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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Notícias
29 maio 2025
UNICEF: Metade dos estudantes do ensino fundamental e médio sofre impacto da violência armada no Grande Rio
Cerca da metade (48%) das crianças e adolescentes que cursam os ensinos fundamental e médio, das redes municipais e estadual, do Grande Rio (cidade do Rio de Janeiro e 19 municípios), está exposta cotidianamente aos efeitos da violência crônica imposta pelo controle armado nas regiões em que suas escolas se encontram. Essa é a conclusão do relatório Educação Sob Cerco: as escolas do Grande Rio impactadas pela violência armada, produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Instituto Fogo Cruzado (IFC), o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) e o Centro para o Estudo da Riqueza e da Estratificação Social (CERES-IESP).O relatório, lançado nesta quinta-feira, analisa o impacto do controle territorial armado (notadamente por facções e milícia) sobre escolas públicas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com foco na exposição de crianças, adolescentes e a comunidade escolar à violência crônica e aguda. A partir do cruzamento de dados sobre o mapa de áreas dominadas por grupos armados e a localização das escolas públicas, foi possível concluir que boa parte dos estudantes estava inserida, em maior ou menor grau, em contextos de violência armada – com 48% dos estudantes de 19 municípios do Grande Rio e 55% dos estudantes da capital sendo afetados pela violência armada.Eventos de violência armada aguda - tiroteios em situações ou não de operações/ações policiais - nas imediações de escolas foram contabilizados mais de 4.400 vezes somente em 2022. A Zona Norte do Rio concentra o maior número de ocorrências: em um ano, escolas da região foram afetadas por tiroteios 1.714 vezes. O número da Baixada Fluminense também é preocupante: 1.110. Já a Zona Sul é a que possui menos escolas em áreas dominadas por grupos armados e é também a que teve menos escolas afetadas (29) por tiroteios (86 vezes) em 2022.“Esses dados são alarmantes e têm contornos ainda mais preocupantes quando comparamos o impacto da violência armada entre estudantes das diferentes regiões do Grande Rio. Essa situação reforça as desigualdades já conhecidas, mas também a necessidade de promover maior integração entre as políticas de segurança pública e educação para lidarmos com os efeitos do controle territorial armado no acesso à educação. Com isso, queremos garantir que nenhuma criança ou adolescente, seja qual for a escola em que estude, esteja sujeita à violência armada”, afirma a chefe do escritório do UNICEF no Rio de Janeiro, Flavia Antunes. Essa desigualdade imposta aos estudantes de acordo com a região onde moram é observada em outros dados do relatório: enquanto 29 escolas da Zona Sul da capital, ou 30% do total, registraram ao menos um episódio de violência armada aguda na sua vizinhança, o número chega a 510 na Zona Norte (ou 65% das escolas). Ainda assim, mesmo dentro da região mais rica da cidade, há desigualdades: enquanto 54% das escolas em áreas sob controle territorial na Zona Sul estiveram expostas pelo menos uma vez a tiroteios, nas áreas não controladas da região esse percentual é de 15%.É preocupante também a frequência com que algumas escolas estão expostas a episódios de violência armada. Em 2022, uma mesma escola de São Gonçalo registrou 18 episódios de violência armada aguda — na média, um tiroteio a cada duas semanas — liderando o ranking de unidades mais afetadas. A diretora do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, explica como os dados que revelam a desigualdade do impacto da violência armada são importantes para a formulação de políticas públicas: “Vivemos em um estado que registra níveis inaceitáveis de confrontos. Mas eles não acontecem da mesma maneira e com a mesma intensidade em todos os locais. Hoje podemos identificar padrões da violência armada que podem ajudar a priorizar áreas de intervenção do poder público e que demonstram como a participação da polícia nos confrontos pode ser decisiva em alguns locais. Informações como essas são instrumentos poderosos para agir hoje e reduzir as desigualdades de amanhã. Negá-las é negar o direito igual à educação de todas as nossas crianças e adolescentes".O relatório conclui também que as áreas de violência armada aguda envolvendo o Estado, por meio da polícia, são áreas com alta incidência de tiroteios. Embora áreas controladas tenham menos escolas se comparadas com as áreas não controladas (1839 e 1933, respectivamente) em 2022, o número de tiroteios em ações policiais foi três vezes maior em áreas controladas do que em áreas não controladas. O coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF), Daniel Hirata, destaca a importância de compreender e enfrentar as distintas manifestações da violência armada no Rio de Janeiro: “As duas dimensões da violência armada do Rio de Janeiro, a crônica e a aguda, precisam ser enfrentadas com urgência. O primeiro passo este relatório já oferece, ou seja, uma caracterização precisa dessas dimensões da violência armada e o apontamento de soluções específicas para cada uma delas. Mas é necessário seguirmos para o segundo passo, da atuação concreta na proteção de crianças e adolescentes”.RecomendaçõesO relatório apresenta algumas recomendações aos atores públicos com foco na prevenção da violência armada contra crianças e adolescentes, em especial em relação ao impacto dos confrontos armados na educação. Elas incluem:Enfrentar e reduzir o controle territorial armado e seus efeitos sobre crianças, adolescentes e a comunidade escolar;Integrar políticas de segurança e educação e erradicar os impactos negativos de operações policiais no entorno de escolas;Fortalecer uma educação que protege contra as violências;Desenhar e implementar um modelo protetivo de segurança pública para a infância e adolescência, e enfrentar com inteligência e investigação os grupos armados no Rio de Janeiro;Implementar a Lei Ágatha Felix e priorizar o esclarecimento de homicídios especialmente de crianças e adolescentes;Implementar e ampliar protocolos de resiliência em serviços e comunidades;Desenhar e implementar um modelo de reparação de serviços e da comunidade.Segunda parte da série O relatório de caracterização dos territórios onde se encontram as escolas é o primeiro de uma série de dois estudos. No segundo, serão avaliados os efeitos da influência da violência armada sobre aprendizado e taxa de abandono escolar, em uma tentativa de medir especificamente o impacto da violência armada na educação pública do Rio de Janeiro e mais 19 municípios da Região Metropolitana, para além dos aspectos socioeconômicos já conhecidos da literatura sobre desigualdades educacionais.Contato para a imprensa: UNICEF – TramaPaula Bueno: pbueno@tramaweb.com.br – 11 96407-7538João Vitor Zotini: jzotini@tramaweb.com.br – 11 99813-0151 Fogo CruzadoGabrielli Thomaz: imprensa@fogocruzado.org.br - (21) 99024-6578GENI/UFFDébora Diniz: deboradinizjor@gmail.com - 21 99448-7438NOTA PARA EDITORES - SOBRE AS ORGANIZAÇÕES UNICEFO UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, trabalha para proteger os direitos de cada criança e adolescente, em todos os lugares, especialmente os mais vulneráveis, nos locais mais remotos. Em mais de 190 países e territórios, fazemos o que for preciso para ajudar crianças e adolescentes a sobreviver, prosperar e alcançar seu pleno potencial. Em 2025, o UNICEF comemora 75 anos no Brasil.O trabalho do UNICEF é financiado inteiramente por contribuições voluntárias.Acompanhe nossas ações no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e LinkedIn.Você também pode ajudar o UNICEF em suas ações. Faça uma doação agora. FOGO CRUZADOO Fogo Cruzado é um Instituto que utiliza tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida. Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 50 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife, de Salvador e de Belém.Por meio de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado obtém e disponibiliza informações sobre tiroteios, verificados em tempo real, sendo o único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto ou dos relatórios produzidos mensalmente.Acompanhe o Fogo Cruzado: site, X (antigo Twitter), Bluesky, Facebook, Instagram e LinkedIn. Ou baixe o aplicativo para Android ou iOS.
