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06 junho 2025
“Eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão.”
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06 junho 2025
ONU abre inscrições para Programa de Bolsas de Estudo sobre direitos humanos para pessoas afrodescendentes
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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03 junho 2025
UNOPS e Conselho Federal de Psicologia lançam orientações para apoio psicossocial pós-desastres
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) acabam de lançar uma nota técnica e uma cartilha com diretrizes sobre saúde mental e apoio psicossocial comunitário no contexto da reparação de danos extrapatrimoniais. Os documentos, elaborados a partir do desastre socioambiental causado pela atividade mineradora da Braskem em Maceió, têm como objetivo subsidiar a atuação de psicólogas(os) em Organizações da Sociedade Civil (OSCs), coletivos e lideranças locais na reparação de danos morais coletivos. Confira os documentos na íntegra: cartilha e nota técnica. A publicação dos materiais se dá no contexto do Programa Nosso Chão, Nossa História, operacionalizado pelo UNOPS em Maceió para a reparação dos danos morais coletivos causados pelo desastre socioambiental. “O desastre em curso evidencia a necessidade de um olhar ampliado para todo o Brasil. Alinhar essa perspectiva com profissionais da psicologia, que estão na linha de frente atendendo as comunidades, é fundamental. Esses danos se repetem em diversas outras ocorrências pelo país e merecem a mesma atenção dada aos danos patrimoniais. Afinal, estamos falando de memória, relações sociais e afetividades”, destaca o gerente de projetos do UNOPS, Bernardo Bahia. Os documentos apresentam conceitos fundamentais, como danos extrapatrimoniais — também chamados de danos morais coletivos —, deslocamento forçado e o que significa a reparação desses impactos. Eles também orientam profissionais da área sobre a abordagem em contextos semelhantes, como rompimentos de barragens, destacando a importância da convivência comunitária, do fortalecimento dos laços sociais e da participação social da população atingida na busca por soluções. As diretrizes também devem contribuir para as políticas públicas e a integração com o Programa.“Com esse trabalho, damos um passo significativo no diálogo com a categoria, a sociedade e o Estado, avançando em modelos de desenvolvimento que impactam a vida das pessoas. Essas produções conjuntas se aprofundam nas ações de reconstrução e destacam a importância da organização comunitária para promover uma coletividade resiliente”, destaca a vice-presidente do CFP, Alessandra Almeida. “Os documentos também trazem orientações objetivas sobre deslocamento forçado, isolamento territorial e danos extrapatrimoniais, aspectos fundamentais que não estavam presentes em diretrizes anteriores. Esses conceitos e orientações são apresentados de forma nítida nos novos documentos, fruto da parceria com o UNOPS”, acrescenta a responsável pela pauta no CFP. Projetos de reparação em saúde mental coletivaVoltado à reparação de danos morais coletivos causados pela mineração da Braskem em Maceió, o Programa Nosso Chão, Nossa História desenvolve iniciativas em várias frentes de atuação, entre elas, a de saúde mental comunitária, por meio de projetos executados por organizações da sociedade civil. Os documentos elaborados com o CFP servirão como referência para orientar essas ações, fortalecendo a atuação de profissionais da área no apoio às comunidades atingidas.Atualmente, o Programa contempla quatro projetos voltados à temática, desenvolvidos por organizações de Maceió: Instituto Jarede Viana, Fundação Universitária de Desenvolvimento e Extensão e Pesquisa (FUNDEPES), Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão e Pesquisa de Alagoas e VERTEX. As iniciativas abordam temas como diagnóstico sobre saúde mental da população atingida, formação em apoio psicossocial comunitário, grupos de convivência e redes de apoio psicossocial.“Em parceria com o CFP, o Programa Nosso Chão fortalece a atenção às comunidades atingidas, colocando em prática diretrizes essenciais para a promoção da saúde mental e o bem-estar e a resiliência das comunidades. Também reafirma a importância da participação da população atingida no processo de reparação. Além disso, a nota e a cartilha servem como referência para outras iniciativas voltadas a contextos de recuperação de desastres no Brasil”, destaca a coordenadora social do UNOPS, Renata Ferreira. Para o conselheiro do CFP e professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Jefferson Bernardes, a parceria fortalece uma construção coletiva voltada para um contexto sensível e urgente:“A psicologia historicamente participa dessas ações no país e entende que a verdadeira reparação ocorre por meio do diálogo, da escuta ativa e do respeito às necessidades das comunidades”. Apoio psicossocial comunitárioDe acordo com o Comitê Interagências da Organização das Nações Unidas (IASC), apoio psicossocial comunitário é uma abordagem que visa promover o bem-estar psicológico e social das pessoas dentro de suas comunidades, especialmente em contextos de vulnerabilidade, crises ou emergências. O IASC define que essa forma de apoio integra aspectos emocionais, sociais e culturais, buscando fortalecer a resiliência individual e coletiva, a autonomia e os laços comunitários. Confira a íntegra dos documentos: CartilhaNota técnicaPara saber mais, siga @nossochao.maceio nas redes e acesse a página do Programa Nosso Chão, Nossa História. , filtered_html
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06 junho 2025
ONU abre inscrições para Programa de Bolsas de Estudo sobre direitos humanos para pessoas afrodescendentes
O objetivo do programa de bolsas é fortalecer as competências dos participantes para que contribuam com a promoção e a proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais dos afrodescendentes em seus respectivos países. Bolsistas adquirem as ferramentas necessárias para garantir que o desenvolvimento de leis, políticas e programas esteja em conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos, para fortalecer a colaboração entre os governos e a sociedade civil e para realizar atividades locais de conscientização e defesa em nível local.O programa de bolsas de estudo oferece aos participantes a oportunidade de:Aprender e expandir seu conhecimento e compreensão da legislação internacional de direitos humanos e do sistema de direitos humanos das Nações Unidas, da estrutura internacional para combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância relacionada, bem como de questões relacionadas a esses tópicos, com foco especial em pessoas afrodescendentes.Conhecer em primeira mão os mecanismos de direitos humanos das Nações Unidas e o ACNUDH.Interagir com o ACNUDH e os mecanismos de direitos humanos da ONU, bem como fortalecer as habilidades dos participantes em termos de desenvolvimento de propostas de projetos e apresentações.O Programa de Bolsas de Estudo foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial do ACNUDH em 2011 e foi posteriormente endossado pela resolução A/RES/69/16 da Assembleia Geral da ONU sobre a implementação do programa de atividades da Década Internacional para Afrodescendentes. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos é o coordenador da Década. O Programa de Bolsas de Estudo de 2025 será o primeiro a ser realizado durante a Segunda Década Internacional para Afrodescendentes (2025-2034), proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2024.Quando será realizado o treinamento? Em 2025, o programa será realizado de 10 a 28 de novembro em Genebra, na Suíça.Bolsistas deverão dedicar-se a cursos on-line e exercícios preparatórios durante as duas semanas que antecedem o programa de estudos. Quem pode se inscrever?Pessoas interessadas devem ser de ascendência africana e ter no mínimo 4 anos de experiência profissional relacionada à defesa do direitos das pessoas afrodescendentes.O(a) candidato(a) deve estar vinculado(a) a uma organização, coletivo ou movimento que trabalhe com questões relacionadas aos direitos dos afrodescendentes ou das minorias e apresentar carta de endosso da respectiva organização.O(a) candidato deve estar disponível para participar de todas as atividades do programa de estudo. Como se inscrever? Solicita-se que pessoas interessadas enviem os seguintes documentos em um único e-mail para ohchr-africandescentfellowship@un.org:CVO formulário de inscrição devidamente preenchido, assinado e digitalizado em um único documento.Uma declaração pessoal/carta de motivação (máximo de 500 palavras) na qual a pessoas interessada explica sua motivação para se candidatar ao programa de bolsas e como usará o conhecimento adquirido durante o programa para promover os interesses e os direitos das pessoas afrodescendentes