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22 julho 2025
“Nova Era da Energia”: Guterres fará discurso histórico sobre energia limpa nesta terça (22)
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“Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia”
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Discurso
22 julho 2025
“Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia”
Excelências, Senhoras e senhores, Amigas e amigos que nos acompanham em todo o mundo, As manchetes estão dominadas por um mundo em apuros. Por conflitos e caos climático. Pelo aumento do sofrimento humano. Por crescentes divisões geopolíticas. Mas, em meio a toda esta turbulência, outra história está sendo escrita. E as suas implicações serão profundas. Ao longo da história, a energia moldou o destino da humanidade – desde o domínio do fogo, à utilização do vapor, até à divisão do átomo.Agora, estamos no limiar de uma nova era. Os combustíveis fósseis estão chegando ao fim da linha.O sol está nascendo para uma nova era de energias limpas. Basta seguir o dinheiro. No ano passado, foram investidos 2 trilhões de dólares em energias limpas – ou seja, 800 bilhões a mais do que em combustíveis fósseis, representando um aumento de quase 70% em dez anos. E os novos dados divulgados hoje pela Agência Internacional de Energias Renováveis mostram que a energia solar – que há não muito tempo custava quatro vezes mais do que os combustíveis fósseis – é agora 41% mais barata. A energia eólica offshore é 53% mais barata. E mais de 90% das novas fontes renováveis em todo o mundo produziram eletricidade com um custo inferior à alternativa fóssil mais barata. Isto não é apenas uma mudança de fonte de energia. É uma mudança de possibilidades. Sim, de nos reconciliarmos com o clima. Atualmente, as emissões de carbono evitadas em todo o mundo graças às energias solar e eólica, já são quase equivalentes ao que toda a União Europeia emite em um ano. Mas esta transformação é, acima de tudo, sobre segurança energética e segurança das pessoas. Sobre uma economia inteligente. Sobre empregos dignos, saúde pública e o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. E sobre garantir energias limpas e acessíveis para todas as pessoas, em todos os lugares. Hoje, lançamos um relatório especial com o apoio de agências da ONU e outros parceiros – a Agência Internacional de Energia, o FMI, a IRENA, a OCDE e o Banco Mundial. O relatório mostra o quanto avançamos na década desde que o Acordo de Paris desencadeou uma revolução para as energias limpas. E destaca os enormes benefícios – e as ações necessárias – para acelerar uma transição justa a nível global. As energias renováveis já quase igualam os combustíveis fósseis na capacidade energética global instalada. E isto é apenas o começo. No ano passado, quase toda a nova capacidade energética construída veio de fontes renováveis. Todos os continentes da Terra adicionaram mais capacidade de fontes renováveis do que combustíveis fósseis. E as renováveis geraram quase um terço da eletricidade global. O futuro das energias limpas já não é uma promessa. É um fato. Nenhum governo. Nenhuma indústria. Nenhum interesse especial pode impedi-lo. Claro que o lobby dos combustíveis fósseis irá tentar – e sabemos até onde estão dispostos a ir. Mas nunca estive tão confiante de que irão falhar – porque já ultrapassámos o ponto sem retorno. Por três razões significativas: Em primeiro lugar, a economia de mercado. Durante décadas, as emissões e o crescimento econômico aumentaram lado a lado. Já não é assim. Em muitas economias avançadas, as emissões atingiram o pico, mas o crescimento continua. Só em 2023, os setores das energias limpas impulsionaram 10% do crescimento do PIB mundial. Na Índia, 5%. Nos Estados Unidos, 6%. Na China, um líder na transição energética, 20%. E na União Europeia, quase 33%. E os empregos no setor das energias limpas já ultrapassam os do setor dos combustíveis fósseis – empregando quase 35 milhões de pessoas em todo o mundo. Até o Texas – o coração da indústria de combustíveis fósseis dos EUA – é líder no país em energias renováveis. Porquê? Porque faz sentido economicamente. E, no entanto, os combustíveis fósseis ainda se beneficiam de uma vantagem de 9 para 1 em subsídios ao consumo a nível global – uma clara distorção do mercado. Se somarmos os incalculáveis custos dos danos climáticos para as pessoas e para o planeta, a distorção é ainda maior. Os países que se agarram aos combustíveis fósseis não estão protegendo suas economias, estão sabotando-as. Aumentando os custos. Enfraquecendo a competitividade. Ficando presos a ativos encalhados. E perdendo a maior oportunidade econômica do século 21. Caros amigos, Em segundo lugar – as energias renováveis vieram para ficar porque são a base da segurança e da soberania energéticas. Sejamos claros: atualmente, a maior ameaça à segurança energética são os combustíveis fósseis. Estes deixam as economias e as populações à mercê de choques de preços, de interrupções no fornecimento e da turbulência geopolítica. Basta olhar para a invasão da Ucrânia pela Rússia. Uma guerra na Europa desencadeou uma crise energética global. Os preços do petróleo e do gás dispararam. As faturas de eletricidade e os alimentos seguiram o mesmo caminho. Em 2022, os domicílios em todo o mundo viram os custos energéticos aumentarem, em média, 20%. As economias modernas e competitivas precisam de energia estável e acessível. As renováveis oferecem ambas as condições. Não há picos no preço para a luz do sol. Não há embargos ao vento. As energias renováveis podem colocar o poder – literal e figurativamente – nas mãos das pessoas e dos governos. E quase todas as nações têm sol, vento ou água suficientes para se tornarem autossuficientes em energia. As renováveis significam uma verdadeira segurança energética, uma verdadeira soberania energética e uma verdadeira liberdade face à volatilidade dos combustíveis fósseis. Caros amigos, A terceira e última razão pela qual não há volta atrás para as renováveis: o acesso fácil. Não se pode construir uma central a carvão no quintal de alguém. Mas é possível instalar painéis solares na aldeia mais remota do planeta. As energias solar e eólica podem ser implementadas de forma mais rápida, mais barata e mais flexível do que os combustíveis fósseis alguma vez permitiram. E embora a energia nuclear vá continuar a fazer parte do mix energético global, nunca conseguirá colmatar as lacunas no acesso.Tudo isto muda radicalmente o jogo para as centenas de milhões de pessoas que ainda vivem sem eletricidade – a maioria na África, um continente com um enorme potencial para as renováveis. Até 2040, África poderia gerar dez vezes mais eletricidade do que necessita – inteiramente a partir de fontes renováveis. Já estamos a ver tecnologias renováveis de pequena escala e fora da rede iluminar casas, alimentar escolas e dinamizar empresas. E em países como o Paquistão, é o poder das pessoas que impulsiona a energia solar – são os próprios consumidores que lideram o aumento das energias limpas. Caros amigos, A transição energética é imparável. Mas a transição ainda não é suficientemente rápida nem suficientemente justa:Os países da OCDE e a China representam 80% da capacidade instalada das energias renováveis em todo o mundo.O Brasil e a Índia representam quase 10%.África – apenas 1,5%. Entretanto, a crise climática está devastando vidas e meios de subsistência. Desastres climáticos em pequenos Estados insulares já eliminaram mais de 100% do PIB. Nos Estados Unidos, estão fazendo disparar as apólices de seguro. E o limite de 1,5 graus no aquecimento global corre um perigo sem precedentes. Para mantê-lo ao nosso alcance, temos de acelerar drasticamente a redução das emissões e a expansão da transição para a energia limpa. Com a capacidade de produção crescendo, os preços caindo e a COP30 a aproximar-se rapidamente… Esta é a nossa oportunidade.Temos de aproveitá-la. Podemos fazê-lo atuando em seis áreas de oportunidade:Em primeiro lugar – através da utilização dos novos planos climáticos nacionais para apostar totalmente na transição energética. Demasiadas vezes, os governos enviam mensagens contraditórias: Metas ambiciosas para as renováveis num dia. Novos subsídios e expansões para os combustíveis fósseis no dia seguinte. Os próximos planos climáticos nacionais, ou NDCs, devem ser apresentados dentro de poucos meses. Têm de trazer clareza e certeza. Os países do G20 devem liderar. Representam 80% das emissões globais. O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas deve ser aplicado, mas todos os países têm de fazer mais. Antes da COP30 no Brasil, em novembro próximo, devem apresentar novos planos. Convido os líderes a apresentarem as suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) num evento que organizarei em setembro, durante a semana de alto nível da Assembleia Geral. Elas devem: Abranger todas as emissões, em toda a economia.Estar alinhadas com o limite de 1,5 grau.Integrar prioridades energéticas, climáticas e de desenvolvimento sustentável numa visão coerente.Cumprir as promessas globais: Duplicar a eficiência energética e triplicar a capacidade das energias renováveis até 2030.E acelerar a transição afastando-se dos combustíveis fósseis. Estes planos devem ser sustentados por roteiros de longo prazo que definam uma transição justa para sistemas energéticos com emissões líquidas nulas – em linha com o objetivo global de emissões líquidas zero até 2050. E devem ser apoiados por políticas que demonstrem que o futuro das energias limpas não é apenas inevitável – é também um investimento. Políticas que criem regras claras e uma sequência de projetos. Que reforcem as parcerias público-privadas – desbloqueando capital