. Existe essa facilidade de acesso a algo que protege a todos pelo resto da vida sem pagar nada por isso. A febre dura um dia – já a imunização, a vida toda”, finaliza a profissional.
Este trabalho, que compõe a resposta ao fluxo migratório da Venezuela em Roraima, é possível graças ao apoio estratégico do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês) e do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: Vacinas | UNICEF Brasil
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História
29 abril 2024
O primeiro dia de Angélica na escola brasileira
Angélica chegou ao abrigo em junho, e apenas em dezembro conseguiu organizar a sua documentação no Brasil e perdeu o ano escolar. Agora, ela está em uma turma de correção de fluxo escolar, com outros adolescentes que apresentam a chamada distorção idade-série, iniciando uma nova trajetória de sucesso educacional.O sinal que alerta os estudantes que a aula vai começar soa. São 13h30, e crianças e adolescentes caminham para a sala de aula. Aqui, a conversa nos corredores soa diferente. A mistura dos dialetos em português, espanhol e um “portunhol” arriscado fazem parte do clima escolar da 13 de Setembro, escola estadual da zona sul de Boa Vista, capital de Roraima, estado brasileiro que recebe o fluxo migratório venezuelano.
É neste cenário que Angélica Girón, de 15 anos, entra pela primeira vez em uma escola depois de nove meses de sua chegada ao Brasil, “É diferente porque os professores falam português, e grande parte dos alunos fala espanhol. Mas se preocupam se estou entendendo ou não, então falam devagar”, conta.
Angélica é a segunda filha de oito irmãos e, apesar de todos os irmãos migrarem ao Brasil junto à mãe, ela confessa que mudar de país não estava entre os seus planos. Ela havia ficado na Venezuela e morou com a avó, mas a saudade apertou e a menina veio a Roraima. Na fronteira, sua mãe a esperava para levá-la a Boa Vista, capital do estado e onde fica o Rondon 1, o maior abrigo da América Latina e agora lar da família.
Angélica é uma figura conhecida no abrigo humanitário em que vive. Extrovertida, brincalhona e tagarela, virou amiga dos professores e monitores do Súper Panas, espaço amigável à infância que o UNICEF e parceiros mantêm nos abrigos. Os espaços, além de oferecer atividades educativas e de apoio psicossocial, também implementam a Busca Ativa Escolar, estratégia desenvolvida pelo UNICEF que apoia os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão e que em 2023, em Roraima, ajudou a identificar e matricular 2.300 crianças e adolescentes migrantes que moram nos abrigos da Operação Acolhida e que estavam fora da escola.
Foi no Súper Panas que Angélica e sua mãe, Reina Villanueva, de 35 anos, receberam informações sobre como funciona a educação no país, quais documentos levar e quais eram as escolas mais próximas de onde vivem.“Fizemos cópias dos documentos necessários, recebemos orientação e fomos até a Escola 13 de Setembro, que é onde eu estudo hoje. Fomos recebidos muito bem, consegui me inscrever e, na semana seguinte, já estava indo para a escola”, diz a adolescente, entusiasmada.Angélica conta que chegou ao abrigo em junho, e apenas em dezembro conseguiu organizar a sua documentação no Brasil e por isso perdeu o ano escolar. Mas quando soube, em janeiro de 2024, através de um dos monitores do Súper Panas, que as matrículas para o novo ano estavam abertas, ela e sua mãe tomaram a iniciativa de retomar os estudos. Agora, ela está em uma turma de correção de fluxo escolar, com outros adolescentes que apresentam a chamada distorção idade-série, iniciando uma nova trajetória de sucesso educacional.
A mãe de Angélica se emociona ao falar da educação da filha. Ela destaca que a vinda ao Brasil teve como finalidade principal garantir que seus filhos tivessem o direito de ir à escola:“Tomamos a decisão de migrar para que eles tenham um futuro. Todos os meus filhos estão indo para a escola aqui no Brasil, e eu não poderia estar mais feliz. Ela chega à noite e conta sobre sua tarde, como está se adaptando na escola e como está gostando dos professores”. Estas iniciativas são possíveis com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/
É neste cenário que Angélica Girón, de 15 anos, entra pela primeira vez em uma escola depois de nove meses de sua chegada ao Brasil, “É diferente porque os professores falam português, e grande parte dos alunos fala espanhol. Mas se preocupam se estou entendendo ou não, então falam devagar”, conta.
Angélica é a segunda filha de oito irmãos e, apesar de todos os irmãos migrarem ao Brasil junto à mãe, ela confessa que mudar de país não estava entre os seus planos. Ela havia ficado na Venezuela e morou com a avó, mas a saudade apertou e a menina veio a Roraima. Na fronteira, sua mãe a esperava para levá-la a Boa Vista, capital do estado e onde fica o Rondon 1, o maior abrigo da América Latina e agora lar da família.