GENI/UFFO Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) é um grupo de pesquisa registrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq e especializado em temas associados às diferentes formas de violências e os conflitos sociais. O GENI-UFF se beneficia de estar sediado na Universidade Federal Fluminense, cuja centralidade na formação de recursos humanos é reconhecida em nível nacional e internacional. Neste espaço tão rico de formação e pesquisa na área, o GENI-UFF vem desenvolvendo projetos de pesquisa que envolvem discentes e docentes provenientes dessa rede institucional da UFF. Também é fundamental para o GENI-UFF a participação em redes interinstitucionais com outros grupos de pesquisa sediados em diferentes universidades brasileiras.Acompanhe os estudos e relatórios do GENI pelo site https://geni.uff.br/ Conheça mais do nosso trabalho pelo Instagram, no perfil https://www.instagram.com/geni.uff/ , filtered_html
GENI/UFFO Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) é um grupo de pesquisa registrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq e especializado em temas associados às diferentes formas de violências e os conflitos sociais. O GENI-UFF se beneficia de estar sediado na Universidade Federal Fluminense, cuja centralidade na formação de recursos humanos é reconhecida em nível nacional e internacional. Neste espaço tão rico de formação e pesquisa na área, o GENI-UFF vem desenvolvendo projetos de pesquisa que envolvem discentes e docentes provenientes dessa rede institucional da UFF. Também é fundamental para o GENI-UFF a participação em redes interinstitucionais com outros grupos de pesquisa sediados em diferentes universidades brasileiras.Acompanhe os estudos e relatórios do GENI pelo site https://geni.uff.br/ Conheça mais do nosso trabalho pelo Instagram, no perfil https://www.instagram.com/geni.uff/ , filtered_html
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Notícias
21 maio 2025
Sistema tradicional da erva-mate, no Paraná, é reconhecido como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO
O sistema agroflorestal tradicional de cultivo da erva-mate, no Paraná, é uma das seis novas adições aos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), um reconhecimento global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esse é o segundo sistema reconhecido pela FAO no Brasil, após o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço.Os SIPAMs são sistemas agrícolas que geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única. No interior do Paraná, o cultivo da erva-mate sob a sombra da Floresta com Araucárias é um deles: uma prática ancestral, herdada dos povos indígenas Guarani e Kaingang, que fortalece a preservação de um dos ecossistemas mais ameaçados de mundo, ao mesmo tempo em que garante a soberania alimentar e a identidade cultural.“Diante dos crescentes impactos da variabilidade climática, eventos extremos e perda de biodiversidade sobre a agricultura e os agricultores, esses sistemas são pontos de luz que mostram como as comunidades podem recorrer a conhecimentos e práticas ancestrais para garantir alimentos, proteger empregos e meios de vida e manter paisagens agrícolas únicas e sustentáveis”, disse o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi. “Os sistemas do patrimônio agrícola são exemplos vivos de harmonia entre pessoas e natureza, que prosperaram e evoluíram ao longo das gerações e têm muito a nos ensinar enquanto nos adaptamos a um futuro incerto.”Além da erva-mate brasileira, outros seis sítios foram reconhecidos como SIPAM: três na China - especializados em mexilhões de água doce, chá branco e peras; um sistema ancestral que preserva culturas alimentares vitais e a biodiversidade, no México; e um sistema agrícola distinto na paisagem vulcânica da ilha de Lanzarote, na Espanha.Os sistemas foram formalmente designados durante uma reunião do Grupo Consultivo Científico do SIPAM, realizada de 19 a 21 de maio. Com as novas adições, a rede mundial de sistemas agrícolas patrimoniais da FAO passa a contar com 95 sistemas em 28 países. Os sistemas recém-designados elevam o total para dois no Brasil, 25 na China (o maior número entre todos os países), três no México e seis na Espanha.Erva-mate sombreada no Paraná, Brasil Há mais de cinco séculos, povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, baseados em práticas ancestrais e agroecológicas. As folhas da espécie nativa são tradicionalmente consumidas como chimarrão, tererê ou mate, também em países como Argentina, Uruguai e Paraguai.Numa região fortemente impactada pelo desmatamento, onde resta apenas 1% da floresta original, esse sistema oferece um raro exemplo de práticas agrícolas que preservam a cobertura florestal, enquanto sustentam meios de vida e o patrimônio cultural.Além disso, o cultivo da erva-mate é combinado com culturas alimentares, plantas medicinais, frutas e criação de animais em pequena escala, em áreas sombreadas dentro de parcelas florestadas. Como resultado, esse sistema mantém mais de 100 espécies de plantas, abelhas nativas, aves e animais silvestres, e sustenta milhares de famílias agricultoras que colhem, beneficiam e comercializam a erva-mate.Apesar de sua importância cultural e ecológica, o desmatamento, a mudança no uso da terra e o avanço das monoculturas ameaçam as paisagens florestais onde o sistema está enraizado. Muitos pequenos produtores enfrentam dificuldades com os baixos preços de mercado e o acesso limitado a apoio público ou cadeias de valor. Sem maior reconhecimento, investimento e envolvimento da juventude, esse sistema único permanece vulnerável, apesar de seu potencial para apoiar a biodiversidade, os meios de vida e a resiliência climática. Confira mais fotos no Flickr da FAO!Novos SIPAM na China, no México e na EspanhaNa China, sistemas agrícolas tradicionais vêm sendo preservados há séculos e representam modelos notáveis de sustentabilidade. Em Deqing, o cultivo conjunto de peixes e mexilhões perlíferos integra aquicultura, agricultura e artesanato, gerando pérolas, arroz e seda enquanto protege os ecossistemas aquáticos. Já em Fuding, o sistema cultural do chá branco baseado práticas naturais e em um forte vínculo cultural com a terra, preservando dezenas de variedades agrícolas e espécies nativas. Em Shichuan, um sistema agroflorestal baseado em grandes pomares de pera resiste a secas e enchentes, utilizando práticas que mantêm a fertilidade do solo e a biodiversidade local.No México, o sistema ancestral Metepantle, mantido há mais de três mil anos por famílias em Tlaxcala, mostra como o conhecimento do povo indígena Nahua pode sustentar a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade em ambientes áridos. Cultivado em terraços, o sistema reúne milho, agave, feijão, abóbora e espécies silvestres, promovendo a resiliência ecológica e sociocultural. A conservação coletiva de sementes, associada a práticas agrícolas adaptadas ao clima, fortalece a soberania alimentar e os modos de vida locais diante das mudanças climáticas.Na Ilha de Lanzarote, Espanha, agricultores desenvolveram um sistema único que transforma paisagens vulcânicas hostis em áreas produtivas. Utilizando cinzas vulcânicas (lapilli) e areia marinha (jable) para reter umidade e proteger os cultivos dos ventos intensos, produzem uvas, batatas-doces e leguminosas sem necessidade de irrigação. Com mais de 12 mil hectares, esse sistema alia inovação, adaptação ao meio e preservação do patrimônio cultural, sendo um exemplo de agricultura sustentável em condições extremas.Para saber mais, siga @FAOBrasil e visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/ , filtered_html
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20 maio 2025
UNOPS apoia envio de ajuda humanitária brasileira para Mianmar
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) está apoiando o governo brasileiro em ações de cooperação humanitária internacional. Recentemente, com financiamento do Brasil, o organismo da ONU fez a aquisição e o envio de itens diversos para Mianmar, país do leste asiático que, no final de março, registrou um terremoto de magnitude 7,7, considerado com poder devastador.O envio da ajuda humanitária foi coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), e incluiu 3.631 kg de refeições desidratadas (como mingau, sopas e risotos) e 15 purificadores de água portáteis, com bateria e painel solar integrados, e capacidade para tratar até 5.000 litros de água por dia.Também foram enviados quatro paletes com cinco kits contendo insumos estratégicos de saúde, fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS), com peso bruto total estimado de 1,3 tonelada. Os kits incluem itens como ataduras, amoxicilina, gaze, ibuprofeno, paracetamol e seringas - e podem atender até 7.500 pessoas pelo período de um mês. A operação para Mianmar envolveu a realização de dois processos licitatórios, para a aquisição das refeições desidratadas e dos purificadores de água. Adicionalmente, foi realizado outro processo para contratação de transporte logístico internacional. A equipe do UNOPS coordenou as aquisições, coleta, preparação da carga e documentação, com o monitoramento contínuo do transporte, que precisou atravessar aproximadamente 16.500 quilômetros.O terremoto em Mianmar foi registrado em 28 de março deste ano, deixando um rastro de destruição e mais de 3.400 pessoas mortas. O país está localizado na junção de quatro placas tectônicas - o que o deixa mais suscetível a esse tipo de evento - e também vive uma guerra civil desde 2021. Outros enviosO UNOPS vem apoiando a cooperação humanitária do Brasil desde 2022 , operacionalizando aquisições e o transporte de cargas para países que vivem situações de crise ou calamidade. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, foram realizados 14 processos de aquisição e de transporte internacional, para países como Barbados, Costa do Marfim, Haiti, Panamá, Moçambique, Suriname e Camarões.Em algumas situações, as cargas exigem monitoramento constante, como é o caso de medicamentos e vacinas, que precisam estar em temperatura controlada durante todo o trajeto, para não perder a eficácia. “Muitos dos destinos são complexos, com poucas opções de transporte, então é sempre gratificante quando conseguimos atender ao pedido do governo brasileiro e levar esse apoio para pessoas que precisam”, comenta a gerente do projeto no UNOPS, Cecilia Abdo.Sobre o UNOPSO UNOPS é o organismo das Nações Unidas que presta serviços de infraestrutura, compras e gestão de projetos para um mundo sustentável. Em todo o mundo, o Escritório oferece ao sistema ONU, seus parceiros e governos soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento, paz e segurança.No Brasil, o UNOPS trabalha desde 2012, em parceria com governos das esferas federal, estadual e municipal, instituições públicas, outras agências da ONU e organismos financeiros internacionais. Atualmente, atua em 20 estados e no Distrito Federal.Para saber mais, siga @unops_official nas redes! Contato para a imprensa: Carolina Vicentin, Oficial de Comunicação, UNOPS Brasil: carolinav@unops.org, filtered_html
