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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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21 maio 2025
Sistema tradicional da erva-mate, no Paraná, é reconhecido como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO
O sistema agroflorestal tradicional de cultivo da erva-mate, no Paraná, é uma das seis novas adições aos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), um reconhecimento global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esse é o segundo sistema reconhecido pela FAO no Brasil, após o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço.Os SIPAMs são sistemas agrícolas que geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única. No interior do Paraná, o cultivo da erva-mate sob a sombra da Floresta com Araucárias é um deles: uma prática ancestral, herdada dos povos indígenas Guarani e Kaingang, que fortalece a preservação de um dos ecossistemas mais ameaçados de mundo, ao mesmo tempo em que garante a soberania alimentar e a identidade cultural.“Diante dos crescentes impactos da variabilidade climática, eventos extremos e perda de biodiversidade sobre a agricultura e os agricultores, esses sistemas são pontos de luz que mostram como as comunidades podem recorrer a conhecimentos e práticas ancestrais para garantir alimentos, proteger empregos e meios de vida e manter paisagens agrícolas únicas e sustentáveis”, disse o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi. “Os sistemas do patrimônio agrícola são exemplos vivos de harmonia entre pessoas e natureza, que prosperaram e evoluíram ao longo das gerações e têm muito a nos ensinar enquanto nos adaptamos a um futuro incerto.”Além da erva-mate brasileira, outros seis sítios foram reconhecidos como SIPAM: três na China - especializados em mexilhões de água doce, chá branco e peras; um sistema ancestral que preserva culturas alimentares vitais e a biodiversidade, no México; e um sistema agrícola distinto na paisagem vulcânica da ilha de Lanzarote, na Espanha.Os sistemas foram formalmente designados durante uma reunião do Grupo Consultivo Científico do SIPAM, realizada de 19 a 21 de maio. Com as novas adições, a rede mundial de sistemas agrícolas patrimoniais da FAO passa a contar com 95 sistemas em 28 países. Os sistemas recém-designados elevam o total para dois no Brasil, 25 na China (o maior número entre todos os países), três no México e seis na Espanha.Erva-mate sombreada no Paraná, Brasil Há mais de cinco séculos, povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, baseados em práticas ancestrais e agroecológicas. As folhas da espécie nativa são tradicionalmente consumidas como chimarrão, tererê ou mate, também em países como Argentina, Uruguai e Paraguai.Numa região fortemente impactada pelo desmatamento, onde resta apenas 1% da floresta original, esse sistema oferece um raro exemplo de práticas agrícolas que preservam a cobertura florestal, enquanto sustentam meios de vida e o patrimônio cultural.Além disso, o cultivo da erva-mate é combinado com culturas alimentares, plantas medicinais, frutas e criação de animais em pequena escala, em áreas sombreadas dentro de parcelas florestadas. Como resultado, esse sistema mantém mais de 100 espécies de plantas, abelhas nativas, aves e animais silvestres, e sustenta milhares de famílias agricultoras que colhem, beneficiam e comercializam a erva-mate.Apesar de sua importância cultural e ecológica, o desmatamento, a mudança no uso da terra e o avanço das monoculturas ameaçam as paisagens florestais onde o sistema está enraizado. Muitos pequenos produtores enfrentam dificuldades com os baixos preços de mercado e o acesso limitado a apoio público ou cadeias de valor. Sem maior reconhecimento, investimento e envolvimento da juventude, esse sistema único permanece vulnerável, apesar de seu potencial para apoiar a biodiversidade, os meios de vida e a resiliência climática. Confira mais fotos no Flickr da FAO!Novos SIPAM na China, no México e na EspanhaNa China, sistemas agrícolas tradicionais vêm sendo preservados há séculos e representam modelos notáveis de sustentabilidade. Em Deqing, o cultivo conjunto de peixes e mexilhões perlíferos integra aquicultura, agricultura e artesanato, gerando pérolas, arroz e seda enquanto protege os ecossistemas aquáticos. Já em Fuding, o sistema cultural do chá branco baseado práticas naturais e em um forte vínculo cultural com a terra, preservando dezenas de variedades agrícolas e espécies nativas. Em Shichuan, um sistema agroflorestal baseado em grandes pomares de pera resiste a secas e enchentes, utilizando práticas que mantêm a fertilidade do solo e a biodiversidade local.No México, o sistema ancestral Metepantle, mantido há mais de três mil anos por famílias em Tlaxcala, mostra como o conhecimento do povo indígena Nahua pode sustentar a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade em ambientes áridos. Cultivado em terraços, o sistema reúne milho, agave, feijão, abóbora e espécies silvestres, promovendo a resiliência ecológica e sociocultural. A conservação coletiva de sementes, associada a práticas agrícolas adaptadas ao clima, fortalece a soberania alimentar e os modos de vida locais diante das mudanças climáticas.Na Ilha de Lanzarote, Espanha, agricultores desenvolveram um sistema único que transforma paisagens vulcânicas hostis em áreas produtivas. Utilizando cinzas vulcânicas (lapilli) e areia marinha (jable) para reter umidade e proteger os cultivos dos ventos intensos, produzem uvas, batatas-doces e leguminosas sem necessidade de irrigação. Com mais de 12 mil hectares, esse sistema alia inovação, adaptação ao meio e preservação do patrimônio cultural, sendo um exemplo de agricultura sustentável em condições extremas.Para saber mais, siga @FAOBrasil e visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/ , filtered_html
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20 maio 2025
UNOPS apoia envio de ajuda humanitária brasileira para Mianmar
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) está apoiando o governo brasileiro em ações de cooperação humanitária internacional. Recentemente, com financiamento do Brasil, o organismo da ONU fez a aquisição e o envio de itens diversos para Mianmar, país do leste asiático que, no final de março, registrou um terremoto de magnitude 7,7, considerado com poder devastador.O envio da ajuda humanitária foi coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), e incluiu 3.631 kg de refeições desidratadas (como mingau, sopas e risotos) e 15 purificadores de água portáteis, com bateria e painel solar integrados, e capacidade para tratar até 5.000 litros de água por dia.Também foram enviados quatro paletes com cinco kits contendo insumos estratégicos de saúde, fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS), com peso bruto total estimado de 1,3 tonelada. Os kits incluem itens como ataduras, amoxicilina, gaze, ibuprofeno, paracetamol e seringas - e podem atender até 7.500 pessoas pelo período de um mês. A operação para Mianmar envolveu a realização de dois processos licitatórios, para a aquisição das refeições desidratadas e dos purificadores de água. Adicionalmente, foi realizado outro processo para contratação de transporte logístico internacional. A equipe do UNOPS coordenou as aquisições, coleta, preparação da carga e documentação, com o monitoramento contínuo do transporte, que precisou atravessar aproximadamente 16.500 quilômetros.O terremoto em Mianmar foi registrado em 28 de março deste ano, deixando um rastro de destruição e mais de 3.400 pessoas mortas. O país está localizado na junção de quatro placas tectônicas - o que o deixa mais suscetível a esse tipo de evento - e também vive uma guerra civil desde 2021. Outros enviosO UNOPS vem apoiando a cooperação humanitária do Brasil desde 2022 , operacionalizando aquisições e o transporte de cargas para países que vivem situações de crise ou calamidade. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, foram realizados 14 processos de aquisição e de transporte internacional, para países como Barbados, Costa do Marfim, Haiti, Panamá, Moçambique, Suriname e Camarões.Em algumas situações, as cargas exigem monitoramento constante, como é o caso de medicamentos e vacinas, que precisam estar em temperatura controlada durante todo o trajeto, para não perder a eficácia. “Muitos dos destinos são complexos, com poucas opções de transporte, então é sempre gratificante quando conseguimos atender ao pedido do governo brasileiro e levar esse apoio para pessoas que precisam”, comenta a gerente do projeto no UNOPS, Cecilia Abdo.Sobre o UNOPSO UNOPS é o organismo das Nações Unidas que presta serviços de infraestrutura, compras e gestão de projetos para um mundo sustentável. Em todo o mundo, o Escritório oferece ao sistema ONU, seus parceiros e governos soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento, paz e segurança.No Brasil, o UNOPS trabalha desde 2012, em parceria com governos das esferas federal, estadual e municipal, instituições públicas, outras agências da ONU e organismos financeiros internacionais. Atualmente, atua em 20 estados e no Distrito Federal.Para saber mais, siga @unops_official nas redes! Contato para a imprensa: Carolina Vicentin, Oficial de Comunicação, UNOPS Brasil: carolinav@unops.org, filtered_html