Angélica é uma figura conhecida no abrigo humanitário em que vive. Extrovertida, brincalhona e tagarela, virou amiga dos professores e monitores do Súper Panas, espaço amigável à infância que o UNICEF e parceiros mantêm nos abrigos. Os espaços, além de oferecer atividades educativas e de apoio psicossocial, também implementam a Busca Ativa Escolar, estratégia desenvolvida pelo UNICEF que apoia os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão e que em 2023, em Roraima, ajudou a identificar e matricular 2.300 crianças e adolescentes migrantes que moram nos abrigos da Operação Acolhida e que estavam fora da escola.
Foi no Súper Panas que Angélica e sua mãe, Reina Villanueva, de 35 anos, receberam informações sobre como funciona a educação no país, quais documentos levar e quais eram as escolas mais próximas de onde vivem.“Fizemos cópias dos documentos necessários, recebemos orientação e fomos até a Escola 13 de Setembro, que é onde eu estudo hoje. Fomos recebidos muito bem, consegui me inscrever e, na semana seguinte, já estava indo para a escola”, diz a adolescente, entusiasmada.Angélica conta que chegou ao abrigo em junho, e apenas em dezembro conseguiu organizar a sua documentação no Brasil e por isso perdeu o ano escolar. Mas quando soube, em janeiro de 2024, através de um dos monitores do Súper Panas, que as matrículas para o novo ano estavam abertas, ela e sua mãe tomaram a iniciativa de retomar os estudos. Agora, ela está em uma turma de correção de fluxo escolar, com outros adolescentes que apresentam a chamada distorção idade-série, iniciando uma nova trajetória de sucesso educacional.
A mãe de Angélica se emociona ao falar da educação da filha. Ela destaca que a vinda ao Brasil teve como finalidade principal garantir que seus filhos tivessem o direito de ir à escola:“Tomamos a decisão de migrar para que eles tenham um futuro. Todos os meus filhos estão indo para a escola aqui no Brasil, e eu não poderia estar mais feliz. Ela chega à noite e conta sobre sua tarde, como está se adaptando na escola e como está gostando dos professores”. Estas iniciativas são possíveis com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/
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História
26 abril 2024
No Tocantins, comunidade aprende sobre o caju e ganha novas perspectivas de trabalho e renda
Maria Aparecida vive há dois no Assentamento Remansão, em Nova Olinda, no Tocantins.Ela e outros 39 vizinhos participaram de um projeto que buscou apoiar o plantio e o manejo do caju no assentamento, com o objetivo de ampliar a renda e reduzir as vulnerabilidades econômicas na região. As atividades incluíram uma capacitação sobre o manejo, oficinas sobre o papel da mulher e dos jovens nos processos produtivos, além da aquisição e plantio de 15.000 mudas de cajuMaria Aparecida teve participação ativa em todas as atividades, demonstrando entusiasmo em aprender novas técnicas:“O que eu mais gostei foi saber sobre a enxertia [que permite a união de duas plantas diferentes]. Incrível como uma planta dá vida à outra, é uma coisa de Deus”. "Eu amei tudo, porque é um aprendizado na nossa vida", resumiu, acrescentando estar sempre aberta a novos conhecimentos e referindo-se a si mesma como "Maria Desafio", por sua disposição em enfrentar e superar obstáculos.A iniciativa em Nova Olinda foi implementada pelo UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em gestão de projetos, com recursos oriundos da fiscalização da legislação trabalhista pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). As oficinas e capacitações ficaram a cargo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que tem atuação no território. O Assentamento Remansão foi criado em setembro de 2001, por meio de portaria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), para assentar 157 famílias. "A comunidade do Remansão, embora tenha recebido a terra, não teve incentivo para trabalhar nela e garantir sua permanência no local. Por isso, foi selecionada para participar do projeto”, explica a procuradora do Trabalho Cecília Amália Cunha Santos, que atua no município de Araguaína, em Tocantins, e foi responsável pela destinação dos recursos ao projeto. “O impacto das atividades será significativo, pois eles poderão se beneficiar de uma maior produção de castanha e de um estímulo à produção coletiva, garantindo sua sustentabilidade e permanência no território." PotencialO líder comunitário Cícero Rodrigues também participou das atividades e destacou o potencial econômico do aprendizado: “Ninguém aqui sabia a forma correta de plantar [o caju]. O impacto dessas oficinas é que atraímos mais olhares e trouxemos mais esperança para as famílias, que agora passaram a trabalhar em mutirões”. O caju produzido no assentamento pode ser usado para a fabricação e/ou comercialização de uma série de produtos, como polpa, sucos, refrigerantes, cajuína, cerveja, cachaça, além da castanha em seus diversos formatos (desidratada, frita, caramelizada, em pó, etc.).Ao longo da parceria, foram realizadas quatro oficinas com as famílias-alvo, abordando cajucultura, manejo de mudas, plantio, adubação, doenças e tratamentos, além de workshops sobre organização comunitária e o papel das mulheres na produção. As atividades foram planejadas de forma participativa, com dinâmicas populares para facilitar a compreensão dos temas. “O conjunto dessas ações, que vão da formação ao plantio das mudas, impacta positivamente a comunidade, pois as famílias podem e devem replicar esse conhecimento e seus resultados práticos”, aponta Evandro Rodrigues dos Anjos, que acompanhou os trabalhos pela Comissão Pastoral da Terra. “O próprio município é impactado, porque há aumento da autonomia financeira das famílias e mais renda na região”.Para a procuradora Cecília, há também ganhos do ponto de vista do acesso a direitos:"O fortalecimento da comunidade previne o aliciamento ao trabalho escravo, que é o objetivo principal da ação: capacitar a comunidade para que seus membros não estejam sujeitos a formas precarizadas de trabalho, permitindo que vivam de maneira sustentável e digna em seu território."
