Últimas
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Faça a sua parte
24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
1 of 5
Notícias
18 outubro 2023
Como combater o discurso de ódio nas redes sociais?
"Lidar com o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de expressão. Significa evitar que o discurso de ódio se transforme em algo mais perigoso, particularmente o incitamento à discriminação, hostilidade e violência, que é proibido pelo direito internacional."
- António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Confira as 10 dicas para ajudar a combater o discurso de ódio nas redes sociais:
1. Coloque-se no lugar das outras pessoas:
Pense duas vezes antes de expressar um julgamento ou opinião nas redes sociais e pergunte a si mesmo(a) se isso pode prejudicar, ofender ou agredir alguém.
2. Submeta as opiniões, informações e imagens a 3 filtros:
CONFIANÇA: vêm de uma pessoa, meio ou fonte confiável?
VERIFICAÇÃO: baseia-se em fatos verificados, evidências e informações comprovadas?
UTILIDADE: qual é o propósito e quais benefícios traz para mim e para outras pessoas?
3. Converse sobre direitos e temas complexos da realidade social com seus familiares, amigos e colegas:
4. Perca o medo de identificar discursos de ódio e discriminação:
Se um membro da sua família ou pessoa conhecida compartilhar uma piada ou expressão racista, sexista ou que promova o ódio ou discriminação, informe, de forma gentil e cordial, que tal mensagem não está correta e explique de maneira clara e concisa o porquê.
5. Aja com responsabilidade nas redes sociais:
Use as redes sociais para aprender coisas novas, reunir seus amigos e pessoas queridas, criar oportunidades econômicas e fortalecer laços de amizade.
6. Não caia na provocação:
Evite entrar em conversas violentas, ameaçadoras ou que promovam a agressão.
7. Denuncie:
Quando encontrar uma mensagem que promova o ódio ou a discriminação, utilize as ferramentas oferecidas pela rede social para denunciar.
8. Informe-se:
Busque informações, guias e apoio contra o discurso de ódio.
9. Busque apoio legal:
10. Liberte-se dos costumes e padrões culturais que geram ódio e discriminação:
Nem todos os costumes ou expressões culturais promovem a inclusão e a convivência saudável. Revise seus costumes e práticas diárias.
Saiba mais:
Informe da ONU sobre integridade da informação nas plataformas digitais
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) publicou, em outubro de 2023, a versão em português do Informe de Política sobre Integridade da Informação nas Plataformas Digitais, preparado pelo secretário-geral da ONU.
“O nosso objetivo é apoiar uma discussão nacional ampla e inclusiva sobre o papel da integridade da informação para a paz e o desenvolvimento sustentável”, explicou a diretora do UNIC Rio, Maria Ravalli.
O Informe de Política apresenta conceitos e propostas para proteger os direitos fundamentais de acesso à informação e liberdade de expressão, e defendê-los das crescentes ameaças representadas pela proliferação de mentiras, desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais.
Um estudo realizado em 142 países - apresentado no Informe do secretário-geral - mostrou que 58,5% dos usuários regulares de internet e redes sociais ao redor do mundo estão preocupados em encontrar informações falsas on-line.
Para tomar decisões que afetam o dia a dia e o futuro, todas as pessoas necessitam de informação. O acesso à informação é um direito humano fundamental que possibilita a construção do conhecimento sobre a realidade social. É um alicerce para a liberdade, o convívio social e o desenvolvimento.
A integridade da informação que precisamos para realizar nossos direitos vem sendo cada vez mais comprometida com a disseminação de informações falsas, da desinformação e do discurso de ódio, que encontraram um terreno fértil nas plataformas digitais e redes sociais.
A estratégia e o plano de ação da ONU
Em resposta à tendência alarmante do aumento do discurso de ódio em todo o mundo, o secretário-geral da ONU lançou, em 18 de junho de 2019, a Estratégia e Plano de Ação das Nações Unidas sobre Discurso de Ódio.
Buscando melhorar a resposta da ONU ao fenômeno global do discurso de ódio, essa estratégia é o resultado de uma estreita colaboração entre 16 entidades do Grupo de Trabalho da ONU sobre Discurso de Ódio e é coordenada pela Assessora Especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio.
A Estratégia assume o firme compromisso de intensificar a ação coordenada para combater o discurso de ódio, tanto em nível global quanto nacional.
Visão
A Estratégia e o Plano de Ação reconhecem que o discurso de ódio tem o potencial de incitar a violência e minar a unidade social. A Estratégia reconhece que o discurso de ódio tem sido um precursor de crimes atrozes, incluindo genocídio, nos últimos 75 anos.
A abordagem de coordenação dos esforços de todo o sistema da ONU para identificar, prevenir e confrontar o discurso de ódio está fundamentada em padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de opinião e expressão, princípios de igualdade e não discriminação, bem como outros direitos fundamentais.
A Estratégia tem como objetivo dar às Nações Unidas o espaço e os recursos para enfrentar o discurso de ódio, que representa uma ameaça aos princípios, valores e programas da ONU. Ela orienta o sistema das Nações Unidas sobre como lidar com o discurso de ódio e inclui maneiras de apoiar a ação dos coordenadores residentes da ONU nos Estados-membros.
Princípios e compromissos fundamentais
A Estratégia e o Plano de Ação consistem em 13 compromissos de ação do sistema das Nações Unidas, com base em quatro princípios fundamentais:
A Estratégia e sua implementação devem estar alinhadas com o direito à liberdade de opinião e expressão, já que a ONU apoia um discurso mais positivo - e não menos discurso - como a principal forma de lidar com o discurso de ódio.
O combate ao discurso de ódio é responsabilidade de todas as pessoas. Isso significa que todos(as) nós devemos agir: governos, sociedades, o setor privado, começando pelos indivíduos.
A ONU pretende apoiar uma nova geração de cidadãos digitais, capacitados para reconhecer, rejeitar e enfrentar o discurso de ódio na era digital.
Como uma ação eficaz deve ser apoiada por um melhor conhecimento, a Estratégia exige a coleta coordenada de dados e pesquisas, inclusive sobre as causas básicas, os motivadores e as condições que impulsionam o discurso de ódio.
Saiba mais e faça sua parte:
Quais são as consequências do discurso de ódio?
Como proteger as crianças do discurso de ódio?
Confira a mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio de 2023.
Visite a página do Escritório da Assessora Especial para a Prevenção do Genocídio (em inglês).
Para mais informações, entre em contato com o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio): unicrio@onu.org.br.