em sua comunidade, cidade ou país.Uma carta oficial de uma organização que trabalhe com questões relacionadas a afrodescendentes ou minorias – em papel timbrado da organização – confirmando a função do candidato na organização. Como é conduzido o processo de seleção? A seleção de participantes reflete um equilíbrio entre regiões de origem e gênero. O processo também leva em conta a situação dos direitos humanos das pessoas de ascendência africana nos respectivos países.Devido ao grande número de e-mails recebidos, somente candidatos pré-selecionados serão notificados por e-mail.O resultado final do processo seletivo será publicado no site do ACNUDH assim que o processo de seleção for concluído.Quais são os benefícios oferecidos? Cada bolsista tem direito a uma passagem de ida e volta (classe econômica) entre seu país de residência e Genebra, seguro médico básico e uma ajuda de custo para acomodação modesta e outras despesas de subsistência durante o programa.Quem já participou do programa? Desde 2011, 160 bolsistas de 50 países participaram do programa de bolsas, incluindo participantes da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Uruguai e Venezuela.Voices of the Decade apresenta 11 histórias de bolsistas, representando o importante e inspirador trabalho que está sendo realizado para promover os direitos humanos de pessoas afrodescendentes em todo o mundo. Leia os depoimentos aqui.Para saber mais, acesse a chamada completa na página do ACNUDH: https://acnudh.org/pt-br/programa-de-bolsas-de-estudo-para-pessoas-afrodescendentes/ , filtered_html
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21 maio 2025
Sistema tradicional da erva-mate, no Paraná, é reconhecido como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO
O sistema agroflorestal tradicional de cultivo da erva-mate, no Paraná, é uma das seis novas adições aos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), um reconhecimento global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esse é o segundo sistema reconhecido pela FAO no Brasil, após o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço.Os SIPAMs são sistemas agrícolas que geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única. No interior do Paraná, o cultivo da erva-mate sob a sombra da Floresta com Araucárias é um deles: uma prática ancestral, herdada dos povos indígenas Guarani e Kaingang, que fortalece a preservação de um dos ecossistemas mais ameaçados de mundo, ao mesmo tempo em que garante a soberania alimentar e a identidade cultural.“Diante dos crescentes impactos da variabilidade climática, eventos extremos e perda de biodiversidade sobre a agricultura e os agricultores, esses sistemas são pontos de luz que mostram como as comunidades podem recorrer a conhecimentos e práticas ancestrais para garantir alimentos, proteger empregos e meios de vida e manter paisagens agrícolas únicas e sustentáveis”, disse o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi. “Os sistemas do patrimônio agrícola são exemplos vivos de harmonia entre pessoas e natureza, que prosperaram e evoluíram ao longo das gerações e têm muito a nos ensinar enquanto nos adaptamos a um futuro incerto.”Além da erva-mate brasileira, outros seis sítios foram reconhecidos como SIPAM: três na China - especializados em mexilhões de água doce, chá branco e peras; um sistema ancestral que preserva culturas alimentares vitais e a biodiversidade, no México; e um sistema agrícola distinto na paisagem vulcânica da ilha de Lanzarote, na Espanha.Os sistemas foram formalmente designados durante uma reunião do Grupo Consultivo Científico do SIPAM, realizada de 19 a 21 de maio. Com as novas adições, a rede mundial de sistemas agrícolas patrimoniais da FAO passa a contar com 95 sistemas em 28 países. Os sistemas recém-designados elevam o total para dois no Brasil, 25 na China (o maior número entre todos os países), três no México e seis na Espanha.Erva-mate sombreada no Paraná, Brasil Há mais de cinco séculos, povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, baseados em práticas ancestrais e agroecológicas. As folhas da espécie nativa são tradicionalmente consumidas como chimarrão, tererê ou mate, também em países como Argentina, Uruguai e Paraguai.Numa região fortemente impactada pelo desmatamento, onde resta apenas 1% da floresta original, esse sistema oferece um raro exemplo de práticas agrícolas que preservam a cobertura florestal, enquanto sustentam meios de vida e o patrimônio cultural.Além disso, o cultivo da erva-mate é combinado com culturas alimentares, plantas medicinais, frutas e criação de animais em pequena escala, em áreas sombreadas dentro de parcelas florestadas. Como resultado, esse sistema mantém mais de 100 espécies de plantas, abelhas nativas, aves e animais silvestres, e sustenta milhares de famílias agricultoras que colhem, beneficiam e comercializam a erva-mate.Apesar de sua importância cultural e ecológica, o desmatamento, a mudança no uso da terra e o avanço das monoculturas ameaçam as paisagens florestais onde o sistema está enraizado. Muitos pequenos produtores enfrentam dificuldades com os baixos preços de mercado e o acesso limitado a apoio público ou cadeias de valor. Sem maior reconhecimento, investimento e envolvimento da juventude, esse sistema único permanece vulnerável, apesar de seu potencial para apoiar a biodiversidade, os meios de vida e a resiliência climática. Confira mais fotos no Flickr da FAO!Novos SIPAM na China, no México e na EspanhaNa China, sistemas agrícolas tradicionais vêm sendo preservados há séculos e representam modelos notáveis de sustentabilidade. Em Deqing, o cultivo conjunto de peixes e mexilhões perlíferos integra aquicultura, agricultura e artesanato, gerando pérolas, arroz e seda enquanto protege os ecossistemas aquáticos. Já em Fuding, o sistema cultural do chá branco baseado práticas naturais e em um forte vínculo cultural com a terra, preservando dezenas de variedades agrícolas e espécies nativas. Em Shichuan, um sistema agroflorestal baseado em grandes pomares de pera resiste a secas e enchentes, utilizando práticas que mantêm a fertilidade do solo e a biodiversidade local.No México, o sistema ancestral Metepantle, mantido há mais de três mil anos por famílias em Tlaxcala, mostra como o conhecimento do povo indígena Nahua pode sustentar a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade em ambientes áridos. Cultivado em terraços, o sistema reúne milho, agave, feijão, abóbora e espécies silvestres, promovendo a resiliência ecológica e sociocultural. A conservação coletiva de sementes, associada a práticas agrícolas adaptadas ao clima, fortalece a soberania alimentar e os modos de vida locais diante das mudanças climáticas.Na Ilha de Lanzarote, Espanha, agricultores desenvolveram um sistema único que transforma paisagens vulcânicas hostis em áreas produtivas. Utilizando cinzas vulcânicas (lapilli) e areia marinha (jable) para reter umidade e proteger os cultivos dos ventos intensos, produzem uvas, batatas-doces e leguminosas sem necessidade de irrigação. Com mais de 12 mil hectares, esse sistema alia inovação, adaptação ao meio e preservação do patrimônio cultural, sendo um exemplo de agricultura sustentável em condições extremas.Para saber mais, siga @FAOBrasil e visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/ , filtered_html
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07 abril 2025
Relator Especial da ONU: O Brasil deve enfrentar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia
Para garantir, de fato, os direitos humanos e a democracia, o Brasil deve abordar plenamente as violações da ditadura, disse, nesta segunda (7), o Relator Especial Bernard Duhaime.O Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição, Bernard Duhaime, fez esse apelo em declaração durante a conclusão de sua visita oficial de 9 dias ao Brasil. O objetivo da visita foi avaliar as medidas nas áreas de verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição adotadas pelas autoridades no Brasil para enfrentar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).Ao longo de sua história, o Brasil vivenciou violências institucionais em larga escala direcionadas a diferentes setores da sociedade. Essa violência adotou as formas do colonialismo, escravidão, ditadura e as atuais instâncias de violência institucional direcionada aos setores mais marginalizados da sociedade, como povos indígenas, pessoas afrodescendentes e os camponeses.