e inovação. Que atribuam um preço significativo ao carbono. E que eliminem os subsídios e o financiamento público internacional aos combustíveis fósseis – conforme prometido. Em segundo lugar, esta é a nossa oportunidade para construir os sistemas energéticos do século 21. A tecnologia avança rapidamente. Em apenas quinze anos, o custo dos sistemas de armazenamento de energia em baterias para redes elétricas caiu mais de 90%. Mas há um problema: os investimentos nas infraestruturas certas não estão acompanhando este ritmo. Por cada dólar investido em energias renováveis, apenas 60 centavos são investidos em redes e armazenamento. Essa proporção deveria ser de um para um. Estamos construindo capacidades em renováveis – mas não estamos ligando-as à rede com a rapidez necessária. Há três vezes mais energias renováveis à espera de serem conectadas às redes do que aquelas que foram geradas no ano passado. E os combustíveis fósseis ainda dominam o total global do mix energético. Temos de agir agora e investir na espinha dorsal de um futuro energético limpo: Em redes modernas, flexíveis e digitais – incluindo a integração regional.Numa expansão massiva do armazenamento de energia.Em redes de carregamento – para alimentar a revolução dos veículos elétricos.E em eficiência energética e eletrificação em edifícios, transportes e indústria. É assim que desbloqueamos todo o potencial das renováveis e construímos sistemas energéticos limpos, seguros e preparados para o futuro. Em terceiro lugar, esta é a nossa oportunidade para responder de forma sustentável à crescente procura energética mundial. Cada vez mais pessoas estão a ligadas à rede. Cada vez mais cidades estão aquecendo – com uma procura crescente por sistemas de resfriamento. E mais tecnologias – da inteligência artificial às finanças digitais – estão devorando eletricidade. Os governos devem ter como objetivo satisfazer toda a nova procura de eletricidade com energias renováveis. A Inteligência Artificial pode aumentar a eficiência, a inovação e a resiliência dos sistemas energéticos. Mas também consome muita energia. Um data center de IA comum consome tanta eletricidade como 100.000 residências. Os maiores irão, em breve, consumir vinte vezes mais do que isso. Até 2030, os centros de dados poderão consumir tanta eletricidade quanto todo o Japão consome atualmente. Isto não é sustentável – a menos que o tornemos sustentável. E o setor tecnológico deve estar na linha da frente. Hoje, apelo a todas as grandes empresas tecnológicas para que alimentem todos os seus centros de dados com 100% de energias renováveis até 2030.E – juntamente com outros setores – devem utilizar a água de forma sustentável nos sistemas de resfriamento. O futuro está sendo construído na nuvem. Tem de ser alimentado pelo sol, pelo vento e pela promessa de um mundo melhor. Caros amigos, Em quarto lugar, esta é a oportunidade para uma transição energética justa. A era das energias limpas tem de trazer equidade, dignidade e oportunidades para todas as pessoas. Isto significa que os governos devem liderar uma transição justa: Com apoio, educação e formação – para os trabalhadores dos combustíveis fósseis, jovens, mulheres, povos indígenas e outros – para que possam prosperar na nova economia do setor energético. Com uma proteção social mais forte – para que ninguém fique para trás. E com cooperação internacional para ajudar os países de baixo rendimento altamente dependentes dos combustíveis fósseis e com dificuldades em fazer a transição. Mas a justiça não termina aí. Os minerais críticos que alimentam a revolução das energias limpas encontram-se frequentemente em países que são há muito tempo explorados. E hoje, vemos a história se repetir: Comunidades maltratadas.Direitos atropelados.Ambientes destruídos.Nações presas no fundo das cadeias de valor – enquanto outras colhem os lucros.E modelos de extração que cavam fossos ainda mais fundos de desigualdade e danos. Isto tem de acabar. Os países em desenvolvimento podem desempenhar um papel fundamental na diversificação das fontes de abastecimento. O Painel das Nações Unidas sobre Minerais Críticos para a Transição Energética mostrou o caminho a seguir – com uma abordagem baseada nos direitos humanos, na justiça e na equidade. Hoje, apelo aos governos, às empresas e à sociedade civil para que trabalhem conosco na concretização das suas recomendações.Vamos construir um futuro que não seja apenas verde – mas também justo. Não apenas rápido – mas também equitativo. Não apenas transformador – mas também inclusivo. Em quinto lugar, temos uma oportunidade para usar o comércio e o investimento como motores da transição energética. As energias limpas precisam de mais do que ambição. Precisam de acesso – a tecnologias, a materiais e a capacidade de produção. Mas esses recursos estão concentrados em apenas alguns países. E o comércio global está se fragmentando.A política comercial deve apoiar a política climática. Os países comprometidos com a nova era energética devem se unir para garantir que o comércio e o investimento a impulsionem: Através da construção de cadeias de abastecimento diversificadas, seguras e resilientes.Através da redução de tarifas sobre os bens das energias limpas.Através da mobilização de investimento e de comércio – incluindo a Cooperação Sul-Sul.E através da modernização de tratados de investimento ultrapassados – começando pelas disposições de Resolução de Litígios entre Investidores e Estados. Hoje, os interesses ligados aos combustíveis fósseis estão usando essas disposições como arma para atrasar a transição, especialmente nos países em desenvolvimento. A reforma é urgente. A corrida pelo novo não pode ser uma corrida para uns poucos países. Tem de ser uma colaboração – compartilhada, inclusiva e resiliente. Vamos fazer do comércio uma ferramenta de transformação. Em sexto e último lugar, esta é a nossa oportunidade para libertar todo o potencial das finanças – canalizando investimento para mercados com enorme potencial. Apesar da procura crescente e do vasto potencial das energias renováveis, os países em desenvolvimento estão sendo excluídos da transição energética. A África possui 60% dos melhores recursos solares do mundo. Mas recebeu apenas 2% do investimento global em energias limpas no ano passado. Se olharmos para o panorama geral, o contraste é igualmente gritante. Na última década, apenas um em cada cinco dólares investidos em energias limpas foi para países emergentes e em desenvolvimento fora da China. Para manter vivo o limite de 1,5 grau – e garantir acesso universal à energia – o investimento anual em energias limpas nesses países terá de aumentar mais de cinco vezes até 2030. Isso exige políticas nacionais ousadas. E ação internacional concreta para: Reformar a arquitetura financeira internacional.Aumentar drasticamente a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento – tornando-os maiores, mais audazes e mais capazes de mobilizar grandes volumes de financiamento privado a custos razoáveis;E tomar medidas eficazes em matéria de alívio da dívida – e ampliar instrumentos já comprovados como as trocas de dívida por ação climática. Hoje, os países em desenvolvimento pagam somas exorbitantes tanto por dívida como por financiamento de capital – em parte devido a modelos de risco ultrapassados, preconceitos e pressupostos errados que aumentam o custo do capital. As agências de risco e os investidores têm de se modernizar. Precisamos de uma nova abordagem ao risco que reflita: O potencial das energias limpas.O custo crescente do caos climático.E o perigo dos ativos fósseis encalhados. Apelo às partes para que se unam e enfrentem os desafios complexos que alguns países em desenvolvimento enfrentam na transição energética – como a reforma antecipada de centrais a carvão. Caros amigos, A era dos combustíveis fósseis está definhando e fracassando. Estamos no alvorecer de uma nova era energética. Uma era em que energia barata, limpa e abundante alimenta um mundo rico em oportunidades econômicas. Onde as nações têm a segurança da autonomia energética. E a dádiva da energia é uma dádiva para todas as pessoas. Esse mundo está ao nosso alcance. Mas não acontecerá por si só. Nem com a rapidez suficiente. Nem com a justiça suficiente. Depende de nós. Temos as ferramentas para alimentar o futuro da humanidade. Vamos usá-las da melhor forma. Esta é a nossa oportunidade. Muito obrigado.Assista à gravação do discurso especial "Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia", de 22 de julho de 2025: Para saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página global das Nações Unidas: https://www.un.org/en/climatechange/moment-opportunity-2025
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14 julho 2025
ONU alerta: apenas 35% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão no caminho certo