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07 abril 2025
Relator Especial da ONU: O Brasil deve enfrentar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia
Para garantir, de fato, os direitos humanos e a democracia, o Brasil deve abordar plenamente as violações da ditadura, disse, nesta segunda (7), o Relator Especial Bernard Duhaime.O Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição, Bernard Duhaime, fez esse apelo em declaração durante a conclusão de sua visita oficial de 9 dias ao Brasil. O objetivo da visita foi avaliar as medidas nas áreas de verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição adotadas pelas autoridades no Brasil para enfrentar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).Ao longo de sua história, o Brasil vivenciou violências institucionais em larga escala direcionadas a diferentes setores da sociedade. Essa violência adotou as formas do colonialismo, escravidão, ditadura e as atuais instâncias de violência institucional direcionada aos setores mais marginalizados da sociedade, como povos indígenas, pessoas afrodescendentes e os camponeses.“Os danos produzidos por essas práticas têm sido vivenciados em todo o território do país e sentidos ao longo de sucessivas gerações”, Duhaime disse. Ele alerta que esse continuum de violência é um indicador da falta de abordagens abrangentes para lidar com graves violações de direitos humanos que englobem medidas de busca da verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição. “Embora o Brasil tenha feito progresso significativo para abordar essas questões desde 1985, a implementação insuficiente de políticas de justiça de transição para lidar com as consequências da ditadura infelizmente leva a ataques recorrentes à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito”, disse o Relator Especial. O especialista disse que essa situação mantém a divisão social e borrou os fundamentos do direito internacional dos direitos humanos, que prevê que o Estado deve respeitar e garantir a todas as pessoas sob seu controle o livre e pleno exercício dos direitos humanos, sem qualquer discriminação. “Enquanto os direitos à verdade, à justiça, à reparação e à memória não forem assegurados a todas as vítimas da ditadura, essa divisão irá persistir e a história pode se repetir”, Duhaime alertou.“Para alterar de trajetória, o Brasil deve urgentemente implementar e ampliar as medidas de justiça de transição propostas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.”O Relator Especial apresentará seu relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2025.FIMAcesse a declaração completa em inglês e português. Sobre o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição. Relatores Especiais/Especialistas Independentes/Grupos de Trabalho são especialistas independentes em direitos humanos nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O grupo de especialistas juntos, se denomina Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os especialistas em procedimentos especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem um salário por seu trabalho. Enquanto o escritório de Direitos Humanos da ONU atua como o secretariado para os Procedimentos Especiais, os especialistas atuam em sua capacidade individual e são independentes de qualquer governo ou organização, incluindo o ACNUDH e a ONU.Quaisquer pontos de vista ou opiniões apresentados são exclusivamente do autor e não representam necessariamente os da ONU ou do ACNUDH.Observações e recomendações feitas especificamente para o país pelos mecanismos de direitos humanos da ONU, incluindo os procedimentos especiais, os órgãos do tratado e a Revisão Periódica Universal, podem ser encontradas no Índice Universal de Direitos Humanos https://uhri.ohchr.org/en/Para mais informações e notas de imprensa, por favor, entre em contato com: Durante a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 076-281 9813 /brenda.vukovic@un.org ); Sr. Diego Lobo, Centro de Informação da ONU Rio, diego.lobo@un.org +55 21 982876762). Após a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 22 917 9635 / brenda.vukovic@un.org)Para perguntas sobre outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Maya Derouaz (maya.derouaz@un.org) e Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org)., filtered_html
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07 abril 2025
ONU Brasil lança Relatório Anual 2024
O recém-lançado Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões."O Relatório Anual é um documento indispensável para o monitoramento de nossas atividades e para a prestação de contas ao Estado, aos nossos parceiros e à sociedade brasileira." - Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil O relatório anual ressalta, além dos resultados, os desafios, a execução financeira, os principais doadores e os 341 parceiros que trabalham junto com o Sistema ONU para que o Brasil avance na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20Marco de CooperaçãoAssinado em 2023 com o Estado brasileiro, o Marco de Cooperação é o principal documento de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das ações da ONU no país. Ele organiza o trabalho das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas com atuação no país em torno de cinco eixos temáticos:Transformação Econômica para o Desenvolvimento SustentávelInclusão Social para o Desenvolvimento SustentávelMeio Ambiente e Mudança do Clima para o Desenvolvimento SustentávelGovernança e Capacidades InstitucionaisRelação das Ações Humanitárias e de Desenvolvimento SustentávelLeia aqui o relatório completo. , filtered_html
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História
29 maio 2025
“Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou.”
Quando a água das enchentes começou a invadir as casas localizadas na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, Evaldo dos Santos, de 61 anos, pegou a mão de sua filha, Laura, de 5 anos, e não pensou duas vezes: precisava deixar o local imediatamente. Somente com a roupa do corpo e seus documentos, pai e filha rumaram à estrada, onde puderam aguardar pelo resgate da Defesa Civil do Rio Grande do Sul.Evaldo e Laura foram duas das mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes que assolaram o estado em maio de 2024, obrigando milhares de famílias a deixarem suas casas – algumas, sem poder voltar. Em 11 de julho, após passarem por quatro abrigos diferentes, os dois foram recebidos no Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Vida, localizado na Zona Norte da capital gaúcha, no dia de sua inauguração.“A gente nunca imaginou que fosse passar um ano fora de casa. Aqui nós fomos muito bem acolhidos, mas nada é como estar na nossa casa”, explicou Evaldo. “Sinto falta de poder fazer um pão, porque eu tinha uma padaria. A gente sente falta da nossa casa”, lamentou.Fruto de uma parceria entre Governo do Estado, a Agência da ONU para as Migrações (OIM), a Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre, os três CHAs instalados no RS chegaram a acolher, ao todo, 1.046 pessoas desabrigadas pelas enchentes. Os espaços foram criados como uma resposta emergencial às cheias, tornando-se referência em acolhimento humanitário e oferecendo condições dignas em cômodos separados, refeitório com quatro refeições diárias, espaços para crianças, adolescentes, lazer e animais de estimação, além de lavanderia.“Aqui eu me levanto às 6h da manhã, arrumo a Laurinha para ir para a creche. Depois volto, arrumo o quarto, lavo as roupas... É bom porque temos refeitório, a comida é boa, temos a nossa privacidade, mas seguíamos esperando”, relatou Evaldo. Ao final de abril, um pouco antes de completar um ano fora de casa, Evaldo e Laura receberam a notícia que tanto esperavam: seus nomes saíram na lista das famílias contempladas para as casas temporárias do Governo do Estado. “Ficamos quase um ano parados. Esse tempo aqui foi bom para a gente poder repensar na vida, no próximo... repensar em tudo. E a gente sempre espera o melhor”, relatou Evaldo. “Quando saiu a lista, ficamos muito felizes. Eu acho que, indo para essas casas, vamos ter uma vida ainda melhor do que a que a gente tinha antes”, comemorou. Moradias temporáriasConstruídas pelo Governo do Estado em parceria com as prefeituras, as moradias temporárias foram instaladas em diversos municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre e Canoas, onde ficam os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs). Na capital, são ofertados 80 módulos habitacionais e, em Canoas, 58. “Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou. É um momento alegre, poder sair, ir para a casa, voltar à rotina normal. Eu ainda não conheço muito a região, mas quem faz o lugar é a gente. Estou feliz”, destacou Evaldo. “A primeira coisa que vou querer fazer quando estiver na casa é fazer comida, fazer um pão”.Com 27m², as unidades são compostas por dormitório, sala e cozinha conjugadas, banheiro, mobiliário sob medida e eletrodomésticos. Durante o processo de realocação, a OIM oferece a logística das mudanças e o provimento imediato de cestas básicas e kits de higiene e limpeza. Além disso, tem oferecido apoio financeiro para compra de mobiliário, utensílios para as novas residências e, a depender da composição familiar, é ofertado um vale-alimentação que pode ser utilizado no período de três meses.