“Os danos produzidos por essas práticas têm sido vivenciados em todo o território do país e sentidos ao longo de sucessivas gerações”, Duhaime disse. Ele alerta que esse continuum de violência é um indicador da falta de abordagens abrangentes para lidar com graves violações de direitos humanos que englobem medidas de busca da verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição. “Embora o Brasil tenha feito progresso significativo para abordar essas questões desde 1985, a implementação insuficiente de políticas de justiça de transição para lidar com as consequências da ditadura infelizmente leva a ataques recorrentes à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito”, disse o Relator Especial. O especialista disse que essa situação mantém a divisão social e borrou os fundamentos do direito internacional dos direitos humanos, que prevê que o Estado deve respeitar e garantir a todas as pessoas sob seu controle o livre e pleno exercício dos direitos humanos, sem qualquer discriminação. “Enquanto os direitos à verdade, à justiça, à reparação e à memória não forem assegurados a todas as vítimas da ditadura, essa divisão irá persistir e a história pode se repetir”, Duhaime alertou.“Para alterar de trajetória, o Brasil deve urgentemente implementar e ampliar as medidas de justiça de transição propostas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.”O Relator Especial apresentará seu relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2025.FIMAcesse a declaração completa em inglês e português. Sobre o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição. Relatores Especiais/Especialistas Independentes/Grupos de Trabalho são especialistas independentes em direitos humanos nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O grupo de especialistas juntos, se denomina Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os especialistas em procedimentos especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem um salário por seu trabalho. Enquanto o escritório de Direitos Humanos da ONU atua como o secretariado para os Procedimentos Especiais, os especialistas atuam em sua capacidade individual e são independentes de qualquer governo ou organização, incluindo o ACNUDH e a ONU.Quaisquer pontos de vista ou opiniões apresentados são exclusivamente do autor e não representam necessariamente os da ONU ou do ACNUDH.Observações e recomendações feitas especificamente para o país pelos mecanismos de direitos humanos da ONU, incluindo os procedimentos especiais, os órgãos do tratado e a Revisão Periódica Universal, podem ser encontradas no Índice Universal de Direitos Humanos https://uhri.ohchr.org/en/Para mais informações e notas de imprensa, por favor, entre em contato com: Durante a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 076-281 9813 /brenda.vukovic@un.org ); Sr. Diego Lobo, Centro de Informação da ONU Rio, diego.lobo@un.org +55 21 982876762). Após a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 22 917 9635 / brenda.vukovic@un.org)Para perguntas sobre outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Maya Derouaz (maya.derouaz@un.org) e Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org)., filtered_html
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07 abril 2025
ONU Brasil lança Relatório Anual 2024
O recém-lançado Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões."O Relatório Anual é um documento indispensável para o monitoramento de nossas atividades e para a prestação de contas ao Estado, aos nossos parceiros e à sociedade brasileira." - Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil O relatório anual ressalta, além dos resultados, os desafios, a execução financeira, os principais doadores e os 341 parceiros que trabalham junto com o Sistema ONU para que o Brasil avance na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20Marco de CooperaçãoAssinado em 2023 com o Estado brasileiro, o Marco de Cooperação é o principal documento de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das ações da ONU no país. Ele organiza o trabalho das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas com atuação no país em torno de cinco eixos temáticos:Transformação Econômica para o Desenvolvimento SustentávelInclusão Social para o Desenvolvimento SustentávelMeio Ambiente e Mudança do Clima para o Desenvolvimento SustentávelGovernança e Capacidades InstitucionaisRelação das Ações Humanitárias e de Desenvolvimento SustentávelLeia aqui o relatório completo. , filtered_html
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06 junho 2025
“Eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão.”
Portões abertos, mesas postas, som ambiente e espaço de lazer pronto para os clientes apreciarem a vista sob Pacaraima. Assim é a rotina no Restaurante Rustic, localizado na cidade fronteiriça de Roraima. Comandado pelo chef Romeu, o espaço reflete a mistura cultural entre o território brasileiro e venezuelano tão conhecida pelos moradores.A história de Romeu com a gastronomia começou quando ainda era um jovem garçom, na cidade de Santa Elena de Uairén, no lado venezuelano da fronteira. O cotidiano de ver o funcionamento da cozinha acendeu a primeira chama de interesse em seguir no ramo culinário. Em seguida, se tornou bartender na Ilha de Margarita, no litoral caribenho famoso pelo turismo e praias cristalinas.“Ali me apaixonei pela área, mas eu queria ser mais que bartender. Busquei nos jornais e encontrei uma vaga de cozinheiro com ou sem experiência. Fui aprendendo, estudando, assistindo vídeos até ter minha cozinha um ano e meio depois”, relembra.A decisão de sair da ilha e ir para Pacaraima foi motivada pela emoção, a de ter os filhos e a terra de nascença mais próximos, sem perder oportunidades de crescimento profissional.O Rustic nasceu como restaurante de um homem só durante a pandemia da COVID-19. Romeu atendia os pedidos, preparava os hamburgers e fazia o delivery de bicicleta. Aos poucos, o negócio foi se fortalecendo no mercado local, promovendo oportunidades de emprego. Em 2023, o chef recebeu um desafio: cozinhar para um evento com temática brasileira. “Era uma festa junina. Aprendi muito sobre e deu certo, assim pensei em juntar a cultura dos dois países”, diz.Motivado, Romeu se aventurou pelo Norte, buscando inspirações de sabores na Amazônia. A ligação com a região, que já existia, ficou ainda mais fortalecida. Em 1996, o chef conheceu o Festival de Parintins, a maior festa amazônica com apresentação dos Bois Bumbás. Desde então, o coração bate mais forte pelo Boi Garantido, visível pela presença do boi vermelho nas decorações do restaurante.“É importante para mim estar aqui. Posso misturar as duas culturas, com vários pratos com tempero brasileiro e venezuelano. Me sinto feliz, consagrado. Eu consegui!”, relata Romeu. “Com o fluxo migratório constante desses últimos anos, também tenho apoiado meus conterrâneos com dicas sobre como buscar emprego e conselhos. Todos meus funcionários são venezuelanos, pois quero ajuda-los”, complementa. Um dos funcionários de Romeu é o garçom profissional Jesus Alberto, que tem de experiência quase a idade que possui. Mesmo com quase 50 anos de profissão, diz que ainda segue aprendendo. “Todo dia tem algo novo para aprender, para que o cliente tenha uma boa experiência. Meu objetivo principal é sempre o bem-estar e satisfação do cliente”, disse Jesus.Além de servir as mesas, Jesus prepara coquetéis especiais, avaliando qual o pedido que será consumido, assim, os drinques são especiais para antes, durante e após as refeições.“O Rustic significa muito para mim. Em primeiro, a amizade com Romeu. Depois, o respeito e terceiro, a chance de aprender sempre. Como venezuelano, me sinto orgulhoso pelo meu país, por isso, digo a todos os que chegam no Brasil, que tenham motivação para superar os desafios. Minhas portas estão abertas para todos que queiram aprender comigo”, afirma o garçom. Consolidado em Pacaraima, o Rustic promove a integração e fomenta a economia local. Mas antes de tudo, representa a conquista de quem escolheu o Brasil para empreender e chamar de lar.“Migrar não é fácil, é deixar tudo para trás. Virar a página de um dia para o outro dói, mas eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão”, finaliza Romeu.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br , filtered_html
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03 junho 2025
“Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”