Uma década após a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, as Nações Unidas divulgaram hoje a 10ª edição de seu relatório anual de progresso, o Relatório da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2025. O documento oferece uma avaliação contundente e um forte apelo à ação.Embora milhões de vidas tenham melhorado, com avanços em saúde, educação, acesso à energia e conectividade digital, o ritmo das mudanças continua insuficiente para alcançar os 17 #ObjetivosGlobais até 2030. Os dados mais recentes mostram que apenas 35% das metas estão no caminho certo ou apresentando progresso moderado, enquanto quase metade avança lentamente e 18% registraram retrocesso.“Estamos diante de uma emergência de desenvolvimento”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Mas este relatório é mais do que um retrato do presente. É também uma bússola que aponta caminhos para o progresso. Ele mostra que os ODS ainda podem ser alcançados — mas apenas se agirmos com urgência, união e determinação.”O Relatório sobre os ODS é preparado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA), em colaboração com 50 entidades das Nações Unidas e organizações regionais. O relatório é apresentado aos Estados-membros durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF), estabelecido no documento final da Conferência Rio+20, “O Futuro que Queremos”, que se reúne anualmente na sede da ONU. O HLFP 2025 está sendo realizado de 14 a 24 de julho sob o tema: “Promover soluções sustentáveis, inclusivas, baseadas em ciência e evidências para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para não deixar ninguém para trás” Progresso em meio à adversidadeApesar de desafios globais em cascata, o Relatório sobre os ODS 2025 destaca conquistas significativas:As novas infecções por HIV caíram quase 40% desde 2010.A prevenção da malária evitou 2,2 bilhões de casos e salvou 12,7 milhões de vidas desde 2000.A proteção social alcança hoje mais da metade da população mundial, um aumento expressivo em comparação com uma década atrás.Desde 2015, 110 milhões de crianças e jovens a mais ingressaram na escola.O casamento infantil está em declínio, mais meninas permanecem na escola e cresce a presença de mulheres nos parlamentos.Em 2023, 92% da população mundial tinha acesso à eletricidade.O uso da internet passou de 40% em 2015 para 68% em 2024, ampliando o acesso à educação, ao trabalho e à participação cidadã.Os esforços de conservação dobraram a proteção de ecossistemas-chave, fortalecendo a resiliência da biodiversidade.Ao mesmo tempo, o relatório chama atenção para os entraves que continuam prejudicando o progresso sustentável:Mais de 800 milhões de pessoas ainda vivem na extrema pobreza.Bilhões ainda carecem de acesso à água potável, saneamento e higiene.A mudança climática tornaram 2024 o ano mais quente já registrado, com temperatura média 1,55°C acima dos níveis pré-industriais.Conflitos causaram quase 50 mil mortes em 2024, com mais de 120 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas.Países de baixa e média renda enfrentaram custos recordes com o pagamento da dívida: US$1,4 trilhão em 2023.Um plano para acelerarO relatório propõe ações em seis áreas prioritárias, capazes de gerar impactos transformadores: sistemas alimentares, acesso à energia, transformação digital, educação, empregos e proteção social, ação climática e biodiversidade.O documento também pede a implementação do Plano de Ação de Medellín, adotado no Fórum Mundial de Dados da ONU de 2024, para fortalecer os sistemas de dados essenciais para políticas públicas eficazes.Histórias de sucesso mostram que os ODS são possíveisMédias globais podem esconder avanços significativos em muitos países. Nos últimos dez anos:45 países alcançaram acesso universal à eletricidade.54 países eliminaram pelo menos uma doença tropical negligenciada até o fim de 2024.Esses resultados, impulsionados por políticas eficazes, instituições fortes e parcerias inclusivas, demonstram que o progresso acelerado é possível — e já está em curso.Os últimos cinco anos até 2030 representam uma oportunidade para cumprir as promessas da Agenda 2030. Ela não é apenas uma aspiração — é um compromisso inegociável.“Este não é um momento para o desespero, mas para a ação decidida”, afirmou o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua. “Temos o conhecimento, as ferramentas e as parcerias para promover a transformação. O que precisamos agora é de multilateralismo urgente — um novo compromisso com a responsabilidade compartilhada e o investimento sustentado.”SERVIÇO: Lançamento do Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2025Data: 14 de julho de 2025, segunda-feiraHorário: 13h45min - 15h (horário de Brasília) Transmissão pela TV on-line da ONU: https://webtv.un.org/en/asset/k1b/k1b40mdxr0 Participantes: António Guterres, secretário-geral da ONUAmina J. Mohammed, vice-secretária-geral da ONULi Junhua, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais Para mais informações, acesse a página do relatório: https://unstats.un.org/sdgs/report/2025 NOTAS PARA EDITORES Dados adicionais: AVANÇOS Entre 2012 e 2024, a taxa de nanismo infantil caiu de 26,4% para 23,2%.A expectativa de vida saudável aumentou mais de cinco anos entre 2000 e 2019, embora a COVID-19 tenha revertido parte desses ganhos.A mortalidade materna global caiu de 228 para 197 mortes por 100 mil nascidos vivos (2015–2023).A mortalidade infantil (menores de 5 anos) caiu de 44 para 37 por mil nascidos vivos (2015–2023).Até o final de 2024, 54 países eliminaram ao menos uma doença tropical negligenciada.Entre 2019 e 2024, 99 reformas legais foram implementadas para eliminar leis discriminatórias e promover a igualdade de gênero.Em 1º de janeiro de 2025, as mulheres ocupavam 27,2% das cadeiras nos parlamentos nacionais, um aumento de 4,9 pontos percentuais desde 2015.A energia renovável é a fonte de energia que mais cresce no mundo e deve ultrapassar o carvão como principal fonte de eletricidade em 2025.O 5G já cobre 51% da população mundial.Dados adicionais: RETROCESSOSSem ações aceleradas, 8,9% da população global ainda viverá na extrema pobreza em 2030.Em 2023, quase 1 em cada 11 pessoas enfrentava a fome.272 milhões de crianças e jovens estavam fora da escola.As mulheres realizam 2,5 vezes mais trabalho doméstico e de cuidado não remunerado do que os homens.Em 2024, 2,2 bilhões de pessoas não tinham acesso a água potável gerida com segurança; 3,4 bilhões, sem saneamento adequado; e 1,7 bilhão, sem higiene básica em casa.A população global de refugiados chegou a 37,8 milhões até meados de 2024.1,12 bilhão de pessoas vivem em favelas ou assentamentos informais sem serviços básicos.A ajuda oficial ao desenvolvimento caiu 7,1% em 2024, após cinco anos de crescimento — com novas reduções previstas para 2025.Para mais informações, acesse a página do Relatório da ONU sobre os ODS 2025: https://unstats.un.org/sdgs/report/2025 Hashtags: #RelatórioODS #ODS #ObjetivosGlobais #SDGReport #GlobalGoals Contato para a imprensa:Martina Donlon, Departamento de Comunicação Global da ONU: donlon@un.org Helen Rosengren, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU: rosengrenh@un.org
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01 julho 2025
“Terras para Elas”: primeiro projeto do Fundo Brasil-ONU é lançado no Maranhão
Neste sábado (28), foi lançado na cidade de Rosário, no interior do Maranhão, o projeto “Terras para Elas”, a primeira realização do Fundo Brasil-ONU, com financiamento do Governo do Canadá. A iniciativa será implementada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma). O objetivo do projeto é combater a desigualdade de gênero no campo, promover a regularização fundiária e fortalecer a autonomia econômica de mulheres rurais e tradicionais na Amazônia Legal.Com foco em comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu, sertanejas, mulheres trans e grupos LGBTQIAPN+ rurais, o “Terras para Elas” pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias. A iniciativa terá duração de 21 meses, com um orçamento de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões). Na abertura do evento, a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, enfatizou que o Fundo Brasil-ONU foi concebido com um propósito claro: colocar as pessoas no centro do desenvolvimento sustentável: "Ele nasce do reconhecimento de que a Amazônia Legal é lar de mais de 29 milhões de pessoas, que enfrentam desafios históricos de desigualdade, exclusão e vulnerabilidade. Estou otimista com o que podemos construir juntos. Com parcerias como esta, seremos capazes de fazer uma diferença significativa na vida das mulheres da Amazônia e no futuro que desejamos para a região”.Além de Rucks, o lançamento contou com a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão; do presidente do Iterma, Anderson Ferreira; do representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca; e do conselheiro do Governo do Canadá, Dennis Tessier. Como marco simbólico do início das ações, a cerimônia incluiu a entrega do primeiro título coletivo de reconhecimento de domínio à Associação dos Pequenos Agricultores Rurais Quilombolas de Boa Vista. “O Terras para Elas representa o compromisso da FAO com a promoção da igualdade de gênero, da governança fundiária e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. Por meio do apoio do Fundo Brasil-ONU e do Governo do Canadá, estamos implementando soluções concretas que colocam as mulheres como protagonistas da transformação de seus territórios e da proteção dos recursos naturais”, afirmou o representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca.O Fundo Brasil-ONU para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, um mecanismo multidoador das Nações Unidas (MPTF), foi lançado em 2023 pelo Governo Federal, o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e a ONU, com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e econômico da região em harmonia com a conservação dos ecossistemas. O Canadá foi o primeiro país a anunciar apoio financeiro ao Fundo, com uma contribuição de 13 milhões de dólares canadenses anunciada durante a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.Além da regularização fundiária, o projeto prevê capacitações em práticas sustentáveis, como agroecologia, bioeconomia, manejo do fogo e empreendedorismo, além de estratégias para ampliar o acesso ao crédito e assistência técnica. Serão monitorados 100 mil hectares, com a expectativa de reduzir em 20% o desmatamento nas áreas atendidas e evitar a emissão de 50 mil toneladas de CO₂ equivalente.A iniciativa contribui diretamente para múltiplos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo os ODS 1, 5, 10, 13 e 15, e busca fortalecer capacidades institucionais locais, reduzir conflitos fundiários, melhorar os meios de vida das mulheres rurais e fomentar economias inclusivas e resilientes.Com o "Terras para Elas", a FAO inaugura a atuação do Fundo Brasil-ONU na Amazônia Legal, promovendo uma abordagem territorial integrada, baseada em soluções locais e lideradas pelas comunidades. O projeto se soma a esforços nacionais e internacionais para enfrentar as desigualdades históricas que afetam as mulheres do campo e proteger os modos de vida que mantêm viva a floresta.Para mais informações, siga @FAOBrasil nas redes e visite a página do Fundo Brasil-ONU. Contato para a imprensa: Luiza Olmedo, Comunicadora do Escritório da FAO no Brasil: Luiza.Olmedo@fao.org