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História
23 abril 2024
"Ela não sabia pegar no lápis, e hoje, já sabe ler e escrever"
A iniciativa identifica crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono, os motivos que os levaram a essa situação, e encaminha para os serviços da rede de proteção e (re)matrícula e permanência na escola.Durante os 22 anos de trabalho como professora, Adriana Santana testemunhou muitas histórias de estudantes, mas a jornada de alfabetização de Julia Batista ainda a emociona. “Há 1 ano ela não sabia nem pegar no lápis”, conta Adriana. Aos 6 anos, a menina nunca tinha frequentado a escola. Foi somente durante uma ação do Dia D da Busca Ativa Escolar (BAE), realizada pela Secretaria Municipal de Educação, do município de Rio Real (BA), que a história dela com a escola teve início. Os agentes comunitários da BAE foram de porta em porta na cidade em busca de crianças e adolescentes que estivessem fora da escola. "Por eu já ser da região, eu já conhecia algumas pessoas lá. Uma delas nos abordou e falou: por que vocês não vão na casa de Raimunda? Tem três crianças lá que nunca foram para a escola", lembra a professora Adriana. As crianças eram Julia Batista e os irmãos mais novos, Isabele Vitória e Arthur Batista, que na época tinham 3 e 1 ano, respectivamente. “Conversei com a mãe para entender por que Julia não ia para a escola. Durante a conversa, a mãe compartilhou comigo sobre a situação de saúde que ela estava passando e que por isso não conseguia levar a criança para a escola”, conta a professora Adriana, uma das agentes comunitárias participantes da equipe da Busca Ativa Escolar. Após tomar conhecimento da situação de saúde de Raimunda dos Santos, mãe de Julia, a Secretaria de Educação identificou que a família também necessitava de outros serviços da rede de proteção, então acionou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Conselho Tutelar e a Secretaria Municipal de Saúde. Depois dos encaminhamentos feitos pela equipe da Busca Ativa Escolar do município, Raimunda iniciou o tratamento e Júlia começou a frequentar a escola. “Júlia não estudava muito pelo problema de saúde da minha mãe. Era difícil, ou ela viajava para se tratar ou levava para a escola”, conta Renilde Batista dos Santos, de 18 anos, irmã mais velha de Júlia. Com ajuda da família e amigos para ir até a escola, Julia iniciou na turma do 1º ano do Ensino Fundamental na Escola Laísa de Souza Guimarães e os irmãos Isabele e Arthur foram para a creche do município. “Para ela tudo era novo e diferente. Ela já entrou na escola na série para a idade dela, e aprendeu a ler e escrever no mesmo ano”, diz Adriana, cheia de orgulho da estudante. “Eu fui professora dela nesse primeiro ano, em sala de aula ela era uma criança que estava sempre atenta, ela queria muito aprender”. Com apoio da irmã, hoje Júlia faz as tarefas de casa e tem se desenvolvido cada vez mais na escola. “Começar a escola foi muito importante. É algo para o futuro dela”, conclui Renilde. Sobre a Busca Ativa Escolar A Busca Ativa Escolar é uma estratégia composta por uma metodologia social e uma plataforma tecnológica disponibilizada gratuitamente para estados e municípios. A metodologia apoia para identificar crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono, os motivos que os levaram a essa situação, seu atendimento pelos serviços da rede de proteção e sua (re)matrícula e permanência na escola. A plataforma apoia para o registro dos dados de cada caso que está sendo acompanhado, para facilitar o diálogo intersetorial e para o monitoramento e a avaliação de dados e de evidências, ajudando na melhor tomada de decisões por parte da gestão pública. A Busca Ativa Escolar é uma iniciativa do UNICEF e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Para a Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com o parceiro Bracell. Para saber mais, siga @unicebrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/busca-ativa-escolar
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Notícias
09 maio 2024
ONU Brasil apoia assistência ao Rio Grande do Sul
Diante das enchentes que continuam a afligir o estado do Rio Grande do Sul, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou profunda tristeza pela perda de vidas e pelos danos causados pelas fortes chuvas e inundações no sul do Brasil.Em comunicado oficial emitido em 8 de maio, ele estendeu suas condolências e solidariedade ao governo e ao povo do Brasil, assim como às famílias das vítimas.O secretário-geral também observou que desastres como este chamam a atenção para os efeitos devastadores da crise climática nas vidas e nos meios de subsistência das pessoas. Ele reiterou que a equipe da ONU no país está pronta para ajudar neste momento difícil.Sob a liderança da coordenadora residente Silvia Rucks, a ONU já está trabalhando junto a autoridades nacionais, estaduais e municipais, e também com parceiros locais, para apoiar a resposta à crise.Até agora, nove entidades da ONU já estão prestando assistência contínua a diferentes órgãos de governo, nos três níveis. A OPAS/OMS e o UNAIDS, por exemplo, estão trabalhando com o Ministério da Saúde para o envio de suprimentos de emergência e monitoramento da propagação de doenças.Para atender aos milhares de