Com apenas um ano de idade, Mateo já viveu experiências que assustariam até os adultos mais experientes. O menino indígena warao já percorreu longas distâncias, migrando da Venezuela para o Brasil. E agora enfrenta mais um desafio: vencer a desnutrição grave. Ao desembarcar em Boa Vista - capital mais ao norte do Brasil e onde se concentram os abrigos humanitários da Operação Acolhida -, Maria Isabel, mãe de Mateo, não estava bem. Debilitada e sem conseguir amamentar, foi internada e separada do filho, que ficou sob os cuidados de Marianis, filha mais velha de Maria Isabel. “Quando minha mãe ficou doente, fiquei preocupada com o Mateo. Eu estava amamentando o meu bebê então o amamentei também*, para que não sentisse fome", contou emocionada.Com o passar do tempo, Mateo parou de se alimentar, emagreceu e não tinha mais forças para andar. Foi quando, durante uma busca ativa realizada pela equipe de saúde e nutrição, que Marianis conheceu Amarilis, monitora do projeto do UNICEF com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). Levada até a sala de saúde e nutrição pela monitora, o olhar atento da nutricionista Luara para a família trouxe notícias difíceis, mas necessárias para agir. “No meu primeiro contato com Mateo, ele chorava muito. Estava fraco, e após o atendimento inicial tive a certeza de que ele estava em um estado crítico de desnutrição e precisava de auxílio médico. Foi quando o encaminhamos para o hospital”, afirmou.Quando recebeu alta do hospital, Mateo passou a ser acompanhado pela equipe multidisciplinar do Centro de Recuperação Nutricional Infantil (CERNUTRI), e pelo projeto de proteção integral do UNICEF com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), que presta apoio e suporte à família durante a recuperação de Mateo. “Ao retornar ao abrigo, o atendimento que já vinha sendo realizado pelo UNICEF, ADRA e a Força Tarefa, foi reforçado com o apoio do CERNUTRI e da AVSI. Foi emocionante ver essa rede de cuidados se unindo pela recuperação de um menino tão pequeno e tão corajoso”, explicou a nutricionista.Durante todo o período em que Mateo esteve doente, sua mãe, Maria Isabel, estava internada e só recebeu alta após os momentos mais difíceis já terem passado. Foi apenas então que sua filha mais velha, Marianis, decidiu contar o que havia acontecido com o irmão, poupando a mãe de preocupações enquanto ela própria enfrentava um processo delicado de recuperação. “Quando minha mãe estava internada, eu evitei contar para ela que Mateo estava doente, para que ela não achasse que tinha culpa sobre o que aconteceu”, explicou Marianis.Com o acompanhamento multidisciplinar, Mateo começou a ganhar peso. “Eu sei que o tratamento está funcionando porque hoje Mateo brinca, come, anda e corre. Ele está bem. Quando toca música, ele dança”, conta a mãe. “Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”.Mateo ainda permanece na curva da desnutrição, mas o tratamento tem sido promissor. Letícia, a nova nutricionista que acompanha o caso, destaca que o momento mais difícil já passou, mas que é necessário continuar o acompanhamento.“Nossa responsabilidade é avaliar, orientar a família. Mateo ainda tem desnutrição, mas já é outra criança comparada com quando chegou. Vê-lo evoluindo enche meu coração de alegria, mas permaneço atenta, para que ele melhore cada dia mais”, disse. Nutrição e migraçãoO UNICEF trabalha com a promoção de saúde e nutrição para a população refugiada e migrante. Em 2025, com o apoio da ADRA em campo, 403 crianças foram identificadas com algum nível de desnutrição aguda, seja moderada ou grave nos abrigos de Boa Vista. Destes, 55,56% são indígenas. A estratégia conta com o apoio financeiro do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês), e outros parceiros.*A amamentação cruzada não é recomendada, mas é um costume warao. Após a consulta com a equipe de saúde e nutrição, Marianis foi aconselhada a não prosseguir com a amamentação de Mateo.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF Brasil sobre desnutrição. , filtered_html
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29 maio 2025
“Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou.”
Quando a água das enchentes começou a invadir as casas localizadas na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, Evaldo dos Santos, de 61 anos, pegou a mão de sua filha, Laura, de 5 anos, e não pensou duas vezes: precisava deixar o local imediatamente. Somente com a roupa do corpo e seus documentos, pai e filha rumaram à estrada, onde puderam aguardar pelo resgate da Defesa Civil do Rio Grande do Sul.Evaldo e Laura foram duas das mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas enchentes que assolaram o estado em maio de 2024, obrigando milhares de famílias a deixarem suas casas – algumas, sem poder voltar. Em 11 de julho, após passarem por quatro abrigos diferentes, os dois foram recebidos no Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Vida, localizado na Zona Norte da capital gaúcha, no dia de sua inauguração.“A gente nunca imaginou que fosse passar um ano fora de casa. Aqui nós fomos muito bem acolhidos, mas nada é como estar na nossa casa”, explicou Evaldo. “Sinto falta de poder fazer um pão, porque eu tinha uma padaria. A gente sente falta da nossa casa”, lamentou.Fruto de uma parceria entre Governo do Estado, a Agência da ONU para as Migrações (OIM), a Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre, os três CHAs instalados no RS chegaram a acolher, ao todo, 1.046 pessoas desabrigadas pelas enchentes. Os espaços foram criados como uma resposta emergencial às cheias, tornando-se referência em acolhimento humanitário e oferecendo condições dignas em cômodos separados, refeitório com quatro refeições diárias, espaços para crianças, adolescentes, lazer e animais de estimação, além de lavanderia.“Aqui eu me levanto às 6h da manhã, arrumo a Laurinha para ir para a creche. Depois volto, arrumo o quarto, lavo as roupas... É bom porque temos refeitório, a comida é boa, temos a nossa privacidade, mas seguíamos esperando”, relatou Evaldo. Ao final de abril, um pouco antes de completar um ano fora de casa, Evaldo e Laura receberam a notícia que tanto esperavam: seus nomes saíram na lista das famílias contempladas para as casas temporárias do Governo do Estado. “Ficamos quase um ano parados. Esse tempo aqui foi bom para a gente poder repensar na vida, no próximo... repensar em tudo. E a gente sempre espera o melhor”, relatou Evaldo. “Quando saiu a lista, ficamos muito felizes. Eu acho que, indo para essas casas, vamos ter uma vida ainda melhor do que a que a gente tinha antes”, comemorou. Moradias temporáriasConstruídas pelo Governo do Estado em parceria com as prefeituras, as moradias temporárias foram instaladas em diversos municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre e Canoas, onde ficam os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs). Na capital, são ofertados 80 módulos habitacionais e, em Canoas, 58. “Hoje meu sentimento é de alegria. A tristeza já passou. É um momento alegre, poder sair, ir para a casa, voltar à rotina normal. Eu ainda não conheço muito a região, mas quem faz o lugar é a gente. Estou feliz”, destacou Evaldo. “A primeira coisa que vou querer fazer quando estiver na casa é fazer comida, fazer um pão”.Com 27m², as unidades são compostas por dormitório, sala e cozinha conjugadas, banheiro, mobiliário sob medida e eletrodomésticos. Durante o processo de realocação, a OIM oferece a logística das mudanças e o provimento imediato de cestas básicas e kits de higiene e limpeza. Além disso, tem oferecido apoio financeiro para compra de mobiliário, utensílios para as novas residências e, a depender da composição familiar, é ofertado um vale-alimentação que pode ser utilizado no período de três meses.“Estamos, enfim, no processo final da operação dos Centros Humanitários de Acolhimento. É com a sensação de dever cumprido que vemos cada família reconquistando sua independência após esse acolhimento tão necessário”, completou Sylvia Moreira, coordenadora de emergência da OIM no RS. “Esse resultado só foi possível graças à parceria de sucesso entre o poder público, o setor privado e a OIM, que atuaram em conjunto para encontrar as melhores soluções para as famílias afetadas”.Centros Humanitários de AcolhimentoEvaldo e Laura foram uma das mais de 300 famílias acolhidas nos três Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), ao longo dos mais de dez meses de funcionamento das estruturas. Para esse projeto inédito no Brasil, a OIM, a Agência da ONU para as Migrações, recebeu a maior doação global proveniente do setor privado em sua história, trabalhando sempre em conjunto com entes públicos.“Compreendemos que a articulação entre OIM, Governo do Rio Grande do Sul, Fecomércio e as prefeituras de Canoas e Porto Alegre é um exemplo bem-sucedido de atuação emergencial, com potencial para ser replicado em outras operações no Brasil e no exterior,”, destacou Sylvia. “Essa operação se tornará uma grande referência de resposta a desastres”.Para além da estrutura de abrigamento, os CHAs foram espaço de reintegração socioeconômica, onde a Organização, ao lado de seus parceiros, pôde oferecer cursos profissionalizantes, direcionamento profissional e mutirões de empregabilidade, com o objetivo de garantir que a transição para a retomada da vida seja acompanhada de oportunidades.“Atuamos no Rio Grande do Sul para garantir não somente um espaço de abrigamento digno e seguro, mas também que todos tenham seus direitos garantidos e a esperança de reconstruir suas vidas após a catástrofe”, completou Sylvia.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br , filtered_html
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História
14 maio 2025
“Merendeira cozinha como quem prepara comida para seu filho”