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07 abril 2025
Relator Especial da ONU: O Brasil deve enfrentar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia
Para garantir, de fato, os direitos humanos e a democracia, o Brasil deve abordar plenamente as violações da ditadura, disse, nesta segunda (7), o Relator Especial Bernard Duhaime.O Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição, Bernard Duhaime, fez esse apelo em declaração durante a conclusão de sua visita oficial de 9 dias ao Brasil. O objetivo da visita foi avaliar as medidas nas áreas de verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição adotadas pelas autoridades no Brasil para enfrentar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).Ao longo de sua história, o Brasil vivenciou violências institucionais em larga escala direcionadas a diferentes setores da sociedade. Essa violência adotou as formas do colonialismo, escravidão, ditadura e as atuais instâncias de violência institucional direcionada aos setores mais marginalizados da sociedade, como povos indígenas, pessoas afrodescendentes e os camponeses.“Os danos produzidos por essas práticas têm sido vivenciados em todo o território do país e sentidos ao longo de sucessivas gerações”, Duhaime disse. Ele alerta que esse continuum de violência é um indicador da falta de abordagens abrangentes para lidar com graves violações de direitos humanos que englobem medidas de busca da verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição. “Embora o Brasil tenha feito progresso significativo para abordar essas questões desde 1985, a implementação insuficiente de políticas de justiça de transição para lidar com as consequências da ditadura infelizmente leva a ataques recorrentes à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito”, disse o Relator Especial. O especialista disse que essa situação mantém a divisão social e borrou os fundamentos do direito internacional dos direitos humanos, que prevê que o Estado deve respeitar e garantir a todas as pessoas sob seu controle o livre e pleno exercício dos direitos humanos, sem qualquer discriminação. “Enquanto os direitos à verdade, à justiça, à reparação e à memória não forem assegurados a todas as vítimas da ditadura, essa divisão irá persistir e a história pode se repetir”, Duhaime alertou.“Para alterar de trajetória, o Brasil deve urgentemente implementar e ampliar as medidas de justiça de transição propostas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.”O Relator Especial apresentará seu relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2025.FIMAcesse a declaração completa em inglês e português. Sobre o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição. Relatores Especiais/Especialistas Independentes/Grupos de Trabalho são especialistas independentes em direitos humanos nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O grupo de especialistas juntos, se denomina Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os especialistas em procedimentos especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem um salário por seu trabalho. Enquanto o escritório de Direitos Humanos da ONU atua como o secretariado para os Procedimentos Especiais, os especialistas atuam em sua capacidade individual e são independentes de qualquer governo ou organização, incluindo o ACNUDH e a ONU.Quaisquer pontos de vista ou opiniões apresentados são exclusivamente do autor e não representam necessariamente os da ONU ou do ACNUDH.Observações e recomendações feitas especificamente para o país pelos mecanismos de direitos humanos da ONU, incluindo os procedimentos especiais, os órgãos do tratado e a Revisão Periódica Universal, podem ser encontradas no Índice Universal de Direitos Humanos https://uhri.ohchr.org/en/Para mais informações e notas de imprensa, por favor, entre em contato com: Durante a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 076-281 9813 /brenda.vukovic@un.org ); Sr. Diego Lobo, Centro de Informação da ONU Rio, diego.lobo@un.org +55 21 982876762). Após a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 22 917 9635 / brenda.vukovic@un.org)Para perguntas sobre outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Maya Derouaz (maya.derouaz@un.org) e Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org).
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Notícias
10 abril 2025
ONU Brasil lança Relatório Anual 2024
O recém-lançado Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões."O Relatório Anual é um documento indispensável para o monitoramento de nossas atividades e para a prestação de contas ao Estado, aos nossos parceiros e à sociedade brasileira." - Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil O relatório anual ressalta, além dos resultados, os desafios, a execução financeira, os principais doadores e os 341 parceiros que trabalham junto com o Sistema ONU para que o Brasil avance na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20Marco de CooperaçãoAssinado em 2023 com o Estado brasileiro, o Marco de Cooperação é o principal documento de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das ações da ONU no país. Ele organiza o trabalho das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas com atuação no país em torno de cinco eixos temáticos:Transformação Econômica para o Desenvolvimento SustentávelInclusão Social para o Desenvolvimento SustentávelMeio Ambiente e Mudança do Clima para o Desenvolvimento SustentávelGovernança e Capacidades InstitucionaisRelação das Ações Humanitárias e de Desenvolvimento SustentávelLeia aqui o relatório completo.
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História
03 julho 2025
“Nós, os Povos das Nações Unidas”
EM 26 DE JUNHO DE 1945, os povos das Nações Unidas, por meio de seus representantes reunidos em São Francisco, estabeleceram uma nova organização global para promover os ideais pelos quais haviam lutado na guerra mais trágica da história.Ao dar esse passo monumental, os povos amantes da liberdade afirmaram que o espírito de cooperação e unidade de propósito — que havia possibilitado a vitória militar — deveria ser mantido para enfrentar o desafio da paz.Essa consciência de que as nações deveriam permanecer unidas não foi fruto do acaso nem de uma decisão repentina. Duas guerras mundiais em uma única geração — guerras que alcançaram todos os cantos do globo e envolveram todos os segmentos da humanidade — deixaram uma conclusão inescapável: que a paz e a segurança pelas quais a humanidade ansiava há séculos só poderiam ser alcançadas por meio de uma parceria contínua e da vigilância de todos os povos do mundo. A cada ano, as armas de destruição assumiam um potencial cada vez mais aterrorizante, e uma terceira guerra mundial poderia destruir as bases da civilização. Por trás da assinatura da Carta das Nações Unidas está a história das antigas tentativas da humanidade de agir coletivamente para que a paz e a segurança fossem alcançadas. Alguns dos poetas e filósofos mais ilustres do mundo delinearam planos para uma federação viável de nações. Em 1313, Dante propôs uma união europeia sob um único governante benevolente. Em 1713, o abade Saint-Pierre defendeu uma aliança perpétua dos Estados europeus e a arbitragem compulsória para resolver disputas. Jeremy Bentham propôs a redução de armamentos e o estabelecimento de uma "legislatura comum", enquanto Immanuel Kant favorecia uma federação geral de Estados, universal em escopo, que abrangesse todos os povos do mundo.Primeiras Ações Aliadas“A primeira ação formal das nações aliadas para trabalhar juntas pela preservação da paz foi a Conferência Interaliada no Palácio de St. James, em Londres, em 12 de junho de 1941.”Durante o século 19, o movimento pacifista cresceu rapidamente, e em 1914 já existiam cerca de 150 organizações de paz no mundo. Durante a Primeira Guerra Mundial, muitas dessas entidades discutiram a possibilidade de criar uma liga internacional após o fim das hostilidades. O governo britânico nomeou um comitê para elaborar um plano de uma Liga de Nações. Enquanto isso, Woodrow Wilson e o general Smuts também formulavam ideias para uma organização internacional de paz. Desses esforços surgiu um esboço que, com alterações, deu origem ao Pacto da Liga das Nações.De 1920 a 1930, a Liga teve maior êxito na área não política: saúde pública, melhoria das condições de trabalho pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), controle do tráfico de drogas, entre outros. Mas a década de 1930 foi marcada por agressões incontroladas, culminando no início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939. A virada da guerra só começou no verão de 1943, com a resistência soviética em Stalingrado. A cooperação militar e econômica desenvolvida forçadamente pelos Aliados nos primeiros anos críticos acabou sendo essencial para o nascimento das Nações Unidas. A Carta do AtlânticoEm agosto de 1941, enquanto a guerra avançava