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16 maio 2025
Prefeitura de Teresina e UNFPA firmam acordo de cooperação para ampliar ações em saúde, equidade e justiça climática
A Prefeitura de Teresina e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil formalizaram, nesta quinta-feira (15), um Memorando de Entendimento para ampliar a cooperação institucional no desenvolvimento de ações voltadas à promoção da equidade, saúde sexual e reprodutiva, atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade e enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas. A parceria também prevê o fortalecimento de estratégias de cooperação com outros países do Sul Global. Durante a solenidade, foi apresentado o relatório final da pesquisa "O impacto do calor extremo no desenvolvimento da gravidez em mulheres de Teresina", conduzida pela Agenda Teresina 2030 em parceria com o UNFPA.“Teresina é uma cidade quente, é uma mesopotâmia e é uma área de interesse para essas discussões. Foi desenvolvida uma pesquisa relacionando clima à gestação, e precisamos chamar a atenção para questões que muitas vezes não paramos para pensar”, afirmou o prefeito Silvio Mendes.A cooperação entre as instituições teve início em 2023, por meio da Agenda Teresina 2030, estrutura da gestão municipal responsável por articular iniciativas com organismos internacionais, com foco na sustentabilidade e no monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.A representante do UNFPA no Brasil, Florbela Fernandes, enfatizou o impacto da parceria destacando:“O estudo pioneiro sobre os efeitos do calor extremo na saúde materna, com foco em mulheres negras e pardas, no contexto urbano de Teresina reúne evidências que fortalecem a capacidade de implementar ações que geram impacto real na vida da população local. Ao integrar saúde, justiça climática, igualdade de gênero e proteção social, essa iniciativa contribui para fortalecer serviços públicos, reduzir desigualdades e ampliar o acesso a direitos.” Afirmou, ainda, que “o futuro climático exige respostas integradas que conectem saúde, proteção social e adaptação. A experiência de Teresina pode inspirar soluções em outras cidades do Brasil e do Sul Global.”Os dados da pesquisa foram apresentados pelo coordenador da Agenda Teresina 2030, Leonardo Madeira, e pela líder da pesquisa, Elisa Carvalho. O estudo ouviu gestantes em 75 Unidades Básicas de Saúde da zona urbana da capital, que relataram sintomas relacionados ao calor, como fadiga, pressão alta e ansiedade, além da ausência de orientações sobre como lidar com essas condições durante a gestação.A análise revelou o impacto expressivo do calor extremo sobre a saúde e o bem-estar das gestantes. Os resultados são expressivos: Mais de 90% das entrevistadas relataram desconforto frequente com o calor extremo.89,4% afirmaram que o calor impactou diretamente sua saúde física.93% relataram aumento do cansaço e 57% mencionaram dificuldade para respirar.44% classificaram a intensidade do calor como extremamente alta e 37,5% como alta.70,4% consideram suas residências não adaptadas a situações de calor extremo.36,6% expressaram alto nível de preocupação com os efeitos do calor na saúde da gestante e do bebê, seguidas por 30% com preocupação moderada.A pesquisa recebeu reconhecimento internacional ao ser premiada no concurso Climate Change XX: Women’s Health in Focus do UNFPA Global, que destacou iniciativas inovadoras sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde de mulheres e meninas. O estudo consolidado será publicado nos sites da Prefeitura de Teresina e da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, contribuindo para ampliar o acesso à informação e subsidiar futuras políticas públicas baseadas em evidências. Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página: https://brazil.unfpa.org/pt-br Contato para a imprensa: Mariana Alves Tavares, Oficial de Comunicação do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil: mtavares@unfpa.org , filtered_html
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07 abril 2025
Relator Especial da ONU: O Brasil deve enfrentar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia
Para garantir, de fato, os direitos humanos e a democracia, o Brasil deve abordar plenamente as violações da ditadura, disse, nesta segunda (7), o Relator Especial Bernard Duhaime.O Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição, Bernard Duhaime, fez esse apelo em declaração durante a conclusão de sua visita oficial de 9 dias ao Brasil. O objetivo da visita foi avaliar as medidas nas áreas de verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição adotadas pelas autoridades no Brasil para enfrentar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).Ao longo de sua história, o Brasil vivenciou violências institucionais em larga escala direcionadas a diferentes setores da sociedade. Essa violência adotou as formas do colonialismo, escravidão, ditadura e as atuais instâncias de violência institucional direcionada aos setores mais marginalizados da sociedade, como povos indígenas, pessoas afrodescendentes e os camponeses.“Os danos produzidos por essas práticas têm sido vivenciados em todo o território do país e sentidos ao longo de sucessivas gerações”, Duhaime disse. Ele alerta que esse continuum de violência é um indicador da falta de abordagens abrangentes para lidar com graves violações de direitos humanos que englobem medidas de busca da verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição. “Embora o Brasil tenha feito progresso significativo para abordar essas questões desde 1985, a implementação insuficiente de políticas de justiça de transição para lidar com as consequências da ditadura infelizmente leva a ataques recorrentes à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito”, disse o Relator Especial. O especialista disse que essa situação mantém a divisão social e borrou os fundamentos do direito internacional dos direitos humanos, que prevê que o Estado deve respeitar e garantir a todas as pessoas sob seu controle o livre e pleno exercício dos direitos humanos, sem qualquer discriminação. “Enquanto os direitos à verdade, à justiça, à reparação e à memória não forem assegurados a todas as vítimas da ditadura, essa divisão irá persistir e a história pode se repetir”, Duhaime alertou.“Para alterar de trajetória, o Brasil deve urgentemente implementar e ampliar as medidas de justiça de transição propostas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.”O Relator Especial apresentará seu relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2025.FIMAcesse a declaração completa em inglês e português. Sobre o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição. Relatores Especiais/Especialistas Independentes/Grupos de Trabalho são especialistas independentes em direitos humanos nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O grupo de especialistas juntos, se denomina Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os especialistas em procedimentos especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem um salário por seu trabalho. Enquanto o escritório de Direitos Humanos da ONU atua como o secretariado para os Procedimentos Especiais, os especialistas atuam em sua capacidade individual e são independentes de qualquer governo ou organização, incluindo o ACNUDH e a ONU.Quaisquer pontos de vista ou opiniões apresentados são exclusivamente do autor e não representam necessariamente os da ONU ou do ACNUDH.Observações e recomendações feitas especificamente para o país pelos mecanismos de direitos humanos da ONU, incluindo os procedimentos especiais, os órgãos do tratado e a Revisão Periódica Universal, podem ser encontradas no Índice Universal de Direitos Humanos https://uhri.ohchr.org/en/Para mais informações e notas de imprensa, por favor, entre em contato com: Durante a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 076-281 9813 /brenda.vukovic@un.org ); Sr. Diego Lobo, Centro de Informação da ONU Rio, diego.lobo@un.org +55 21 982876762). Após a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 22 917 9635 / brenda.vukovic@un.org)Para perguntas sobre outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Maya Derouaz (maya.derouaz@un.org) e Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org)., filtered_html