“Os alunos são como nossos filhos do coração. Dá satisfação quando gostam da comida e se alimentam bem.”Quem diz isso é Josefa Graciene Ribeiro, a Graci, merendeira da Escola Municipal de Educação Prefeito Pedro Ferreira da Silva, da cidade de Limoeiro de Anadia (AL), que foi vencedora do Reality Show Vida de Merendeira em 2024. O reality Vida de Merendeira é uma iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE) em parceria com o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e tem como objetivo valorizar e dar visibilidade ao trabalho das merendeiras.O trabalho de Graci como merendeira começou em 2021. De lá pra cá, ela iniciou sua formação universitária em pedagogia, venceu o reality show, e começou a estudar também gastronomia. Hoje, ela cumpre a função de supervisora de merendeiras de várias escolas, um trabalho de apoio que contribui para que as escolas sigam seu manual de boas práticas.Graci tem 38 anos, é natural de Limoeiro de Anadia, onde nasceu e cresceu. É casada e tem um filho, Lucas, de 20 anos. Juntamente com seu marido, trabalhava na roça plantando mandioca e chegou a fazer um curso de bolos para vender. Sua vida deu a primeira guinada quando surgiu a oportunidade de trabalhar na escola como merendeira.O gosto por cozinhar vem de família:“Minha bisavó por parte de mãe era bem conhecida na região onde nós moramos porque ela cozinhava para festas de casamento e batizados. As pessoas adoravam a comida que ela preparava.”No trabalho como merendeira, as tarefas são bem divididas. “Quando é dia de frango, por exemplo, uma fica na construção, outra vai colocando os temperos, corta as verduras, e uma outra fica na preparação no fogo”, explica. Na escola, cerca de 250 a 300 crianças se alimentam todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, quando há aulas para a Educação de Jovens e Adultos. “Cozinhar para pouca gente é uma coisa. Mas na escola é diferente, tudo em quantidade. Para macarronada, nós fazíamos 25 pacotes de macarrão; para fazer um cuscuz, leva 15 pacotes de fubá.”No início, ela participou de capacitações com a nutricionista e algumas equipes do SEBRAE e do SENAI, onde aprendeu a evitar desperdícios e variar o preparo das refeições. As dicas são muito interessantes: “quando a banana está madura demais, uma parte é congelada, e outra, dá para fazer bolo. A macaxeira, ao invés de servir apenas de um jeito, nós fazemos torta de frango. A abóbora, dá para aproveitar a casca e a semente”, e por aí vai.A nutricionista da escola, Janaína Barbosa de Oliveira, também vencedora do Reality juntamente com Graci, é a responsável pelo preparo do cardápio. “Mas fazemos uma parceria. Ela sempre pede a opinião das merendeiras. E quando algum prato não é bem aceito pelos alunos, nós, merendeiras, damos sugestões para adaptar a receita”, conta.A receita vencedora do reality "Vida de Merendeira", o Frango Xadrez ao molho de laranja e abacaxi acompanhado de purê de abóbora com semente de abóbora e licuri, foi criada com o incentivo da nutricionista Janaína. “A única sugestão dela foi para eu acrescentar a farofa de licuri, coquinho que é muito comum na região.” Ter participado do reality trouxe um grande impacto na vida de Graci. Ela teve oportunidade de viajar para São Tomé e Príncipe, para participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, “uma experiência inesquecível”, segundo ela.“Quando chegamos, as merendeiras de lá estavam fazendo uma baita de uma panela de comida no fogão à lenha, que elas mesmas racharam.” Ela conta que os alunos, muitas vezes, levam suas próprias vasilhas, já que a escola não tem pratos e canecos suficientes para todos. “Lá, a simplicidade predomina, mas tudo é limpo e organizado, e as crianças são muito acolhedoras.” Entre as especialidades locais, ela conta que na comida da escola tinha muita banana e fruta-pão, consumidas de várias maneiras. Atualmente, Graci está realizando seu sonho que é cursar as faculdades de pedagogia e de gastronomia. “Pretende concluir os cursos no próximo ano, se Deus quiser”.Ela acredita que o reality Vida de Merendeira foi uma excelente oportunidade para as merendeiras mostrarem o seu trabalho:“As merendeiras cozinham como se tivessem fazendo a comida para seu filho, porque cada um na escola se torna filho no seu coração, e ela fica feliz quando a criança se alimenta bem. Muitas crianças não têm comida em casa e acabam indo para a escola sem se alimentar. Para elas, a refeição escolar é, muitas vezes, a principal do dia. O reality ajuda as pessoas a conhecerem essa realidade e a valorizarem a merendeira.”Para saber mais, siga @wfpbrasil nas redes e visite a página: https://centrodeexcelencia.org.br/Assista ao episódio final do reality show no YouTube: , filtered_html
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História
13 maio 2025
“Me sinto uma guardiã da natureza”
Marcela Toledo foi criada por uma família intimamente ligada à natureza. Nascida em São João da Barra, município de 36 mil habitantes da região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, ela tem em suas raízes a agricultura familiar e a pesca artesanal. Desde cedo, aprendeu a valorizar e preservar o meio ambiente, essencial para a subsistência e o sustento de seus familiares. Sua primeira formação foi em história, movida pela ânsia de conhecer o passado para pensar nas ações do presente. Passou a lecionar para jovens do município e do estado. “Com a experiência, tornei-me secretária de Agricultura e, nessa época, colaborei com diversos projetos voltados para a sustentabilidade ambiental e a produção agroecológica.”Foi uma virada que veio para ficar. Em 2020, Marcela prestava assistência às pessoas afetadas pelas enchentes que ocorreram no município, mantendo um olhar atento para o meio ambiente. Foi então que ela passou a liderar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos de São João da Barra, cultivando um extenso currículo que inclui estudos em gestão ambiental, recursos hídricos e gestão de resíduos sólidos.“Me sinto uma guardiã da natureza, como os povos originários que defendem seu território e sua natureza, entendendo que o ser humano é parte do meio ambiente e não superior a ele. Somos tão importantes quanto os outros agentes que compõem nosso ecossistema. Estar à frente da secretaria é uma oportunidade de materializar esse sentimento e ampliar o raio de atuação que eu teria individualmente como cidadã.” Ciclo VerdeComo herança de sua história com a agricultura familiar e a percepção sobre os desafios ambientais da região, ela esteve à frente da criação da iniciativa “Ciclo Verde: gestão de resíduos sólidos e recursos hídricos em São João da Barra”. O projeto implementa um sistema de trituração de resíduos da construção civil e da poda de árvores para reaproveitamento na agricultura familiar e em obras públicas – inovação que economiza recursos públicos, evita o descarte irregular e promove a economia circular.Os resíduos da construção civil são destinados para diferentes usos dentro do município, sendo reaproveitados em obras públicas e na recuperação ambiental. Isso envolve a pavimentação de estradas, a estabilização de encostas e o controle de erosão. Além disso, o projeto também reduz a irrigação nas propriedades rurais por meio da trituração de resíduos da poda de árvores, o que contribui para evitar o desperdício de recursos hídricos na produção agrícola e na drenagem. A retirada de resíduos das ruas para reaproveitamento não apenas melhora a limpeza urbana e previne a obstrução das galerias pluviais, mas também reduz os impactos das mudanças climáticas e promove o uso eficiente de materiais que seriam descartados.A gestora conta sobre como é importante o processo de troca com população local na implementação da iniciativa. "O conselho ambiental é o espaço de diálogo entre a gestão ambiental e a comunidade. O Ciclo Verde é uma resposta aos anseios já manifestados pelos produtores rurais. É nesse espaço que incentivamos práticas sustentáveis mais adequadas, como a conscientização sobre o uso de agrotóxicos e o descarte correto de embalagens, com a implementação de uma política reversa para sua coleta”, afirma Marcela.Desafio dos ODSEm novembro, a iniciativa de Marcela foi reconhecida pelo ONU-Habitat. Ela foi vencedora da categoria “ODS 11: Territórios Resilientes” do Desafio dos ODS, que premiou dez soluções criativas para problemas locais relacionados ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A iniciativa foi promovida pelo projeto Rio Inclusivo e Sustentável, parceria do ONU-Habitat com o Governo do Estado do Rio de Janeiro por meio da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade para promover a resiliência climática nas 92 cidades do estado. Ao longo de seis meses, o Desafio dos ODS mobilizou mais de 500 servidores de 86 municípios e nove comitês de bacia hidrográfica do Rio de Janeiro para aprender sobre a Agenda 2030 e o papel dos governos locais na sua implementação. Marcela estava entre