na Rússia e no sudeste da Europa, e a Batalha do Atlântico se intensificava, foi anunciada uma reunião entre o presidente Roosevelt e o primeiro-ministro Churchill "em algum lugar do mar". Em 14 de agosto, eles divulgaram a chamada Carta do Atlântico.A declaração não era um tratado formal, mas expunha princípios comuns sobre os quais baseavam suas esperanças para um futuro melhor. Defendia o direito dos povos à autodeterminação, o livre acesso ao comércio e matérias-primas, e a colaboração econômica internacional para melhores padrões trabalhistas e segurança social.Os pontos seis e oito da Carta relacionavam-se diretamente à criação de uma organização mundial. Após a derrota do nazismo, previa-se uma paz duradoura com liberdade para todas as pessoas, bem como o abandono do uso da força e a criação de um sistema permanente de segurança coletiva.A Carta do Atlântico não só deu esperança em um momento sombrio, como comprometeu os signatários a estabelecer uma organização internacional — compromisso que se fortaleceu nas conferências aliadas seguintes.Declaração das Nações UnidasO segundo elo da cadeia que levou à Carta foi a Declaração das Nações Unidas, assinada em 1º de janeiro de 1942 em Washington, por 26 países em guerra contra o Eixo. Era a primeira vez que se usava a expressão “Nações Unidas”.Esses países se comprometeram a empregar todos os recursos para derrotar o Eixo e não firmar acordos de paz separados. Até abril de 1945, quando a Conferência de São Francisco foi aberta, o número de signatários havia crescido para 47.Mesmo em meio à guerra, trabalhos construtivos para uma organização internacional do pós-guerra prosseguiram. Conferências de Moscou, Cairo e TeerãEm 1943, três conferências reforçaram esse compromisso. “Em Moscou, os Estados Unidos, o Reino Unido, a União Soviética e a China reconheceram a necessidade de criar uma organização internacional baseada na igualdade soberana de todos os Estados amantes da paz.” Essa meta foi reiterada no Cairo e em Teerã, com compromissos mais concretos para um mundo livre da tirania, escravidão, opressão e intolerância.Passos Econômicos e SociaisAlém dos compromissos políticos, os Aliados atuaram para enfrentar causas econômicas e sociais da guerra. Em maio de 1943, 44 países participaram da Conferência de Alimentação e Agricultura, que levou à criação da FAO. Em novembro, foi fundada a Administração das Nações Unidas para o Socorro e a Reabilitação (UNRRA), que forneceu ajuda emergencial e apoio à reconstrução em países devastados pela guerra.Em julho de 1944, a Conferência de Bretton Woods criou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, preparando o terreno para uma economia mundial estável e próspera.Dumbarton OaksLogo após Bretton Woods, representantes dos EUA, União Soviética, Reino Unido e, depois, China, reuniram-se em Washington para esboçar os termos da nova organização. As “Propostas de Dumbarton Oaks” serviram como base para debate público e preparação da conferência de São Francisco.Propunham a criação da ONU, com uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado, além de um Conselho Econômico e Social.YaltaEm fevereiro de 1945, na Crimeia, Roosevelt, Churchill e Stalin anunciaram a realização da Conferência de São Francisco, marcada para abril. A questão do voto no Conselho de Segurança foi resolvida, mas o plano seria divulgado após consulta à China e França.“Franklin Delano Roosevelt morreu em 12 de abril, poucos dias antes da conferência, e coube a outros líderes concretizar o projeto.”São FranciscoA Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional reuniu-se de 25 de abril a 26 de junho de 1945. Mais de 850 delegados e milhares de jornalistas, assessores e representantes de ONGs compareceram. As negociações aconteceram em quatro comissões principais, com 12 comitês. O texto final da Carta trouxe alterações significativas às propostas de Dumbarton Oaks. Foi incluído um Preâmbulo, uma Declaração sobre Territórios Não Autônomos, o Sistema de Tutela e o Conselho de Tutela. A Assembleia Geral teve seus poderes ampliados e o Conselho Econômico e Social passou a ser um dos seis órgãos principais. A conferência também elaborou o estatuto da nova Corte Internacional de Justiça.Em 25 de junho, a Carta foi adotada por unanimidade. No dia seguinte, em uma cerimônia de sete horas, os delegados assinaram o documento histórico. “A China, primeira vítima da agressão do Eixo, teve a honra de assinar primeiro. Ao final, 153 assinaturas estavam registradas.” O presidente Truman encerrou a conferência com um discurso memorável:“Se tivéssemos tido esta Carta há alguns anos — e, acima de tudo, a vontade de usá-la — milhões agora mortos estariam vivos. Se vacilarmos no futuro em nossa vontade de usá-la, milhões que hoje vivem certamente morrerão.”Este artigo foi escrito e publicado pela primeira vez no Boletim Semanal das Nações Unidas, antecessor do UN Chronicle, em 24 de junho de 1947 (Volume II, nº 24). Acesse a versão original: https://www.un.org/en/un-chronicle/story-charter Para saber mais, visite a página especial da ONU Brasil sobre os 80 anos das Nações Unidas.
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História
06 junho 2025
“Eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão.”
Portões abertos, mesas postas, som ambiente e espaço de lazer pronto para os clientes apreciarem a vista sob Pacaraima. Assim é a rotina no Restaurante Rustic, localizado na cidade fronteiriça de Roraima. Comandado pelo chef Romeu, o espaço reflete a mistura cultural entre o território brasileiro e venezuelano tão conhecida pelos moradores.A história de Romeu com a gastronomia começou quando ainda era um jovem garçom, na cidade de Santa Elena de Uairén, no lado venezuelano da fronteira. O cotidiano de ver o funcionamento da cozinha acendeu a primeira chama de interesse em seguir no ramo culinário. Em seguida, se tornou bartender na Ilha de Margarita, no litoral caribenho famoso pelo turismo e praias cristalinas.“Ali me apaixonei pela área, mas eu queria ser mais que bartender. Busquei nos jornais e encontrei uma vaga de cozinheiro com ou sem experiência. Fui aprendendo, estudando, assistindo vídeos até ter minha cozinha um ano e meio depois”, relembra.A decisão de sair da ilha e ir para Pacaraima foi motivada pela emoção, a de ter os filhos e a terra de nascença mais próximos, sem perder oportunidades de crescimento profissional.O Rustic nasceu como restaurante de um homem só durante a pandemia da COVID-19. Romeu atendia os pedidos, preparava os hamburgers e fazia o delivery de bicicleta. Aos poucos, o negócio foi se fortalecendo no mercado local, promovendo oportunidades de emprego. Em 2023, o chef recebeu um desafio: cozinhar para um evento com temática brasileira. “Era uma festa junina. Aprendi muito sobre e deu certo, assim pensei em juntar a cultura dos dois países”, diz.Motivado, Romeu se aventurou pelo Norte, buscando inspirações de sabores na Amazônia. A ligação com a região, que já existia, ficou ainda mais fortalecida. Em 1996, o chef conheceu o Festival de Parintins, a maior festa amazônica com apresentação dos Bois Bumbás. Desde então, o coração bate mais forte pelo Boi Garantido, visível pela presença do boi vermelho nas decorações do restaurante.“É importante para mim estar aqui. Posso misturar as duas culturas, com vários pratos com tempero brasileiro e venezuelano. Me sinto feliz, consagrado. Eu consegui!”, relata Romeu. “Com o fluxo migratório constante desses últimos anos, também tenho apoiado meus conterrâneos com dicas sobre como buscar emprego e conselhos. Todos meus funcionários são venezuelanos, pois quero ajuda-los”, complementa. Um dos funcionários de Romeu é o garçom profissional Jesus Alberto, que tem de experiência quase a idade que possui. Mesmo com quase 50 anos de profissão, diz que ainda segue aprendendo. “Todo dia tem algo novo para aprender, para que o cliente tenha uma boa experiência. Meu objetivo principal é sempre o bem-estar e satisfação do cliente”, disse Jesus.Além de servir as mesas, Jesus prepara coquetéis especiais, avaliando qual o pedido que será consumido, assim, os drinques são especiais para antes, durante e após as refeições.“O Rustic significa muito para mim. Em primeiro, a amizade com Romeu. Depois, o respeito e terceiro, a chance de aprender sempre. Como venezuelano, me sinto orgulhoso pelo meu país, por isso, digo a todos os que chegam no Brasil, que tenham motivação para superar os desafios. Minhas portas estão abertas para todos que queiram aprender comigo”, afirma o garçom. Consolidado em Pacaraima, o Rustic promove a integração e fomenta a economia local. Mas antes de tudo, representa a conquista de quem escolheu o Brasil para empreender e chamar de lar.“Migrar não é fácil, é deixar tudo para trás. Virar a página de um dia para o outro dói, mas eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão”, finaliza Romeu.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br
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História
03 junho 2025
“Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”