1 of 5
Faça a sua parte
21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
1 of 5
Notícias
23 dezembro 2024
UNOPS assina primeiros projetos de reparação de danos morais coletivos em Maceió
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) assinou, na última semana, os primeiros projetos de reparação de danos morais coletivos decorrentes do desastre de afundamento do solo causado pela Braskem em Maceió. As propostas, firmadas com quatro organizações da sociedade civil, integram o Programa Nosso Chão, Nossa História, criado para reparar os danos extrapatrimoniais causados às comunidades.A cerimônia de assinatura reuniu integrantes do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), que define as prioridades do Programa, representantes do UNOPS, organismo da ONU responsável pela gestão e operacionalização do Nosso Chão, Nossa História, e do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), autor da ação civil pública que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos morais coletivos. Também estiveram presentes as quatro organizações da sociedade civil selecionadas na primeira geração de editais do Programa, que vão executar os projetos. São elas: Impact Hub e Instituto Manda Ver (para o Edital de Geração de Renda e Empreendedorismo) e S.O.S. Pet Pinheiro e Museu da Pessoa (para o Edital de Educação Ambiental e Bem-Estar Animal).“A formalização desses primeiros acordos representa uma grande conquista para reparação dos danos extrapatrimoniais. Ela é resultado de um processo de trabalho importante do Comitê, iniciado ainda na primeira gestão, e que levou a uma soma de esforços, resultando em cerca de 50 propostas somente na primeira geração de editais. Hoje colhemos os frutos e, em breve, teremos ações reais na rua para as populações atingidas”, pontuou a presidente do CGDE, Dilma de Carvalho.“Mesmo diante de tantos percalços, não paramos, não desistimos, e hoje é dia de assinar os projetos para as primeiras ações de reparação coletiva. Essa é uma das frentes que o MPF vem desenvolvendo ao longo desses anos, e foi importante a formação do Comitê Gestor, para empoderar a comunidade, para que a comunidade dissesse onde queria ser reparada”, comentou a procuradora-chefe do Ministério Público Federal em Alagoas, Roberta Bomfim. Além dela, também estiveram presentes na solenidade as procuradoras da República Júlia Cadete, Juliana Câmara, Niedja Kaspary e o promotor de Justiça Jorge Dória.O diretor e representante do UNOPS no Brasil, Fernando Barbieri, ressaltou o comprometimento da organização com o resultado e com a população de Maceió - lembrando que as organizações de fora da cidade (duas das quatro selecionadas) assumem o compromisso de contratar serviços locais.“Esse não é um momento do UNOPS, é um momento de vocês: do Comitê Gestor, do MPF, mas principalmente das pessoas que foram atingidas. Sabemos das expectativas que existem neste programa e pretendemos continuar trabalhando à altura para atender a essas expectativas e fazer jus ao voto de confiança que nos foi dado neste processo”. Outros editais seguem em fase de avaliação: Fomento e Fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil, Saúde Mental Comunitária e Diagnóstico e Pesquisa. Assim que o processo for concluído, novos projetos serão assinados para fortalecer a reparação das comunidades atingidas. Além disso, o Programa prevê o lançamento de novos editais ao longo de 2025 - com prioridades e foco em áreas a serem definidas pelo Comitê a partir de um processo amplo de escuta da população atingida direta e indiretamente pelo desastre.Para saber mais, visite a página do Programa Nosso Chão, Nossa História: https://nossochaomaceio.org/ Contato para imprensa: Carolina Vicentin, Oficial de Comunicação, UNOPS: carolinav@unops.org
1 of 5
Notícias
08 janeiro 2025
Nações Unidas abrem convocatória para o Prêmio Nelson Mandela 2025
As Nações Unidas estão aceitando indicações para a edição de 2025 do Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela. O Prêmio foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.O Prêmio é concedido a cada cinco anos a duas pessoas: uma mulher e um homem. Pessoas premiadas são selecionadas por um comitê liderado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, que inclui representantes de Estados-membros de cada um dos cinco grupos regionais e um representante da Missão Permanente da África do Sul junto às Nações Unidas. O Departamento de Comunicação Global da ONU atua como secretariado do comitê.O prestigioso Prêmio honorário reconhece indivíduos que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, promovendo os propósitos e princípios das Nações Unidas, ao mesmo tempo em que honra e homenageia a extraordinária vida e o legado de reconciliação, transição política e transformação social de Nelson Mandela.As pessoas laureadas serão anunciadas em maio de 2025. A entrega do Prêmio será realizada em 18 de julho na cerimônia anual de comemoração do Dia Internacional de Nelson Mandela, realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Como fazer uma indicaçãoAs indicações devem ser feitas através do formulário on-line: bit.ly/2025Mandela.Nomeações serão aceitas até 28 de fevereiro de 2025.As indicações para o Prêmio podem ser submetidas pelas seguintes entidades: Governos de Estados-membros e Estados observadores das Nações Unidas. Entidades e organizações intergovernamentais que atuam como observadoras das sessões e do trabalho da Assembleia Geral e do Conselho Econômico e Social da ONU. Instituições de ensino superior reconhecidas pelas autoridades competentes dos Estados-membros. Centros e institutos de pesquisa independentes engajados em serviços dedicados à humanidade, na promoção da reconciliação e da coesão social e no desenvolvimento comunitário. Organizações não governamentais com status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da ONU. Laureados das edições anteriores do Prêmio. HistóricoO Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.Originalmente estabelecido pela resolução 68/275 (6 de junho de 2014), o Estatuto do Prêmio foi aprovado pela resolução 69/269 (2 de abril de 2015).Em reconhecimento à humildade de Nelson Mandela, o Prêmio concedido a cada pessoa vencedora é uma placa gravada com uma citação de Mandela.Em 2015, o Prêmio reconheceu a Dra. Helena Ndume, da Namíbia, uma oftalmologista cuja missão de vida foi o tratamento da cegueira e de doenças relacionadas à visão na Namíbia e em todo o mundo em desenvolvimento; e o ex-presidente de Portugal Jorge Fernando Branco Sampaio, um líder na luta pela restauração da democracia em seu país.As pessoas laureadoas em 2020 foram Marianna V. Vardinoyannis, filantropa grega e defensora mundial dos direitos humanos e da proteção da saúde e do bem-estar das crianças, que também é Embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); e Morissanda Kouyaté, defensor dos direitos humanos da Guiné, por seu incansável trabalho para acabar com a violência contra mulheres e meninas na África. Mais informações: Página do Prêmio Nelson Mandela 2025 (em inglês e francês): https://www.un.org/en/events/mandeladay/mandela_prize_2025.shtmlPara conhecer mais sobre a vida e o legado de Mandela, visite a página especial da ONU Brasil (em português): https://brasil.un.org/pt-br/274240-dia-nelson-mandelaContato para a imprensa: Paulina Kubiak, Assessora de Comunicação, Departamento de Comunicação Global da ONU: kubiakp@un.org.