desabrigados, ACNUR e OIM estão trabalhando para apoiar o fornecimento de abrigo e outras necessidades relacionadas, como a provisão de alimentos, colchões e mantas, o que será crucial nos próximos dias, em que as temperaturas devem cair.O UNICEF está distribuindo kits de emergência e trabalhando com as autoridades governamentais no monitoramento de crianças e adolescentes abrigados ou que tenham se separado de suas famílias.A União Internacional de Telecomunicações está aportando sua expertise em telecomunicações de emergência e está apoiando o Ministério das Comunicações para o envio de equipamentos via satélite.Ações de avaliação dos danos e planejamento das respostas também estão em andamento, em coordenação com as autoridades nacionais.Como posso apoiar? Faça uma doação ao UNICEF para apoiar a distribuição de kits com apoio para água, higiene, controle de doenças e saúde menstrual: https://help.unicef.org/com-emergencia-rs?language=pt-br Visite a página de doações do ACNUR e saiba como apoiar a resposta humanitária da Agência da ONU para Refugiados: https://doar.acnur.org/page/ACNURBR/doe/enchentes-no-sul-do-brasilPara saber mais: Visite a página do ACNUR com informações sobre a crise no Rio Grande do Sul: https://www.acnur.org/portugues/emergencias/rio-grande-do-sul-brasil/ Leia a matéria da OIM sobre a resposta à crise: https://brazil.iom.int/pt-br/news/oim-trabalha-em-apoio-vitimas-das-enchentes-no-rio-grande-do-sul Acompanhe a cobertura da @onubrasil nas redes sociais.
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09 maio 2024
ONU abre chamada para Programa de Bolsas para Afrodescendentes
O Programa de Bolsas para pessoas afrodescendentes é um treinamento intensivo em direitos humanos para pessoas afrodescendentes da diáspora dedicadas à promoção dos direitos de suas comunidades. O programa é realizado uma vez por ano no Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra, Suíça. O programa de bolsas oferece às pessoas participantes a oportunidade de:Aprender e expandir seus conhecimentos e compreensão do direito internacional dos direitos humanos e do sistema de direitos humanos das Nações Unidas, os marcos internacionais de combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e formas relacionadas de intolerância, e questões relacionadas a esses temas, com especial atenção para as pessoas afrodescendentes;Fortalecer suas habilidades na elaboração de propostas de projetos, realização de apresentações e compartilhamento de informações aos mecanismos de direitos humanos;Ter experiências em primeira mão com mecanismos de direitos humanos;Interagir com uma ampla gama de atores no campo dos direitos humanos.O Programa de bolsas foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial em 2011 e posteriormente apoiado pela resolução da Assembleia Geral sobre a implementação do programa de atividades da Década Internacional dos Afrodescendentes (A/RES/69/16). O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos é responsável pela coordenação da Década.Objetivo do ProgramaO objetivo do programa de bolsas é fortalecer as competências das pessoas participantes para contribuir com a promoção e proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais de pessoas afrodescendentes em seus países. As pessoas bolsistas adquirem as ferramentas necessárias para melhorar a formulação de leis, políticas e programas, fortalecer a colaboração entre governos e sociedade civil e realizar atividades de conscientização em nível local.Quem pode se candidatar?A/O candidata/o deve ser uma pessoa afrodescendente que vive na diáspora.A/O candidata/o deve ter pelo menos 4 anos de experiência profissional relacionada aos direitos das pessoas afrodescendentes.A/O candidata/o deve obter uma carta de recomendação de uma organização que trabalhe com questões relacionadas aos direitos das pessoas afrodescendentes ou minorias, confirmando sua idoneidade.A/O candidata/o deve estar disponível para participar do programa completo. Espera-se que as pessoas candidatas selecionadas participem das diversas atividades planejadas e sigam estritamente o programa.Desde 2011, 150 ex-bolsistas de 46 países participaram do programa de bolsas, inclusive da Argentina, Austrália, Barbados, Bélgica, Belize, Brasil, Bolívia, Canadá, Chile, China, Chipre, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, Equador, Filipinas, França, Alemanha, Guiana, Haiti, Honduras, Iraque, Irlanda, Israel, Itália, Jamaica, Japão, Líbano, México, Moldávia, Países Baixos, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Datas do Programa de BolsasEm 2024, o programa será realizado de 11 a 29 de novembro em Genebra, Suíça. Além disso, os bolsistas devem dedicar algumas horas a cursos online e exercícios preparatórios nas duas semanas anteriores.Como se candidatar?As inscrições devem ser feitas em inglês, francês ou espanhol. As pessoas candidatas devem enviar os seguintes documentos em um único e-mail para ohchr-africandescentfellowship@un.org:Currículo O formulário de inscrição devidamente preenchido, assinado e digitalizado em um único documento.Uma declaração pessoal/carta de motivação (máximo de 500 palavras) na qual a pessoa explica sua motivação para se candidatar ao programa de bolsas e como usará os conhecimentos adquiridos