eles.Na primeira etapa, a Jornada do Desafio promoveu 13 encontros presenciais em nove regiões hidrográficas, incentivando soluções inovadoras e a integração entre municípios. A segunda etapa, o Laboratório Virtual, contou com oito reuniões online para aprofundar temas essenciais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao final, o concurso de boas práticas premiou as iniciativas com maior impacto e potencial de replicação. Os dez premiados foram anunciados em uma cerimônia durante o G20 Social, em novembro.Segundo a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Ana Asti, essa iniciativa representa um marco na política pública de trabalho com as cidades:“A parceria do Governo do Estado com o ONU-Habitat traz a possibilidade de um diálogo especializado sobre os territórios e de uma reflexão sobre como as cidades do Rio de Janeiro estão preparadas para territorializar sua agenda de sustentabilidade. Todas as experiências e melhores práticas fruto dessa parceria trazidas de outras regiões, tanto do Brasil quanto de outros países, acabam sendo um manancial de possibilidades e projetos a serem aplicados no estado do Rio de Janeiro, adaptados às vocações e características locais, impulsionando a transformação para uma agenda positiva e propositiva da sustentabilidade.”União regionalComo gestora pública, Marcela comenta as dificuldades de trabalhar a Agenda 2030 e os ODS de forma integrada e prioritária nos municípios diante de demandas urgentes como os crimes ambientais. Para ela, a participação no Desafio dos ODS foi fundamental para ampliar a discussão sobre essa temática na cidade e para aprofundar o conhecimento das equipes locais na busca pelos ODS.Marcela destaca que o grande valor das iniciativas e da vitória na premiação está na possibilidade de aplicação dos conhecimentos em outros municípios. “O portfólio de iniciativas estará acessível para que todos possam acompanhar como os municípios estão repensando e aprimorando suas estratégias de atuação”, afirma a gestora.Um dos momentos mais marcantes para Marcela foi a interação com o município de Campos, vizinho de São João da Barra, que solicitou seu apoio para se candidatar ao concurso. Para ela, a prioridade era a colaboração e parceria, mesmo entre concorrentes do concurso. A participação de mais municípios próximos era do seu interesse para ampliação da visibilidade da região."Queríamos que todos fossem vitoriosos. Somos o único município vencedor na região Norte e Noroeste do estado, e representar essa região foi muito significativo para mim. Estar no G20 Social não é apenas sobre São João da Barra, mas sobre minha região como um todo. Me senti representante de um grupo maior."Para além do concurso, ela vê uma continuidade na integração entre os municípios em prol da construção de um estado mais resiliente, o que ganha força através do projeto. Ela destaca que existe uma crescente sensibilidade para uma gestão ambiental vista de forma conjunta."Ao lançar um projeto que oferece capacitações e apoio aos municípios, promovendo inclusão e visibilidade, estamos criando um momento de integração. Mais do que uma ação pontual, trata-se de um processo contínuo."Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! , filtered_html
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06 junho 2025
ACNUR lança grupo no WhatsApp para compartilhar conteúdos em primeira mão para jornalistas
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lançou o "ACNUR Informa", um grupo aberto no WhatsApp para jornalistas e comunicadores que desejam receber informações de forma antecipada sobre os conteúdos produzidos pelo ACNUR que trazem dados, informações e referências creditadas sobre as realidades enfrentadas por pessoas refugiadas e outras em necessidade de proteção no Brasil e no mundo.De forma mais ágil e prática, por meio de links que se limitam ao máximo de duas publicações diárias, o grupo trará aos interessados notícias atuais, dados de pesquisas e de relatórios, informações sobre eventos, formações e capacitações que ocorrem em diferentes localidades.“Todos esses conteúdos do ACNUR serão compartilhados de forma a trazer informações relevantes assim que sejam publicadas pelos canais da agência no Brasil e globalmente, selecionando conteúdos que sejam de interesse para a cobertura nacional”, afirma Miguel Pachioni, Oficial de Comunicação do ACNUR.Os conteúdos disponibilizados neste mês terão como destaque os dados do relatório “Tendências Globais: Deslocamento Forçado em 2024”, a ser lançado oficialmente em evento no dia 13 de junho, em Brasília. Inscrições estão disponíveis clicando aqui.Além disso, links com pacotes multimídia sobre as principais crises humanitárias do mundo, situações de emergências que acabam de eclodir e opiniões de porta-vozes da agência sobre os temas mais atuais serão divulgados mesmo em outros idiomas para trazer atualizações e canais de referência de imediato.A programação completa do Dia Mundial do Refugiado está disponível no site www.acnur.org/br/dia-mundial-do-refugiado , filtered_html
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04 junho 2025
UNOPS realiza ações de promoção de direitos e assistência humanitária no norte do país
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), está colaborando para a promoção de direitos com com diversas ações no estado do Amapá, no Norte do país. Os focos são a autonomia financeira de mulheres, a formação de jovens para o mercado de trabalho e a assistência humanitária.Como parte dessa parceria, o UNOPS realizou a aquisição e entrega de mobiliário, equipamentos de informática e eletrodomésticos para a Secretaria da Mulher do Amapá. Os itens serão utilizados para fortalecer atividades de formação empreendedora. Foram entregues 40 carteiras escolares, quatro mesas e cadeiras de escritório, uma impressora, dois projetores e três computadores completos. A entrega de três aparelhos de ar-condicionado está prevista para ser concluída no final do mês de junho. “Em pesquisa feita aqui na nossa cidade, percebemos que muitas mulheres estão em situação de violência por questões de dependência financeira. Então, nosso objetivo é capacitar essas mulheres do início ao fim”, comenta a secretária da Secretaria da Mulher do Amapá, Paula Almeida, sobre a importância da iniciativa. “A gente visa oferecer para elas esse conhecimento, essa parte empreendedora com custo baixo, e usamos todo o aparato que o UNOPS nos proporcionou para adaptar à realidade das nossas assistidas.”Além das ações voltadas à eliminação da violência contra as mulheres, o UNOPS e o MPT realizaram a entrega emergencial de 2.300 garrafões de 20 litros de água mineral e 2.600 cestas básicas à Coordenação Estadual de Proteção e Defesa Civil do Amapá. Os itens foram adquiridos entre março e abril deste ano, como parte de uma resposta humanitária imediata para apoiar as famílias ribeirinhas afetadas pelo rompimento de uma barragem de garimpo ilegal de ouro, ocorrido no início do ano. O desastre comprometeu, temporariamente, o consumo de água e de peixes no Rio Cupixi, fonte essencial de subsistência para a região.O Coronel Laurindo, da Defesa Civil do Amapá, relata que a ajuda humanitária foi entregue em Macapá e, a partir daí, levada às comunidades atingidas, por terra e até mesmo por embarcações de pequeno porte. “São regiões bem carentes, casas bem humildes, e essa ajuda foi realmente um alento para eles. Principalmente pelo fato de que, com o rompimento da barragem, houve a recomendação de interrupção da pesca para venda ou consumo próprio, até que saíssem os resultados dos exames laboratoriais.”“Iniciativas como essas garantem que as indenizações pagas por aqueles que violam direitos trabalhistas de natureza coletiva ou individual indisponível sejam efetivamente revertidas à recomposição específica dos bens jurídicos lesados”, destaca o procurador da Procuradoria do Trabalho no Município de Macapá, Hugo Anciães. As ações no estado foram viabilizadas por meio da destinação de recursos realizada pela Procuradoria do Trabalho, no âmbito da parceria do UNOPS com o MPT.No campo da promoção de oportunidades para jovens, também foi concluída a compra e entrega de itens diversos para apoiar a formação de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Foram adquiridos 22 computadores, 48 periféricos e 52 mobiliários, que irão equipar o laboratório de informática da Fundação da Criança e do Adolescente do Amapá (FCRIA). A estrutura será utilizada para implementar um projeto de fomento à educação tecnológica, proporcionando capacitação e novas perspectivas para os adolescentes atendidos.Para saber mais, siga @unops_official nas redes! , filtered_html
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04 junho 2025
UNODC: Crescente demanda por minerais aumenta riscos de crime, corrupção e instabilidade