1 of 5
História
07 janeiro 2025
"Já tínhamos vontade, mas faltava o norte"
Foi a partir das ações previstas no Selo UNICEF que todas as escolas ganharam um sistema de água próprio e o índice de qualidade da água passou a ser acompanhado pela Vigilância Sanitária do Município. São quase 9h30 quando os estudantes da Escola Municipal Cristo Redentor começam a deixar as salas de aula. O cheirinho do lanche começa a invadir os corredores e, no banheiro, uma pequena fila de crianças se forma para lavar as mãos antes do lanche. A cena parece comum, mas foi apenas nos últimos quatro anos que a ação se tornou hábito na segunda maior escola do Cantá, localizada na Vila São José, que fica a 142 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima. "Minha escola era pequena e feia. A água era amarelada, não dava para beber e nem lavar as mãos", lembra Anna Carla, de dez anos. Ela estuda há mais de seis anos na unidade de ensino e é uma das principais testemunhas das mudanças que a escola está vivendo nos últimos anos. Os banheiros quebrados e fechados deram lugar a toaletes adaptados para crianças. A água, antes não tratada, hoje sai cristalina das torneiras da escola. É que com 28 anos de existência, é a primeira vez que a cidade participa do Selo UNICEF, uma importante certificação dada aos municípios que assumem o compromisso de manter em suas agendas prioritárias políticas públicas pela infância e adolescência. Entre os principais avanços, Cantá se destacou em um resultado fundamental: o de levar hábitos de higiene, acesso à água e saneamento a crianças e adolescentes. Identificada em uma zona com altos índices de doenças estomacais causadas pela água, onde crianças e adolescentes eram os principais afetados, o município deu um importante passo para garantir o acesso a água de qualidade a meninos e meninas. Em um trabalho intersetorial entre saúde, educação e água, saneamento e higiene (WASH, na sigla em inglês), os locais mais afetados foram mapeados e um plano para começar uma revolução na vila foi traçado. As escolas se tornaram o ponto de partida. “Com o norte dado pelo Selo, mapeamos as escolas que ficavam nessas zonas endêmicas e fizemos uma avaliação. Notamos que não só a revitalização do prédio era necessária, como também havia a necessidade de uma revitalização do comportamento”, explicou o articulador do Selo UNICEF no município, Marcos Abreu. Foi a partir das ações previstas no Selo que não só todas as escolas ganharam um sistema de água próprio, como o índice de qualidade da água passou a ser acompanhado pela Vigilância Sanitária do Município, mensalmente. Em 2024, 100% das escolas do município estão recebendo água de qualidade. "Até pouco tempo atrás, o município estava no século 18. Hoje estamos no século 21", conta Marcos, animado. "Nos últimos quatro anos, começamos a trabalhar com o programa saúde na escola, ao mesmo tempo que aderimos ao Selo UNICEF. Esses dois programas, mas principalmente o Selo, nos deram um caminho para o que deveríamos fazer. Já tínhamos vontade, mas faltava o norte". Com a escola revitalizada, banheiros adequados à altura das crianças e água de qualidade chegando até as torneiras das pias e bebedouros, a próxima etapa foi colocar toda a comunidade escolar dentro do plano para fazer a mudança real acontecer. Gestores, professores e profissionais da saúde trabalharam em conjunto para implantar o programa de lavagem de mãos para as crianças e adolescentes e trabalharam para fazer a informação chegar até a família. "A criança é um grande colaborador. Trabalhamos sua conscientização na escola e ela faz o papel de transmitir esse conhecimento para a família. Ela não só leva esse conhecimento para casa, como começa a atuar como um fiscal da higiene, da lavagem das mãos, dos alimentos", explicou Marcos. "A escola está inserida dentro da comunidade. Por isso, não é possível separar ‘criança’ de ‘família’. A família faz parte da comunidade, da comunidade escolar principalmente". Agatha Hadassa, de sete anos, é uma das impactadas pelas atividades de lavagem de mãos. Na escola, a menina aprendeu a como e quando lavar as mãos, conhecimento que faz questão de reforçar com os pais. "Eu lavo as mãos antes e depois de comer, quando brinco com o cachorro. E falo para minha mãe como fazer também", conta com um sorriso no rosto. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/agua-saneamento-e-higiene Para implementar o Selo UNICEF na região Norte do País, o UNICEF conta com as parcerias estratégicas de B3 Social, Grupo Profarma, Instituto Claro, Itaú Social, RD Saúde, Fundação Vale e Vale.
1 of 5
História
30 dezembro 2024
Um espaço para recomeçar na Ilha Grande
É difícil cruzar o rio e entrar na estreita estrada de terra que nos leva até a Ilha Grande dos Marinheiros, na periferia de Porto Alegre, sem sentir o impacto das marcas deixadas pela enchente de maio de 2024. Foi tanta terra deslizando que a geografia do lugar mudou. A estrada está visivelmente acima do nível normal e tudo parece fora do lugar. As paredes das casas ainda exibem sinais da lama e da destruição causada pela força das águas, que ultrapassaram os cinco metros de altura. Muitas famílias nunca retornaram, deixando para trás um cenário que mistura reconstrução e abandono. No meio desse contexto, surge a história de Elisabete Meire Machado, de 44 anos, mais conhecida como Moa. Líder comunitária e uma força vital na Ilha, Moa carrega nos olhos a memória de momentos difíceis, mas também uma determinação imensa de fazer a diferença. Sua voz e postura são de uma mulher disposta, ativa e animada, que sabe por quem e pelo que está lutando. “Fiquei 42 dias em cima do telhado de um vizinho”, lembra Moa, enquanto aponta para o espaço onde antes ficava sua casa. “Entrava só para o quartinho que restou, apenas para dormir. O resto do tempo, vivia no telhado.” O local fica em um arquipélago e faz partes das ilhas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A força de uma comunidade e o impacto da enchente Antes da enchente, Moa já atuava com dedicação na comunidade em que nasceu e retornou para morar há 22 anos. Era uma comunidade humilde, que vivia da pesca, e onde todos se conheciam. No pátio de sua casa e em um galpão, ela organizava eventos para crianças, oferecendo lanches e momentos de alegria. “Era tudo organizado entre nós. Meu marido comprava uma coisa, meu cunhado alugava brinquedo inflável, minha tia fazia bolo... Era sempre assim, com doações de pessoas comuns, porque não tínhamos vínculo com nenhuma organização”. Mas a enchente devastou tudo. O espaço que Moa usava para acolher as crianças foi destruído. “Desde o ano passado, não conseguimos fazer mais nada. Veio uma enchente em setembro, depois outra em novembro, e então essa de maio, que foi ainda pior. Todo mundo perdeu tudo. Eu me sentia abandonada, incapaz de ajudar as pessoas.” Foi nesse momento que Moa encontrou apoio. “O dia que o UNICEF e a ADRA me procuraram foi uma virada. Vocês perguntaram o que eu fazia, como era o nosso trabalho e o que a comunidade mais precisava". Rapidamente, Moa pegou seu caderno, em que vinha, há anos, registrando todas as informações sobre a comunidade, quantas famílias, quantas crianças, nomes, idades. “Eu perdi parte desse caderno de cadastro na enchente, mas reconstruí com a ajuda de vocês. Foi a melhor coisa que aconteceu aqui depois da enchente”, afirmou com um tom de voz animado. Com a chegada da ajuda, Moa viu sua comunidade ser atendida de forma ampla. Foram distribuídos produtos de limpeza, cadastradas famílias. “Esse trabalho foi o melhor que já aconteceu na nossa Ilha”, diz Moa emocionada. “As famílias elogiam tudo: o atendimento, as visitas, os produtos. Foi 