“Estamos, enfim, no processo final da operação dos Centros Humanitários de Acolhimento. É com a sensação de dever cumprido que vemos cada família reconquistando sua independência após esse acolhimento tão necessário”, completou Sylvia Moreira, coordenadora de emergência da OIM no RS. “Esse resultado só foi possível graças à parceria de sucesso entre o poder público, o setor privado e a OIM, que atuaram em conjunto para encontrar as melhores soluções para as famílias afetadas”.Centros Humanitários de AcolhimentoEvaldo e Laura foram uma das mais de 300 famílias acolhidas nos três Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), ao longo dos mais de dez meses de funcionamento das estruturas. Para esse projeto inédito no Brasil, a OIM, a Agência da ONU para as Migrações, recebeu a maior doação global proveniente do setor privado em sua história, trabalhando sempre em conjunto com entes públicos.“Compreendemos que a articulação entre OIM, Governo do Rio Grande do Sul, Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre é um exemplo bem-sucedido de atuação emergencial, com potencial para ser replicado em outras operações no Brasil e no exterior,”, destacou Sylvia. “Essa operação se tornará uma grande referência de resposta a desastres”.Para além da estrutura de abrigamento, os CHAs foram espaço de reintegração socioeconômica, onde a Organização, ao lado de seus parceiros, pôde oferecer cursos profissionalizantes, direcionamento profissional e mutirões de empregabilidade, com o objetivo de garantir que a transição para a retomada da vida seja acompanhada de oportunidades.“Atuamos no Rio Grande do Sul para garantir não somente um espaço de abrigamento digno e seguro, mas também que todos tenham seus direitos garantidos e a esperança de reconstruir suas vidas após a catástrofe”, completou Sylvia.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br , filtered_html
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História
14 maio 2025
“Merendeira cozinha como quem prepara comida para seu filho”
“Os alunos são como nossos filhos do coração. Dá satisfação quando gostam da comida e se alimentam bem.”Quem diz isso é Josefa Graciene Ribeiro, a Graci, merendeira da Escola Municipal de Educação Prefeito Pedro Ferreira da Silva, da cidade de Limoeiro de Anadia (AL), que foi vencedora do Reality Show Vida de Merendeira em 2024. O reality Vida de Merendeira é uma iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE) em parceria com o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e tem como objetivo valorizar e dar visibilidade ao trabalho das merendeiras.O trabalho de Graci como merendeira começou em 2021. De lá pra cá, ela iniciou sua formação universitária em pedagogia, venceu o reality show, e começou a estudar também gastronomia. Hoje, ela cumpre a função de supervisora de merendeiras de várias escolas, um trabalho de apoio que contribui para que as escolas sigam seu manual de boas práticas.Graci tem 38 anos, é natural de Limoeiro de Anadia, onde nasceu e cresceu. É casada e tem um filho, Lucas, de 20 anos. Juntamente com seu marido, trabalhava na roça plantando mandioca e chegou a fazer um curso de bolos para vender. Sua vida deu a primeira guinada quando surgiu a oportunidade de trabalhar na escola como merendeira.O gosto por cozinhar vem de família:“Minha bisavó por parte de mãe era bem conhecida na região onde nós moramos porque ela cozinhava para festas de casamento e batizados. As pessoas adoravam a comida que ela preparava.”No trabalho como merendeira, as tarefas são bem divididas. “Quando é dia de frango, por exemplo, uma fica na construção, outra vai colocando os temperos, corta as verduras, e uma outra fica na preparação no fogo”, explica. Na escola, cerca de 250 a 300 crianças se alimentam todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, quando há aulas para a Educação de Jovens e Adultos. “Cozinhar para pouca gente é uma coisa. Mas na escola é diferente, tudo em quantidade. Para macarronada, nós fazíamos 25 pacotes de macarrão; para fazer um cuscuz, leva 15 pacotes de fubá.”No início, ela participou de capacitações com a nutricionista e algumas equipes do SEBRAE e do SENAI, onde aprendeu a evitar desperdícios e variar o preparo das refeições. As dicas são muito interessantes: “quando a banana está madura demais, uma parte é congelada, e outra, dá para fazer bolo. A macaxeira, ao invés de servir apenas de um jeito, nós fazemos torta de frango. A abóbora, dá para aproveitar a casca e a semente”, e por aí vai.A nutricionista da escola, Janaína Barbosa de Oliveira, também vencedora do Reality juntamente com Graci, é a responsável pelo preparo do cardápio. “Mas fazemos uma parceria. Ela sempre pede a opinião das merendeiras. E quando algum prato não é bem aceito pelos alunos, nós, merendeiras, damos sugestões para adaptar a receita”, conta.A receita vencedora do reality "Vida de Merendeira", o Frango Xadrez ao molho de laranja e abacaxi acompanhado de purê de abóbora com semente de abóbora e licuri, foi criada com o incentivo da nutricionista Janaína. “A única sugestão dela foi para eu acrescentar a farofa de licuri, coquinho que é muito comum na região.” Ter participado do reality trouxe um grande impacto na vida de Graci. Ela teve oportunidade de viajar para São Tomé e Príncipe, para participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “uma experiência inesquecível”, segundo ela.“Quando chegamos, as merendeiras de lá estavam fazendo uma baita de uma panela de comida no fogão à lenha, que elas mesmas racharam.” Ela conta que os alunos, muitas vezes, levam suas próprias vasilhas, já que a escola não tem pratos e canecos suficientes para todos. “Lá, a simplicidade predomina, mas tudo é limpo e organizado, e as crianças são muito acolhedoras.” Entre as especialidades locais, ela conta que na comida da escola tinha muita banana e fruta-pão, consumidas de várias maneiras. Atualmente, Graci está realizando seu sonho que é cursar as faculdades de pedagogia e de gastronomia. “Pretende concluir os cursos no próximo ano, se Deus quiser”.Ela acredita que o reality Vida de Merendeira foi uma excelente oportunidade para as merendeiras mostrarem o seu trabalho:“As merendeiras cozinham como se tivessem fazendo a comida para seu filho, porque cada um na escola se torna filho no seu coração, e ela fica feliz quando a criança se alimenta bem. Muitas crianças não têm comida em casa e acabam indo para a escola sem se alimentar. Para elas, a refeição escolar é, muitas vezes, a principal do dia. O reality ajuda as pessoas a conhecerem essa realidade e a valorizarem a merendeira.”Para saber mais, siga @wfpbrasil nas redes e visite a página: https://centrodeexcelencia.org.br/Assista ao episódio final do reality show no YouTube: , filtered_html
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História
13 maio 2025
“Me sinto uma guardiã da natureza”
Marcela Toledo foi criada por uma família intimamente ligada à natureza. Nascida em São João da Barra, município de 36 mil habitantes da região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, ela tem em suas raízes a agricultura familiar e a pesca artesanal. Desde cedo, aprendeu a valorizar e preservar o meio ambiente, essencial para a subsistência e o sustento de seus familiares. Sua primeira formação foi em história, movida pela ânsia de conhecer o passado para pensar nas ações do presente. Passou a lecionar para jovens do município e do estado. “Com a experiência, tornei-me secretária de Agricultura e, nessa época, colaborei com diversos projetos voltados para a sustentabilidade ambiental e a produção agroecológica.”Foi uma virada que veio para ficar. Em 2020, Marcela prestava assistência às pessoas afetadas pelas enchentes que ocorreram no município, mantendo um olhar atento para o meio ambiente. Foi então que ela passou a liderar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos de São João da Barra, cultivando um extenso currículo que inclui estudos em gestão ambiental, recursos hídricos e gestão de resíduos sólidos.