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07 abril 2025
ONU Brasil lança Relatório Anual 2024
O recém-lançado Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões."O Relatório Anual é um documento indispensável para o monitoramento de nossas atividades e para a prestação de contas ao Estado, aos nossos parceiros e à sociedade brasileira." - Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil O relatório anual ressalta, além dos resultados, os desafios, a execução financeira, os principais doadores e os 341 parceiros que trabalham junto com o Sistema ONU para que o Brasil avance na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20Marco de CooperaçãoAssinado em 2023 com o Estado brasileiro, o Marco de Cooperação é o principal documento de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das ações da ONU no país. Ele organiza o trabalho das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas com atuação no país em torno de cinco eixos temáticos:Transformação Econômica para o Desenvolvimento SustentávelInclusão Social para o Desenvolvimento SustentávelMeio Ambiente e Mudança do Clima para o Desenvolvimento SustentávelGovernança e Capacidades InstitucionaisRelação das Ações Humanitárias e de Desenvolvimento SustentávelLeia aqui o relatório completo. , filtered_html
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História
14 maio 2025
“Merendeira cozinha como quem prepara comida para seu filho”
“Os alunos são como nossos filhos do coração. Dá satisfação quando gostam da comida e se alimentam bem.”Quem diz isso é Josefa Graciene Ribeiro, a Graci, merendeira da Escola Municipal de Educação Prefeito Pedro Ferreira da Silva, da cidade de Limoeiro de Anadia (AL), que foi vencedora do Reality Show Vida de Merendeira em 2024. O reality Vida de Merendeira é uma iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE) em parceria com o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e tem como objetivo valorizar e dar visibilidade ao trabalho das merendeiras.O trabalho de Graci como merendeira começou em 2021. De lá pra cá, ela iniciou sua formação universitária em pedagogia, venceu o reality show, e começou a estudar também gastronomia. Hoje, ela cumpre a função de supervisora de merendeiras de várias escolas, um trabalho de apoio que contribui para que as escolas sigam seu manual de boas práticas.Graci tem 38 anos, é natural de Limoeiro de Anadia, onde nasceu e cresceu. É casada e tem um filho, Lucas, de 20 anos. Juntamente com seu marido, trabalhava na roça plantando mandioca e chegou a fazer um curso de bolos para vender. Sua vida deu a primeira guinada quando surgiu a oportunidade de trabalhar na escola como merendeira.O gosto por cozinhar vem de família:“Minha bisavó por parte de mãe era bem conhecida na região onde nós moramos porque ela cozinhava para festas de casamento e batizados. As pessoas adoravam a comida que ela preparava.”No trabalho como merendeira, as tarefas são bem divididas. “Quando é dia de frango, por exemplo, uma fica na construção, outra vai colocando os temperos, corta as verduras, e uma outra fica na preparação no fogo”, explica. Na escola, cerca de 250 a 300 crianças se alimentam todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, quando há aulas para a Educação de Jovens e Adultos. “Cozinhar para pouca gente é uma coisa. Mas na escola é diferente, tudo em quantidade. Para macarronada, nós fazíamos 25 pacotes de macarrão; para fazer um cuscuz, leva 15 pacotes de fubá.”No início, ela participou de capacitações com a nutricionista e algumas equipes do SEBRAE e do SENAI, onde aprendeu a evitar desperdícios e variar o preparo das refeições. As dicas são muito interessantes: “quando a banana está madura demais, uma parte é congelada, e outra, dá para fazer bolo. A macaxeira, ao invés de servir apenas de um jeito, nós fazemos torta de frango. A abóbora, dá para aproveitar a casca e a semente”, e por aí vai.A nutricionista da escola, Janaína Barbosa de Oliveira, também vencedora do Reality juntamente com Graci, é a responsável pelo preparo do cardápio. “Mas fazemos uma parceria. Ela sempre pede a opinião das merendeiras. E quando algum prato não é bem aceito pelos alunos, nós, merendeiras, damos sugestões para adaptar a receita”, conta.A receita vencedora do reality "Vida de Merendeira", o Frango Xadrez ao molho de laranja e abacaxi acompanhado de purê de abóbora com semente de abóbora e licuri, foi criada com o incentivo da nutricionista Janaína. “A única sugestão dela foi para eu acrescentar a farofa de licuri, coquinho que é muito comum na região.” Ter participado do reality trouxe um grande impacto na vida de Graci. Ela teve oportunidade de viajar para São Tomé e Príncipe, para participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “uma experiência inesquecível”, segundo ela.“Quando chegamos, as merendeiras de lá estavam fazendo uma baita de uma panela de comida no fogão à lenha, que elas mesmas racharam.” Ela conta que os alunos, muitas vezes, levam suas próprias vasilhas, já que a escola não tem pratos e canecos suficientes para todos. “Lá, a simplicidade predomina, mas tudo é limpo e organizado, e as crianças são muito acolhedoras.” Entre as especialidades locais, ela conta que na comida da escola tinha muita banana e fruta-pão, consumidas de várias maneiras. Atualmente, Graci está realizando seu sonho que é cursar as faculdades de pedagogia e de gastronomia. “Pretende concluir os cursos no próximo ano, se Deus quiser”.Ela acredita que o reality Vida de Merendeira foi uma excelente oportunidade para as merendeiras mostrarem o seu trabalho:“As merendeiras cozinham como se tivessem fazendo a comida para seu filho, porque cada um na escola se torna filho no seu coração, e ela fica feliz quando a criança se alimenta bem. Muitas crianças não têm comida em casa e acabam indo para a escola sem se alimentar. Para elas, a refeição escolar é, muitas vezes, a principal do dia. O reality ajuda as pessoas a conhecerem essa realidade e a valorizarem a merendeira.”Para saber mais, siga @wfpbrasil nas redes e visite a página: https://centrodeexcelencia.org.br/Assista ao episódio final do reality show no YouTube: , filtered_html
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História
13 maio 2025
“Me sinto uma guardiã da natureza”
Marcela Toledo foi criada por uma família intimamente ligada à natureza. Nascida em São João da Barra, município de 36 mil habitantes da região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, ela tem em suas raízes a agricultura familiar e a pesca artesanal. Desde cedo, aprendeu a valorizar e preservar o meio ambiente, essencial para a subsistência e o sustento de seus familiares. Sua primeira formação foi em história, movida pela ânsia de conhecer o passado para pensar nas ações do presente. Passou a lecionar para jovens do município e do estado. “Com a experiência, tornei-me secretária de Agricultura e, nessa época, colaborei com diversos projetos voltados para a sustentabilidade ambiental e a produção agroecológica.”Foi uma virada que veio para ficar. Em 2020, Marcela prestava assistência às pessoas afetadas pelas enchentes que ocorreram no município, mantendo um olhar atento para o meio ambiente. Foi então que ela passou a liderar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos de São João da Barra, cultivando um extenso currículo que inclui estudos em gestão ambiental, recursos hídricos e gestão de resíduos sólidos.