100% aprovado”, diz ela com gratidão. Junto com o apoio emergencial, veio também um projeto que mudaria para sempre a vida dela e da comunidade: o apoio dado para construir um novo espaço para as crianças. O Espaço da Gurizada: um novo começo Em meio a toda a destruição, Moa viu surgirem os primeiros pilares de um novo espaço para as crianças da Ilha: o Espaço da Gurizada. No mesmo local em que antes ela atendia as crianças antes da enchente, foi construído um ambiente elevado, seguro e acolhedor para meninas e meninos. “Antes, atendíamos as crianças no contraturno escolar. Elas tomavam café da manhã ou almoço, dependendo do horário escolar, e o café da tarde. Costumávamos distribuir aproximadamente 120 marmitas por dia para a comunidade. Perdemos tudo com a enchente, mas agora, com esse espaço, tudo será diferente.” Construído em palafitas para resistir a futuras inundações, o novo espaço, feito com materiais de construção fornecidos pela ADRA, parceira do UNICEF, conta com brinquedos e uma geladeira, e foi doado à comunidade. Ao longo dos últimos meses, além da estrutura física, o Espaço contou também com profissionais como psicólogos e professores, que ajudaram a mitigar os impactos das chuvas na vida de crianças e adolescentes. “Quando o espaço ficou pronto, foi como um renascimento para nós. Ver as crianças voltarem a brincar, sorrir e se sentirem acolhidas me deu forças para continuar. A presença do UNICEF e da ADRA foi fundamental. Eles não trouxeram só ajuda, mas também esperança. Está beneficiando muitas crianças. É um sonho que estamos realizando juntos”, destaca Moa. Sonhos para o futuro Apesar das conquistas, Moa ainda sonha com mais. “Gostaria de ver uma praça, um espaço para as famílias irem nos finais de semana. Nossa Ilha é a única que não tem isso. Mas só o fato de termos agora um espaço seguro para as crianças já é algo incrível. É a realização de um sonho”, destaca a líder comunitária. A partir de janeiro, o Espaço da Gurizada passa a ser, oficialmente, gerido pela comunidade. E Moa faz questão de reconhecer o impacto do trabalho realizado. “Eu gostaria de agradecer de coração a todos os apoiadores, todos que doam para o UNICEF e ajudam a realizar esse sonho. Não tenho palavras para expressar a emoção de ter vocês aqui com a gente. Estou muito feliz.” Enquanto as marcas da destruição ainda são visíveis, a força e a resiliência de Moa, somadas ao apoio do UNICEF e da ADRA, mostram que a reconstrução vai muito além de tijolos e paredes. Ela está na esperança renovada de uma comunidade inteira e no sorriso de cada criança que encontrará no Espaço da Gurizada um lugar para brincar, aprender e sonhar. Hoje, o local, uma casa azul elevada, é mais que um lugar físico; é um legado de resiliência, cuidado e transformação. E Moa, com sua dedicação, segue como um farol para as crianças da ilha, mostrando que mesmo em meio às águas mais turbulentas, é possível construir um futuro melhor. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/enchentes-no-rio-grande-do-sul A resposta do UNICEF às chuvas no Rio Grande do Sul conta com parceiros estratégicos como MSD e Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês); com a parceria da Kimberly-Clark e da Takeda; e com o apoio de Amanco Wavin; Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin; Instituto Mosaic; Klabin; e Serena Energia. Para o Espaços da Gurizada, na Ilha Grande dos Marinheiros, o UNICEF conta com a parceria de implementação da ADRA.
1 of 5
História
24 dezembro 2024
Muito além de uma bolinha de Natal
Com práticas inclusivas e que valorizam a identidade, meninas e meninos crescem confiantes e conhecedores de seus direitos por uma infância antirracista. Uma simples ação de decorar a escola para momentos festivos pode ter grandes significados no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) 8 de Março, no Ibura, bairro periférico do Recife. A unidade foi uma das atendidas pelas formações da iniciativa Primeira Infância Antirracista (PIA) em Pernambuco e passou a incluir ainda mais intenção em suas atividades lúdicas. A decoração de Natal, por exemplo, foi planejada para ser, além de divertida, uma oportunidade de fortalecer a identidade e valorizar as origens de cada estudante. Com fotos de cada estudante, as tradicionais bolinhas de Natal foram distribuídas na árvore estilizada com um tecido junto a dicas para facilitar a adivinhação: quem é esta criança feliz, com cabelos lindos de cachinhos? E esta aqui? A cada chamada, as meninas e meninos se reconheciam ou indicavam os colegas em meio a muita animação. Detalhes que, aos poucos, vão entrando na rotina de todos que formam a comunidade escolar, dos professores, auxiliares, merendeiras e portaria. A gestora da unidade de educação infantil, Sandra Pereira, destaca que as reflexões provocadas pelas formações e os materiais compartilhados apoiam o planejamento das atividades:“O estereótipo que temos de beleza, de angelical é outro. Precisamos criar novos referenciais e as formações são importantes para gerar essa inquietação. Quando traz um material de fora, isso nos ajuda a guiar as atividades e a chamar a atenção dos professores para o que precisamos melhorar”.Localizada em um bairro em que a maioria dos moradores é negra ou indígena, o Cmei 8 de Março atende 131 crianças de zero a cinco anos. Sandra ressalta que o trabalho desenvolvido de valorização das origens e identidade também alcança as famílias das crianças. “Nós buscamos envolver todos e trabalhamos em parceria. Tentamos fortalecer a autoestima desde cedo e influenciar famílias que percebemos que já são sofridas nesse ponto”, afirma, listando atividades com espelhos e fotografias. “A gente vê o resultado na criança. Quando escuto uma criança de cinco anos dizendo que todo mundo é especial e lindo, apesar de ser diferente, o sentimento é de alegria e realização”. Uma das mães da escola também pontuou sua alegria ao saber que a filha, além de ser bem cuidada na creche, aprende que tem os mesmos direitos de todos. “Ela vai aprender que é linda, né? Que não deve abaixar a cabeça”, disse. A coordenadora pedagógica Andreá Santos reforça que a formação e as atividades desencadeadas na unidade foram uma oportunidade para aprimorar os projetos já existentes. “A gente nem sabe, mas pensar no enfrentamento ao racismo e numa primeira infância antirracista mexe com conceitos guardados. As formações foram muito importantes pois nos possibilitam conversar enquanto equipe e, aos poucos, vamos inserindo novas práticas e construindo bases mais fortalecidas”, disse. A estratégia Primeira Infância Antirracista (PIA) do UNICEF tem como objetivo chamar a atenção e sensibilizar profissionais da educação, saúde e assistência social sobre os impactos do racismo no desenvolvimento infantil. Também busca fortalecer o engajamento para garantir, de fato, um atendimento qualificado e humanizado, que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias. Para suas ações de primeira infância, incluindo enfrentamento do racismo, o UNICEF conta com a parceria estratégica de Huggies e com o apoio de Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin. Em Pernambuco, foram realizados dois seminários presenciais com a participação de 377 gestores e técnicos de 100 municípios, alcançando 324 mil crianças que poderão ser beneficiadas com um olhar mais qualificado. Para saber mais, siga @unicebrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/pia
1 of 5
História
19 dezembro 2024
Recomeço para Maria José e sua neta no RS
