Últimas
História
07 março 2025
"Meu sonho é ter uma loja. E esse sonho está próximo de ser realizado."
Saiba mais
Discurso
07 março 2025
Guterres: "Quando as mulheres e as meninas conseguem crescer, todos nós prosperamos"
Saiba mais
Notícias
07 março 2025
BRASIL: Relatora Especial da ONU apresenta informe sobre situação de pessoas defensores de direitos humanos
Saiba mais
Últimas
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Notícias
05 março 2025
FIDA, BID e Governo da Bahia investirão US$ 150 milhões de dólares para a agricultura familiar na Mata Atlântica do Brasil
Com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e em parceria com o Governo da Bahia, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica iniciou suas atividades no Brasil para melhorar os meios de subsistência de 352.000 pessoas em áreas rurais da Bahia.Trata-se de um investimento total de US$ 150 milhões de dólares, com o BID fornecendo um empréstimo de US$ 100 milhões, o Governo da Bahia contribuindo com US$ 32 milhões e o FIDA fornecendo outro empréstimo de US$ 18 milhões. O projeto, também conhecido como Parceiros da Mata, tem como objetivo aumentar a renda dos agricultores familiares, melhorar a segurança alimentar e nutricional e o acesso à água potável e ao saneamento, assim como fortalecer a capacidade das populações rurais mais vulneráveis de lidar com os impactos da mudança climática. Investimento em desenvolvimento ruralEssa iniciativa abordará os principais desafios ambientais na região da Mata Atlântica da Bahia, um dos ecossistemas de maior biodiversidade do mundo. Serão abordadas questões como a degradação ambiental, a baixa produtividade agrícola, o acesso precário a serviços de assistência técnica, o saneamento inadequado e a vulnerabilidade dos sistemas de produção dos agricultores familiares à mudança climática. A diretora regional do FIDA para a América Latina e o Caribe, Rossana Polastri, ressaltou que "a parceria com o BID permite que o FIDA intensifique os investimentos em recuperação ambiental, nutrição e soluções digitais, ao mesmo tempo em que amplia nossas operações em segurança hídrica e saneamento rural, em linha com nosso objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável das famílias rurais em uma das regiões mais vulneráveis do Brasil".A representante do BID no Brasil, Annette Killmer, afirmou que "com base em nossa parceria bem-sucedida com o FIDA, esse novo Projeto será fundamental para promover o desenvolvimento sustentável, com foco nos municípios mais carentes. É importante enfatizar a prioridade que o Projeto concederá às mulheres, aos jovens e aos Povos e Comunidades Tradicionais. Por exemplo, metade dos beneficiários serão famílias dirigidas por mulheres"."O Projeto Parceiros da Mata é mais um passo importante na nossa missão de fortalecer a agricultura familiar, proteger a biodiversidade e melhorar a qualidade de vida das comunidades rurais. Com essa parceria entre o Governo da Bahia, o FIDA e o BID, vamos ampliar o acesso à água, ao saneamento e à assistência técnica, garantindo mais dignidade e oportunidades para quem vive e produz na Mata Atlântica baiana, garantindo o futuro pra nossa gente", disse Jerônimo Rodrigues, Governador da Bahia.Bahia, uma referência para o FIDAO estado da Bahia, localizado na região mais pobre do Brasil, o Nordeste, é o maior estado da região, com uma população de mais de 14 milhões de habitantes, dos quais quase 29% residem em áreas rurais. A pobreza na Bahia continua sendo uma questão de notável relevância, com 63,8% da população abaixo da linha da pobreza. A insegurança alimentar ainda afeta 45,3% da população,sendo que 6,3% sofrem com a fome - insegurança alimentar grave. Nesse contexto, o Parceiros da Mata replicará as metodologias que o FIDA desenvolveu com sucesso no Sertão para o bioma Caatinga e as adaptará ao bioma Mata Atlântica, além de oferecer a oportunidade de introduzir práticas inovadoras, como o Pagamento por Serviços Ambientais e a gestão de resíduos sólidos.O trabalho conjunto entre o FIDA e o BID servirá de modelo para futuras colaborações no bioma da Mata Atlântica brasileira, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento rural, reduzir a pobreza e a fome e promover práticas ambientais resilientes e sustentáveis. Esta é a segunda iniciativa que o FIDA e o BID financiam conjuntamente no Brasil, após o Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), que começou a ser implementado em 2023 para aumentar a renda dos pequenos agricultores e melhorar a segurança alimentar e nutricional nas bacias hidrográficas dos rios Piauí e Canindé, alcançando 210.000 pessoas da zona rural. O FIDA espera fortalecer e expandir sua colaboração com o BID no Brasil, e em toda a região Nordeste, para
maximizar seu alcance e impacto, aumentando sua capacidade de reduzir a pobreza, aumentar a produção agrícola e melhorar o acesso aos mercados. Consolidando uma parceria de 27 anos, este é o terceiro projeto do FIDA em parceria com o Governo da Bahia. O Parceiros da Mata também buscará ampliar as boas práticas e lições aprendidas do Projeto Pró-Semiárido (PSA), que se encerrou em setembro de 2024, após apoiar 70 mil famílias a conquistarem uma melhor convivência com o semiárido em 32 municípios baianos por meio da agroindustrialização e comercialização de produtos da agricultura familiar, segurança hídrica, produção sustentável, assistência técnica e acesso a políticas públicas voltadas para a agricultura rural e familiar.NOTA PARA EDITORESO FIDA é uma instituição financeira internacional e um organismo especializado das Nações Unidas com sede em Roma, onde se encontra o mecanismo central das Nações Unidas para o setor da alimentação e da agricultura. O Fundo investe na população rural e, para capacitar essas pessoas, ajuda a reduzir a pobreza, aumenta a segurança alimentar, melhora a nutrição e fortalece a resiliência. Desde 1978, destinamos mais de 25 milhões de dólares estadunidenses em doações e empréstimos a baixos juros para financiar projetos em países em desenvolvimento.Em nossa biblioteca de fotos, você pode navegar e baixar uma ampla seleção de fotografias que mostram o trabalho do FIDA em comunidades rurais.Para saber mais, siga o FIDA no X: @FIDA_LACContato para a imprensa: Ana Lucía Llerena, Oficial de Comunicação do FIDA para a América do Sul: a.llerenavargas@ifad.org, filtered_html