“Me sinto uma guardiã da natureza, como os povos originários que defendem seu território e sua natureza, entendendo que o ser humano é parte do meio ambiente e não superior a ele. Somos tão importantes quanto os outros agentes que compõem nosso ecossistema. Estar à frente da secretaria é uma oportunidade de materializar esse sentimento e ampliar o raio de atuação que eu teria individualmente como cidadã.” Ciclo VerdeComo herança de sua história com a agricultura familiar e a percepção sobre os desafios ambientais da região, ela esteve à frente da criação da iniciativa “Ciclo Verde: gestão de resíduos sólidos e recursos hídricos em São João da Barra”. O projeto implementa um sistema de trituração de resíduos da construção civil e da poda de árvores para reaproveitamento na agricultura familiar e em obras públicas – inovação que economiza recursos públicos, evita o descarte irregular e promove a economia circular.Os resíduos da construção civil são destinados para diferentes usos dentro do município, sendo reaproveitados em obras públicas e na recuperação ambiental. Isso envolve a pavimentação de estradas, a estabilização de encostas e o controle de erosão. Além disso, o projeto também reduz a irrigação nas propriedades rurais por meio da trituração de resíduos da poda de árvores, o que contribui para evitar o desperdício de recursos hídricos na produção agrícola e na drenagem. A retirada de resíduos das ruas para reaproveitamento não apenas melhora a limpeza urbana e previne a obstrução das galerias pluviais, mas também reduz os impactos das mudanças climáticas e promove o uso eficiente de materiais que seriam descartados.A gestora conta sobre como é importante o processo de troca com população local na implementação da iniciativa. "O conselho ambiental é o espaço de diálogo entre a gestão ambiental e a comunidade. O Ciclo Verde é uma resposta aos anseios já manifestados pelos produtores rurais. É nesse espaço que incentivamos práticas sustentáveis mais adequadas, como a conscientização sobre o uso de agrotóxicos e o descarte correto de embalagens, com a implementação de uma política reversa para sua coleta”, afirma Marcela.Desafio dos ODSEm novembro, a iniciativa de Marcela foi reconhecida pelo ONU-Habitat. Ela foi vencedora da categoria “ODS 11: Territórios Resilientes” do Desafio dos ODS, que premiou dez soluções criativas para problemas locais relacionados ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A iniciativa foi promovida pelo projeto Rio Inclusivo e Sustentável, parceria do ONU-Habitat com o Governo do Estado do Rio de Janeiro por meio da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade para promover a resiliência climática nas 92 cidades do estado. Ao longo de seis meses, o Desafio dos ODS mobilizou mais de 500 servidores de 86 municípios e nove comitês de bacia hidrográfica do Rio de Janeiro para aprender sobre a Agenda 2030 e o papel dos governos locais na sua implementação. Marcela estava entre eles.Na primeira etapa, a Jornada do Desafio promoveu 13 encontros presenciais em nove regiões hidrográficas, incentivando soluções inovadoras e a integração entre municípios. A segunda etapa, o Laboratório Virtual, contou com oito reuniões online para aprofundar temas essenciais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao final, o concurso de boas práticas premiou as iniciativas com maior impacto e potencial de replicação. Os dez premiados foram anunciados em uma cerimônia durante o G20 Social, em novembro.Segundo a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Ana Asti, essa iniciativa representa um marco na política pública de trabalho com as cidades:“A parceria do Governo do Estado com o ONU-Habitat traz a possibilidade de um diálogo especializado sobre os territórios e de uma reflexão sobre como as cidades do Rio de Janeiro estão preparadas para territorializar sua agenda de sustentabilidade. Todas as experiências e melhores práticas fruto dessa parceria trazidas de outras regiões, tanto do Brasil quanto de outros países, acabam sendo um manancial de possibilidades e projetos a serem aplicados no estado do Rio de Janeiro, adaptados às vocações e características locais, impulsionando a transformação para uma agenda positiva e propositiva da sustentabilidade.”União regionalComo gestora pública, Marcela comenta as dificuldades de trabalhar a Agenda 2030 e os ODS de forma integrada e prioritária nos municípios diante de demandas urgentes como os crimes ambientais. Para ela, a participação no Desafio dos ODS foi fundamental para ampliar a discussão sobre essa temática na cidade e para aprofundar o conhecimento das equipes locais na busca pelos ODS.Marcela destaca que o grande valor das iniciativas e da vitória na premiação está na possibilidade de aplicação dos conhecimentos em outros municípios. “O portfólio de iniciativas estará acessível para que todos possam acompanhar como os municípios estão repensando e aprimorando suas estratégias de atuação”, afirma a gestora.Um dos momentos mais marcantes para Marcela foi a interação com o município de Campos, vizinho de São João da Barra, que solicitou seu apoio para se candidatar ao concurso. Para ela, a prioridade era a colaboração e parceria, mesmo entre concorrentes do concurso. A participação de mais municípios próximos era do seu interesse para ampliação da visibilidade da região."Queríamos que todos fossem vitoriosos. Somos o único município vencedor na região Norte e Noroeste do estado, e representar essa região foi muito significativo para mim. Estar no G20 Social não é apenas sobre São João da Barra, mas sobre minha região como um todo. Me senti representante de um grupo maior."Para além do concurso, ela vê uma continuidade na integração entre os municípios em prol da construção de um estado mais resiliente, o que ganha força através do projeto. Ela destaca que existe uma crescente sensibilidade para uma gestão ambiental vista de forma conjunta."Ao lançar um projeto que oferece capacitações e apoio aos municípios, promovendo inclusão e visibilidade, estamos criando um momento de integração. Mais do que uma ação pontual, trata-se de um processo contínuo."Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! , filtered_html
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História
02 maio 2025
“Não são números, são vidas”
Tudo começa com um levantamento dos estudantes que acumularam três ou mais faltas sem justificativa. A partir daí, o registro desses alunos passa a fazer parte de um processo de monitoramento com o objetivo de entender os motivos que estão impedindo a frequência escolar e quais ações podem ser tomadas para evitar o abandono.É assim que a EMEF Valdici Alves Baier, localizada no município de Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES), vem atuando para que nenhum dos seus 800 estudantes, do 2º ao 9º ano do ensino fundamental, pare de estudar. Cariacica é um dos 78 municípios do Espírito Santo que readeriram à BAE com o compromisso de enfrentar o risco de abandono e a evasão escolar no EstadoFigura chave para esse trabalho é o coordenador de Busca Ativa Escolar, Leandro Firmino Rocha. Leandro atua na área da Educação há 11 anos, mas há três assumiu a missão de garantir que todo menino e menina matriculado na EMEF Valdici Alves Baier não deixe de frequentar as aulas. “Depois desse levantamento, eu ‘busco’ cada aluno. Isso significa entrar em contato com a família dessa criança ou adolescente, seja por telefone ou pessoalmente, para comunicar o que está acontecendo e entender se a família está acompanhando o caso ou não.”O educador conta que, muitas vezes, a família não tem conhecimento das faltas. Em outras, apesar de saber, não entende como pode reverter a situação ou não consegue fazer sozinha. É nesses momentos que uma aliança com a escola é formada e a Busca Ativa Escolar apoia a revinculação do estudante.“A gente chama a família na escola, senta todo mundo e conversa sobre a importância desse menino ou menina estar matriculado e frequentar as aulas. Explicamos a importância da educação na vida de uma pessoa. Com isso, a família passa a entender que, de fato, esse aluno precisa estar dentro da escola. A partir disso, família e escola passam a atuar juntas e a monitorar se a frequência está melhorando ou não”, fala.“Uma das coisas que mais me motiva é quando não são nem sete horas da manhã e eu vejo um pai ou uma mãe com o filho no portão da escola para garantir que esse menino ou menina não vai faltar. É gratificante. Ou quando alguém da família liga e pede para conferirmos se o aluno chegou aqui de fato. O interesse da família é muito importante”, disse. Para além do monitoramento da frequência, o educador explica que o processo também compreende a reconquista daquele estudante, ou seja, estratégias para que ele volte a gostar de estar na escola e a aproveitar o que um ambiente de ensino tem para oferecer. Na EMEF Valdici Alves Baier, por exemplo, meninos e meninas passam a ser convidados para fazer parte de projetos especiais, como a horta da escola.“A gente faz uma reintegração para além do aprendizado. A gente tem feito uns trabalhos bem legais. Porque os estudantes pensam ‘Ah, eu vou para a escola ficar assim sentado’. E a gente quer mostrar que tem coisas legais para serem feitas na escola. São trabalhos diferenciados que são feitos, que fazem com que estudante passe a ter um interesse maior em estar dentro da sala de aula.”Todo esse esforço tem gerado resultados. Nos primeiros levantamentos realizados pela escola, 116 estudantes estavam em risco de evasão. Hoje, a lista está zerada. Além disso, desde 2021 o município de Cariacica vem utilizando a plataforma da Busca Ativa Escolar para o registro e monitoramento de casos de risco e de evasão escolar. Até o momento, a cidade já alcançou mais de 1.390 rematrículas cadastradas no sistema.Sobre a Busca Ativa EscolarA Busca Ativa Escolar é uma estratégia que tem o objetivo de apoiar os governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).No Espírito Santo, para ações de Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP, distribuidora de energia elétrica do estado, e com o apoio técnico do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/ , filtered_html