Maria José Terra, de 64 anos, vive com sua neta de 17 anos em uma pequena casa de alvenaria na Vila dos Farrapos, bairro vulnerável de Porto Alegre duramente atingido pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Para ela, como para centenas de famílias da região, a enchente trouxe perdas materiais e emocionais, levando móveis e objetos pessoais: “A água chegou rápido e não tive tempo de salvar muita coisa." Entre os poucos itens recuperáveis, nada parecia oferecer segurança. O piso da casa ficou coberto de lama, o ar ainda cheirava a mofo e o risco de doenças aumentava com o passar dos dias. “Na primeira semana, a gente não sabia nem como começar,” confessa. Mas o esforço coletivo na comunidade mudou o cenário. Com a ajuda de voluntários de uma igreja local, Maria José pôde participar de um mutirão para limpar sua casa, ganhando também uma nova cama e colchão. O governo federal também ajudou e Maria conseguiu comprar móveis para a cozinha e uma televisão. Em meio a todos esses desafios, havia uma questão que ela não tinha se dado: a qualidade da água. O alerta veio dos agentes multiplicadores da ADRA, parceiro implementador do UNICEF para a resposta às chuvas. Durante e logo após a enchente, a água que chegava às casas da comunidade não era segura para consumo e havia riscos de contaminação. No auge da crise, grande parte dos municípios enfrentou falta de energia e, principalmente, de água por dias e até semanas. Nesse contexto, o UNICEF entrou em ação, enviando agentes multiplicadores como Karin Melissa para orientar famílias sobre os cuidados necessários para garantir o consumo de água potável, como limpeza e desinfecção de reservatórios pós enchentes. Os agentes também distribuíam kits de higienização de ambientes e controle e prevenção de doenças com reservatórios de água potável dobráveis, com capacidade para dez litros, água sanitária, desinfetante, sabão, panos, repelente, álcool em gel, balde preto e produtos químicos como o hipoclorito de cálcio e o hipoclorito de sódio para auxiliar na desinfecção da água. A abordagem não foi apenas entregar kits, foi também educar cada família, explicando os riscos e oferecendo instruções práticas. “Eu era uma que tinha esquecido da água e estava fazendo comida com a água da torneira,” lembra Dona Maria, com um sorriso misto de alívio e surpresa: “Quando elas falaram para mim, eu me toquei. Parei de usar a água da torneira e passei a usar a água que ganho no reservatório.” Karin, uma das agentes envolvidas, reforçou a necessidade de se observar a cor e o cheiro da água, e explicou a importância de ferver ou usar apenas água potável fornecida nos pontos de coleta da cidade, armazenando no reservatório para beber e cozinhar. “A água que usamos precisa estar segura,” afirmou destacando que o UNICEF atua para garantir que essa orientação chegue a todas as casas da comunidade. Para Maria, esse cuidado adicional se tornou um alívio em meio às dificuldades. Agora, mesmo com a situação melhor, sempre que a água parece amarelada ou turva, ela sabe que não deve utilizá-la para preparar alimentos. “Foi muito bom mesmo vocês terem vindo. Se não fosse isso, eu ia continuar usando a água da torneira, sem nem perceber o risco.” Com o tempo, o impacto do trabalho do UNICEF em parceria com a comunidade foi se tornado visível não só na rotina de Maria José, mas em todo o bairro. As orientações sobre higiene e cuidado com a água reduziram a incidência de doenças, e a presença dos multiplicadores ajudou a restaurar a confiança dos moradores. “Esse trabalho é muito importante para a gente,” enfatiza Maria, que, agora, fala sobre o futuro com mais esperança:“Ainda falta muita coisa para arrumar em casa, mas, graças a essas ajudas, sinto que posso recomeçar de verdade.” A resposta do UNICEF às chuvas no Rio Grande do Sul conta com parceiros estratégicos como MSD e Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês); com a parceria da Kimberly-Clark e da Takeda; e com o apoio de Amanco Wavin; Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin; Instituto Mosaic; Klabin; e Serena Energia. Para o trabalho com os agentes mobilizadores, em Porto Alegre, o UNICEF conta com a parceria de implementação da ADRA. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/enchentes-no-rio-grande-do-sul
1 of 5
História
16 dezembro 2024
Residente no Rio Grande do Sul, angolano se dedica à assistência de comunidades migrantes
O cintilar dos olhos de Geraldino Canhanga se evidenciava a cada folheada de página que o angolano dava no livro em suas mãos, intitulado "Seja Incrível". Na manhã daquela segunda-feira, 200 cópias do exemplar haviam acabado de chegar em seu escritório em Esteio, município da região metropolitana de Porto Alegre. “Sempre tive muitos sonhos. Um deles era escrever um livro, e agora está aqui!”, exclamou entusiasmado. No dia 14 de outubro de 2024, Kanhanga – seu nome artístico –, pôde riscar mais um item do seu chamado "quadro de visão", onde ilustra sonhos pessoais, o transferindo para a lista de conquistas. “Aos 12 anos, contei para minha mãe que meu sonho era cursar uma faculdade e gravar um disco de rap. Nossos sonhos nos apontam para direções e, assim, temos motivos para seguir lutando”, conta.Foi buscando essa realização que, em 2005, o jovem, natural de Lobito, província de Benguela, em Angola, recebeu uma bolsa para estudar no Brasil, pelo Centro Universitário Metodista, o IPA. Ao desembarcar no Rio Grande do Sul, em agosto daquele ano, viu um novo mundo surgir frente aos seus olhos. O jovem, na época com 21 anos, recebeu todo tipo de assistência da universidade, começando pela recepção no aeroporto, até os casacos de inverno – vindo de um país africano intertropical no qual a temperatura média anual é de 27 graus a máxima e de 17 graus a mínima, relatou não estar preparado para o frio do inverno porto-alegrense. Na universidade, Kanhanga mergulhou nos estudos do curso de Administração e Relações Internacionais. Em meio aos compromissos acadêmicos, fundou, ao lado de um amigo, a Associação dos Angolanos e Amigos do RS, em 2008. Por meio de ações sociais e de assistência a migrantes, o angolano passou a se tornar referência na cidade, sendo procurado por pessoas de diversas nacionalidades. Ao concluir sua formação, optou por permanecer no Brasil, dando início à sua carreira no gênero musical rap – sonho que cultivava desde a infância. Ao longo dos anos, lançou diversas músicas e discos, participando de feiras culturais e realizando apresentações. “Depois de muitos anos, eu encerrei a minha carreira por entender que aquilo era um sonho que eu já tinha realizado. Entendi que meu propósito de vida estava além disso”, destaca. Realidades distintasPor conta de sua carreira no rap e por ser conhecido dentro desta comunidade, explica Kanhanga, muitas pessoas que o conheciam passaram a procurá-lo durante a pandemia da COVID-19, para ajudar outros migrantes que chegavam à Porto Alegre. “A condição que me trouxe para o Brasil era muito privilegiada. Cheguei ao Brasil com uma bolsa de estudos, assistência e apoio da universidade, fui recebido no aeroporto. A realidade de outras comunidades migrantes é completamente diferente”, explica. Ao se deparar com essa situação, Kanhanga começou a mobilizar amigos e conhecidos para acolher essas pessoas, principalmente através da Associação dos Angolanos e Amigos do RS. A partir dessas ações, o angolano conseguiu entender o tamanho real da demanda das comunidades migrantes e, desde então, passou a se dedicar integralmente a isso.