Com apenas um ano de idade, Mateo já viveu experiências que assustariam até os adultos mais experientes. O menino indígena warao já percorreu longas distâncias, migrando da Venezuela para o Brasil. E agora enfrenta mais um desafio: vencer a desnutrição grave. Ao desembarcar em Boa Vista - capital mais ao norte do Brasil e onde se concentram os abrigos humanitários da Operação Acolhida -, Maria Isabel, mãe de Mateo, não estava bem. Debilitada e sem conseguir amamentar, foi internada e separada do filho, que ficou sob os cuidados de Marianis, filha mais velha de Maria Isabel. “Quando minha mãe ficou doente, fiquei preocupada com o Mateo. Eu estava amamentando o meu bebê então o amamentei também*, para que não sentisse fome", contou emocionada.Com o passar do tempo, Mateo parou de se alimentar, emagreceu e não tinha mais forças para andar. Foi quando, durante uma busca ativa realizada pela equipe de saúde e nutrição, que Marianis conheceu Amarilis, monitora do projeto do UNICEF com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). Levada até a sala de saúde e nutrição pela monitora, o olhar atento da nutricionista Luara para a família trouxe notícias difíceis, mas necessárias para agir. “No meu primeiro contato com Mateo, ele chorava muito. Estava fraco, e após o atendimento inicial tive a certeza de que ele estava em um estado crítico de desnutrição e precisava de auxílio médico. Foi quando o encaminhamos para o hospital”, afirmou.Quando recebeu alta do hospital, Mateo passou a ser acompanhado pela equipe multidisciplinar do Centro de Recuperação Nutricional Infantil (CERNUTRI), e pelo projeto de proteção integral do UNICEF com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), que presta apoio e suporte à família durante a recuperação de Mateo. “Ao retornar ao abrigo, o atendimento que já vinha sendo realizado pelo UNICEF, ADRA e a Força Tarefa, foi reforçado com o apoio do CERNUTRI e da AVSI. Foi emocionante ver essa rede de cuidados se unindo pela recuperação de um menino tão pequeno e tão corajoso”, explicou a nutricionista.Durante todo o período em que Mateo esteve doente, sua mãe, Maria Isabel, estava internada e só recebeu alta após os momentos mais difíceis já terem passado. Foi apenas então que sua filha mais velha, Marianis, decidiu contar o que havia acontecido com o irmão, poupando a mãe de preocupações enquanto ela própria enfrentava um processo delicado de recuperação. “Quando minha mãe estava internada, eu evitei contar para ela que Mateo estava doente, para que ela não achasse que tinha culpa sobre o que aconteceu”, explicou Marianis.Com o acompanhamento multidisciplinar, Mateo começou a ganhar peso. “Eu sei que o tratamento está funcionando porque hoje Mateo brinca, come, anda e corre. Ele está bem. Quando toca música, ele dança”, conta a mãe. “Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”.Mateo ainda permanece na curva da desnutrição, mas o tratamento tem sido promissor. Letícia, a nova nutricionista que acompanha o caso, destaca que o momento mais difícil já passou, mas que é necessário continuar o acompanhamento.“Nossa responsabilidade é avaliar, orientar a família. Mateo ainda tem desnutrição, mas já é outra criança comparada com quando chegou. Vê-lo evoluindo enche meu coração de alegria, mas permaneço atenta, para que ele melhore cada dia mais”, disse. Nutrição e migraçãoO UNICEF trabalha com a promoção de saúde e nutrição para a população refugiada e migrante. Em 2025, com o apoio da ADRA em campo, 403 crianças foram identificadas com algum nível de desnutrição aguda, seja moderada ou grave nos abrigos de Boa Vista. Destes, 55,56% são indígenas. A estratégia conta com o apoio financeiro do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês), e outros parceiros.*A amamentação cruzada não é recomendada, mas é um costume warao. Após a consulta com a equipe de saúde e nutrição, Marianis foi aconselhada a não prosseguir com a amamentação de Mateo.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF Brasil sobre desnutrição.
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História
29 maio 2025
“Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou.”
Quando a água das enchentes começou a invadir as casas localizadas na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, Evaldo dos Santos, de 61 anos, pegou a mão de sua filha, Laura, de 5 anos, e não pensou duas vezes: precisava deixar o local imediatamente. Somente com a roupa do corpo e seus documentos, pai e filha rumaram à estrada, onde puderam aguardar pelo resgate da Defesa Civil do Rio Grande do Sul.Evaldo e Laura foram duas das mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes que assolaram o estado em maio de 2024, obrigando milhares de famílias a deixarem suas casas – algumas, sem poder voltar. Em 11 de julho, após passarem por quatro abrigos diferentes, os dois foram recebidos no Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Vida, localizado na Zona Norte da capital gaúcha, no dia de sua inauguração.“A gente nunca imaginou que fosse passar um ano fora de casa. Aqui nós fomos muito bem acolhidos, mas nada é como estar na nossa casa”, explicou Evaldo. “Sinto falta de poder fazer um pão, porque eu tinha uma padaria. A gente sente falta da nossa casa”, lamentou.Fruto de uma parceria entre Governo do Estado, a Agência da ONU para as Migrações (OIM), a Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre, os três CHAs instalados no RS chegaram a acolher, ao todo, 1.046 pessoas desabrigadas pelas enchentes. Os espaços foram criados como uma resposta emergencial às cheias, tornando-se referência em acolhimento humanitário e oferecendo condições dignas em cômodos separados, refeitório com quatro refeições diárias, espaços para crianças, adolescentes, lazer e animais de estimação, além de lavanderia.“Aqui eu me levanto às 6h da manhã, arrumo a Laurinha para ir para a creche. Depois volto, arrumo o quarto, lavo as roupas... É bom porque temos refeitório, a comida é boa, temos a nossa privacidade, mas seguíamos esperando”, relatou Evaldo. Ao final de abril, um pouco antes de completar um ano fora de casa, Evaldo e Laura receberam a notícia que tanto esperavam: seus nomes saíram na lista das famílias contempladas para as casas temporárias do Governo do Estado. “Ficamos quase um ano parados. Esse tempo aqui foi bom para a gente poder repensar na vida, no próximo... repensar em tudo. E a gente sempre espera o melhor”, relatou Evaldo. “Quando saiu a lista, ficamos muito felizes. Eu acho que, indo para essas casas, vamos ter uma vida ainda melhor do que a que a gente tinha antes”, comemorou. Moradias temporáriasConstruídas pelo Governo do Estado em parceria com as prefeituras, as moradias temporárias foram instaladas em diversos municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre e Canoas, onde ficam os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs). Na capital, são ofertados 80 módulos habitacionais e, em Canoas, 58. “Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou. É um momento alegre, poder sair, ir para a casa, voltar à rotina normal. Eu ainda não conheço muito a região, mas quem faz o lugar é a gente. Estou feliz”, destacou Evaldo. “A primeira coisa que vou querer fazer quando estiver na casa é fazer comida, fazer um pão”.Com 27m², as unidades são compostas por dormitório, sala e cozinha conjugadas, banheiro, mobiliário sob medida e eletrodomésticos. Durante o processo de realocação, a OIM oferece a logística das mudanças e o provimento imediato de cestas básicas e kits de higiene e limpeza. Além disso, tem oferecido apoio financeiro para compra de mobiliário, utensílios para as novas residências e, a depender da composição familiar, é ofertado um vale-alimentação que pode ser utilizado no período de três meses.“Estamos, enfim, no processo final da operação dos Centros Humanitários de Acolhimento. É com a sensação de dever cumprido que vemos cada família reconquistando sua independência após esse acolhimento tão necessário”, completou Sylvia Moreira, coordenadora de emergência da OIM no RS. “Esse resultado só foi possível graças à parceria de sucesso entre o poder público, o setor privado e a OIM, que atuaram em conjunto para encontrar as melhores soluções para as famílias afetadas”.Centros Humanitários de AcolhimentoEvaldo e Laura foram uma das mais de 300 famílias acolhidas nos três Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), ao longo dos mais de dez meses de funcionamento das estruturas. Para esse projeto inédito no Brasil, a OIM, a Agência da ONU para as Migrações, recebeu a maior doação global proveniente do setor privado em sua história, trabalhando sempre em conjunto com entes públicos.“Compreendemos que a articulação entre OIM, Governo do Rio Grande do Sul, Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre é um exemplo bem-sucedido de atuação emergencial, com potencial para ser replicado em outras operações no Brasil e no exterior,”, destacou Sylvia. “Essa operação se tornará uma grande referência de resposta a desastres”.Para além da estrutura de abrigamento, os CHAs foram espaço de reintegração socioeconômica, onde a Organização, ao lado de seus parceiros, pôde oferecer cursos profissionalizantes, direcionamento profissional e mutirões de empregabilidade, com o objetivo de garantir que a transição para a retomada da vida seja acompanhada de oportunidades.“Atuamos no Rio Grande do Sul para garantir não somente um espaço de abrigamento digno e seguro, mas também que todos tenham seus direitos garantidos e a esperança de reconstruir suas vidas após a catástrofe”, completou Sylvia.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br
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História
14 maio 2025
“Merendeira cozinha como quem prepara comida para seu filho”