maximizar seu alcance e impacto, aumentando sua capacidade de reduzir a pobreza, aumentar a produção agrícola e melhorar o acesso aos mercados. Consolidando uma parceria de 27 anos, este é o terceiro projeto do FIDA em parceria com o Governo da Bahia. O Parceiros da Mata também buscará ampliar as boas práticas e lições aprendidas do Projeto Pró-Semiárido (PSA), que se encerrou em setembro de 2024, após apoiar 70 mil famílias a conquistarem uma melhor convivência com o semiárido em 32 municípios baianos por meio da agroindustrialização e comercialização de produtos da agricultura familiar, segurança hídrica, produção sustentável, assistência técnica e acesso a políticas públicas voltadas para a agricultura rural e familiar.NOTA PARA EDITORESO FIDA é uma instituição financeira internacional e um organismo especializado das Nações Unidas com sede em Roma, onde se encontra o mecanismo central das Nações Unidas para o setor da alimentação e da agricultura. O Fundo investe na população rural e, para capacitar essas pessoas, ajuda a reduzir a pobreza, aumenta a segurança alimentar, melhora a nutrição e fortalece a resiliência. Desde 1978, destinamos mais de 25 milhões de dólares estadunidenses em doações e empréstimos a baixos juros para financiar projetos em países em desenvolvimento.Em nossa biblioteca de fotos, você pode navegar e baixar uma ampla seleção de fotografias que mostram o trabalho do FIDA em comunidades rurais.Para saber mais, siga o FIDA no X: @FIDA_LACContato para a imprensa: Ana Lucía Llerena, Oficial de Comunicação do FIDA para a América do Sul: a.llerenavargas@ifad.org, filtered_html
1 of 5
Notícias
05 março 2025
UNOPS fará diagnóstico do sistema socioeducativo de São Paulo
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) vai apoiar o governo do de São Paulo na elaboração de diagnóstico sobre o sistema socioeducativo do estado e na proposição de melhorias na gestão e operação de unidades de internação. O projeto foi firmado com a Companhia Paulista de Parcerias (CPP) e tem o objetivo de fortalecer a atuação da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), responsável pelo atendimento de jovens em situação de conflito com a lei.O projeto será implementado em três fases. Na primeira, de diagnóstico, o UNOPS fará uma avaliação das unidades operadas pela Fundação CASA, considerando sua estrutura e a eficácia da implementação das medidas socioeducativas, à luz do que estabelece a legislação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Estão previstas, além de visitas técnicas, entrevistas com gestores, com as equipes socioeducativas das unidades, com adolescentes e seus familiares.As duas fases seguintes dependem de avaliação e decisão do Estado acerca do diagnóstico, e consistem na elaboração de estudos preliminares e estruturação de eventual modelo para aprimoramento da gestão e operação das unidades socioeducativas, por meio de contratualizações públicas, com definições de escopo, número de unidades e modelo de gestão. A iniciativa está qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), coordenado pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI).O UNOPS atua no Brasil desde 2012 e tem sólida experiência com projetos de infraestrutura social e socioeducação. “Ao longo dos últimos anos, o UNOPS vem trabalhando com a estruturação de contratações públicas com um olhar para o avanço da Agenda 2030, de modo que as iniciativas efetivamente contribuam para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, aponta o diretor e representante do UNOPS no Brasil, Fernando Barbieri., filtered_html
1 of 5
Notícias
28 fevereiro 2025
Fundo Brasil-ONU seleciona primeiros projetos para financiamento
O Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia selecionou três projetos para receber recursos em sua primeira rodada de financiamento. Em reunião realizada em Brasília nesta quinta (27), as instituições parceiras da iniciativa selecionaram as propostas que melhor respondiam ao objetivo de promover uma resposta coordenada para acelerar o desenvolvimento sustentável da Amazônia de forma integrada e cooperativa, considerando as oportunidades e desafios regionais.A decisão foi tomada pelo Comitê Diretor do Fundo, composto pelas Nações Unidas, pelo governo federal e pelo Consórcio Interestadual da Amazônia Legal a partir de análise detalhada e avaliação de nove propostas recebidas. A abertura de chamado para propostas foi viabilizada pelo aporte de 13 milhões de dólares canadenses (cerca de R$ 55 milhões) ao Fundo, anunciado pelo governo do Canadá no final de 2024. Nesta primeira rodada, o Fundo Brasil-ONU recebeu projetos voltados a alguns dos grupos populacionais mais vulneráveis da região, apresentados por governos estaduais e agências das Nações Unidas.A primeira proposta aprovada é o Programa de Resiliência Socioambiental nas áreas de proteção ambiental de Igarapé São Francisco e Lago do Amapá, no Acre. O projeto foi apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre e será implementado