“Hoje, o trabalho que eu faço com a população migrante é um propósito de vida, uma missão”, defende.Baseando-se em quatro pilares de atuação, Kanhanga recebe diversas pessoas em seu escritório, localizado em Esteio, contribuindo com questões de segurança alimentar, regularização de documentos, empregabilidade e aulas de português. Até agora, ele explica, cerca de 250 pessoas migrantes já conseguiram se inserir no mercado de trabalho por conta do apoio e de parcerias com empresas privadas. “Agora, vamos fundar a Casa do Migrante e Refugiado do Rio Grande do Sul, porque o intuito é justamente trazer essa amplitude, atendendo todas as pessoas migrantes com aquilo que precisam”, destaca. Com esse olhar para o futuro, o migrante foi a Brasília para acompanhar a segunda edição da Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia, a Comigrar. Durante a conferência, ele foi palestrante em uma roda de conversa sobre a atuação de líderes migrantes em situações de calamidades e emergências, além de acompanhar as discussões realizadas durante a conferência e trocar experiências com pessoas migrantes que residem em outros estados do país. “Acredito que a Comigrar trouxe uma nova perspectiva para toda a comunidade de migrantes e refugiados aqui no Brasil”, explica. “A gente pôde perceber isso, pôde ver a participação social da comunidade migrante no Brasil, diversas lideranças do país todo, de diversos estados, de organizações da sociedade civil e também de representantes de organismos internacionais. A Comigrar nos deu a possibilidade de pensar em perspectivas novas para as políticas públicas no Brasil”, completa. Ao ser questionado sobre novos sonhos, Kanhanga reforça: permanece sempre em busca de novas conquistas. Apesar de estar distante da música, o rapper segue subindo em palcos, dando palestras que contam sua história de vida e atuação. “Meu sonho, em termos pessoais, é poder transformar a vida de jovens e adolescentes através daquilo que eu faço com tanto amor, seja por intermédio da música ou da transformação. Quero que as pessoas continuem olhando para comunidade migrante com esse olhar, e que a gente comece a pensar nessa pauta em uma perspectiva de como queremos vê-la nos próximos dez anos”, projeta.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página: https://brazil.iom.int/pt-br
1 of 5
Notícias
17 janeiro 2025
Escritório de projetos da ONU abre processo afirmativo para vagas de estágio em Maceió
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) lançou um processo seletivo afirmativo exclusivo para pessoas negras, com deficiência, trans e atingidas pelo desastre socioambiental em Maceió. As vagas são para estágio/trainee presencial no organismo da ONU especializado em projetos, com atuação no âmbito do Programa Nosso Chão, Nossa História, que tem como objetivo a reparação de danos morais coletivos decorrentes do desastre na capital alagoana. O trabalho será realizado presencialmente em Maceió, com oportunidades nas seguintes áreas: ComunicaçãoÁrea social (suporte a projetos)Administração (suporte às operações)O prazo das candidaturas se encerra em 9 de fevereiro de 2025. Para participar, as pessoas interessadas devem acessar a página de carreiras do UNOPS, selecionado as áreas: Comunicação Social (suporte à área de projetos)Administração (suporte a áreas de operações) Para apoiar e orientar as pessoas interessadas no processo seletivo, o UNOPS promoverá uma Sessão Informativa no dia 29 de janeiro, às 18h30min. O encontro online tem como objetivo detalhar as etapas da seleção, fornecer orientações sobre as vagas e esclarecer dúvidas. As inscrições para a Sessão devem ser realizadas através deste formulário. Sobre o Programa Nosso Chão, Nossa História: Resultado de ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal de Alagoas, que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos ocorridos a partir do afundamento de cinco bairros de Maceió, as atividades e projetos do Programa Nosso Chão, Nossa História são definidos pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais e operacionalizados pelo UNOPS. A iniciativa busca reparar danos coletivos extrapatrimoniais (relacionados, por exemplo, à memória, à saúde mental coletiva e ao empreendedorismo), com incentivo ao desenvolvimento. Saiba mais em https://nossochaomaceio.org/ Sobre o UNOPS: O Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS) é o recurso operacional das Nações Unidas para compras e gerenciamento de contratos, bem como em obras civis e desenvolvimento de infraestrutura física. Em mais de 130 países, o UNOPS oferece aos seus parceiros os conhecimentos logísticos, técnicos e de gestão de que necessitam, onde precisam. Estabelecido em 2011, o UNOPS Brasil apoia parceiros federais, estaduais, municipais e das Nações Unidas por meio da implementação de projetos de desenvolvimento relacionados a hospitais, centros socioeducativos, urbanização de assentamentos precários, parcerias público-privadas, entre outros. Saiba mais em https://www.unops.org/es/ Contato para imprensa: Carolina Vicentin, Oficial de Comunicação, UNOPS Brasil: carolinav@unops.org
1 of 5
Notícias
16 janeiro 2025
OIT: Recuperação do mercado de trabalho perde força
A economia global está desacelerando, o que dificulta a recuperação total dos mercados de trabalho, de acordo com o relatório sobre as Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências 2025, lançado pela Organização Internacional do Trabalho nesta quinta (16). Segundo o estudo, o emprego global permaneceu estável em 2024 e só cresceu graças ao aumento da população ativa, que manteve a taxa de desemprego em 5%. O desemprego juvenil melhorou e permaneceu em 12,6%. O trabalho informal e o número de trabalhadores e trabalhadoras pobres retornaram aos níveis pré-pandemia e os países de renda baixa foram os que tiveram mais dificuldade para criar empregos decentes.Desafios para a recuperação O relatório destaca desafios como tensões geopolíticas, o aumento dos custos das mudanças climáticas e os problemas não resolvidos da dívida, que pressionam os mercados de trabalho. Embora a inflação tenha diminuído, ela continua alta, reduzindo o valor dos salários, de acordo com o relatório. Os salários reais só aumentaram em algumas economias avançadas, e a maioria dos países ainda está se recuperando dos efeitos da pandemia e da inflação.A taxa de participação na força de trabalho diminuiu, especialmente entre os jovensDe acordo com o relatório, as taxas de participação na força de trabalho diminuíram em países de renda baixa e aumentaram em países de renda alta, especialmente entre trabalhadores mais velhos e as mulheres. No entanto, as disparidades de gênero continuam grandes, com menos mulheres na força de trabalho, o que limita o progresso no nível de vida. A participação entre homens jovens diminuiu drasticamente e muitos deles estão em situação de não trabalhar, não estudar e nem estar em treinamento.Essa tendência é particularmente acentuada em países de renda baixa, onde as taxas de jovens em situação de não trabalhar, não estudar e nem estar em treinamento entre homens jovens aumentaram quase 4 pontos percentuais acima da média histórica pré-pandemia, tornando-os vulneráveis a desafios econômicos.As taxas de jovens em situação de não trabalhar, não estudar e nem estar em treinamento em países de renda baixa aumentaram até 2024, com 15,8 milhões de homens jovens (20,4%) e 28,2 milhões de mulheres jovens (37,0%), o que representa um aumento de 500.000 e 700.000, respectivamente, até 2023. Globalmente, 85,8 milhões homens jovens (13,1%) e 173,3 milhões de mulheres jovens (28,2%) não estavam no mercado de trabalho, na educação ou em treinamento em 2024, o que representa um aumento de 1 milhão e 1,8 milhão, respectivamente, em comparação com o ano anterior.Déficit mundial de emprego sobe para 402 milhõesO déficit mundial de empregos – o número estimado de pessoas que querem trabalhar, mas não têm emprego – atingiu 402 milhões em 2024. Isto inclui 186 milhões de pessoas