“Os alunos são como nossos filhos do coração. Dá satisfação quando gostam da comida e se alimentam bem.”Quem diz isso é Josefa Graciene Ribeiro, a Graci, merendeira da Escola Municipal de Educação Prefeito Pedro Ferreira da Silva, da cidade de Limoeiro de Anadia (AL), que foi vencedora do Reality Show Vida de Merendeira em 2024. O reality Vida de Merendeira é uma iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE) em parceria com o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e tem como objetivo valorizar e dar visibilidade ao trabalho das merendeiras.O trabalho de Graci como merendeira começou em 2021. De lá pra cá, ela iniciou sua formação universitária em pedagogia, venceu o reality show, e começou a estudar também gastronomia. Hoje, ela cumpre a função de supervisora de merendeiras de várias escolas, um trabalho de apoio que contribui para que as escolas sigam seu manual de boas práticas.Graci tem 38 anos, é natural de Limoeiro de Anadia, onde nasceu e cresceu. É casada e tem um filho, Lucas, de 20 anos. Juntamente com seu marido, trabalhava na roça plantando mandioca e chegou a fazer um curso de bolos para vender. Sua vida deu a primeira guinada quando surgiu a oportunidade de trabalhar na escola como merendeira.O gosto por cozinhar vem de família:“Minha bisavó por parte de mãe era bem conhecida na região onde nós moramos porque ela cozinhava para festas de casamento e batizados. As pessoas adoravam a comida que ela preparava.”No trabalho como merendeira, as tarefas são bem divididas. “Quando é dia de frango, por exemplo, uma fica na construção, outra vai colocando os temperos, corta as verduras, e uma outra fica na preparação no fogo”, explica. Na escola, cerca de 250 a 300 crianças se alimentam todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, quando há aulas para a Educação de Jovens e Adultos. “Cozinhar para pouca gente é uma coisa. Mas na escola é diferente, tudo em quantidade. Para macarronada, nós fazíamos 25 pacotes de macarrão; para fazer um cuscuz, leva 15 pacotes de fubá.”No início, ela participou de capacitações com a nutricionista e algumas equipes do SEBRAE e do SENAI, onde aprendeu a evitar desperdícios e variar o preparo das refeições. As dicas são muito interessantes: “quando a banana está madura demais, uma parte é congelada, e outra, dá para fazer bolo. A macaxeira, ao invés de servir apenas de um jeito, nós fazemos torta de frango. A abóbora, dá para aproveitar a casca e a semente”, e por aí vai.A nutricionista da escola, Janaína Barbosa de Oliveira, também vencedora do Reality juntamente com Graci, é a responsável pelo preparo do cardápio. “Mas fazemos uma parceria. Ela sempre pede a opinião das merendeiras. E quando algum prato não é bem aceito pelos alunos, nós, merendeiras, damos sugestões para adaptar a receita”, conta.A receita vencedora do reality "Vida de Merendeira", o Frango Xadrez ao molho de laranja e abacaxi acompanhado de purê de abóbora com semente de abóbora e licuri, foi criada com o incentivo da nutricionista Janaína. “A única sugestão dela foi para eu acrescentar a farofa de licuri, coquinho que é muito comum na região.” Ter participado do reality trouxe um grande impacto na vida de Graci. Ela teve oportunidade de viajar para São Tomé e Príncipe, para participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “uma experiência inesquecível”, segundo ela.“Quando chegamos, as merendeiras de lá estavam fazendo uma baita de uma panela de comida no fogão à lenha, que elas mesmas racharam.” Ela conta que os alunos, muitas vezes, levam suas próprias vasilhas, já que a escola não tem pratos e canecos suficientes para todos. “Lá, a simplicidade predomina, mas tudo é limpo e organizado, e as crianças são muito acolhedoras.” Entre as especialidades locais, ela conta que na comida da escola tinha muita banana e fruta-pão, consumidas de várias maneiras. Atualmente, Graci está realizando seu sonho que é cursar as faculdades de pedagogia e de gastronomia. “Pretende concluir os cursos no próximo ano, se Deus quiser”.Ela acredita que o reality Vida de Merendeira foi uma excelente oportunidade para as merendeiras mostrarem o seu trabalho:“As merendeiras cozinham como se tivessem fazendo a comida para seu filho, porque cada um na escola se torna filho no seu coração, e ela fica feliz quando a criança se alimenta bem. Muitas crianças não têm comida em casa e acabam indo para a escola sem se alimentar. Para elas, a refeição escolar é, muitas vezes, a principal do dia. O reality ajuda as pessoas a conhecerem essa realidade e a valorizarem a merendeira.”Para saber mais, siga @wfpbrasil nas redes e visite a página: https://centrodeexcelencia.org.br/Assista ao episódio final do reality show no YouTube:
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22 julho 2025
“Nova Era da Energia”: Guterres fará discurso histórico sobre energia limpa nesta terça (22)
Em um discurso especial em 22 de julho de 2025, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se concentrará em uma transformação promissora que surge em meio à devastação e à turbulência climática em curso: uma nova era energética. O chefe das Nações Unidas apresentará argumentos convincentes e comprovados sobre a inevitável transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis – e os vastos benefícios que ela trará para as pessoas e as economias.Ressaltando a importância de aproveitar este momento de oportunidade, Guterres descreverá as principais áreas de ação e os passos necessários para impulsionar uma revolução nas energias renováveis que possa fornecer energia limpa e acessível para todas as pessoas.“Uma história de esperança está emergindo em meio à devastação e turbulência causadas pela crise climática — a revolução das energias renováveis.” - António Guterres, secretário-geral das Nações UnidasO discurso especial do secretário-geral, intitulado “Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia,” é uma continuação de sua fala do ano passado, “Momento da Verdade”. Durante o discurso, Guterres apresentará o relatório técnico especial preparado pela equipe de Ação Climática com o apoio de agências, fundos e programas da ONU e instituições de pesquisa internacionais, reunindo as evidências científicas mais recentes sobre avanços, oportunidades e benefícios de uma nova economia baseada na energia limpa.SERVIÇO: Discurso especial "Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia"QUEM: António Guterres, secretário-geral da ONU QUANDO: Terça-feira, 22 de julho, às 10h (Brasília) COMO ASSISTIR: Transmissão ao vivo pela TV on-line da ONU (https://webtv.un.org/en/asset/k1f/k1fk1g2no0) e no YouTube: Para saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página especial da ONU Brasil sobre #EducaçãoClimática
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21 julho 2025
ONU abre inscrições para programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar
A Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS) está recebendo candidaturas para a edição de 2026 do Programa de Bolsas de Estudos das Nações Unidas e da Fundação Nippon sobre Oceanos e Direito do Mar.Objetivo:O objetivo do programa é oferecer a funcionários públicos de nível intermediário e profissionais de nível intermediário de países em desenvolvimento, que atuem diretamente com questões relacionadas aos oceanos e/ou ao direito do mar, uma formação avançada financiada nessas áreas ou em disciplinas relacionadas, como ciências marinhas, em apoio à formulação de políticas públicas e estruturas de gestão.O programa busca capacitar os participantes com habilidades para:Apoiar seus países na implementação do marco jurídico da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) e instrumentos relacionados;Formular políticas abrangentes de gestão oceânica;Atuar em consonância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente com o ODS 14: Vida na Água. Estrutura:A bolsa tem duração de nove meses, divididos em duas fases:Fase 1: Treinamento de três meses na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque (aproximadamente de meados de março a junho de 2026), com a equipe da OLA/DOALOS.Fase 2: Estadia de pesquisa de seis meses em uma instituição acadêmica anfitriã, escolhida com base na especialização da área de pesquisa do bolsista (de julho a dezembro de 2026).Critérios de elegibilidade:Para se candidatar, é necessário:Ter entre 25 e 45 anos;Possuir pelo menos um diploma universitário (graduação ou equivalente);Demonstrar capacidade para realizar pesquisas e estudos acadêmicos avançados;Ser nacional de um país em desenvolvimento.Ser funcionário público ou profissional de nível intermediário que trabalhe diretamente com assuntos relacionados a:Implementação da UNCLOS e de instrumentos correlatos;Implementação da Agenda 2030, especialmente o ODS 14;Estabelecimento de zonas marítimas e delimitação de fronteiras marítimas;Desenvolvimento sustentável dos oceanos e mares;Políticas oceânicas nacionais e/ou regionais;Gestão da zona costeira;Conservação e gestão de recursos marinhos vivos;Transporte e navegação marítima;Segurança marítima;Proteção e preservação do meio ambiente marinho;Ciências marinhas. Processo de inscrição:Os(as) candidatos(as) devem preencher o pacote de inscrição disponível no site do programa, utilizando o botão "APPLY NOW": https://www.un.org/oceancapacity/content/apply-nowEtapas:Preencher os formulários de inscrição exigidos;Enviar os formulários preenchidos, junto com uma cópia do passaporte, para o e-mail: doalos@un.org;Preencher o seguinte formulário online complementar: https://forms.office.com/e/wj5pijFijjPrazo final para envio completo da candidatura: 14 de setembro de 2025Somente candidaturas completas enviadas dentro do prazo serão consideradas. Os resultados serão divulgados em dezembro de 2025 na página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Divisão do Mar da ONU. Apenas os(as) selecionados(as) e suplentes receberão confirmação oficial por e-mail. Compromisso com diversidade:O programa busca atingir um equilíbrio de gênero (50/50) e diversidade geográfica entre os participantes. Candidaturas de mulheres são fortemente incentivadas. Acomodações razoáveis podem ser oferecidas, mediante solicitação, para apoiar a participação de candidatos(as) com deficiência.Para saber mais, siga @undoalos nas redes e visite a página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS): https://www.un.org/oceancapacity/content/apply-now