durante o programa para promover os interesses e direitos das pessoas afrodescendentes.Uma carta oficial da organização que apoia sua candidatura e confirma sua idoneidade.Uma cópia do passaporte.Por favor, observe que não serão aceitas inscrições com mais de cinco anexos.Importante: Por favor, mencione no assunto do seu e-mail: "Postulación al Programa de becas para personas afrodescendientes 2024". Por favor, nomeie os documentos anexados da seguinte forma: SOBRENOME(S) - Nome(s) - Tipo de documento. Por exemplo: PEREZ Juana - Formulário de inscrição.doc. PÉREZ Juana - Carta de motivação.pdf. PÉREZ Juana - Carta de recomendação.pdf. PÉREZ Juana - Passaporte.pdf. Data limite para inscrição: 31 de maio de 2024Mais informações: https://www.ohchr.org/es/about-us/fellowship-programmes/fellowship-programme-people-african-descent
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Notícias
09 maio 2024
ONU-Habitat apoia oficinas temáticas para impactar políticas públicas sobre mudanças do clima
As mudanças do clima e seus impactos na sociedade foram temas centrais de oficinas científicas realizadas nos dias 6 a 8 de maio, em Recife. Os workshops têm o apoio do ONU-Habitat e são realizados pelo Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMACLIM), projeto financiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e sediado na Universidade Federal de Pernambuco. A iniciativa reúne cientistas e especialistas multidisciplinares de diferentes universidades do mundo para debater temas centrais vinculados aos desafios das mudanças climáticas e ambientais, sintetizando conhecimentos e apresentando estratégias e políticas públicas para enfrentá-los. A partir desse conhecimento compartilhado, os relatórios gerados para cada tema vão ajudar a evidenciar aos gestores públicos no que prestar atenção – tudo baseado em conhecimentos científicos atuais.O ponto de não-retorno da Amazônia e o branqueamento de corais foram os temas inaugurais de uma série de doze que serão realizados ao longo dos próximos quatro anos, definidos a partir do conselho consultivo da instituição.O primeiro se trata do limiar crítico da floresta que, se ultrapassado, pode desencadear um ciclo irreversível de degradação florestal. Atingindo esse ponto, o resultado são consequências devastadoras para a biodiversidade, o clima regional e global, e para as comunidades que dependem da floresta para seu sustento e bem-estar. O evento também debateu o fenômeno de branqueamento de corais, ameaça aos ecossistemas de recifes de coral em todo o mundo.“O SIMACLIM tem a missão de identificar temas de importância vital relacionados a alterações do ambiente e do clima, que podem ser abordados e sintetizados a partir dos relatórios gerados nos workshops. A expectativa é trazer orientações e subsídios para enfrentar esses desafios”, destaca Moacyr Araújo, coordenador do SIMACLIM e vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco.A coordenadora de programas do ONU-Habitat, Leta Vieira de Sousa, entende que, no contexto de pensar global para agir local, o ONU-Habitat está em uma posição estratégica de facilitador do debate entre academia e Governo Federal na busca de soluções para um futuro resiliente. “O debate que está sendo iniciado aqui busca encontrar uma política pública nacional baseada na ciência. Construir cadernos temáticos sobre como a academia e o poder público podem se unir para encontrar caminhos para reduzir o impacto climático se conecta ao mandato do ONU-Habitat na busca de soluções eficazes tanto para o meio ambiente quanto para o espaço urbano”, explica.“Estamos dentro de um grande bioma global, e precisamos de uma visão ampliada aliada a um conhecimento aprofundado para transforma políticas públicas e efetivamente promover a resiliência”.A diretora de oceanos e gestão costeira da Secretaria de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Paula Prates, reforça que é muito oportuno reunir cientistas brasileiros e internacionais para embasar o Governo com sínteses voltadas à tomada de decisão. “Estamos enfrentando no Rio Grande do Sul uma das maiores catástrofes climáticas já vistas. Sempre que a gente fala de emergência climática, falamos também da perda de vidas humanas, que é nosso bem mais caro. Mas a gente também precisa olhar para os ecossistemas, que são a nossa casa. A gente tem que voltar a olhar para eles como soluções baseadas na natureza para que a gente viva melhor. Nesse aspecto, falar da Amazônia e branqueamento de corais é muito próximo, porque estamos no Atlântico Sul vivendo esses dois momentos de possibilidade de pontos sem retorno que estão completamente interligados como nosso bem-estar comum”, explica. A iniciativaO SIMACLIM é financiado pelo MCTI através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Além do ONU-Habitat, conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério de Relações Exteriores do Governo Federal.As primeiras oficinas contaram com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da Universidade Federal de Santa Catarina, da Universidade de São Paulo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos), da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, Estados Unidos), do Met Office (Reino Unido), do Coral Reef Alliance (Estados Unidos) e da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).Contato para imprensa: Aléxia Saraiva, ONU-Habitat Brasil: alexia.saraiva@un.org