em parceria com a UNESCO. A proposta usa abordagens transversais para integrar questões de conservação ambiental que afetam as populações de áreas rurais e urbanas e propõe atividades como regulamentação fundiária, estímulo à bioeconomia e melhoria da governança socioambiental.O segundo projeto aprovado foi proposto pelo UNICEF em parceria com UNFPA, ACNUR, UNESCO, OIT, OPAS/OMS e OIM e tem como alvo a proteção e a promoção integral dos direitos das crianças, adolescentes e jovens indígenas na Bacia Amazônica Brasileira. Com uma abordagem multisetorial e por meio de parcerias diversas, a proposta abrange oito dos nove estados da região e integra de forma transversal a questão de gênero.A terceira e última proposta a ser contemplada com recursos do Fundo Brasil-ONU é um projeto de regularização ambiental por meio da governança fundiária e do ordenamento territorial, que integra a iniciativa Programa Terras para Elas, que será implementado pelo Instituto de Colonização de Terras do Maranhão (ITERMA) em pareceria com a FAO. O projeto trata de temas como regulação fundiária, gênero, comunidades tradicionais, meio ambiente e sustentabilidade.A coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, ressaltou a importância da parceria com o Consórcio da Amazônia para viabilizar o Fundo Brasil-ONU:“Os governos estaduais conhecem as demandas e desafios locais, o que é essencial para que a atuação do Fundo seja relevante”. Ela agradeceu a contribuição do governo do Canadá e destacou a agilidade das equipes técnicas e das instâncias decisórias em selecionar as primeiras propostas. “São propostas realmente boas, com potencial de impactar positivamente as vidas das pessoas na Amazônia”.O Embaixador Carlos Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty parabenizou todas as instituições envolvidas e ressaltou o papel do Sistema ONU em iniciar as operações do Fundo: “O primeiro passo é o mais importante, porque dá origem a todos os demais, e este primeiro passo não teria sido possível sem a doação do Canadá e o trabalho incansável da equipe das Nações Unidas no Brasil”.O governador do Maranhão, Carlos Brandão parabenizou as Nações Unidas pelo dinamismo e o empenho do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal desde a concepção do Fundo Brasil-ONU, que tem papel fundamental no atual contexto: “O Brasil é hoje o epicentro da questão ambiental, inclusive com a realização da COP30”.A reunião contou ainda com a participação do Embaixador do Canadá, Emmanuel Kamarianakis, além de representantes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, do Ministério do Planejamento e Orçamento e do Governo do estado do Amapá.Sobre o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da AmazôniaO Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia é o resultado de uma parceria entre o Governo Federal, o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e o Sistema das Nações Unidas. O Fundo busca mobilizar recursos para financiar projetos que gerem alternativas econômicas inclusivas e sustentáveis para fomentar o desenvolvimento da região Amazônica e beneficiar as populações em situação de maior vulnerabilidade.Sobre o Comitê Diretor do Fundo Brasil-ONUO Comitê Diretor é copresidido pela Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas no país, conjuntamente com representante do Ministério das Relações Exteriores e o Governador do estado que exerce a Presidência do Consórcio. As demais instituições representadas no Comitê são: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à FomeMinistério do Planejamento e OrçamentoGoverno do estado do AmapáOrganização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)Governo do CanadáEscritório das Nações Unidas para MPTFPara saber mais, siga @onubrasil nas redes e visite a página do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia., filtered_html
1 of 5
Discurso
24 fevereiro 2025
Guterres: "Os direitos humanos são o oxigênio da humanidade"
Presidente da Assembleia Geral, presidente do Conselho dos Direitos Humanos, Alto Comissário,Excelências, Senhoras e Senhores, Começamos esta seção sob o peso de um marco sombrio - o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, em violação da Carta das Nações Unidas.Mais de 12.600 civis mortos e muitos mais feridos.Comunidades inteiras reduzidas a escombros.Hospitais e escolas foram destruídos.Não devemos poupar esforços para pôr fim a este conflito e alcançar uma paz justa e duradoura, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral.Conflitos como a guerra na Ucrânia têm um preço elevado.Um custo para as pessoas. Um custo para princípios fundamentais, como a integridade territorial, a soberania e o Estado de Direito.E um custo para a atividade vital deste Conselho.Sem o respeito pelos direitos humanos - civis, culturais, econômicos, políticos e sociais - a paz sustentável é um sonho impossível.E, tal como este Conselho, os direitos humanos fazem brilhar uma luz nos lugares mais sombrios.Através do seu trabalho e do trabalho do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos em todo o mundo, apoiamos corajosas pessoas defensoras dos direitos humanos que correm o risco de serem perseguidas, detidas e até mesmo mortas.Trabalhamos com os governos, a sociedade civil e outros parceiros para reforçar a ação em matéria de direitos humanos.E apoiamos investigações e a responsabilização dos perpetradores de crimes. Excelências,O nosso trabalho está sendo feito. Os direitos humanos são o oxigênio da humanidade.Mas, um a um, os direitos humanos estão sendo sufocados. Por autocratas, que esmagam a oposição porque temem o que um povo verdadeiramente capacitado faria. Por um patriarcado que mantém as