desempregadas, outras 137 milhões que são principalmente trabalhadoras e trabalhadores desencorajados e 79 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar, mas têm obrigações, como cuidar de outras pessoas, que as impedem de ter acesso ao emprego. Embora a diferença tenha diminuído gradualmente desde a pandemia, espera-se que ela se estabilize nos próximos dois anos.Novas oportunidades nos setores verde e digitalO estudo identifica potencial para crescimento de empregos em energias verdes e tecnologias digitais. Os empregos no setor de energias renováveis cresceram para 16,2 milhões em todo o mundo, impulsionados pelo investimento em energia solar e de hidrogênio. No entanto, esses empregos são distribuídos de forma desigual, com quase metade no Leste Asiático.As tecnologias digitais também oferecem oportunidades, mas muitos países carecem de infraestrutura e das competências necessárias para se beneficiarem plenamente desses avanços, destaca o relatório. Soluções inovadorasO diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, enfatizou a necessidade urgente de ação: "Trabalho decente e emprego produtivo são essenciais para alcançar a justiça social e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para evitar agravar a já tensa coesão social, os crescentes impactos climáticos e o aumento da dívida, precisamos agir agora para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e criar um futuro mais justo e sustentável". O relatório faz algumas recomendações para enfrentar os desafios atuais:Aumentar a produtividade: investir em treinamento, educação e infraestrutura para apoiar o crescimento econômico e a criação de empregos.Ampliar a proteção social: proporcionar melhor acesso à seguridade social e condições de trabalho seguras para reduzir a desigualdade.Utilizar fundos privados de forma eficaz: países de renda baixa podem aproveitar as remessas e fundos da diáspora para apoiar o desenvolvimento local.Para saber mais, siga @oit_brasil nas redes e leia o relatório completo (em inglês). Contato para imprensa:Denise Marinho, Oficial de Comunicação, Escritório da OIT para o Brasil: santosd@ilo.org
1 of 5
Notícias
16 janeiro 2025
UNODC e Ministério do Esporte convidam para Seminário Internacional sobre prevenção à corrupção no Esporte
A corrupção representa uma ameaça à integridade do esporte e aos seus benefícios sociais e econômicos. As manifestações de corrupção no esporte incluem fraude, lavagem de dinheiro, abuso de autoridade, manipulação de competições, apostas ilegais, irregularidades durante a organização e a realização de eventos esportivos, transferência de atletas e propriedade de organizações esportivas, muitas vezes com características transnacionais. Preocupados com a prevenção à corrupção e o fortalecimento da integridade no Esporte, UNODC e Ministério do Esporte co-organizarão o Seminário Internacional “Protegendo o Esporte Brasileiro: Seminário Internacional sobre integridade e prevenção à corrupção no Esporte”, nos dias 22 e 23 de janeiro de 2025, em Brasília-DF. O evento busca aumentar a conscientização sobre as diferentes manifestações de corrupção, outros crimes e irregularidades relacionadas ao esporte no Brasil, bem como compartilhar boas práticas, experiências e ferramentas para combater eficazmente a corrupção, outros crimes e delitos relacionados no esporte, com foco no contexto brasileiro. O evento irá reunir palestrantes de diversas instituições, entre elas, o Ministério do Esporte, Ministério da Fazenda, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Ministério Público Federal (MPF). Com o mandato de apoiar os Estados-membros na implementação de instrumentos internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC), o UNODC promove a cooperação internacional e fornece assistência técnica aos Estados-membros para prevenir e combater os crimes nas áreas de drogas, crime organizado, corrupção e tráfico de ilícitos. Neste sentido, o UNODC implementa o Projeto “Safeguarding Sports from Corruption and Economic Crime”, cujo objetivo é apoiar governos, organizações esportivas e partes interessadas relevantes a prevenira corrupção e crimes econômicos no esporte. Em nível nacional, o Ministério do Esporte tem como mandato o desenvolvimento de políticas relacionadas ao esporte, o intercâmbio com organismos públicos e privados, nacionais, internacionais e estrangeiros, voltados à promoção do esporte, o estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às atividades esportivas, além de realizar o planejamento, a coordenação, a supervisão e a avaliação dos planos e programas de incentivo aos esportes e de ações de democratização da prática esportiva e inclusão social por meio do esporte. Para conferir a programação, palestrantes e se inscrever no seminário, acesse: https://www.gov.br/esporte/pt-br/seminario-internacional-sobre-integridade-e-prevencao-a-corrupcao-no-esporte Contato para imprensa: Bruno Fortuna, Oficial de Comunicação, UNODC Brasil: bruno.delossantosfortuna@un.org
1 of 5
Notícias
15 janeiro 2025
ONU abre inscrições para Concurso Internacional para Artistas de Minorias 2025
Estão abertas até 1° de março as inscrições para a quarta edição do Concurso Internacional para Artistas de Minorias. Organizado desde 2022 pela ONU Direitos Humanos e parceiros, o concurso apoia artistas de minorias comprometidos com a defesa dos direitos humanos em todo o mundo.Em 2025, o tema é “Pertencimento, Lugar e Perda” e convida as e os artistas a explorarem as conexões entre os direitos e as experiências das minorias com questões como pertencimento, justiça ambiental e mudança climática. Além disso, podem ser abordados aspectos mais amplos, como a ligação com o território, a comunidade, a língua e a cultura.Um painel de jurados voluntários selecionará três artistas para receber prêmios em dinheiro, além de selecionar o artista que receberá o Prêmio de Artista de Minoria para Jovens. Os vencedores serão anunciados em novembro de 2025.O Concurso é uma parceria da ONU Direitos Humanos com as organizações não governamentais Minority Rights Group International, Freemuse, e a Cidade de Genebra, e faz parte da Iniciativa Artistas de Minorias pelos Direitos Humanos (2024-2028), um programa de apoio a artistas de minorias como defensoras e defensores dos direitos humanos.Para participar desta edição, as e os artistas que se identificam como pertencentes a uma minoria nacional, étnica, religiosa ou linguística, devem enviar imagens em alta qualidade de até cinco obras relacionadas ao tema deste ano. As inscrições são realizadas no site da Freemuse.org.Em edições anteriores, que tiveram como temas Apátrida (2022), Interseccionalidade (2023) e Memória no Presente (2024), dois brasileiros foram selecionados entre os finalistas. Em Genebra, na Suíça, em 2023, o artista visual Aluízio de Azevedo Silva Júnior e, no ano passado, o fotógrafo André Fernandes, receberam menções honrosas por suas obras.Para mais informações, você pode acessar a nota conceitual da edição de 2025 (disponível nas línguas oficiais da ONU: inglês, árabe, chinês, francês, espanhol e russo).Contato para imprensa: Thales Figueiredo da Silva, Assistente de Comunicação, Escritório para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH): thales.figueiredodasilva@un.org
1 of 5
Notícias
10 janeiro 2025
ONU confirma 2024 como o ano mais quente já registrado, com cerca de 1,55°C acima dos níveis pré-industriais