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09 maio 2024
UNOPS apoia governo federal na retomada das obras de 118 escolas indígenas e quilombolas
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) está apoiando o Ministério da Educação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em um projeto de fortalecimento da gestão da infraestrutura escolar no país. A parceria, anunciada na última segunda-feira, 6 de maio, com a participação dos ministérios dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), prevê a finalização das obras de 118 escolas indígenas e quilombolas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O projeto terá dois grandes resultados: o primeiro voltado ao fortalecimento das capacidades institucionais do FNDE para a gestão de obras, incluindo a melhoria de processos de infraestrutura do Plano de Ações Articuladas (PAR) - focado na educação básica. O segundo contempla um diagnóstico social e da infraestrutura escolar indígena e quilombola, a revisão e atualização dos projetos executivos de engenharia e arquitetura das escolas a serem finalizadas e a execução das obras.O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o MEC tem trabalhado para retomar as obras da educação básica. “Com o acordo, serão retomadas construções que estavam paradas há cinco, seis, até 10 anos. Esta é uma ação inédita, que faz parte de um conjunto de atividades, pelo qual estamos, cada vez mais, buscando integrar os ministérios para garantir uma educação com mais qualidade e inclusão, que dá oportunidades às comunidades tradicionais”, declarou.O projeto terá duração de quatro anos, e serão investidos R$ 195 milhões. A implementação deve começar ainda em maio. Para isso, será criado um Comitê de Acompanhamento, com integrantes dos três ministérios e do FNDE, além de outros entes a serem indicados.“Estamos em um momento de retomada dessas obras nas escolas e, para nós, isso significa o fortalecimento da educação básica indígena”, anunciou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. “Isso levará os povos indígenas para o ensino superior e também é uma forma de combater o racismo e reduzir as desigualdades.” Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o resgate dessas escolas representa também a retomada dos sonhos. “Esse acordo marca a transversalidade e o nosso compromisso com a educação básica dos povos tradicionais. Existe uma grande defasagem entre os estudantes negros e não negros. Não estamos falando só da volta dos espaços físicos de aprendizagem, mas também da conquista dessas populações, que vão poder sonhar com um futuro melhor de novo”, completou. O diretor e representante do UNOPS no Brasil, Fernando Barbieri, disse que o objetivo da parceria, mais do que concluir as obras, é fortalecer o sistema de gestão de infraestrutura do Brasil. “A ideia é aprimorar o contexto e o ambiente de gerenciamento de projetos do governo brasileiro, justamente para evitar que obras sejam paralisadas. O acordo vai trabalhar na capacidade do FNDE de gerir infraestruturas escolares e no aperfeiçoamento das competências específicas para o atendimento a populações indígenas e quilombolas”, afirmou. *Com informações do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
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08 maio 2024
El Niño e impactos das mudanças climáticas afetam a América Latina e o Caribe em 2023
Um duplo choque de El Niño e mudança climática de longo prazo atingiu a América Latina e o Caribe em 2023, de acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Seca, calor e incêndios florestais, chuvas extremas e um furacão recorde tiveram grandes impactos na saúde, segurança alimentar e energética e no desenvolvimento econômico.O relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2023 da OMM confirmou que o ano passado foi de longe o mais quente registrado. O nível do mar continuou a subir a uma taxa mais alta do que a média global em grande parte da porção atlântica da região, ameaçando áreas costeiras e pequenos Estados insulares em desenvolvimento."Infelizmente, 2023 foi um ano de riscos climáticos recordes na América Latina e no Caribe", disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo."As condições de El Niño durante a segunda metade de 2023 contribuíram para um ano recorde de calor e exacerbaram muitos eventos extremos. Isso se combinou ao aumento das temperaturas e eventos extremos mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas induzidas pelos seres humanos", disse ela."O furacão Otis se intensificou rapidamente antes de chegar à terra, atingindo Acapulco, no México, como um devastador furacão de Categoria 5, com dezenas de mortes e vários bilhões de dólares em danos. Inundações causaram miséria em muitas partes da região. Uma intensa seca reduziu o Rio Negro, em Manaus, na Amazônia brasileira, para seu nível mais baixo em mais de 120 anos de observações, e interrompeu severamente o transporte através do Canal do Panamá", disse Celeste Saulo.O relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe, acompanhado de um mapa de histórias interativo, complementa o principal relatório Estado do Clima