mulheres fora da escola e as mulheres à distância de seus direitos fundamentais. Por guerras e violência que privam as populações do seu direito à alimentação, à água e à educação.Por belicistas que desdenham o direito internacional, o direito humanitário internacional e a Carta das Nações Unidas. Os direitos humanos estão sendo sufocados pela crise climática.E por um sistema financeiro global moralmente falido que, com demasiada frequência, obstrui o caminho para uma maior igualdade e um desenvolvimento sustentável.Por tecnologias descontroladas, como a Inteligência Artificial, que são muito promissoras, mas que também têm a capacidade de violar os direitos humanos com o simples toque de um botão.Pela crescente intolerância contra grupos inteiros - desde os povos indígenas, aos migrantes e refugiados, à comunidade LGBTQI+, às pessoas com deficiência. E por vozes de divisão e raiva que veem os direitos humanos não como um benefício para a humanidade, mas como uma barreira ao poder, ao lucro e ao controle que procuram.Em resumo, os direitos humanos estão sendo fortemente atacados.Isto representa uma ameaça direta a todos os mecanismos e sistemas duramente conquistados e estabelecidos ao longo dos últimos 80 anos para proteger e promover os direitos humanos. Os conflitos infligem violações dos direitos humanos em grande escala.Nos Territórios Palestinos Ocupados, as violações dos direitos humanos dispararam desde os horríveis ataques do Hamas de 7 de outubro e os níveis intoleráveis de morte e destruição em Gaza.E estou seriamente preocupado com o aumento da violência na Cisjordânia ocupada por colonos israelenses e outras violações, bem como com os apelos à anexação. Estamos assistindo a um cessar-fogo precário. Temos de evitar a todo o custo um recomeço das hostilidades. A população de Gaza já sofreu demais. É tempo de um cessar-fogo permanente, da libertação digna de todos os reféns que ainda restam, de progressos irreversíveis no sentido de uma solução de dois Estados, do fim da ocupação e da criação de um Estado palestino independente, de que Gaza seja parte integrante.No Sudão, o derramamento de sangue, os deslocamentos forçados e a fome invadem o país. As partes em conflito devem tomar medidas imediatas para proteger os civis, defender os direitos humanos, cessar as hostilidades e forjar a paz.E os mecanismos nacionais e internacionais de monitorização e investigação dos direitos humanos devem ser autorizados a documentar o que está acontecendo no terreno.Na República Democrática do Congo, assistimos a um turbilhão mortal de violência e a horríveis violações dos direitos humanos, amplificadas pela recente ofensiva do M23, apoiada pelas Forças de Defesa de Ruanda. À medida que mais cidades caem, o risco de uma guerra regional aumenta. Chegou o momento de silenciar as armas. É tempo de diplomacia e de diálogo. A recente Cúpula na Tanzânia ofereceu um caminho a seguir com um apelo renovado a um cessar-fogo imediato.A soberania e a integridade territorial da República Democrática do Congo devem ser respeitadas.O povo congolês merece a paz.No Sahel, apelo a um diálogo regional renovado para proteger os cidadãos do terrorismo e das violações sistêmicas dos direitos humanos e para criar as condições para um desenvolvimento sustentável. Em Mianmar, a situação agravou-se muito nos quatro anos desde que os militares tomaram o poder e detiveram arbitrariamente membros do governo democraticamente eleito.Precisamos de uma maior cooperação para pôr termo às hostilidades e abrir caminho a uma transição democrática inclusiva e ao regresso ao regime civil, permitindo o regresso em segurança dos refugiados Rohingya.E, no Haiti, estamos a assistir a violações maciças dos direitos humanos - incluindo mais de um milhão de pessoas deslocadas e crianças que enfrentam um aumento terrível da violência sexual e do recrutamento para gangues.Nos próximos dias, apresentarei propostas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas com vista a uma maior estabilidade e segurança para o povo do Haiti - nomeadamente através de um mecanismo de assistência eficaz da ONU para apoiar a Missão Multilateral de Apoio à Segurança, a polícia nacional e as autoridades haitianas.Uma solução duradoura exige um processo político - liderado e assumido pelo povo haitiano - que restabeleça as instituições democráticas através de eleições.O Pacto para o Futuro apela a processos e abordagens de paz baseados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no direito internacional e na Carta das Nações Unidas.Propõe ações específicas para dar prioridade à prevenção de conflitos, à mediação, à resolução e à construção da paz. E inclui um compromisso no sentido de atacar as causas profundas dos conflitos, que tão frequentemente estão enredadas na negação das necessidades e direitos humanos básicos. Segundo - o Pacto para o Futuro promove os direitos humanos através do desenvolvimento.Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os direitos humanos estão fundamentalmente interligados.Representam necessidades humanas reais - saúde, alimentação, água, educação, trabalho digno e proteção social.Com menos de um quinto dos Objetivos no caminho certo, o Pacto apela a uma aceleração maciça através de um estímulo aos ODS, reformando a arquitetura financeira global e tomando medidas significativas para os países afogados em dívidas.Isto deve incluir uma ação focalizada para vencer o abuso dos direitos humanos mais difundido na história - a desigualdade para as mulheres e meninas. O Pacto apela ao investimento no combate a todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e as meninas e à garantia da sua participação e liderança significativas em todos os sectores da vida.E, juntamente com a Declaração sobre as Gerações Futuras, o Pacto apela ao apoio aos direitos e ao futuro dos jovens através de um trabalho digno, da eliminação dos obstáculos à participação dos jovens e do reforço da formação.E o Pacto Digital Global apela às nações para que defendam os jovens inovadores, fomentem o espírito empreendedor e dotem a próxima geração de alfabetização e competências digitais.Terceiro - o Pacto para o Futuro reconhece que o Estado de Direito e os direitos humanos andam de mãos dadas.O Estado de Direito, quando fundamentado nos direitos humanos, é um pilar essencial de proteção.Protege as pessoas mais vulneráveis.