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 foi ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais. A temperatura média global da superfície foi 1,55 °C (com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C) acima da média de 1850-1900, de acordo com a análise consolidada dos seis conjuntos de dados. Isso significa que, provavelmente, acabamos de vivenciar o primeiro ano com uma temperatura média global superior ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris, relativo à média pré-industrial de 1850-1900. “A avaliação de hoje da Organização Meteorológica Mundial (OMM) prova mais uma vez que o aquecimento global é um fato incontestável”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.“Os anos individuais que ultrapassam o limite de 1,5 grau não significam que a meta de longo prazo foi ultrapassada. Isso significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo. Temperaturas altíssimas em 2024 exigem ação climática pioneira em 2025.” “Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas as líderes políticas devem agir - agora”, enfatizou Guterres. A OMM fornece uma avaliação da temperatura com base em várias fontes de dados para apoiar o monitoramento climático internacional e para fornecer informações confiáveis para as negociações climáticas intergovernamentais facilitadas pela ONU. Os conjuntos de dados são do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), da Agência Meteorológica do Japão, da NASA, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, (NOAA), da Agência Meteorológica do Reino Unido, em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e do grupo Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley. “A história do clima está se desenrolando diante de nossos olhos. Não tivemos apenas um ou dois anos recordes, mas uma série completa de dez anos. Isso foi acompanhado por condições climáticas extremas e devastadoras, aumento do nível do mar e derretimento do gelo. Tudo isso foi impulsionado por níveis recordes de gases de efeito estufa devido às atividades humanas”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.“É importante enfatizar que um único ano com mais de 1,5°C em um ano NÃO significa que não conseguimos cumprir as metas de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, que são medidas ao longo de décadas e não em um ano específico. No entanto, é essencial reconhecer que cada fração de um grau de aquecimento é importante. Seja em um nível abaixo ou acima da meta de 1,5°C, cada incremento adicional de aquecimento global aumenta os impactos sobre nossas vidas, economias e nosso planeta”, disse Celeste Saulo.Há uma margem de incerteza em todas as avaliações de temperatura. Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a recente taxa de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a metodologias diferentes.O momento da divulgação dos seis conjuntos de dados de temperatura foi coordenado entre as instituições para para enfatizar as condições excepcionais vivenciadas em 2024.Um estudo separado publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences descobriu que o aquecimento dos oceanos em 2024 desempenhou um papel fundamental nas altas temperaturas recordes. O oceano está mais quente do que nunca, conforme registrado por humanos, não apenas na superfície, mas também a 2.000 metros de profundidade, de acordo com o Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências. O estudo envolveu uma equipe de 54 cientistas de sete países e 31 institutos. Cerca de 90% do excesso de calor resultante do aquecimento global é armazenado no oceano, tornando o conteúdo de calor do oceano um indicador crítico da mudança climática. De 2023 a 2024, o aumento global do conteúdo de calor do oceano a 2000 m de profundidade é de 16 zettajoules (1021 Joules), cerca de 140 vezes a geração total de eletricidade do mundo em 2023, de acordo com o estudo, que se baseia no conjunto de dados do Instituto de Física Atmosférica. A OMM fornecerá todos os detalhes dos principais indicadores de mudança climática, incluindo gases de efeito estufa, temperaturas da superfície, calor do oceano, aumento do nível do mar, recuo das geleiras e extensão do gelo marinho, em seu relatório Estado do Clima Mundial 2024, a ser publicado em março de 2025. Esse relatório também fornecerá detalhes de eventos de alto impacto.Acordo de ParisGuterres pediu aos governos que apresentem novos planos nacionais de ação climática este ano para limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5°C e ajudar os países mais vulneráveis a lidar com os impactos climáticos devastadores.Um ou mais anos individuais que excedam 1,5°C não significam que tenhamos perdido a meta de “manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos da mudança climática”, conforme declarado no Acordo de Paris. Isso se refere a um período prolongado, normalmente décadas ou mais, embora o Acordo não forneça uma definição específica. Picos de temperatura de curto prazo no aquecimento de longo prazo podem ser causados por fenômenos naturais, como o El Niño, que persistiu de meados de 2023 a maio de 2024.Como o aquecimento global continua, há uma necessidade urgente de rastreamento, monitoramento e comunicação com relação à meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, para ajudar os formuladores de políticas em suas deliberações.Uma equipe internacional de especialistas criada pela OMM deu uma indicação inicial de que o aquecimento global de longo prazo, conforme avaliado em 2024, é atualmente de cerca de 1,3°C em comparação com a linha de base de 1850-1900.Notas para editoresA OMM usa conjuntos de dados baseados em dados climatológicos de locais de observação, navios e boias em redes marinhas globais, desenvolvidos e mantidos pelaredes marinhas globais, desenvolvidas e mantidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA (NASA GISS), pelo Centro Hadley da Agência Atmosférica do Reino Unido e a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e o grupo Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley. A OMM também usa conjuntos de dados de reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo e seu Serviço Copernicus de Mudança Climáticas, e da Agência Meteorológica do Japão (JMA). A análise combina milhões de observações meteorológicas e marinhas, inclusive de satélites, usando um modelo climático para produzir um conjunto completo de dados tridimensionais e globais.Os conjuntos de dados usados pela OMM fornecem um quadro globalmente completo ou quase completo das temperaturas próximas à superfície, usando métodos estatísticos para preencher lacunas em áreas de dados esparsos, como as polares. As análises também fornecem uma análise globalmente completa usando um modelo para estimar temperaturas em todas as regiões.Para calcular os números consolidados das temperaturas em relação à era pré-industrial, a OMM calcula anomalias relativas a 1981-2010 para cada conjunto de dados e, em seguida, adiciona um deslocamento de 0,69°C, que é a diferença entre 1981-2010 e 1850-1900, conforme estimado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A incerteza na compensação é de 0.12°C. A descrição metodológica pode ser encontrada neste link. A Organização Meteorológica Mundial é a voz autorizada do Sistema das Nações Unidas sobre tempo, clima e água: www.wmo.int Contato para a imprensa: Clare Nullis, Assessora de Imprensa, OMM: cnullis@wmo.int e media@wmo.int
1 of 5
Onde trabalhamos: as principais atividades das Nações Unidas no país
A Nações Unidas estão a implementar 0 atividades-chave em localidades
*Programmatic interventions are also commonly referred to as 'sub-outputs', see the JWP Guidance tip sheet 2019 definitionÚltimos recursos
1 / 11
Recursos
04 dezembro 2024
Recursos
25 novembro 2024
Recursos
13 novembro 2024
Recursos
29 outubro 2024
Recursos
04 dezembro 2024
Recursos
25 novembro 2024
Recursos
13 novembro 2024
Recursos
29 outubro 2024
1 / 11