A crescente demanda por minerais está amplificando os riscos de crime, corrupção e instabilidade na cadeia de suprimentos de minerais, segundo um novo estudo global do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado no último dia 20 de maio. Em Crimes Minerais: Mineração Ilegal de Ouro — parte dois da Análise Global sobre Crimes que Afetam o Meio Ambiente —, o UNODC examina as motivações que levam diversos atores a se envolverem em crimes relacionados a minerais, bem como os destinos dos metais e minerais não processados e os lucros obtidos com seu comércio.O estudo revela que grupos criminosos organizados, corporações e indivíduos estão envolvidos na mineração e no tráfico ilegal de ouro. Grupos criminosos organizados têm se infiltrado cada vez mais nas cadeias de suprimentos de ouro, atraídos pela alta rentabilidade do setor e pela valorização do metal. Organizações de tráfico de drogas na América Latina expandiram suas atividades para a mineração ilegal de ouro, aproveitando rotas e infraestruturas já estabelecidas para o contrabando de drogas. As receitas do ouro são então reinvestidas em outras operações criminosas. Na África, alguns grupos criminosos atuam exclusivamente no ouro, enquanto outros usam os lucros para financiar atividades armadas, desafiar a autoridade estatal ou alimentar conflitos.Populações locais em ambas as regiões podem enfrentar exploração sexual, trabalho forçado ou deslocamento como consequência.Os atores envolvidos na mineração e no tráfico ilegais utilizam fraude, corrupção e lavagem de dinheiro para facilitar seus crimes e introduzir metais e minerais de origem ilegal nos mercados globais lícitos. Grupos criminosos, corporações e comerciantes exploram lacunas legais e fiscalização regulatória deficiente para ocultar a origem dos minerais. Eles podem subornar autoridades para obter concessões de mineração, evitar consequências legais por violações ou falsificar licenças e documentos.O estudo ressalta que a mineração ilegal intensifica os danos ambientais, incluindo o uso de produtos químicos proibidos ou perigosos, como mercúrio, o desmatamento para acesso a depósitos minerais e o descarte ilegal de resíduos sólidos. Essas práticas — que burlam regulamentações ambientais — não apenas degradam ecossistemas e aceleram a perda de biodiversidade, mas também representam graves ameaças à saúde pública.“Precisamos de melhores dados para identificar e responder rapidamente à exploração criminosa do setor de mineração, aliados a legislação e padrões globalmente harmonizados”, destacou a chefe de Pesquisa e Análise do UNODC, Angela Me.“A diligência devida e a rastreabilidade de minerais críticos são essenciais, além de respostas direcionadas da aplicação da lei para garantir a segurança das cadeias de suprimentos.”Leia o capítulo completo aqui. Este estudo é a parte 2(b) da primeira Análise Global sobre Crimes que Afetam o Meio Ambiente do UNODC. Em breve, serão divulgados estudos sobre crimes relacionados a resíduos, poluição marinha, pesca ilegal e uma análise global completa sobre como esses crimes contribuem para mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Acompanhe mais detalhes em unodc.org.Leia a parte 1, O Panorama da Criminalização, e a parte 2(a), Crimes Florestais: Desmatamento e Exploração Madeireira Ilegal. O trabalho do UNODC Brasil para responder à Mineração IlegalNo Brasil o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime atua na construção de respostas à mineração ilegal na Amazônia por meio do projeto AURUM, que busca fortalecer capacidades institucionais, promover o estado de direito e o desenvolvimento sustentável na região. A iniciativa foca em quatro eixos: Análise de dados para entender o modus operandi de redes criminosas envolvidas na mineração ilegal e no tráfico de mercúrio.Cooperação entre instituições nacionais e regionais para melhorar a troca de informações e práticas.Capacitação de órgãos de fiscalização e aplicação da lei.Assistência técnica para aprimorar a rastreabilidade do mercúrio e ações operacionais contra crimes ambientais. Ainda dentro do escopo da mineração ilegal, o Escritório desenvolve outros dois projetos focados, o SAR-TI – Projeto de Fortalecimento de Sistemas de Alerta Rápido e Resposta aos Crimes Ambientais e outros crimes relacionados à Mineração Ilegal do Ouro em Territórios Indígenas e o TAPAJÓS – Projeto de Prevalência para Redução do Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo no Estado do Pará. Para saber mais, siga @unodcprt nas redes e visite a página do UNODC no Brasil: https://www.unodc.org/cofrb/pt, filtered_html
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03 junho 2025
Audiência dos novos planos Diretor e de Mobilidade terá nova data em Congonhas (MG)
A terceira audiência da iniciativa Horizontes Congonhas, parceria entre a Prefeitura Municipal e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) para a revisão do Plano Diretor e a elaboração do Plano de Mobilidade da histórica cidade mineira, terá nova data. Algumas das proposições preliminares estão sendo debatidas em reuniões de alinhamento entre as equipes de especialistas do ONU-Habitat e das secretarias da Prefeitura de Congonhas, e por isso, foi necessário o adiamento. A sessão estava prevista inicialmente para os dias 10 e 11 de junho. A nova data será divulgada em breve.Os planos devem propor soluções para melhorar a qualidade de vida da população congonhense, adotando leis municipais inclusivas, que orientem as várias dinâmicas territoriais de todo o município e que fortaleçam a cultura de tomada de decisões transparentes. Eles pretendem, também, promover a diversificação econômica, a inclusão social e a proteção ambiental equilibrada, contribuindo para que a cidade possa atrair mais investimentos.As discussões entre ONU-Habitat e Prefeitura visam a elaboração das propostas relacionadas a moradia digna; mobilidade; meio ambiente e resiliência; patrimônio cultural e planejamento urbano -- todas com foco no contexto do município, e visando metas para três horizontes temporais: O ano seguinte após a aprovação do Plano Diretor, tempo ideal para realizar ações estratégicas simples e de curto prazo; O ano de 2030, marco definido pela Agenda 2030, o plano global da Organização das Nações Unidas (ONU) que propõe medidas baseadas em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;O ano de 2038, quando a cidade de Congonhas celebra seu centenário de fundação.Em fevereiro deste ano, as equipes do ONU-Habitat apresentaram as proposições preliminares para os planos. Neste momento, as propostas tramitam em diferentes secretarias municipais, incluindo Gestão Urbana, Planejamento, Habitação, Obras, Segurança Pública e Trânsito, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, dentre outras. O coordenador da iniciativa Horizontes Congonhas, Mateus Nunes, dá detalhes sobre o processo: “Estamos em diálogo com servidoras e servidores da Prefeitura, tecendo novos relacionamentos, aprofundando conversas e disponibilizando documentos – incluindo os produtos que entregamos na gestão do prefeito anterior, como o diagnóstico do atual marco regulatório municipal e uma caracterização completa do município e do seu sistema de mobilidade. Desde fevereiro, quando apresentamos as proposições, temos realizado reuniões para tirar dúvidas e receber sugestões, realinhando expectativas, mas focados em propor um Plano Diretor e um Plano de Mobilidade ideais para a realidade de Congonhas.”A diretora de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Congonhas, Mônica Melo Tavares Cordeiro, comenta que essa etapa envolve a participação de servidores de diferentes secretarias do município, gerando debates aprofundados e sistêmicos:“A revisão do Plano Diretor é um processo complexo, traz uma série de implicações para o município. Por isso, é fundamental tornar coletiva essa construção, permitindo que todas as áreas sejam consideradas nessa fase. Queremos que os mais variados técnicos se tornem operadores desse instrumento legal e o enriqueçam, sobremaneira, com propostas de atuação em que cada um se torne protagonista, criando um ambiente onde a validação seja substituída pelo pertencimento e o senso de responsabilidade pelo senso de solidariedade. É muito gratificante para nós servidores fazermos parte desse momento singular.”Planejamento participativoA iniciativa Horizontes Congonhas é formada por uma equipe técnica de especialistas do ONU-Habitat, garantindo a organização de informações completas e atualizadas sobre o contexto municipal, e o suporte técnico qualificado em planejamento urbano e mobilidade sustentável.No total, a iniciativa contempla o desenvolvimento de 12 produtos, incluindo o diagnóstico do atual marco regulatório municipal, a caracterização do município e do seu sistema de mobilidade, o diagnóstico participativo sobre a mobilidade da cidade, consultas públicas e oficinas virtuais para discutir e validar propostas, treinamentos de representantes do setor público e dos Conselhos do