É a primeira linha de defesa contra o crime e a corrupção.Apoia economias e sociedades equitativas, justas e inclusivas.Responsabiliza os autores de atrocidades contra os direitos humanos.Permite um espaço cívico para que as pessoas façam suas vozes serem ouvidas - e para que os jornalistas realizem o seu trabalho essencial, livres de interferências ou ameaças.E reafirma o compromisso do mundo com a igualdade de acesso à justiça, a boa governança e instituições transparentes e responsáveis. Quarto - direitos humanos através da ação climática. O ano passado foi o mais quente em registro - coroando a década mais quente já registrada.O aumento do calor, o derretimento das geleiras e o aquecimento dos oceanos são uma receita para o desastre. Inundações, secas, tempestades mortais, fome, deslocações em massa - a nossa guerra contra a natureza é também uma guerra contra os direitos humanos.Temos de escolher um caminho diferente.Saúdo os muitos Estados-membros que reconhecem legalmente o direito a um ambiente saudável - e apelo a todos os países para que façam o mesmo.Os governos têm de cumprir a sua promessa de produzir novos planos de ação nacionais para o clima para toda a economia este ano, muito antes da COP 30 no Brasil.Esses planos devem limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus, através da aceleração da transição energética global. Precisamos também de um aumento do financiamento da ação climática nos países em desenvolvimento, para nos adaptarmos ao aquecimento global, reduzirmos as emissões e acelerarmos a revolução das energias renováveis, que representa uma enorme oportunidade econômica. Temos de fazer frente à campanha enganosa de muitos elementos da indústria dos combustíveis fósseis e dos seus facilitadores, que ajudam a instigar esta loucura, ao mesmo tempo que protegem e defendem aqueles que estão na linha da frente da justiça climática.E quinto - direitos humanos através de uma governança mais forte e melhor da tecnologia.À medida que as tecnologias em rápida evolução se expandem para todos os aspectos das nossas vidas, preocupa-me profundamente que os direitos humanos sejam postos em causa.No seu melhor, as redes sociais são um ponto de encontro para as pessoas trocarem ideias e suscitar um debate respeitoso.Mas também podem ser uma arena de combates inflamados e de ignorância flagrante.Um lugar onde os venenos da desinformação, do racismo, da misoginia e do discurso de ódio não só são tolerados, como muitas vezes encorajados.A violência verbal on-line pode facilmente transformar-se em violência física na vida real. Os recentes retrocessos na verificação de fatos e na moderação de conteúdos nas redes sociais estão reabrindo as portas a mais ódio, mais ameaças e mais violência.Não nos enganemos.Estes retrocessos conduzirão a menos liberdade de expressão, e não a mais, uma vez que as pessoas têm cada vez mais medo de se envolverem nestas plataformas.Entretanto, a grande promessa da Inteligência Artificial é acompanhada pelo perigo ilimitado de minar a autonomia humana, a identidade humana, o controle humano - e, sim, os direitos humanos.Face a estas ameaças, o Pacto Digital Global reúne o mundo para garantir que os direitos humanos não sejam sacrificados no altar da tecnologia.Isto inclui trabalhar com empresas digitais e decisores políticos para expandir os direitos humanos a todos os cantos do ciberespaço - incluindo um novo enfoque na integridade da informação nas plataformas digitais.Os Princípios Globais para a Integridade da Informação que lancei no ano passado irão apoiar e informar este trabalho, à medida que promovemos um ecossistema de informação mais humano.O Pacto Digital Global inclui também o primeiro acordo universal sobre a governança da IA que reúne todos os países e compromissos sobre o reforço das capacidades, para que todos os países e pessoas beneficiem do potencial da IA.Investindo na Internet a preços acessíveis, na literacia digital e nas infra-estruturas.Ajudando os países em desenvolvimento a utilizar a IA para fazer crescer as pequenas empresas, melhorar os serviços públicos e ligar as comunidades a novos mercados.E colocando os direitos humanos no centro dos sistemas orientados para a IA.As decisões do Pacto de criar um Painel Científico Internacional Independente sobre IA e um Diálogo Global contínuo que garanta que todos os países tenham voz ativa na definição do seu futuro são importantes passos em frente. Temos de os pôr em prática.Excelências, Senhoras e Senhores, Podemos ajudar a acabar com a asfixia dos direitos humanos dando vida ao Pacto para o Futuro e ao trabalho deste Conselho. Façamo-lo em conjunto. Não temos um momento a perder.E eu vos agradeço. Para saber mais, acompanhe a cobertura completa da ONU News em português: https://news.un.org/pt/story/2025/02/1845366 , filtered_html
1 of 5
Faça a sua parte
24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
1 of 5

História
07 março 2025
"Meu sonho é ter uma loja. E esse sonho está próximo de ser realizado."