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21 julho 2025
Brasil visita Cabo Verde para avançar na cooperação sobre habitação social
A habitação social é o foco de mais um capítulo na cooperação técnica entre Brasil e Cabo Verde. Nesta segunda-feira (21/), uma delegação brasileira inicia uma segunda visita ao país africano para avançar nas frentes de trabalho conjuntas, que têm como objetivo o intercâmbio de boas práticas para reduzir o déficit habitacional nos dois países.A iniciativa faz parte do Simetria Urbana, iniciativa de Cooperação Sul-Sul Trilateral entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Seu objetivo é promover o desenvolvimento urbano sustentável entre países do Sul Global por meio da troca de experiências, bem como o fortalecimento de capacidades.A missão marca um novo momento na parceria entre os dois países. Em 2024, uma missão exploratória brasileira visitou Cabo Verde para o desenho inicial do projeto. Em março deste ano, representantes cabo-verdianos visitaram diferentes municípios do estado de São Paulo para conhecer experiências brasileiras em planejamento habitacional, trabalho social, gestão de condomínios e Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). Agora, a nova missão busca acompanhar o avanço em Cabo Verde, além de apresentar iniciativas sendo implementadas nessas áreas. Para a gerente de projetos da ABC, Mariana Falcão, o progresso só foi possível graças ao compromisso e à dedicação de todas as partes envolvidas: “Em apenas cinco meses de implementação, o projeto comprovou que a união de saberes de instituições brasileiras e cabo-verdianas de excelência, em parceria com o ONU-Habitat, no modelo inovador de cooperação Sul-Sul trilateral, acelera avanços nas políticas habitacionais de Cabo Verde.”“Espero que esta missão fortaleça ainda mais o intercâmbio de boas práticas em urbanização sustentável e que esse aprendizado mútuo continue sendo convertido em ações concretas para melhorar as condições de moradia no país”, destaca. “No âmbito da cooperação entre Brasil e Cabo Verde, temos trabalhado no fortalecimento das capacidades cabo-verdianas para qualificar e quantificar seu déficit habitacional, visando empoderar os governos nacional e locais na formulação de estratégias mais eficazes. Também temos discutido a importância do envolvimento da população por meio do trabalho social, e, nesta missão, acompanhamos os avanços já impulsionados pelas trocas promovidas com instituições brasileiras”, afirma a coordenadora do Simetria Urbana pelo ONU-Habitat, Camilla Almeida Silva.Programação e temáticasA missão terá duração de cinco dias e será iniciada na capital, Praia, passando por ações-piloto no município São Salvador do Mundo, além de outros dois municípios parceiros, São Domingos e São Miguel. Representantes de ambos os municípios participaram da missão ao Brasil e, atualmente, avançam na elaboração de seus Planos Municipais de Habitação (PLAMUH) – um dos resultados trabalhados no projeto. O PLAMUH é um dos principais instrumentos de implementação da Política Nacional de Habitação de Cabo Verde, tendo como objetivo melhorar as condições habitacionais da população. “O que ficou mais marcante para mim foi essa capacidade do povo brasileiro de conseguir se mobilizar em volta de um objetivo comum. Há muita união em cada ocupação que a gente visitou, existe muita união por um objetivo compartilhado, que é ter uma habitação”, ressalta o técnico da Câmara Municipal de São Domingos, Marco Aurélio Furtado. Outro tema central da missão é o cálculo do déficit habitacional. A Direção Geral da Habitação (DGH) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) vão dialogar sobre os métodos atualmente utilizados no país, enquanto a Fundação João Pinheiro trará a experiência brasileira no tema. A ideia é incentivar o intercâmbio técnico e fortalecer as bases para uma atualização metodológica em Cabo Verde.Além disso, a missão vai aprofundar os debates sobre trabalho social em habitação e gestão condominial, com contribuições do Ministério das Cidades e da CAIXA. Serão apresentadas experiências brasileiras que podem servir de inspiração para o desenvolvimento de modelos locais voltados à melhoria da vida das famílias nos empreendimentos habitacionais.Integram a delegação brasileira representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC); do Ministério das Cidades; do ONU-Habitat; da Caixa Econômica Federal e da Fundação João Pinheiro (FJP). Já Cabo Verde será representado por profissionais do Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH), por meio da Direção Geral da Habitação (DGH); do Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT); da empresa pública Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH); do Instituto Nacional de Estatística (INE); do ONU-Habitat Cabo Verde e das Câmaras Municipais de São Miguel, São Domingos e Sal.Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil e @abcgovbr nas redes! Contatos para a imprensa: Aléxia Saraiva, ONU-Habitat Brasil: alexia.saraiva@un.orgJanaina Plessmann, Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE): janaina.plessmann@abc.gov.br
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18 julho 2025
Brasil doa 600 mil doses de vacina contra sarampo para a Bolívia, com apoio da OPAS
Em uma ação facilitada pelo Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil doou para a Bolívia 600 mil doses de vacinas contra sarampo. Metade delas eram do imunizante tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e as outras 300 mil eram da dupla viral (sarampo e rubéola).Com esse novo lote, o governo boliviano iniciou sua segunda fase de vacinação em massa, destinada a proteger mais de meio milhão de crianças e adolescentes entre 1 e 14 anos.A entrega foi realizada no último sábado (12/07), em Corumbá, no estado do Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com Puerto Suárez, no departamento boliviano de Santa Cruz.A ação coordenada envolveu o Ministério da Saúde do Brasil, o Ministério da Saúde e Esportes da Bolívia, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e a OPAS.Essa iniciativa se soma a outras medidas para prevenir a reintrodução do sarampo endêmico nos países das Américas. O Ministério da Saúde do Brasil, por exemplo, tem intensificado a vacinação nas fronteiras, em conjunto com as autoridades estaduais e municipais de saúde, inclusive com base na estratégia de microplanejamento de atividades de vacinação de alta qualidade. Como parte dessa estratégia, o Acre é o primeiro estado brasileiro a realizar o Dia D de vacinação, nesta terça-feira (15).DadosDesde novembro de 2024, as Américas mantêm o status de livre da transmissão endêmica do sarampo – a única região no mundo a alcançar esse feito. Mas essa conquista pode ser ameaçada casos os países não consigam manter uma cobertura vacinal de 95% com duas doses da vacina contra o sarampo.De acordo com a mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde, as Américas registraram 7.132 casos confirmados de sarampo e 13 mortes pela doença de janeiro a meados de junho deste ano. Esses surtos tiveram origem em casos importados de outros países dentro e fora da região. As faixas etárias mais afetadas são crianças menores de 5 anos e adolescentes entre 10 e 19 anos.Para proteger essa e outras populações, a OPAS tem prestado cooperação técnica a países das Américas para intensificar a vacinação, fortalecer a vigilância epidemiológica, capacitar trabalhadores de saúde e atuar junto às comunidades para garantir a detecção oportuna e uma resposta eficaz.Para saber mais, siga @OPASOMSBrasil nas redes e visite a página da OPAS/OMS: https://www.paho.org/pt
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18 julho 2025
AVISO DE PAUTA: Secretário-geral da ONU fará discurso especial sobre “Nova Era da Energia” na próxima terça (22)
Uma história de esperança está emergindo em meio à devastação e turbulência causadas pela crise climática — a revolução das energias renováveis.Na próxima terça-feira (22/07), o secretário-geral António Guterres apresentará argumentos contundentes e fundamentados para demonstrar que a revolução das energias renováveis é inevitável, e que a transição justa e acelerada dos combustíveis fósseis para a energia limpa trará benefícios transformadores para as economias, a segurança energética e o bem-estar das pessoas.O discurso especial do secretário-geral, intitulado "Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia", é uma continuação de sua fala do ano passado, Momento da Verdade. Durante o discurso, Guterres apresentará o relatório técnico especial preparado pela equipe de Ação Climática com o apoio de agências, fundos e programas da ONU e instituições de pesquisa internacionais, reunindo as evidências científicas mais recentes sobre avanços, oportunidades e benefícios de uma nova economia baseada na energia limpa.SERVIÇO: Coletiva de imprensa virtual sobre "Um Momento de Oportunidade: Impulsionando a Nova Era da Energia"O QUÊ: Coletiva de imprensa antes do discurso de 22 de julho do secretário-geral da ONUQUEM: Selwin Hart, Secretário-geral adjunto da ONU e conselheiro especial para Ação ClimáticaFrancesco La Camera, Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA)Saied Dardour, Especialista em Energia e autor do relatório Custos de Geração de Energia Renovável em 2024 da IRENA, que será lançado durante o discurso do secretário-geralQUANDO: Segunda-feira, 21 de julho, às 10h30min (Brasília) CONFIRMAÇÃO DE PRESENÇA: Deve ser feita pelo e-mail: donlon@un.org Para saber mais, visite a página global "Um Momento de Oportunidade": www.un.org/climatechange/moment-opportunity-2025
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