Global da OMM. Ele embasa decisões sobre mitigação das mudanças climáticas, adaptação e gerenciamento de riscos em nível regional.O relatório destaca a necessidade de mais investimentos nos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais para fortalecer previsões e alertas precoces que salvam vidas. Na América Latina e no Caribe, 47% dos Estados-membros da OMM fornecem apenas serviços meteorológicos "básicos ou essenciais". Apenas 6% fornecem serviços "completos ou avançados" para apoiar a tomada de decisões em setores sensíveis ao clima.Avanços na integração de dados meteorológicos à vigilância da saúde (com foco em doenças) refletem um movimento em direção a estratégias de saúde pública mais fortes. Mas ainda há muito espaço para melhorias diante dos crescentes riscos relacionados ao clima para a saúde. Isso inclui ondas de calor, poluição do ar, insegurança alimentar e doenças transmitidas por mosquitos como a dengue, de acordo com um capítulo especial no relatório.O relatório inclui contribuições dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, centros climáticos regionais, parceiros das Nações Unidas, universidades e institutos de pesquisa e especialistas da OMM.
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Temperatura: A temperatura média de 2023 foi a mais alta já registrada, 0,82°C acima da média de 1991–2020 e 1,39°C acima da base de 1961–1990. O México experimentou a taxa de aquecimento mais rápida na região, cerca de 0,3°C por década, de 1991–2023.Precipitação: A transição de La Niña para El Niño no meio do ano causou uma grande mudança nos padrões de chuva, com muitas áreas mudando de seca/inundações relacionadas à La Niña para o extremo oposto. O Brasil foi um exemplo disso.Inundações e deslizamentos de terra levaram a intensas perdas de vidas e econômicas. Em São Sebastião, Brasil, 683mm de chuva acumularam em 15 horas em fevereiro, desencadeando um deslizamento de terra que resultou em pelo menos 65 mortes. Muitas outras cidades no Brasil também foram atingidas por chuvas excepcionais durante o ano, causando deslocamentos e grandes perturbações.Uma perturbação tropical se moveu pelo Caribe em 17 de novembro, trazendo chuvas torrenciais para Jamaica, Haiti e República Dominicana, com pelo menos 21 pessoas perdendo a vida na República Dominicana, que registrou um novo recorde de precipitação diária de 431mm.Secas intensas e severas, exacerbadas por ondas de calor, afetaram grandes áreas da América Latina durante 2023, incluindo grande parte da América Central. No final do ano, 76% do México estava experimentando algum grau de seca.A seca tornou-se cada vez mais generalizada na metade norte da América do Sul conforme o ano avançava e o El Niño se estabelecia. As chuvas de junho a setembro ficaram bem abaixo da média em grande parte da Bacia Amazônica. Oito estados brasileiros registraram sua menor precipitação de julho a setembro em mais de 40 anos. O Rio Negro na Amazônia atingiu o nível mais baixo desde o início das observações em 1902.No Canal do Panamá, os baixos níveis de água restringiram o tráfego de navios a partir de agosto. Um novo estudo do Grupo de Atribuição do Clima Mundial afirmou que a demanda crescente e o El Niño, e não as mudanças climáticas, foram os principais fatores.A seca de longo prazo continuou no sul subtropical da América do Sul. Durante a primeira metade do ano, os efeitos de La Niña ainda eram visíveis. A falta de água na Bacia do Prata afetou Uruguai, norte da Argentina e sul do Brasil com mais intensidade. No Uruguai, o verão de 2023 foi o mais seco dos últimos 42 anos, reduzindo o armazenamento de água a níveis criticamente baixos. O calor extremo e as ondas de calor afetaram o centro da América do Sul de agosto a dezembro. As temperaturas em partes do Brasil excederam 41°C em agosto, enquanto a América do Sul foi atingida por um clima escaldante no meio do inverno austral.Países como Brasil, Peru, Estado Plurinacional da Bolívia, Paraguai e Argentina registraram suas temperaturas mais altas em setembro. Grandes incêndios florestais queimaram em muitas das regiões afetadas pelo calor.O verão boreal de 2023 foi excepcional para o calor extremo sobre o México. Temperaturas superiores a 45°C foram registradas em muitas estações, com uma máxima de 51,4°C em 29 de agosto.A saúde humana, os ecossistemas e a vida selvagem sofreram. No Lago Tefé, na Amazônia brasileira, a temperatura da água atingiu um recorde, e mais de 150 botos foram encontrados mortos.A elevação do nível do mar está acelerando: A taxa de elevação do nível médio do mar aumentou a uma taxa mais alta do que a média global no Atlântico Sul e no Atlântico Norte subtropical e tropical. Isso ameaça uma grande parte da população da América Latina e do Caribe que vive em áreas costeiras, contaminando aquíferos de água doce, erodindo litorais, inundando áreas baixas e aumentando os riscos de ondas de tempestade.Glaciares: Há aproximadamente 4.000 glaciares nos Andes ao longo da fronteira entre o Chile e a Argentina, com um número menor nos Andes tropicais. Segundo o Serviço Mundial de Monitoramento de Glaciares (WGMS), o glaciar Echaurren Norte - um glaciar de referência - perdeu cerca de 31 metros equivalentes de água (m e.a.) de 1975 a 2023. O recuo se acelerou neste século.