Livis Sarmiento, venezuelana que vende comidas típicas em São Paulo, e Nelarys Lanz, confeiteira que conquistou sucesso com suas receitas em Curitiba, são exemplos de empreendedoras que, por meio do microcrédito e juros baixos, conseguiram financiar seus negócios e expandir suas produções. Esse apoio tem sido essencial para fortalecer suas iniciativas.Livis Sarmiento está à frente do Gosto ao Paladar, onde vende comidas típicas por encomenda em São Paulo (SP). Formada em Direito, ela está no Brasil há seis anos e trabalha em outra área, com atendimento ao cliente. A venda de pratos típicos começou durante a pandemia da COVID-19, como um recurso para ela e o esposo, que trabalha como motorista de aplicativo, conseguirem manter os dois filhos pequenos. Para financiar o seu empreendimento, ela recorreu ao microcrédito quatro vezes, sempre para investir em equipamentos e ampliar a produção. “O Banco do Povo abriu as portas para a gente ter mais alcance, pra comprar maquinário. Primeiro, eles nos visitaram, vieram ver o que a gente fazia, conhecer a produção, valores de venda. Também fizeram um estudo social, pra ver se a gente trabalhava em outro lugar, quanto recebia por mês e quanto poderia pagar”, lembra Livis. “A gente pegou o primeiro empréstimo e nos mostramos responsáveis pelo pagamento, aí conseguimos aumentar o valor do crédito. Hoje, estou pagando o quarto empréstimo, que vai até abril. Meu sonho é ter uma loja, onde a gente possa conversar, receber pessoas, nos sentir em casa. E esse sonho está próximo de ser realizado.”Já a confeiteira Nelarys Lanz é outra empreendedora que recorreu ao microcrédito. Até 2018, ela produzia e fornecia bolos para grandes redes na Venezuela. Com a situação no país, ela mudou-se com a família para Manaus (AM), onde tentou, sem sucesso, vender bolos tradicionais venezuelanos nas ruas. Depois de estudar os hábitos brasileiros e de fazer alguns cursos, ela conseguiu realizar as primeiras vendas e se tornou fornecedora de restaurantes. Em 2023, já morando em Curitiba (PR), um vídeo seu ensinando a fazer a torta Tres Leches viralizou nas redes sociais. O sucesso foi tanto que ela viu a oportunidade de lançar um curso on-line para ensinar suas receitas. Com o empréstimo do Banco Pérola, ela conseguiu comprar equipamentos para melhorar seu negócio no Brasil, o Nelas Cakes, e também teve recursos para lidar com as dificuldades impostas pela pandemia da COVID-19. “O programa deles focado em refugiados e migrantes é muito legal, pois os juros são bem em conta e as parcelas ficam baixas”, conta. “Meu sonho é ter uma franquia do meu empreendimento. Também quero continuar com meu curso e ensinar a todas as mulheres a se empoderar e acreditar em si mesmas.”Para além de Livis e Nelaryz cerca de outros 600 empreendedores refugiados e migrantes em 12 estados brasileiros foram beneficiados por mais de R$ 1,5 milhão investidos através da parceria estabelecida pelo ACNUR com o Banco Pérola e o Banco do Povo Crédito Solidário. Elas são instituições financeiras que passaram a oferecer linhas de microcrédito especiais para atender pessoas refugiadas e migrantes que queiram ampliar seus negócios no Brasil.A iniciativa, que envolve diferentes instituições financeiras, foi lançada no final de 2020 para oferecer empréstimos que vão de R$500 a R$ 7 mil. Além dos juros baixos (em média, 3% ao mês), as facilidades oferecidas vão da menor burocracia para a contratação, mais opções de garantias que podem ser apresentadas pelo contratante e opções de pagamento de acordo com a possibilidade do empreendedor – semanais, quinzenais ou mensais.Para o diretor executivo, Fabio Maschio Rodrigues, ter uma linha de crédito que possibilite o acesso a pessoas refugiadas e migrantes é parte de uma ação maior de promoção da integração socioeconômica dessas pessoas no Brasil. “O Banco do Povo Crédito Solidário tem como premissa a promoção do acesso a recursos microfinanceiros da polução sem acesso aos serviços bancários convencionais. Apoiando os empreendedores refugiados, estamos ajudando a restaurar a dignidade e a autonomia, permitindo que eles sejam protagonistas de suas próprias vidas. Assim estamos promovendo uma sociedade mais inclusiva, justa e próspera para todos.”O Banco do Povo Crédito Solidário tem atuação no estado de São Paulo e já beneficiou mais de 360 pessoas refugiadas e migrantes na Região Metropolitana de São Paulo, Campinas, Jundiaí e Osasco. O perfil de clientes que contratam o microcrédito é formado, em sua maioria, por mulheres (52%) e com renda per capita de até um salário mínimo por mês (66%). Três em cada quatro possuem empresa formalmente constituída, em especial nas áreas de serviços (49%) e comércio (43%). Oportunidades mesmo a quem ainda não está formalizadoOutro diferencial da iniciativa é a possibilidade de contratação de crédito mesmo por empreendedores e empreendedoras que ainda não formalizaram seu negócio. No Banco Pérola, o negócio deve estar em andamento há, pelo menos, três meses, e a única garantia solicitada é um avalista, que assine o contrato junto com a pessoa refugiada ou migrante. De 2020 até agora, a instituição alcançou 190 pessoas em 30 cidades e 12 estados. “Sem crédito é praticamente impossível alavancar um negócio, qualquer que seja o tamanho. E essas pessoas têm ainda menos condições de conseguir um empréstimo no mercado do que empreendedores brasileiros mais vulneráveis. Por mais que haja força de trabalho, demanda, capacidade empreendedora, existem questões muito práticas sem as quais um empreendimento simplesmente não existe, como capital de giro, recurso para comprar produtos ou para investir em uma infraestrutura mínima”, afirma a diretora Financeira e Administrativa do Banco Pérola, Andrea Federmann.Para o ACNUR, oferecer créditos diferenciados para pessoas refugiadas e migrantes é uma forma de contribuir para o desenvolvimento dos pequenos empreendimentos, para o estabelecimento dessas pessoas de forma sustentável no Brasil e para o fortalecimento da economia local. “Temos milhares de pessoas refugiadas e migrantes que recorrem à abertura do negócio próprio como um meio de, inicialmente, ter uma renda no Brasil. Muitos conseguem expandir com investimentos mínimos. Ter as instituições financeiras nessa iniciativa é fundamental para incentivar a autonomia de muitos empreendedores que escolhem o país para recomeçarem suas vidas”, ressalta a assessora de Soluções Duradouras no ACNUR, Vanessa Tarantini.Saiba mais sobre a história de Livis e sua paixão pela cozinha típica venezuelana: No site Refugiados Empreendedores é possível encontrar mais informações sobre instituições que oferecem crédito e microcrédito para pessoas refugiadas e migrantes que sejam donas do seu próprio negócio. Também é possível acessar a Cartilha de Informações Financeiras para Migrantes e Refugiados, que ajuda avaliar as opções disponíveis.Para descobrir mais, siga @acnurbrasil nas redes! , filtered_html