Plano Diretor e do Plano de Mobilidade, e o desenvolvimento dos respectivos planos.A primeira audiência pública foi realizada em 29 de junho de 2024, na Câmara de Vereadores de Congonhas, e os participantes colaboraram com o início da coleta de informações sobre o município. Em julho, o Núcleo Gestor participou de treinamentos presenciais. Além disso, entre julho e setembro, foram realizadas 14 oficinas participativas com moradoras e moradores de diversas regiões da cidade, também com o objetivo de registrar dados localizados sobre o contexto congonhense, a partir de depoimentos da população.Nos dias 3 e 4 de dezembro de 2024, após a entrega de alguns produtos, como o marco regulatório e a caracterização do município, foi realizada a segunda audiência, que apresentou e debateu as informações coletadas ao longo da primeira etapa, gerando mais insumos para a fase atual, de proposições. Em janeiro e fevereiro de 2025, a iniciativa realizou oficinas online de capacitação, destinadas ao Núcleo Gestor, técnicos da prefeitura e população interessada. Entre os temas abordados, estavam experiências referenciais de Planos Diretores de quatro cidades brasileiras, e planejamento urbano voltado para adaptação e mitigação às mudanças do clima.Em março deste ano, foi realizado mais um evento presencial na cidade: o seminário Preservação do Patrimônio Cultural, que apresentou e discutiu soluções relacionadas ao fortalecimento do planejamento e governança municipal e à preservação do patrimônio histórico e cultural. Os temas debatidos no evento fazem parte das estratégias levantadas pela equipe de especialistas em planejamento urbano do ONU-Habitat que compõem a base da proposta de revisão do Plano Diretor da cidade de Congonhas. O seminário foi uma prévia do que será apresentado e debatido na próxima audiência da iniciativa. Após a finalização dos planejamentos, os textos serão encaminhados pela prefeitura ao legislativo municipal, com o objetivo de se tornarem leis.Mais informações e contatoPara atender a população, a iniciativa Horizontes Congonhas disponibilizou um canal de canal de comunicação oficial por meio do número de WhatsApp (31) 98397-7655. Neste número, é possível enviar dúvidas, sugestões e avaliações, bem como receber a programação das oficinas e as novidades do projeto. Além disso, cidadãs e cidadãos encontram informações detalhadas sobre o trabalho realizado até agora na página do Integra, dentro do portal da prefeitura de Congonhas: https://bit.ly/horizontescongonhasContatos para a imprensa: Ludmilla Balduino, ONU-Habitat Brasil: ludmilla.balduino@un.orgAlexia Saraiva, ONU-Habitat Brasil: alexia.saraiva@un.org, filtered_html
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30 maio 2025
UNIDO impulsiona agenda industrial do BRICS
A 9ª Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS, realizada no Palácio Itamaraty em Brasília (DF), no dia 21 de maio, marcou um novo passo na cooperação entre as economias emergentes do grupo. Sob a presidência brasileira, os países do BRICS participantes do encontro aprovaram a Declaração Conjunta reafirmando o compromisso com uma agenda industrial inovadora, sustentável e inclusiva.Um dos principais destaques da declaração foi o reconhecimento do papel estratégico da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) como parceira de implementação de iniciativas voltadas à transformação produtiva e tecnológica em países membros do BRICS, em especial através do recém-lançado Centro BRICS para Competências Industriais (BRICS Centre for Industrial Competencies – BCIC).O BRICS é um grupo intergovernamental composto por 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita (este último, participando como membro em status especial até que o país confirme oficialmente o seu ingresso no grupo). Além disso, inclui 9 países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. O agrupamento político-diplomático também é chamado de BRICS+, em função de suas expansões recentes.O BCIC, lançado na sede da UNIDO em Viena (Áustria) em abril de 2025, foi criado para reunir esforços e recursos dos países do BRICS em prol do desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. A plataforma internacional funcionará como uma rede de centros nacionais de competências, com foco em inovação tecnológica, transformação digital, capacitação profissional e apoio a pequenas e médias empresas (PMEs). Além de promover o acesso ao mercado, o BCIC facilitará parcerias comerciais e a troca de soluções entre os participantes.A UNIDO será responsável por promover a articulação entre os centros nacionais no BCIC, além de facilitar o intercâmbio técnico e a mobilização de recursos.A iniciativa está inserida na Parceria BRICS para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), mecanismo de cooperação estabelecido pelo BRICS em 2021 para coordenar políticas de inovação em tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA) e robótica.A 9ª Reunião dos Ministros da Indústria do BRICS foi liderada pelo vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.“Agradecemos à UNIDO por seu apoio substancial à vertente industrial do BRICS e ao mecanismo multilateral PartNIR, mobilizando os países em prol do desenvolvimento industrial sustentável”, disse Geraldo Alckmin.Em seu pronunciamento, o vice-diretor-geral da UNIDO e diretor executivo da Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável da organização, Ciyong Zou, agradeceu ao governo brasileiro por sediar a reunião, e chamou a atenção para a importância do fomento à inovação nas economias dos BRICS.“Adaptar-se à Nova Revolução Industrial não é uma escolha, mas uma necessidade. Para tornar essa revolução inclusiva e sustentável, precisamos enfatizar a cooperação, o aprendizado compartilhado e a ação coletiva”, disse Ciyong Zou.Além de Geraldo Alckmin e Ciyong Zou, participaram da reunião os seguintes Chefes de Delegação: ministro da Indústria da Indonésia, Agus Gumiwang Kartasasmita; embaixador da Etiópia no Brasil, Leulseged Tadese; vice-ministro da Indústria da China, Jijun Xiong; ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França; embaixadora do Egito no Brasil, Mai Taha Mohamed Khalil; conselheiro econômico do Ministério do Comércio e Indústria da Índia, Agrim Kaushal; vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Alexey Gruzdev; secretário-adjunto para Comércio Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al Kait; e diretor-geral do Departamento de Comércio, Indústria e Competição da África do Sul, Lindelwa Simphiwe Hamilton.Reuniões bilateraisA UNIDO também reforçou sua parceria com o governo brasileiro por meio de reuniões bilaterais feitas durante a semana do evento, envolvendo os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); das Relações Exteriores (MRE); do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP); e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).A agenda incluiu ainda encontros com atores estratégicos do setor produtivo brasileiro, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).As discussões abrangeram temas como a formação de um centro nacional de competências no Brasil para inclusão no BCIC, descarbonização de setores-chave da indústria nacional, economia circular, inteligência artificial, capacitação técnica, mapeamento estratégico de PMEs, desenvolvimento regional e cooperação Sul-Sul.Também foi considerada a assinatura de Memorandos de Entendimento (MoU) com os ministérios e instituições colaboradoras para aprofundar a parceria institucional com a UNIDO, bem como iniciativas voltadas para a COP30, que vai acontecer em novembro deste ano em Belém (PA).Pela UNIDO, participaram das reuniões o vice-diretor-geral e diretor executivo de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável, Ciyong Zou; o oficial de Desenvolvimento Industrial da Divisão de Transformações Digitais e Inteligência Artificial, Aleksei Savrasov; o representante da UNIDO no Brasil, Clovis Zapata; e especialistas do escritório da agência em Brasília.Sobre a UNIDOA Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) é a agência especializada da ONU para a promoção do desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. Sua missão está diretamente ligada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 9, com ações que contribuem para todos os demais ODS da ONU. A agência apoia seus 173 Estados-membros por meio de quatro funções principais: cooperação técnica; pesquisas aplicadas e assessoramento de políticas públicas; definição de normas e padrões; e promoção de parcerias para transferência de conhecimento e tecnologia.A UNIDO atua no Brasil combinando representação institucional e execução de projetos, com uma equipe especializada que coordena e implementa projetos de cooperação em parceria com os setores público e privado.Para saber mais, siga @unido_org nas redes sociais! , filtered_html
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