“Me sinto uma guardiã da natureza, como os povos originários que defendem seu território e sua natureza, entendendo que o ser humano é parte do meio ambiente e não superior a ele. Somos tão importantes quanto os outros agentes que compõem nosso ecossistema. Estar à frente da secretaria é uma oportunidade de materializar esse sentimento e ampliar o raio de atuação que eu teria individualmente como cidadã.” Ciclo VerdeComo herança de sua história com a agricultura familiar e a percepção sobre os desafios ambientais da região, ela esteve à frente da criação da iniciativa “Ciclo Verde: gestão de resíduos sólidos e recursos hídricos em São João da Barra”. O projeto implementa um sistema de trituração de resíduos da construção civil e da poda de árvores para reaproveitamento na agricultura familiar e em obras públicas – inovação que economiza recursos públicos, evita o descarte irregular e promove a economia circular.Os resíduos da construção civil são destinados para diferentes usos dentro do município, sendo reaproveitados em obras públicas e na recuperação ambiental. Isso envolve a pavimentação de estradas, a estabilização de encostas e o controle de erosão. Além disso, o projeto também reduz a irrigação nas propriedades rurais por meio da trituração de resíduos da poda de árvores, o que contribui para evitar o desperdício de recursos hídricos na produção agrícola e na drenagem. A retirada de resíduos das ruas para reaproveitamento não apenas melhora a limpeza urbana e previne a obstrução das galerias pluviais, mas também reduz os impactos das mudanças climáticas e promove o uso eficiente de materiais que seriam descartados.A gestora conta sobre como é importante o processo de troca com população local na implementação da iniciativa. "O conselho ambiental é o espaço de diálogo entre a gestão ambiental e a comunidade. O Ciclo Verde é uma resposta aos anseios já manifestados pelos produtores rurais. É nesse espaço que incentivamos práticas sustentáveis mais adequadas, como a conscientização sobre o uso de agrotóxicos e o descarte correto de embalagens, com a implementação de uma política reversa para sua coleta”, afirma Marcela.Desafio dos ODSEm novembro, a iniciativa de Marcela foi reconhecida pelo ONU-Habitat. Ela foi vencedora da categoria “ODS 11: Territórios Resilientes” do Desafio dos ODS, que premiou dez soluções criativas para problemas locais relacionados ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A iniciativa foi promovida pelo projeto Rio Inclusivo e Sustentável, parceria do ONU-Habitat com o Governo do Estado do Rio de Janeiro por meio da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade para promover a resiliência climática nas 92 cidades do estado. Ao longo de seis meses, o Desafio dos ODS mobilizou mais de 500 servidores de 86 municípios e nove comitês de bacia hidrográfica do Rio de Janeiro para aprender sobre a Agenda 2030 e o papel dos governos locais na sua implementação. Marcela estava entre eles.Na primeira etapa, a Jornada do Desafio promoveu 13 encontros presenciais em nove regiões hidrográficas, incentivando soluções inovadoras e a integração entre municípios. A segunda etapa, o Laboratório Virtual, contou com oito reuniões online para aprofundar temas essenciais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao final, o concurso de boas práticas premiou as iniciativas com maior impacto e potencial de replicação. Os dez premiados foram anunciados em uma cerimônia durante o G20 Social, em novembro.Segundo a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Ana Asti, essa iniciativa representa um marco na política pública de trabalho com as cidades:“A parceria do Governo do Estado com o ONU-Habitat traz a possibilidade de um diálogo especializado sobre os territórios e de uma reflexão sobre como as cidades do Rio de Janeiro estão preparadas para territorializar sua agenda de sustentabilidade. Todas as experiências e melhores práticas fruto dessa parceria trazidas de outras regiões, tanto do Brasil quanto de outros países, acabam sendo um manancial de possibilidades e projetos a serem aplicados no estado do Rio de Janeiro, adaptados às vocações e características locais, impulsionando a transformação para uma agenda positiva e propositiva da sustentabilidade.”União regionalComo gestora pública, Marcela comenta as dificuldades de trabalhar a Agenda 2030 e os ODS de forma integrada e prioritária nos municípios diante de demandas urgentes como os crimes ambientais. Para ela, a participação no Desafio dos ODS foi fundamental para ampliar a discussão sobre essa temática na cidade e para aprofundar o conhecimento das equipes locais na busca pelos ODS.Marcela destaca que o grande valor das iniciativas e da vitória na premiação está na possibilidade de aplicação dos conhecimentos em outros municípios. “O portfólio de iniciativas estará acessível para que todos possam acompanhar como os municípios estão repensando e aprimorando suas estratégias de atuação”, afirma a gestora.Um dos momentos mais marcantes para Marcela foi a interação com o município de Campos, vizinho de São João da Barra, que solicitou seu apoio para se candidatar ao concurso. Para ela, a prioridade era a colaboração e parceria, mesmo entre concorrentes do concurso. A participação de mais municípios próximos era do seu interesse para ampliação da visibilidade da região."Queríamos que todos fossem vitoriosos. Somos o único município vencedor na região Norte e Noroeste do estado, e representar essa região foi muito significativo para mim. Estar no G20 Social não é apenas sobre São João da Barra, mas sobre minha região como um todo. Me senti representante de um grupo maior."Para além do concurso, ela vê uma continuidade na integração entre os municípios em prol da construção de um estado mais resiliente, o que ganha força através do projeto. Ela destaca que existe uma crescente sensibilidade para uma gestão ambiental vista de forma conjunta."Ao lançar um projeto que oferece capacitações e apoio aos municípios, promovendo inclusão e visibilidade, estamos criando um momento de integração. Mais do que uma ação pontual, trata-se de um processo contínuo."Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! , filtered_html
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História
02 maio 2025
“Não são números, são vidas”
Tudo começa com um levantamento dos estudantes que acumularam três ou mais faltas sem justificativa. A partir daí, o registro desses alunos passa a fazer parte de um processo de monitoramento com o objetivo de entender os motivos que estão impedindo a frequência escolar e quais ações podem ser tomadas para evitar o abandono.É assim que a EMEF Valdici Alves Baier, localizada no município de Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES), vem atuando para que nenhum dos seus 800 estudantes, do 2º ao 9º ano do ensino fundamental, pare de estudar. Cariacica é um dos 78 municípios do Espírito Santo que readeriram à BAE com o compromisso de enfrentar o risco de abandono e a evasão escolar no EstadoFigura chave para esse trabalho é o coordenador de Busca Ativa Escolar, Leandro Firmino Rocha. Leandro atua na área da Educação há 11 anos, mas há três assumiu a missão de garantir que todo menino e menina matriculado na EMEF Valdici Alves Baier não deixe de frequentar as aulas. “Depois desse levantamento, eu ‘busco’ cada aluno. Isso significa entrar em contato com a família dessa criança ou adolescente, seja por telefone ou pessoalmente, para comunicar o que está acontecendo e entender se a família está acompanhando o caso ou não.”O educador conta que, muitas vezes, a família não tem conhecimento das faltas. Em outras, apesar de saber, não entende como pode reverter a situação ou não consegue fazer sozinha. É nesses momentos que uma aliança com a escola é formada e a Busca Ativa Escolar apoia a revinculação do estudante.“A gente chama a família na escola, senta todo mundo e conversa sobre a importância desse menino ou menina estar matriculado e frequentar as aulas. Explicamos a importância da educação na vida de uma pessoa. Com isso, a família passa a entender que, de fato, esse aluno precisa estar dentro da escola. A partir disso, família e escola passam a atuar juntas e a monitorar se a frequência está melhorando ou não”, fala.“Uma das coisas que mais me motiva é quando não são nem sete horas da manhã e eu vejo um pai ou uma mãe com o filho no portão da escola para garantir que esse menino ou menina não vai faltar. É gratificante. Ou quando alguém da família liga e pede para conferirmos se o aluno chegou aqui de fato. O interesse da família é muito importante”, disse. Para além do monitoramento da frequência, o educador explica que o processo também compreende a reconquista daquele estudante, ou seja, estratégias para que ele volte a gostar de estar na escola e a aproveitar o que um ambiente de ensino tem para oferecer. Na EMEF Valdici Alves Baier, por exemplo, meninos e meninas passam a ser convidados para fazer parte de projetos especiais, como a horta da escola.“A gente faz uma reintegração para além do aprendizado. A gente tem feito uns trabalhos bem legais. Porque os estudantes pensam ‘Ah, eu vou para a escola ficar assim sentado’. E a gente quer mostrar que tem coisas legais para serem feitas na escola. São trabalhos diferenciados que são feitos, que fazem com que estudante passe a ter um interesse maior em estar dentro da sala de aula.”Todo esse esforço tem gerado resultados. Nos primeiros levantamentos realizados pela escola, 116 estudantes estavam em risco de evasão. Hoje, a lista está zerada. Além disso, desde 2021 o município de Cariacica vem utilizando a plataforma da Busca Ativa Escolar para o registro e monitoramento de casos de risco e de evasão escolar. Até o momento, a cidade já alcançou mais de 1.390 rematrículas cadastradas no sistema.Sobre a Busca Ativa EscolarA Busca Ativa Escolar é uma estratégia que tem o objetivo de apoiar os governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).No Espírito Santo, para ações de Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP, distribuidora de energia elétrica do estado, e com o apoio técnico do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/ , filtered_html
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História
29 abril 2025
“Pensei em desistir, mas encontrei pessoas que me apoiaram”