1 of 5

História
06 março 2025
Na histórica cidade de Congonhas, três gerações de mulheres lutam para preservar seu território
Elas são como a água que brota de uma nascente no meio da floresta úmida: silenciosas, adaptativas e constantes, fluem pela histórica cidade de Congonhas, no estado de Minas Gerais, no sudeste brasileiro, em defesa do bairro em que vivem. Marlene de Souza Alves, Maria Veridiana Alves e Teisiane Bernardo Gomes são três mulheres de diferentes gerações da mesma família. A origem delas está enraizada no bairro Pires – uma história familiar que se entrelaça com a do bairro, abrigado ao sopé da serra de mesmo nome. Considerado o mais antigo bairro da cidade mineira, o Pires hoje sofre impactos causados por atividades industriais.A mais velha da família, Maria Veridiana, de 78 anos, é mãe de Marlene, 54, e bisavó de Teisiane, 11. Quando Maria Veridiana recorda de sua época de infância, ela relata a saudade da serra coberta de floresta nativa e banhada por nascentes, conhecidas como fervedouros (a água saía do lençol freático com muita pressão, dando a sensação de que estava fervendo), além de inúmeras cachoeiras e cursos d’água.Desde a juventude de Veridiana até a primeira infância de Marlene, o Pires era uma comunidade tranquila, formada por cerca de 200 pessoas, que trabalhavam juntas no cultivo de arroz, feijão, milho, abóbora, batata, mandioca, inhame. Todos os dias, na hora do café, a comunidade reunia-se para colher, cozinhar e comer os alimentos que a terra ofertava como resultado do trabalho comunitário. As vizinhas faziam mutirão para assar broa, bolinhos de milho doce, tradicionais da cultura mineira. Sem a necessidade de cercas, os animais de pastoreio e de criação viviam soltos e faziam parte desse sistema de produção e distribuição comunal.As casas, construídas com técnicas ancestrais de bioconstrução, como adobe, pau a pique e palha, eram abastecidas por um aqueduto que começava na nascente, localizada ao sopé da serra, e descia até onde hoje fica a escola do bairro, próxima à atual rodovia BR-040, que margeia o bairro. Todos os anos, as pessoas faziam um mutirão de limpeza do aqueduto, em um acordo comunitário que durava vários dias."Quando chegava a época da limpeza, todo mundo colaborava. Era a nossa festa, a gente pescava tilápia, um peixinho pequeno. Depois que começou a mineração em larga escala, tudo isso acabou", relembram Maria Veridiana e Marlene.Planejando o futuroHoje, a geração de Teisiane vive as consequências da industrialização das atividades minerárias. E por isso, sempre que possível, as três mulheres estão presentes em eventos, audiências públicas e reuniões que tratam do futuro do bairro e da cidade. Elas participaram de 11 oficinas e duas audiências públicas promovidas pelo projeto Horizontes Congonhas, cooperação entre ONU-Habitat e Prefeitura de Congonhas para a revisão do Plano Diretor e elaboração do Plano de Mobilidade da cidade, representando as mulheres de sua região na busca pela inclusão de suas demandas na revisão do planejamento urbano da cidade. Para a iniciativa, é fundamental ter uma participação de gênero igualitária, para garantir que o planejamento da cidade de fato seja inclusivo para todas as pessoas. Dos 470 participantes de 16 eventos, 52% eram mulheres; e das 761 opiniões recebidas online 72% foram enviadas por mulheres – garantindo que as contribuições coletadas em cada região da cidade levem em conta o viés de gênero.Nesse contexto, Marlene cumpre um papel fundamental como representante movimentos populares no Núcleo Gestor do projeto -- um comitê composto por representantes do poder executivo, de movimentos populares, de entidades profissionais e acadêmicas, do empresariado e de instituições não-governamentais, que monitora todo o processo de revisão do Plano Diretor e elaboração do Plano de Mobilidade, até a finalização do trabalho, previsto para junho de 2025. "Tem me chamado atenção as discussões a respeito da arborização urbana, da qualidade do ar, da mobilidade urbana, do desenvolvimento sustentável e de reduções de riscos. É importante que as pessoas contribuam na construção de uma cidade melhor", afirma Marlene. Os horizontes de Congonhas Localizada ao norte do município de Congonhas, a serra do Pires é um maciço rochoso formado há milhões de anos, que faz parte da paisagem frontal do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, tombado como patrimônio mundial pela Unesco em 1985. As estátuas dos 12 profetas que fazem parte do Santuário, esculpidas em pedra sabão pelo Mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foram posicionadas de modo que olham, apontam e projetam seus corpos para o horizonte, delimitado pela serra. Além da importância paisagística, a serra do Pires está inserida na Reserva da Biosfera do Espinhaço, uma área com mais de 10 milhões de hectares, reconhecida e demarcada pela Unesco em 2005. Mesmo assim, a serra ainda não está legalmente protegida pelo município, algo que pode mudar com o Plano Diretor, que deve apresentar uma proposição para enfatizar a sua importância histórica, cultural e ambiental, e legalizar a sua proteção socioambiental.Além de emoldurar a paisagem do bairro de Maria Veridiana, Marlene e Tisiane, a serra é um componente histórico que faz parte da memória afetiva da comunidade. Ao longo das gerações até os dias de hoje, a água de suas nascentes