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História
29 abril 2025
“Pensei em desistir, mas encontrei pessoas que me apoiaram”
Entre 2023 e 2024, enquanto cursava o sétimo e o oitavo ano do ensino fundamental, a adolescente Ashley Rodrigues Ferreira, de 15 anos, quase desistiu da escola. Ela estava enfrentando desafios em sua vida pessoal que afetavam não só a concentração nos estudos, mas também sua saúde emocional. “Eu estava com diversos problemas e pensei em desistir, mas encontrei pessoas que me apoiaram.”Essas pessoas a quem a adolescente se refere são os profissionais da EMEF Valdici Alves Baier, localizada no município de Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES), cidade que vem implementando a estratégia Busca Ativa Escolar (BAE). No estado, todos os 78 municípios aderiram à estratégia, assumindo um compromisso de enfrentar o risco de abandono e a evasão escolar.Ao perceber que Ashley apresentava muitas faltas e um risco de evasão, a instituição abriu um diálogo com a adolescente para entender a situação. “Passaram a me perguntar por que eu não estava frequente nas aulas. Falei que estava com vários problemas. Mas a pedagoga, o coordenador, me disseram para não desistir. Que eles estavam lá para me ajudar”, disse.Durante essa fase, além de a escola compartilhar o caso com o Comitê local da BAE, todos os dias, Ashley recebia um apoio individual de algum membro da gestão escolar. Foram meses até a adolescente se fortalecer para permanecer na escola. Hoje, consciente da importância da própria educação, Ashley passou a escrever cartas para cada profissional que atua na escola, desde a direção àqueles que trabalham com a merenda escolar ou na limpeza do prédio. Segundo a adolescente, todos precisam de motivação, não somente os estudantes.“Eu pensei que seria bom escrever cartinhas porque os coordenadores e diretores também se sentem cansados. Aí comecei a fazer as cartas para a diretora, para as secretárias, as pessoas que atuam na limpeza. É tão legal que a gente tem esse carinho deles. Mesmo eles também tendo problemas eles tiram um tempinho para falar com a gente, nos incentivar. Meu pedido é que eles não desistam da gente.”Um dos ganhadores das cartinhas foi o coordenador Maciel de Oliveira. “Recebi uma primeira carta com várias sugestões de melhorias para a e escola e uma outra agradecendo o meu apoio. Isso é um presente para quem trabalha com educação. Uma recompensa pelo nosso trabalho e pela amizade que tentamos estabelecer com nossos alunos", relata. Sobre o futuro, Ashley, que gosta muito de ler, pretende concluir os ensinos fundamental e médio e cursar uma faculdade para se tornar uma cientista ou arqueóloga:“Você não vai conseguir praticamente quase nada da sua vida sem estudo. Na escola a gente aprende também sobre a vida, sobre respeito.”Sobre a Busca Ativa EscolarA Busca Ativa Escolar é uma estratégia que tem o objetivo de apoiar os governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).Desde 2021 o município de Cariacica vem utilizando a plataforma da Busca Ativa Escolar para o registro e monitoramento de casos de risco e de evasão escolar. Até o momento, a cidade já alcançou mais de 1.390 rematrículas cadastradas no sistema.No Espírito Santo, para ações de Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP, distribuidora de energia elétrica do estado, e com o apoio técnico do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/ , filtered_html
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História
26 abril 2025
“Se a gente não preserva, como vamos viver?”
Na tenda montada no Acampamento Terra Livre (ATL), em meio a potes de tinta e mural de desenhos, as crianças indígenas encontraram um lugar só delas: o CAFI Parentinho — um lugar de escuta, afeto e pertencimento, conduzido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), com o apoio do UNICEF.Ali, entre brincadeiras, cantos e olhares atentos, crianças de diferentes etnias se reuniram, com a força que só as elas carregam, para falar do que vivem, sabem e sentem sobre a floresta, o clima e o futuro que as espera. A programação do espaço foi pensada para isso, e o que se ouviu foi mais que um alerta: foi um chamado. As mudanças climáticas já estão em curso, e são elas, as crianças, quem mais sentem seus efeitos. Durante as atividades, os pequenos foram convidados a desenhar e nomear os guardiões da natureza. Em suas falas e traços, surgiram guardiões que misturam folclore, ancestralidade e espiritualidade: a onça, o curupira, o boto cor-de-rosa, os encantados, a cobra grande, os ancestrais e os espíritos da aldeia. Para os pequenos, são essas figuras que protegem os rios, os igarapés, os animais e as árvores — e, com eles, protegem a vida.“A natureza é de onde vem o oxigênio e a água. O ser humano está colocando fogo na floresta, está jogando lixo nos rios e matando os animais. Se continuar assim, as árvores vão desaparecer e a água limpa vai acabar”, alertou Francisco, do Amazonas. A mudança também é sentida no céu, como contou Luna, de Brasília: “As chuvas que eram pra vir agora, não vêm. E quando não era pra chover, chove forte e alaga tudo.” Como Francisco, ela vê os efeitos da destruição no sumiço dos animais, na fumaça no ar e no desmatamento que se espalha.Para Iará, do Amazonas, a lógica é simples e urgente: “Se não tem árvore, a gente não tem fruta. Se não tem água limpa, a gente fica doente. Se a gente não preserva, como vamos viver?” Ouvir as crianças é urgenteNa fala dessas meninas e meninos, de 8 anos, está o aviso — e também o caminho. Elas entendem, com simplicidade, que não se vive sem floresta e que não há futuro sem equilíbrio. Elas falam de calor, fumaça, água suja, alimentos que escasseiam. Com sua força ancestral e infantil ao mesmo tempo, mostram que proteger o clima é também preservar os saberes, os territórios e as crianças.Ao apoiar iniciativas como o CAFI Parentinho, o UNICEF reafirma seu compromisso com a proteção integral de meninos e meninas indígenas — garantindo o direito de brincar, de participar, de ser ouvida, de viver num ambiente seguro, saudável e com futuro.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes! , filtered_html
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Notícias
28 maio 2025
ONU apoia capacitações para fortalecer a qualidade regulatória no Brasil
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), organismo da ONU especializado em infraestrutura e gestão de projetos, vem apoiando a Controladoria-Geral da União (CGU) em uma iniciativa para fortalecer a capacidade regulatória em órgãos e entidades públicas brasileiras. Ao longo dos últimos 10 meses, foram realizadas sete oficinas de formação, para 237 pessoas, de diversos setores. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e discutir aspectos técnicos, econômicos, jurídicos e processuais da regulação, além de trocar experiências, desafios e compartilhar boas práticas na área. A analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Thais Xavier foi uma das participantes. “As capacitações contribuíram diretamente para a formação técnica de servidores e equipes de apoio, promovendo maior qualificação da atuação no setor”, avaliou, destacando como a iniciativa melhora o acompanhamento de serviços concedidos à iniciativa privada. Os participantes também puderam dialogar com especialistas convidados em rodas de conversa sobre os desafios e oportunidades da regulação. O coordenador de Monitoramento e Avaliação do Resultado Regulatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) Raimisson Costa foi um dos convidados. “Pude compartilhar minha vivência e refletir com os participantes sobre os desafios e as oportunidades do processo regulatório. Foi gratificante perceber o interesse em aprofundar a aplicação das ferramentas e trazer a prática para o centro da discussão.” As oficinas integram o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira (QualiREG), uma parceria da CGU com o UNOPS e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Iniciada em 2017 e consolidada em 2019, a parceria permitiu o acompanhamento qualificado e apoio ao desenvolvimento institucional de 42 agências reguladoras federais, estaduais e municipais das capitais. Na fase atual, o QualiREG tem como foco disseminar boas práticas regulatórias em todo o nível federal, chegando a órgãos ministeriais, autarquias e fundações públicas federais que exercem atividades regulatórias. Gênero e outras ferramentasAs oficinas realizadas ao longo dos últimos meses tiveram distintas abordagens, entre elas, o debate sobre como o estabelecimento de parcerias público-privadas e concessões (e sua subsequente regulação) podem ser uma ferramenta para a promoção da igualdade de gênero, diversidade e inclusão.Para os órgãos, autarquias e fundações públicas federais que exercem atividades regulatórias e ainda estão em processo de internalização dos procedimentos básicos da Análise de Impacto Regulatório (AIR), foram oferecidas oficinas com uma abordagem prática voltada à aplicação direta dos conceitos previstos na legislação.Outros temas abordados foram os desafios da regulação para a alta gestão e a aplicação da AIR no contexto das agências infranacionais - esta última, inclusive, teve participação de palestrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).“Podemos registrar diversos benefícios decorrentes das oficinas, como a implementação e o aperfeiçoamento do uso da Análise de Impacto Regulatório e Avaliação de Resultado Regulatório e o aperfeiçoamento da gestão de contratos de concessão, em órgãos e entidades reguladores da União, estados e municípios”, avalia o coordenador-geral de Qualidade Regulatória da CGU, Carlos Ruchiga. “São encontros que permitem abordagens aprofundadas, com muitas interações entre os treinandos e os facilitadores”, acrescenta.Para a chefe da Unidade de Governança e Justiça para Desenvolvimento do PNUD, Andréa Bolzon, a realização dessas oficinas “tem uma grande importância para a melhoria do ambiente regulatório no Brasil, capacitando os atores do sistema no acompanhamento de melhores entregas de políticas públicas aos cidadãos. Além disso, a ação também fortalece a parceria entre o PNUD, CGU, UNOPS, que trabalham juntos no QualiREG.”O gerente do projeto no UNOPS Brasil, Bernardo Bahia, frisa que as oficinas representam um avanço significativo para a consolidação da cultura da boa regulação no país:“O principal legado está na valorização da boa regulação como uma ferramenta estratégica para garantir políticas públicas mais eficazes, transparentes e inclusivas.” Para saber mais, visite a página do QualiREG e acesse a publicação “Boas Práticas Regulatórias do QualiREG - o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira”. , filtered_html
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23 maio 2025
Fundo de Desenvolvimento Agrícola da ONU apela por investimentos em zonas rurais e fortalecimento da Cooperação Sul-Sul
O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas desempenhou um papel de destaque na conferência do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizada esta semana em Brasília. A vice-presidente do Fundo, Gerardine Mukeshimana, destacou que partilhar soluções práticas, localmente adaptadas e sustentáveis entre países com contextos semelhantes, ou cooperação Sul-Sul, é uma das formas mais eficazes de transformar zonas rurais e empoderar comunidades rurais. Esta cooperação também representa uma oportunidade para que instituições multilaterais de desenvolvimento evoluam e ampliem as suas soluções. “Em todo o Brasil e África, pequenos agricultores já estão inovando, melhorando os solos, adotando culturas resistentes, formando cooperativas e construindo mercados inclusivos, mas não podem fazê-lo sozinhos, o seu sucesso depende de apoio colaborativo e de recursos,” afirmou Mukeshimana durante o evento. O Fundo também destacou a necessidade de colocar a agricultura familiar no centro do financiamento para o desenvolvimento rural, com o objetivo de desenvolver as explorações agrícolas e promover a prosperidade no Sul Global. O Diálogo Brasil-África foi criado pela Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza do G20, proporcionando uma oportunidade para mais de 40 delegações de alto nível de países africanos partilharem os seus conhecimentos e experiências com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de modelos de intervenção que melhorem a vida das comunidades rurais. Mukeshimana também afirmou que “os bancos multilaterais de desenvolvimento devem deixar de ser apenas financiadores e passar a ser criadores de sistemas, trabalhando em conjunto com os governos, os bancos públicos de desenvolvimento, o setor privado e as comunidades rurais para construir um ecossistema de oportunidades de investimento escaláveis”.Investir nas zonas rurais do Brasil e de África O FIDA concentra mais de 60 por cento dos seus investimentos em África e na América Latina e teve várias oportunidades durante o Diálogo Brasil-África para partilhar os seus modelos de intervenção que complementam as políticas nacionais existentes em vários países presentes. O FIDA também destacou o seu forte portfólio no Nordeste do Brasil, que levou a vários intercâmbios de cooperação Sul-Sul com países africanos. O Brasil é um importante parceiro do FIDA na América Latina e Caribe e representa 50 por cento dos investimentos do Fundo na região, bem como o seu 10ª maior portfólio global. Até o momento, US$ 1 bilhão foi investido no país, e as iniciativas apoiadas pelo FIDA estão se expandindo gradualmente para os biomas da Amazônia e da Mata Atlântica, visando agricultores familiares vulneráveis e comunidades rurais sem terra que enfrentam pobreza e insegurança alimentar em áreas rurais e assentamentos de reforma agrária. NOTA PARA EDITORESO FIDA é uma instituição financeira internacional e uma agência especializada das Nações Unidas. Com sede em Roma - o centro de alimentos e agricultura das Nações Unidas - o FIDA investe na população rural, capacitando-a a reduzir a pobreza, aumentar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e fortalecer a resiliência. Desde 1978, fornecemos mais de US$ 24 bilhões em doações e empréstimos a juros baixos para financiar projetos em países em desenvolvimento. Uma grande variedade de fotografias e conteúdo de vídeo com qualidade de transmissão do trabalho do FIDA em comunidades rurais está disponível para download em nosso Banco de Imagens.Contatos para a imprensa: Alberto Trillo (Global): a.trillobarca@ifad.orgAna Lucía Llerena (América Latina e Caribe): a.llerenavargas@ifad.orgRomuald Ngomssi (África): r.ngomssingomssi@ifad.org Siga o FIDA no Facebook, Instagram, LinkedIn, TikTok, X e YouTube , filtered_html
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22 maio 2025
Com apoio do UNOPS, campanha vai escutar pessoas atingidas pela mineração em Maceió
Em Maceió, capital de Alagoas, anos de extração de sal-gema levaram a um grave afundamento do solo de cinco bairros, forçando o deslocamento de mais de 60.000 pessoas de suas casas e comércios a partir do primeiro semestre de 2019. Agora, está em andamento uma iniciativa de escuta ampliada da comunidade atingida direta e indiretamente por esse desastre, com o apoio do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS). Lançada nesta quarta-feira, 21 de maio, a campanha ECOA é parte do Programa Nosso Chão, Nossa História, que busca a reparação dos danos morais coletivos decorrentes das atividades de mineração da Braskem na cidade. O objetivo da escuta é ouvir e acolher os moradores quanto às suas necessidades e expectativas em relação ao impacto que sofreram. As percepções coletadas ajudarão a moldar os futuros projetos de reparação coletiva no âmbito do Programa.“É através da escuta das comunidades atingidas que poderemos aprimorar os trabalhos feitos no Programa, e essa é também uma prioridade do Comitê. Com base nas informações coletadas, será possível desenvolver estratégias de reparação mais direcionadas e eficazes, promovendo um processo de participação cada vez mais contínuo da população no Programa Nosso Chão, Nossa História. Nada sobre nós, sem nós”, destaca a presidente do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), Dilma de Carvalho.A escuta está sendo realizada por meio de uma ferramenta de WhatsApp especialmente desenvolvida para a campanha ECOA. A ferramenta permite que as pessoas enviem mensagens de texto e áudio, oferecendo uma maneira simples e acessível para o compartilhamento de experiências e demandas. Além dessa plataforma, também foram destacados mobilizadores sociais, que vão auxiliar no acesso à ferramenta, sensibilizando as pessoas atingidas a contarem suas histórias e sua percepção em relação à reparação dos danos extrapatrimoniais. A ação nos territórios tem o objetivo de alcançar quem residia nos cinco bairros afetados - Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Farol e Bom Parto - ou quem atualmente vive em áreas adjacentes à zona desocupada. Os danos extrapatrimoniais, também chamados de danos morais coletivos, são aqueles que vão além das questões financeiras, afetando emocionalmente, psicologicamente e moralmente as pessoas e as comunidades. Eles se referem ao prejuízo que afeta a comunidade em seu convívio social, como a perda das relações entre vizinhos, a interrupção dos encontros nas praças durante os festejos, o comprometimento das atividades esportivas, além da diminuição das interações com o meio ambiente e o fechamento de comércios.