Entre 2023 e 2024, enquanto cursava o sétimo e o oitavo ano do ensino fundamental, a adolescente Ashley Rodrigues Ferreira, de 15 anos, quase desistiu da escola. Ela estava enfrentando desafios em sua vida pessoal que afetavam não só a concentração nos estudos, mas também sua saúde emocional. “Eu estava com diversos problemas e pensei em desistir, mas encontrei pessoas que me apoiaram.”Essas pessoas a quem a adolescente se refere são os profissionais da EMEF Valdici Alves Baier, localizada no município de Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES), cidade que vem implementando a estratégia Busca Ativa Escolar (BAE). No estado, todos os 78 municípios aderiram à estratégia, assumindo um compromisso de enfrentar o risco de abandono e a evasão escolar.Ao perceber que Ashley apresentava muitas faltas e um risco de evasão, a instituição abriu um diálogo com a adolescente para entender a situação. “Passaram a me perguntar por que eu não estava frequente nas aulas. Falei que estava com vários problemas. Mas a pedagoga, o coordenador, me disseram para não desistir. Que eles estavam lá para me ajudar”, disse.Durante essa fase, além de a escola compartilhar o caso com o Comitê local da BAE, todos os dias, Ashley recebia um apoio individual de algum membro da gestão escolar. Foram meses até a adolescente se fortalecer para permanecer na escola. Hoje, consciente da importância da própria educação, Ashley passou a escrever cartas para cada profissional que atua na escola, desde a direção àqueles que trabalham com a merenda escolar ou na limpeza do prédio. Segundo a adolescente, todos precisam de motivação, não somente os estudantes.“Eu pensei que seria bom escrever cartinhas porque os coordenadores e diretores também se sentem cansados. Aí comecei a fazer as cartas para a diretora, para as secretárias, as pessoas que atuam na limpeza. É tão legal que a gente tem esse carinho deles. Mesmo eles também tendo problemas eles tiram um tempinho para falar com a gente, nos incentivar. Meu pedido é que eles não desistam da gente.”Um dos ganhadores das cartinhas foi o coordenador Maciel de Oliveira. “Recebi uma primeira carta com várias sugestões de melhorias para a e escola e uma outra agradecendo o meu apoio. Isso é um presente para quem trabalha com educação. Uma recompensa pelo nosso trabalho e pela amizade que tentamos estabelecer com nossos alunos", relata. Sobre o futuro, Ashley, que gosta muito de ler, pretende concluir os ensinos fundamental e médio e cursar uma faculdade para se tornar uma cientista ou arqueóloga:“Você não vai conseguir praticamente quase nada da sua vida sem estudo. Na escola a gente aprende também sobre a vida, sobre respeito.”Sobre a Busca Ativa EscolarA Busca Ativa Escolar é uma estratégia que tem o objetivo de apoiar os governos na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Ela foi desenvolvida pelo UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).Desde 2021 o município de Cariacica vem utilizando a plataforma da Busca Ativa Escolar para o registro e monitoramento de casos de risco e de evasão escolar. Até o momento, a cidade já alcançou mais de 1.390 rematrículas cadastradas no sistema.No Espírito Santo, para ações de Busca Ativa Escolar, o UNICEF conta com a parceria estratégica da EDP, distribuidora de energia elétrica do estado, e com o apoio técnico do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://buscaativaescolar.org.br/ , filtered_html
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Notícias
30 maio 2025
UNIDO impulsiona agenda industrial do BRICS
A 9ª Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS, realizada no Palácio Itamaraty em Brasília (DF), no dia 21 de março, marcou um novo passo na cooperação entre as economias emergentes do grupo. Sob a presidência brasileira, os países do BRICS participantes do encontro aprovaram a Declaração Conjunta reafirmando o compromisso com uma agenda industrial inovadora, sustentável e inclusiva.Um dos principais destaques da declaração foi o reconhecimento do papel estratégico da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) como parceira de implementação de iniciativas voltadas à transformação produtiva e tecnológica em países membros do BRICS, em especial através do recém-lançado Centro BRICS para Competências Industriais (BRICS Centre for Industrial Competencies – BCIC).O BRICS é um grupo intergovernamental composto por 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita (este último, participando como membro em status especial até que o país confirme oficialmente o seu ingresso no grupo). Além disso, inclui 9 países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. O agrupamento político-diplomático também é chamado de BRICS+, em função de suas expansões recentes.O BCIC, lançado na sede da UNIDO em Viena (Áustria) em abril de 2025, foi criado para reunir esforços e recursos dos países do BRICS em prol do desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. A plataforma internacional funcionará como uma rede de centros nacionais de competências, com foco em inovação tecnológica, transformação digital, capacitação profissional e apoio a pequenas e médias empresas (PMEs). Além de promover o acesso ao mercado, o BCIC facilitará parcerias comerciais e a troca de soluções entre os participantes.A UNIDO será responsável por promover a articulação entre os centros nacionais no BCIC, além de facilitar o intercâmbio técnico e a mobilização de recursos.A iniciativa está inserida na Parceria BRICS para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), mecanismo de cooperação estabelecido pelo BRICS em 2021 para coordenar políticas de inovação em tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA) e robótica.A 9ª Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS foi liderada pelo vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.“Agradecemos à UNIDO por seu apoio substancial à vertente industrial do BRICS e ao mecanismo multilateral PartNIR, mobilizando os países em prol do desenvolvimento industrial sustentável”, disse Geraldo Alckmin.Em seu pronunciamento, o vice-diretor-geral da UNIDO e diretor executivo da Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável da organização, Ciyong Zou, agradeceu ao governo brasileiro por sediar a reunião, e chamou a atenção para a importância do fomento à inovação nas economias dos BRICS.“Adaptar-se à Nova Revolução Industrial não é uma escolha, mas uma necessidade. Para tornar essa revolução inclusiva e sustentável, precisamos enfatizar a cooperação, o aprendizado compartilhado e a ação coletiva”, disse Ciyong Zou.Além de Geraldo Alckmin e Ciyong Zou, participaram da reunião os seguintes Chefes de Delegação: ministro da Indústria da Indonésia, Agus Gumiwang Kartasasmita; embaixador da Etiópia no Brasil, Leulseged Tadese; vice-ministro da Indústria da China, Jijun Xiong; ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França; embaixadora do Egito no Brasil, Mai Taha Mohamed Khalil; conselheiro econômico do Ministério do Comércio e Indústria da Índia, Agrim Kaushal; vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Alexey Gruzdev; secretário-adjunto para Comércio Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al Kait; e diretor-geral do Departamento de Comércio, Indústria e Competição da África do Sul, Lindelwa Simphiwe Hamilton.Reuniões bilateraisA UNIDO também reforçou sua parceria com o governo brasileiro por meio de reuniões bilaterais feitas durante a semana do evento, envolvendo os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); das Relações Exteriores (MRE); do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP); e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).A agenda incluiu ainda encontros com atores estratégicos do setor produtivo brasileiro, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).As discussões abrangeram temas como a formação de um centro nacional de competências no Brasil para inclusão no BCIC, descarbonização de setores-chave da indústria nacional, economia circular, inteligência artificial, capacitação técnica, mapeamento estratégico de PMEs, desenvolvimento regional e cooperação Sul-Sul.Também foi considerada a assinatura de Memorandos de Entendimento (MoU) com os ministérios e instituições colaboradoras para aprofundar a parceria institucional com a UNIDO, bem como iniciativas voltadas para a COP30, que vai acontecer em novembro deste ano em Belém (PA).Pela UNIDO, participaram das reuniões o vice-diretor-geral e diretor executivo de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável, Ciyong Zou; o oficial de Desenvolvimento Industrial da Divisão de Transformações Digitais e Inteligência Artificial, Aleksei Savrasov; o representante da UNIDO no Brasil, Clovis Zapata; e especialistas do escritório da agência em Brasília.Sobre a UNIDOA Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) é a agência especializada da ONU para a promoção do desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. Sua missão está diretamente ligada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 9, com ações que contribuem para todos os demais ODS da ONU. A agência apoia seus 173 Estados-membros por meio de quatro funções principais: cooperação técnica; pesquisas aplicadas e assessoramento de políticas públicas; definição de normas e padrões; e promoção de parcerias para transferência de conhecimento e tecnologia.A UNIDO atua no Brasil combinando representação institucional e execução de projetos, com uma equipe especializada que coordena e implementa projetos de cooperação em parceria com os setores público e privado.Para saber mais, siga @unido_org nas redes sociais! , filtered_html
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Notícias
30 maio 2025
Enfrentando a crise global de moradia: Assembleia das Nações Unidas para o Habitat é aberta com um chamado urgente à ação