Impactos e Riscos Relacionados ao ClimaDe acordo com o Centro de Pesquisa na Epidemiologia de Desastres (CRED) e o Banco de Dados Internacional sobre Desastres (EM-DAT), houve 67 desastres reportados relacionados a meteorologia, hidrologia e clima na região em 2023. Destes, 77% foram eventos relacionados a tempestades e inundações. O prejuízo econômico estimado de 21 bilhões de dólares reportado ao EM-DAT foi principalmente devido a tempestades (66%), incluindo os 12 bilhões de dólares de danos associados ao Furacão Otis (dados acessados em 21 de fevereiro de 2024).A dimensão real dos danos é provavelmente pior devido à subnotificação e porque dados sobre os impactos não estão disponíveis para alguns países. Isso é especialmente verdadeiro para eventos extremos relacionados ao calor.A agricultura e a segurança alimentar foram gravemente afetadas por desastres e mudanças climáticas. Em 2023, foi relatado que 13,8 milhões de pessoas sofreram de crises alimentares agudas de fase 3 ou acima, especialmente na América Central e no Caribe.As condições de El Niño contribuíram para as secas prolongadas no Corredor Seco da América Central e no norte da América do Sul, e para chuvas intensas e inundações ao longo das costas do Equador e Peru. Isso afetou a produção agrícola e exacerbou a insegurança alimentar, especialmente em comunidades dependentes da agricultura para seus meios de vida. Os impactos provavelmente serão sentidos em 2024 e além.O aumento da temperatura do mar ligado ao El Niño também reduziu a pesca em países como Peru e Equador.Saúde: A região da América Latina e Caribe enfrenta riscos de saúde aumentados devido à exposição da população a ondas de calor, fumaça de incêndios florestais, poeira e poluição do ar, levando a problemas cardiovasculares e respiratórios, além de crescente insegurança alimentar e desnutrição.A exposição a ondas de calor está aumentando. De acordo com um estudo recente, isso está associado a um aumento na mortalidade relacionada ao calor de 140% do período de 2000-2009 ao período de 2013-2022. Na América Latina e no Caribe, estima-se que 36.695 mortes anuais em excesso relacionadas ao calor ocorreram entre 2000 e 2019. Isso provavelmente é uma subestimação.A poluição do ar, muitas vezes agravada pelas mudanças climáticas, é uma séria ameaça à saúde, com mais de 150 milhões de pessoas na região vivendo em áreas que excedem as diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS).Padrões de chuva em mudança e temperaturas crescentes estão expandindo a distribuição geográfica de doenças como a malária. Em 2019, foram relatados mais de 3 milhões de casos de dengue nas Américas, o maior número registrado até então. Esse número foi superado nos primeiros 7 meses de 2023.A prestação de serviços climáticos é fundamental para aprimorar a tomada de decisões e ação em diversos setores. Apesar de algum progresso, apenas 38% dos estados membros da OMM na região indicaram fornecer produtos climáticos específicos para o setor de saúde.No entanto, esforços estão sendo feitos para aumentar a resiliência do setor de saúde às mudanças do clima. Doze dos trinta e cinco países das Américas estão desenvolvendo Planos Nacionais de Adaptação em Saúde. Uma pesquisa de 2021 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostra que 17 países estão integrando dados meteorológicos à vigilância da saúde, focando em doenças e impactos extremos do clima. Isso reflete uma tendência em direção a estratégias de saúde pública mais fortes.
Mais informações: entrar em contato com: Clare Nullis, oficial de mídia da OMM, cnullis@wmo.int ou media@wmo.int, Tel +41-79-7091397.
Veja aqui o relatório na íntegra.
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