“As Nações Unidas, por meio do UNOPS, estão presentes em Maceió para implementar atividades que tratam desses danos coletivos, que vão além da perda patrimonial, mas que afetam profundamente vidas e comunidades”, enfatiza o diretor e representante do UNOPS no Brasil, Fernando Barbieri.Gerente do projeto pelo UNOPS, Bernardo Bahia, explica que o resultado da escuta ajudará a moldar os próximos editais lançados pelo Programa:“No ano passado, lançamos a primeira geração de editais e alcançamos resultados positivos. Para garantir que os futuros projetos estejam alinhados às necessidades coletivas, a escuta é fundamental”. Sobre o Programa Nosso Chão, Nossa HistóriaO programa é resultado de ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos extrapatrimoniais ocorridos a partir do afundamento de cinco bairros de Maceió. As atividades e os projetos do Programa Nosso Chão, Nossa História são definidos pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE) - um grupo que reúne pessoas da sociedade civil e representantes de instituições públicas, de atuação voluntária. As ações são operacionalizadas pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS). É prevista a aplicação de R$ 150 milhões ao longo de quatro anos, pagos pela Braskem, por meio da implementação de projetos por organizações da sociedade civil, para a reparação de danos morais coletivos. Para saber mais, siga @nossochao.maceio nas redes e visite a página da campanha ECOA: www.nossochaomaceio.org/ecoaContato para a imprensa: Carolina Vicentin, Oficial de Comunicação, UNOPS Brasil: carolinav@unops.org , filtered_html
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23 maio 2025
Assembleia Mundial da Saúde adota histórico Acordo sobre Pandemias
“O mundo está hoje mais seguro graças à liderança, colaboração e compromisso dos nossos Estados-membros na adoção do histórico Acordo sobre Pandemias da OMS”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Este Acordo representa uma vitória para a saúde pública, a ciência e a ação multilateral. Ele permitirá que, de forma coletiva, estejamos mais bem preparados para proteger o mundo contra futuras ameaças pandêmicas. Também é um reconhecimento, por parte da comunidade internacional, de que nossos cidadãos, sociedades e economias não podem voltar a ficar vulneráveis a perdas como as que enfrentamos durante a COVID-19.”Os governos adotaram o Acordo da OMS sobre Pandemias em uma sessão plenária da Assembleia Mundial da Saúde, o principal órgão decisório da Organização. O Acordo foi aprovado, por votação (124 a favor, 0 contra e 11 abstenções), na Comissão composta por delegações dos Estados-membros. “Desde o auge da pandemia da COVID-19, os governos de todas as partes do mundo atuaram com grande determinação, compromisso e senso de urgência e, ao fazê-lo, exerceram sua soberania nacional para negociar este histórico Acordo da OMS sobre Pandemias”, declarou o secretário do departamento de Saúde das Filipinas e presidente da Assembleia Mundial da Saúde deste ano, Teodoro Herbosa, que conduziu o processo aprovação. “Agora que o Acordo se tornou realidade, todos nós devemos agir com a mesma urgência para implementar os elementos-chave, incluindo sistemas que garantam o acesso equitativo a produtos de saúde essenciais relacionados a pandemias. Assim como a COVID-19 foi uma emergência única em nossas vidas, o Acordo da OMS sobre Pandemias representa uma oportunidade única de aplicar as lições aprendidas com essa crise e garantir melhor proteção à população mundial diante de futuras pandemias.”O Acordo estabelece princípios, abordagens e instrumentos para melhorar a coordenação internacional em diversas áreas, com o objetivo de fortalecer a arquitetura global de saúde para prevenção, preparação e resposta às pandemias. Isso inclui o acesso equitativo e oportuno a vacinas, tratamentos e diagnósticos.
Com relação à soberania nacional, o Acordo estabelece que:“Nada no Acordo da OMS sobre Pandemias deverá ser interpretado como autorização para que a Secretaria da Organização Mundial da Saúde, incluindo o diretor-geral, possa dirigir, ordenar, modificar ou prescrever, de qualquer forma, a legislação nacional e/ou interna, conforme aplicável, nem as políticas de qualquer das Partes, nem impor ou estabelecer qualquer exigência que obrigue as Partes a adotar ações específicas, como proibir ou aceitar viajantes, impor mandatos de vacinação, medidas terapêuticas ou diagnósticas, ou implementar confinamentos.”Região das AméricasNa América Latina e no Caribe, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desempenhou um papel fundamental para garantir que os países das Américas fossem ouvidos ao longo dos três anos de negociação. A Organização promoveu quatro reuniões presenciais com representantes dos Ministérios da Saúde e suas missões diplomáticas para assegurar que cada país da região tivesse acesso a todas as informações necessárias e pudesse participar ativamente do processo.“Este instrumento representa um avanço significativo rumo a uma melhor preparação e resposta global diante de futuras pandemias,” afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “O Acordo aborda um tema crucial: o acesso equitativo a vacinas, medicamentos e tecnologias, que foi um grande desafio enfrentado por nossa região, devido à distribuição profundamente desigual durante a pandemia de COVID-19.”O diretor da OPAS também destacou: “Embora celebremos essa conquista coletiva, reconhecemos que o trabalho continua. Devemos continuar apoiando os países no fortalecimento de suas capacidades, não apenas para futuras pandemias, mas também para responder de forma eficaz a surtos em curso, como os de gripe aviária, dengue, febre amarela e sarampo.”Notas aos editoresA resolução sobre o Acordo de Pandemias da OMS adotada pela Assembleia Mundial da Saúde estabelece os passos para preparar a implementação do Acordo. Inclui o lançamento de um processo para redigir e negociar um sistema de Acesso a Patógenos e Compartilhamento de Benefícios (PABS, na sigla em inglês), por meio de um Grupo de Trabalho Intergovernamental. O resultado desse processo será considerado na próxima Assembleia Mundial da Saúde.Uma vez que a Assembleia adote o anexo PABS, o Acordo de Pandemias da OMS estará aberto para assinatura e consideração de ratificação, inclusive pelos órgãos legislativos nacionais. Após 60 ratificações, o Acordo entrará em vigor.Além disso, os Estados Membros também instruíram o Grupo de Trabalho Intergovernamental a iniciar as ações necessárias para estabelecer o Mecanismo Financeiro de Coordenação para a prevenção, preparação e resposta a pandemias, bem como a Rede Global de Cadeia de Suprimentos e Logística, com o objetivo de “melhorar, facilitar e trabalhar para eliminar barreiras e garantir o acesso equitativo, oportuno, rápido, seguro e acessível a produtos de saúde relacionados com pandemias, para os países que deles necessitem durante emergências de saúde pública de importância internacional, incluindo emergências pandêmicas, e para a prevenção dessas emergências”.Segundo o Acordo, os fabricantes farmacêuticos que participarem do sistema PABS desempenharão um papel fundamental no acesso equitativo e oportuno a produtos de saúde relacionados com pandemias, disponibilizando à OMS “acesso rápido equivalente a 20% de sua produção em tempo real de vacinas, terapias e diagnósticos seguros, eficazes e de qualidade para o patógeno causador da emergência pandêmica”. A distribuição desses produtos aos países será feita com base no risco e nas necessidades de saúde pública, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento.O Acordo de Pandemias da OMS é o segundo instrumento jurídico internacional negociado sob o Artigo 19 da Constituição da OMS, após a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, adotada em 2003 e que entrou em vigor em 2005.Para saber mais, siga @OPASOMSBrasil nas redes e visite a página da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil: https://www.paho.org/pt , filtered_html