A sessão de retomada da segunda Assembleia das Nações Unidas para o Habitat foi oficialmente aberta nesta quinta (29), na sede do ONU-Habitat em Nairóbi, no Quênia, com uma mensagem clara e urgente: a crise global da moradia exige uma ação imediata e coordenada.No contexto latino-americano, e especialmente no Brasil, a crise habitacional assume contornos específicos e desafiadores. Mais de 6 milhões de famílias vivem em déficit habitacional no país, enquanto assentamentos informais e favelas continuam a crescer em meio à rápida urbanização e à desigualdade estrutural. A liderança da brasileira Anacláudia Rossbach à frente do ONU-Habitat traz uma perspectiva enraizada na realidade da região, onde a luta por moradia digna está diretamente ligada a temas como justiça social, combate ao racismo estrutural e resiliência climática.O cenário torna-se ainda mais alarmante quando ampliamos o olhar para a escala global. “Estamos vivendo uma crise global de moradia que piora a cada dia. Quase três bilhões de pessoas não têm acesso a uma moradia adequada, segurança da posse da terra e nem mesmo aos serviços mais básicos, como água e saneamento. Se não for enfrentada, essa crise se configura como uma emergência humanitária”, afirmou Anacláudia Rossbach, subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva do ONU-Habitat. Novo Plano EstratégicoA Assembleia das Nações Unidas para o Habitat, órgão global de tomada de decisão sobre urbanização sustentável, composta por 193 países, está reunida para considerar a adoção do Plano Estratégico da ONU-Habitat para 2026–2029. O novo plano se concentra no avanço da moradia adequada, da segurança da posse da terra e dos serviços básicos – especialmente em assentamentos informais e favelas – como parte de uma resposta global à crise da moradia. Essa abordagem integrada apoia três áreas de impacto global: prosperidade inclusiva, ação climática e ambiental, e resiliência e recuperação.A estratégia reflete as prioridades do Pacto para o Futuro, que destacou a necessidade de garantir o acesso universal à habitação adequada, segura e acessível, ao mesmo tempo em que apoia os países em desenvolvimento na construção de cidades resilientes, inclusivas e sustentáveis.O Diálogo de Alto Nível sobre Habitação Adequada da Assembleia, realizado na tarde do primeiro dia da assembleia, ofereceu aos Estados-Membros uma plataforma para moldar uma resposta coordenada e ambiciosa à crise da habitação.Segundo estimativas do ONU-Habitat, mais de 1,1 bilhão de pessoas vivem em favelas ou assentamentos informais e mais de 300 milhões enfrentam situação de sem-teto absoluto.No Brasil, diversas iniciativas estruturadas vêm enfrentando esses desafios com foco na inclusão social. Programas de habitação com ênfase nas populações de baixa renda se destacam como políticas públicas importantes para a provisão habitacional no país.Em entrevista à ONU News, a diretora-executiva Anacláudia Rossbach, que trabalhou na assistência técnica de diversos programas habitacionais antes de assumir seu cargo no ONU-Habitat, compartilhou sua experiência:“Embora não sejam programas perfeitos, eles transformaram vidas em escala significativa. Conheço pessoas que moravam em barracos de madeira e hoje vivem em casas dignas, em bairros integrados à cidade. Essa mudança impactou não apenas suas vidas, mas também as das futuras gerações."Paralelamente, iniciativas como a Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) têm ganhado força, promovendo melhorias habitacionais em assentamentos informais por meio da participação direta das comunidades. Esses esforços refletem o compromisso do Brasil em avançar soluções habitacionais mais justas, sustentáveis e centradas nas pessoas. HistóricoEm sua segunda sessão, realizada em 2023, a Assembleia do ONU-Habitat adotou duas resoluções: uma sobre Moradia Adequada para Todas as Pessoas e outra sobre Aceleração da Transformação de Assentamentos Informais. A resolução sobre habitação reafirmou o direito à moradia adequada, convocou uma abordagem holística e baseada em direitos, e estabeleceu um Grupo de Trabalho Intergovernamental de Composição Aberta sobre Moradia Adequada, que se reuniu pela primeira vez em dezembro de 2024. Iniciou-se também a criação de uma plataforma pública de habitação adequada para consolidar dados, compartilhar conhecimentos e orientar a formulação de políticas baseadas em evidências.Espera-se que a sessão de retomada da segunda Assembleia das Nações Unidas para o Habitat adote o novo Plano Estratégico para orientar o trabalho da organização nos próximos quatro anos, de 2026 a 2029.Sobre o ONU-Habitat O ONU-Habitat é a entidade das Nações Unidas responsável pela urbanização sustentável. Está presente em mais de 90 países, apoiando formuladores de políticas e comunidades na criação de cidades e vilas social e ambientalmente sustentáveis. O ONU-Habitat promove mudanças transformadoras nas cidades por meio de conhecimento, aconselhamento em políticas públicas, assistência técnica e ação colaborativa. Para saber mais, visite unhabitat.org ou siga-nos nas redes sociais @unhabitat e @onuhabitatbrasil. Contatos para a imprensa: Sede do ONU-Habitat em Nairóbi: unhabitat-media@un.orgONU-Habitat no Brasil: alexia.saraiva@un.org e flavia.scholz@un.orgFotosFotos da Assembleia estão disponíveis neste link., filtered_html
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Notícias
29 maio 2025
De bilhões a trilhões: Relatório da ONU revela o verdadeiro custo dos desastres e como reduzi-los
Os desastres estão cada vez mais onerosos, e seus impactos frequentemente subestimados. O Relatório de Avaliação Global sobre Redução do Risco de Desastres (GAR) 2025 revela que os custos diretos de desastres já chegam a aproximadamente US$ 202 bilhões por ano. No entanto, quando também considerados os custos indiretos e os impactos sobre os ecossistemas, o valor real ultrapassa US$ 2,3 trilhões. Esse fardo financeiro — e a dívida gerada — recai de forma desproporcional sobre os países em desenvolvimento; mas essa realidade pode ser transformada.Lançado pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR) nesta terça (27), o relatório GAR 2025 destaca como o alinhamento de investimentos com a realidade dos riscos pode romper os ciclos de endividamento, falta de cobertura de seguros e crescente demanda de ajuda humanitária.“O Relatório de Avaliação Global sobre Redução do Risco de Desastres deste ano fez uma análise dos riscos associados aos desastres de agora até 2050 e apresentou uma argumentação em defesa da ação proativa que é irrefutável. O relatório expõe as perdas impressionantes que os desastres já estão causando, afetando especialmente as populações mais vulneráveis. Também demonstra que, se continuarmos neste caminho, os custos continuarão a aumentar com o agravamento da crise climática. No entanto, o relatório também mostra que, ao manter e fortalecer os investimentos em redução e prevenção de riscos, podemos desacelerar essa tendência e gerar benefícios econômicos — salvando vidas e meios de subsistência, impulsionando o crescimento e a prosperidade, e contribuindo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,” escreveu o secretário-geral da ONU, António Guterres, no prefácio do relatório. O relatório mostra como os custos econômicos dos desastres já impactam o mundo inteiro — desde o surgimento de áreas onde o risco é tão alto que as seguradoras se recusam a oferecer cobertura, até o aumento das dívidas nacionais e a repetição de crises humanitárias.Contudo, o documento também traz estudos de caso e recomendações de políticas sobre como o investimento em resiliência pode conter o aumento dos custos econômicos dos desastres, reduzir a demanda por ajuda humanitária e ampliar a eficácia dos limitados recursos de assistência internacional.“Investir de forma sistemática e consistente na redução do risco de desastres e na resiliência não apenas interrompe essas tendências, como também pode revertê-las. Quando as comunidades ribeirinhas têm acesso a ferramentas científicas para planejar o uso do solo, quando contam com recursos para construir sistemas de proteção contra inundações e quando dispõem de sistemas de alerta precoce, elas não apenas reduzem os danos e perdas causados por enchentes, mas também criam condições para a prosperidade e o crescimento sustentável em suas comunidades,” afirma o representante especial do secretário-geral da ONU para Redução do Risco de Desastres e chefe do UNDRR, Kamal Kishore. As conclusões do GAR 2025 são especialmente relevantes às vésperas da 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento. O relatório apresenta caminhos concretos para fortalecer o financiamento multilateral e proteger as pequenas economias em desenvolvimento. Também ressalta o papel fundamental do setor privado na redução dos prejuízos econômicos causados por desastres e na superação da lacuna de proteção que mantém muitos países presos em um ciclo de perdas e reconstrução contínuas. O aumento da quantidade e da qualidade dos investimentos em redução de risco de desastres — desde sistemas de alerta precoce até infraestrutura essencial e escolas — será um dos temas centrais das discussões durante a Plataforma Global para Redução do Risco de Desastres, que o UNDRR realiza de 2 a 6 de junho, com apoio do Governo da Suíça, em Genebra.Para saber mais, siga @undrr nas redes e acesse a página interativa do relatório GAR 2025 e baixe o relatório completo (em inglês): , filtered_html
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30 maio 2025
ARTIGO: As Operações de Paz da ONU são uma ferramenta que salva vidas — e um investimento inteligente