Com relação à soberania nacional, o Acordo estabelece que:“Nada no Acordo da OMS sobre Pandemias deverá ser interpretado como autorização para que a Secretaria da Organização Mundial da Saúde, incluindo o diretor-geral, possa dirigir, ordenar, modificar ou prescrever, de qualquer forma, a legislação nacional e/ou interna, conforme aplicável, nem as políticas de qualquer das Partes, nem impor ou estabelecer qualquer exigência que obrigue as Partes a adotar ações específicas, como proibir ou aceitar viajantes, impor mandatos de vacinação, medidas terapêuticas ou diagnósticas, ou implementar confinamentos.”Região das AméricasNa América Latina e no Caribe, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desempenhou um papel fundamental para garantir que os países das Américas fossem ouvidos ao longo dos três anos de negociação. A Organização promoveu quatro reuniões presenciais com representantes dos Ministérios da Saúde e suas missões diplomáticas para assegurar que cada país da região tivesse acesso a todas as informações necessárias e pudesse participar ativamente do processo.“Este instrumento representa um avanço significativo rumo a uma melhor preparação e resposta global diante de futuras pandemias,” afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “O Acordo aborda um tema crucial: o acesso equitativo a vacinas, medicamentos e tecnologias, que foi um grande desafio enfrentado por nossa região, devido à distribuição profundamente desigual durante a pandemia de COVID-19.”O diretor da OPAS também destacou: “Embora celebremos essa conquista coletiva, reconhecemos que o trabalho continua. Devemos continuar apoiando os países no fortalecimento de suas capacidades, não apenas para futuras pandemias, mas também para responder de forma eficaz a surtos em curso, como os de gripe aviária, dengue, febre amarela e sarampo.”Notas aos editoresA resolução sobre o Acordo de Pandemias da OMS adotada pela Assembleia Mundial da Saúde estabelece os passos para preparar a implementação do Acordo. Inclui o lançamento de um processo para redigir e negociar um sistema de Acesso a Patógenos e Compartilhamento de Benefícios (PABS, na sigla em inglês), por meio de um Grupo de Trabalho Intergovernamental. O resultado desse processo será considerado na próxima Assembleia Mundial da Saúde.Uma vez que a Assembleia adote o anexo PABS, o Acordo de Pandemias da OMS estará aberto para assinatura e consideração de ratificação, inclusive pelos órgãos legislativos nacionais. Após 60 ratificações, o Acordo entrará em vigor.Além disso, os Estados Membros também instruíram o Grupo de Trabalho Intergovernamental a iniciar as ações necessárias para estabelecer o Mecanismo Financeiro de Coordenação para a prevenção, preparação e resposta a pandemias, bem como a Rede Global de Cadeia de Suprimentos e Logística, com o objetivo de “melhorar, facilitar e trabalhar para eliminar barreiras e garantir o acesso equitativo, oportuno, rápido, seguro e acessível a produtos de saúde relacionados com pandemias, para os países que deles necessitem durante emergências de saúde pública de importância internacional, incluindo emergências pandêmicas, e para a prevenção dessas emergências”.Segundo o Acordo, os fabricantes farmacêuticos que participarem do sistema PABS desempenharão um papel fundamental no acesso equitativo e oportuno a produtos de saúde relacionados com pandemias, disponibilizando à OMS “acesso rápido equivalente a 20% de sua produção em tempo real de vacinas, terapias e diagnósticos seguros, eficazes e de qualidade para o patógeno causador da emergência pandêmica”. A distribuição desses produtos aos países será feita com base no risco e nas necessidades de saúde pública, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento.O Acordo de Pandemias da OMS é o segundo instrumento jurídico internacional negociado sob o Artigo 19 da Constituição da OMS, após a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, adotada em 2003 e que entrou em vigor em 2005.Para saber mais, siga @OPASOMSBrasil nas redes e visite a página da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil: https://www.paho.org/pt , filtered_html
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22 maio 2025
São Paulo e ONU-Habitat discutem uso do Censo 2022 nos Planos Municipais de Saneamento e Resíduos
Compreender quem são e em que condições vivem os moradores de São Paulo é fundamental para o planejamento de políticas públicas mais eficazes. No caso do saneamento básico, informações detalhadas sobre a população — como distribuição territorial, densidade demográfica, renda, acesso a serviços e condições de moradia — são essenciais para identificar desigualdades, mapear vulnerabilidades e orientar investimentos de forma mais precisa.Com esse objetivo, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) da Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), promoveu, em maio, a Oficina de Dados do Censo 2022 do IBGE. O foco do encontro foi o uso estratégico das informações censitárias na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da capital.O evento reuniu técnicos da Prefeitura, especialistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e membros do ONU-Habitat para discutir como os dados atualizados sobre população, domicílios e infraestrutura urbana podem subsidiar políticas públicas de saneamento mais eficientes, inclusivas e territorialmente justas.Durante a oficina, representantes do IBGE apresentaram indicadores do Censo 2022 com recortes territoriais detalhados, oferecendo uma visão aprofundada das características socioespaciais da cidade de São Paulo. “O Censo Demográfico é uma enorme operação que acontece apenas uma vez por década. Agora, com as oficinas de uso dos dados, a sociedade civil, os governos e os organismos internacionais podem se debruçar sobre as informações para identificar as regiões que precisam de mais atenção” comenta o analista na superintendência do IBGE em São Paulo, Eugenio Carlos Ferreira Braga.Um dos destaques foi a análise das favelas e comunidades urbanas. Entre os pontos abordados, destacou-se o fato de que muitas construções e infraestruturas seguem padrões próprios, diferentes dos definidos pelo poder público e com a falta ou a precariedade de serviços básicos, como o saneamento."A oficina foi uma oportunidade valiosa para aprofundarmos a análise dos dados do Censo 2022, promovendo uma troca enriquecedora entre as equipes de desenvolvimento dos planos de saneamento e gestão de resíduos de São Paulo e os técnicos do IBGE, esclarecendo dúvidas e estimulando reflexões metodológicas que qualificarão a caracterização do cenário atual", destacou o coordenador de programas do ONU-Habitat e responsável pelo tema do saneamento básico na parceria com a Prefeitura, Lucas Daniel Ferreira. A iniciativa integra a parceria sendo desenvolvida entre o IBGE e o ONU-Habitat e contou com o apoio da equipe de dados da instituição, responsável pela execução da produção e análise de dados técnicos dos projetos do ONU-Habitat. Planos de Saneamento e Resíduos SólidosO desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da Prefeitura de São Paulo é coordenado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), com apoio técnico do ONU-Habitat.A parceria busca garantir a implementação de um processo participativo e inclusivo, alinhado às necessidades da cidade e às diretrizes de sustentabilidade.O PGIRS é um instrumento estratégico que orienta as ações do município na gestão dos resíduos sólidos urbanos, promovendo soluções ambientalmente adequadas e socialmente justas.“O PGIRS irá aprimorar a gestão de resíduos sólidos no município, avançar na destinação ambientalmente adequada e promover a inclusão socioeconômica dos catadores, contribuindo para um sistema mais sustentável e equitativo”, explica Luiz Gustavo Vilela, coordenador de programas do ONU-Habitat responsável pela frente de resíduos sólidos.Já o PMSB visa assegurar o acesso da população à água em quantidade e qualidade adequadas, por meio da integração entre políticas de saneamento, habitação, meio ambiente, gestão de recursos hídricos, saúde, uso do solo, defesa civil, transparência e participação social.Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! Contatos para imprensa: Alex Gomes, ONU-Habitat Brasil: alex.gomes@un.orgAléxia Saraiva, ONU-Habitat Brasil: alexia.saraiva@un.org, filtered_html
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