Neste mês de março, cerca de 35 anos depois que as Nações Unidas encerraram um capítulo histórico de sua atuação em operações de paz, a Namíbia empossou Netumbo Nandi-Ndaitwah como sua primeira mulher presidente eleita democraticamente.Em 1989, mesmo diante de uma crescente instabilidade global e de uma crise financeira na ONU, os Estados-membros se uniram para lançar o Grupo de Assistência de Transição das Nações Unidas (UNTAG) — uma missão de paz multidimensional que ajudou a conduzir a Namíbia à independência.O UNTAG não se limitou a monitorar um cessar-fogo na Namíbia. A missão ajudou a organizar e garantir as primeiras eleições livres e justas do país, protegeu civis, verificou a retirada de tropas e apoiou a transição democrática em um território vasto e remoto. Foi uma missão pioneira em abordagens que hoje são pilares das operações modernas de paz, como policiamento da ONU, monitoramento de direitos humanos, apoio eleitoral e uma robusta campanha de informação pública.Atualmente, as Operações de Paz da ONU estão em um ponto crítico. O cenário global é perigoso e complexo. Crises surgem rapidamente e se espalham ainda mais depressa, agravadas pela polarização política internacional, pelo crime transnacional, pelo terrorismo, por um crescente senso de impunidade e pelo enfraquecimento do direito internacional.Os capacetes azuis — reconhecidos mundialmente — contam com amplo apoio internacional. Agora, mais do que nunca, continuam na linha de frente — protegendo civis, mantendo posições estratégicas e criando o espaço necessário para que a diplomacia funcione. Mas, diante da crescente instabilidade e das crescentes pressões financeiras, a eficácia das operações de paz depende de investimentos em seu futuro.Capacetes azuis na linha de frenteO trabalho dos nossos capacetes azuis — homens e mulheres que servem longe de seus lares para ajudar outras pessoas a viverem em paz — é exigente e complexo, mas também é perigoso. Desde janeiro de 2024, sofremos 78 fatalidades. Muitos outros ficaram feridos. O sacrifício deles, assim como o serviço prestado por mais de 68 mil militares, policiais e civis sob a bandeira da ONU — incluindo forças uniformizadas de 119 países — representa um compromisso real com a paz e a segurança.Em 11 missões, grandes e pequenas, os capacetes azuis atuam em alguns dos contextos mais voláteis do mundo. Na República Democrática do Congo, nossa missão, a MONUSCO, ajuda a proteger civis da violência e apoia o diálogo e o desarmamento. No Líbano, a UNIFIL continua sendo uma presença estabilizadora ao longo da Linha Azul, mesmo em meio a constantes trocas de fogo. No Sudão do Sul, a UNMISS trabalha para evitar o retorno à guerra civil, reforçando a segurança e promovendo o diálogo e a negociação nos âmbitos local e nacional. Na República Centro-Africana, a MINUSCA continua protegendo populações vulneráveis em todo o país e apoia os preparativos para as primeiras eleições locais em décadas. E, em Chipre, os(as) capacetes azuis da UNFICYP seguem reduzindo tensões e mantendo uma faixa de segurança para promover a estabilidade e a confiança entre comunidades.Muitas dessas missões enfrentam desafios que refletem complexidades mais profundas: mandatos confusos ou de difícil execução, apoio político ambíguo em níveis local e internacional, ausência de uma definição clara sobre os resultados finais e um crescente desequilíbrio entre expectativas e recursos disponíveis.Investir nas operações de pazO ano de 2025 é decisivo. Enquanto celebramos o 80º aniversário da ONU, a Alemanha — parceira histórica das operações de paz — sediou, neste mês, uma Reunião Ministerial de Operações de Paz da ONU, em Berlim. Ministros(as) da Defesa e das Relações Exteriores de todo o mundo se reuniram para declarar seu apoio inequívoco e concreto aos capacetes azuis. Mais da metade das 130 delegações presentes fizeram promessas tangíveis para fortalecer as missões, torná-las mais seguras e mais eficazes.Foram debatidos o futuro das missões de paz e formas de reformar esse instrumento para garantir que nossas operações sigam sendo adaptáveis, inovadoras, economicamente eficientes e resilientes. Assim como aconteceu na Namíbia no início dos anos 1990, as operações de paz da ONU sempre se adaptaram e alcançaram resultados em contextos em constante mudança. A partir de agora, será necessário aproveitar esse impulso para garantir que as operações sejam mais enxutas, eficientes e adequadas às necessidades atuais.É fundamental destacar que as operações de paz não são apenas uma ferramenta que salva vidas — são um investimento inteligente. Geram retorno, reduzem a violência e ajudam a construir uma paz duradoura. Do Camboja ao Timor-Leste, de El Salvador à Libéria, as operações de paz da ONU apoiaram transições da guerra para a paz, a um custo ínfimo se comparado aos gastos militares globais. Essas conquistas não são apenas registros históricos: são a base da estabilidade regional.As operações de paz da ONU precisam — e vão — continuar evoluindo. As missões poderão ser implantadas em parceria ou com o apoio de organizações regionais, como a União Africana. Poderão ser menores, mais tecnológicas e mais especializadas. Mas seu propósito central continuará sendo o mesmo: apoiar soluções políticas, proteger os mais vulneráveis e abrir caminho para uma paz sustentável.Se a história nos ensina algo, é que as operações de paz podem alcançar resultados quando recebem os investimentos necessários e quando mantemos o compromisso. O sucesso se mede não apenas pelo que acontece, mas também pelo que é evitado: violências que não ocorreram, escaladas que foram prevenidas e espaços que foram abertos para a diplomacia funcionar.Ignorar essa verdade, conquistada com muito esforço, seria um erro com consequências graves — o fechamento das missões no Mali, no Sudão e no Haiti, e a escalada da violência nesses países, são exemplos claros. Para não cair nessa armadilha, é essencial manter prontidão e capacidade para atuar rapidamente, sempre que formos chamados. Há 35 anos, o mundo se uniu para lançar o UNTAG, uma missão de paz inovadora que ajudou a Namíbia a trilhar seu caminho como nação independente. Hoje, esse mesmo espírito de unidade, inovação e determinação é mais uma vez necessário. Se falharmos agora, corremos o risco de colocar a perder décadas de progresso e as esperanças de milhões de pessoas que dependem das operações de paz para proteger seu futuro.Para saber mais, siga @unpeacekeeping nas redes e visite a página especial da ONU Brasil sobre as Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas. , filtered_html
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28 maio 2025
ONU apoia capacitações para fortalecer a qualidade regulatória no Brasil
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), organismo da ONU especializado em infraestrutura e gestão de projetos, vem apoiando a Controladoria-Geral da União (CGU) em uma iniciativa para fortalecer a capacidade regulatória em órgãos e entidades públicas brasileiras. Ao longo dos últimos 10 meses, foram realizadas sete oficinas de formação, para 237 pessoas, de diversos setores. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e discutir aspectos técnicos, econômicos, jurídicos e processuais da regulação, além de trocar experiências, desafios e compartilhar boas práticas na área. A analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Thais Xavier foi uma das participantes. “As capacitações contribuíram diretamente para a formação técnica de servidores e equipes de apoio, promovendo maior qualificação da atuação no setor”, avaliou, destacando como a iniciativa melhora o acompanhamento de serviços concedidos à iniciativa privada. Os participantes também puderam dialogar com especialistas convidados em rodas de conversa sobre os desafios e oportunidades da regulação. O coordenador de Monitoramento e Avaliação do Resultado Regulatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) Raimisson Costa foi um dos convidados. “Pude compartilhar minha vivência e refletir com os participantes sobre os desafios e as oportunidades do processo regulatório. Foi gratificante perceber o interesse em aprofundar a aplicação das ferramentas e trazer a prática para o centro da discussão.” As oficinas integram o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira (QualiREG), uma parceria da CGU com o UNOPS e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Iniciada em 2017 e consolidada em 2019, a parceria permitiu o acompanhamento qualificado e apoio ao desenvolvimento institucional de 42 agências reguladoras federais, estaduais e municipais das capitais. Na fase atual, o QualiREG tem como foco disseminar boas práticas regulatórias em todo o nível federal, chegando a órgãos ministeriais, autarquias e fundações públicas federais que exercem atividades regulatórias. Gênero e outras ferramentasAs oficinas realizadas ao longo dos últimos meses tiveram distintas abordagens, entre elas, o debate sobre como o estabelecimento de parcerias público-privadas e concessões (e sua subsequente regulação) podem ser uma ferramenta para a promoção da igualdade de gênero, diversidade e inclusão.Para os órgãos, autarquias e fundações públicas federais que exercem atividades regulatórias e ainda estão em processo de internalização dos procedimentos básicos da Análise de Impacto Regulatório (AIR), foram oferecidas oficinas com uma abordagem prática voltada à aplicação direta dos conceitos previstos na legislação.Outros temas abordados foram os desafios da regulação para a alta gestão e a aplicação da AIR no contexto das agências infranacionais - esta última, inclusive, teve participação de palestrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).“Podemos registrar diversos benefícios decorrentes das oficinas, como a implementação e o aperfeiçoamento do uso da Análise de Impacto Regulatório e Avaliação de Resultado Regulatório e o aperfeiçoamento da gestão de contratos de concessão, em órgãos e entidades reguladores da União, estados e municípios”, avalia o coordenador-geral de Qualidade Regulatória da CGU, Carlos Ruchiga. “São encontros que permitem abordagens aprofundadas, com muitas interações entre os treinandos e os facilitadores”, acrescenta.Para a chefe da Unidade de Governança e Justiça para Desenvolvimento do PNUD, Andréa Bolzon, a realização dessas oficinas “tem uma grande importância para a melhoria do ambiente regulatório no Brasil, capacitando os atores do sistema no acompanhamento de melhores entregas de políticas públicas aos cidadãos. Além disso, a ação também fortalece a parceria entre o PNUD, CGU, UNOPS, que trabalham juntos no QualiREG.”O gerente do projeto no UNOPS Brasil, Bernardo Bahia, frisa que as oficinas representam um avanço significativo para a consolidação da cultura da boa regulação no país:“O principal legado está na valorização da boa regulação como uma ferramenta estratégica para garantir políticas públicas mais eficazes, transparentes e inclusivas.” Para saber mais, visite a página do QualiREG e acesse a publicação “Boas Práticas Regulatórias do QualiREG - o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira”. , filtered_html
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