abastece o bairro, e as plantas nativas que crescem em suas encostas são usadas como medicina e alimento. Inclusive, é habitat de dezenas de espécies endêmicas, como a planta congonha, que dá nome ao município e é utilizada como chá medicinal.Há cerca de 60 anos, na juventude de Maria Veridiana, a comunidade era formada por casas espaçadas e conectadas por pequenas trilhas na mata. A maior parte da locomoção das pessoas na região era feita por meio dessas trilhas, que seguiam em diferentes regiões, passando pela serra do Pires. “A gente ia a pé, pela serra, até o rio onde hoje é o Parque da Cachoeira, onde tinha uma horta. Todo mundo se ajudava, era muito bom”, relembra."Ninguém imaginava que a paisagem ia mudar tanto", conta Maria Veridiana.Sete décadas de transformaçõesA rotina comunitária do Pires mudou a partir de 1957, com a pavimentação da rodovia BR-040, fazendo chegar ocupantes de outros lugares. Ao longo das três décadas seguintes, casas foram construídas e ruas foram abertas sem planejamento. Em 1994, o bairro já consolidado viveu mais uma transformação: foi cortado ao meio pela ferrovia de escoamento da produção de minério de ferro. Hoje, há quase 3 mil pessoas morando no Pires, que não possui infraestrutura de saneamento, o que agrava a situação das nascentes e das águas que correm pelo território.Ao encarar o contexto mais recente do bairro, Marlene tornou-se líder comunitária, e hoje atua na associação de moradores do bairro. “Como mulher, aprendi a duras penas a ter mais autonomia, paz e liberdade para fazer as minhas coisas. Sempre que houver uma oportunidade de participar de eventos com a minha comunidade e com as moradoras e moradores da cidade de Congonhas, eu estarei presente e atuante”, afirma.Marlene e sua família reconhecem a importância de fazerem parte desse projeto, sendo exemplo e representando as mulheres de sua comunidade para pensar o futuro de sua cidade de forma mais sustentável e inclusiva."Temos muitos sonhos para o bairro do Pires e para a nossa cidade, a história da nossa família está enraizada aqui, e por isso vou sempre participar de momentos de planejamento para uma vida melhor para todas as pessoas", conclui Marlene. Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! , filtered_html
1 of 5
História
28 fevereiro 2025
Construindo sonhos no Brasil
Argenis se recorda exatamente do dia em que deixou a Venezuela, em 2018, para atravessar a fronteira para o território brasileiro. Junto com o filho, que leva o mesmo nome do pai, a lembrança daquele momento é do sentimento de deixar o país de origem e a chegada em um novo lugar para o recomeço da vida em família. A parada final foi em Roraima, na cidade fronteiriça de Pacaraima, no extremo norte do Brasil.Desde o momento em que decidiam pela permanência no local, Argenis saiu em busca de emprego para ingressar no mercado de trabalho da cidade. “Como todo migrante, andei por todas as ruas. Tive muitas ofertas, mas nada concretizava. Até que um senhor que trabalhava com materiais de construção me deu uma oportunidade”, conta. Com a chance, aprendeu sobre peças, coloração e todas as ferramentas necessárias para obras e reparos.“Aos poucos fui aprendendo o idioma, os materiais e como trabalhar aqui. Trabalhar em português é totalmente diferente porque é todo um novo ensino. Por exemplo, na Venezuela se fala ‘pintura’, aqui se fala ‘tinta’. Em alguns momentos, recebo brasileiros de outros estados que falam palavras de outra forma e tenho que perguntar ao que estão se referindo.”O acolhimento e as relações tecidas em Pacaraima motivaram Argenis a abrir o próprio negócio. “Sempre sonhei em ter uma loja”, afirma Argenis. Com esforços e apoio de amigos empresários, o sonho se tornou realidade e, assim, o Comercial Casa Blanca se fortaleceu no setor de construção. Inicialmente, eram seis baldes de materiais no espaço, “o pessoal chegava aqui e ria”, conta, “mas hoje estamos melhores”. A cada novo avanço na loja, mais a clientela chegava e se tornava fiel.Assim, pai e filho estabeleceram a rotina diária de acordar cedo, fazer orações, limpar a loja e dar boas-vindas a todos que chegam. “Trabalhar com o público é o que mais gosto. Ajudar a conseguirem uma solução em qualquer problema... se está ao meu alcance, eu faço.”Com o passar dos anos, a integração foi se fortalecendo e os costumes brasileiros tornando-se conhecidos, assim como a sua participação na comunidade local. “Hoje me sinto parte da comunidade. É um município pequeno e muito acolhedor, que me deu muitas oportunidades. Agradeço a Deus e ao Brasil por ter recebido milhares de venezuelanos, por estarmos regularizados, termos os documentos nacionais. Se não tivesse sido assim, essa loja não seria possível. Se pudesse falar algo para o Argenis de cinco anos atrás seria: ‘amanhã será outro dia e assim vamos com esperança”.Sobre a Organização Internacional para as Migrações (OIM): A OIM faz parte do Sistema das Nações Unidas como a principal organização intergovernamental que promove a migração humana e ordenada para o benefício de todas as pessoas. A OIM está presente no Brasil desde 2016.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM no Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br , filtered_html
1 of 5

História
28 fevereiro 2025
Livres & Iguais: a história das pessoas trans e travestis desfila na Sapucaí
O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro é um dos principais palcos do Carnaval brasileiro, reunindo cerca de 100 mil pessoas na Sapucaí, além das milhões que acompanham pela televisão. Em 2025, o Paraíso do Tuiuti levará à avenida a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti brasileira. No desfile da escola de São Cristóvão, pessoas trans e travestis não apenas colaboraram na produção, mas também assumiram lugares de destaque na avenida. A presidenta da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Bruna Benevides, que será uma das 28 personalidades trans homenageadas, considera o Carnaval um espaço de resistência e que dá voz para grupos excluídos.“Será a maior celebração e participação de pessoas trans e travestis da história do carnaval do Rio de Janeiro e na Sapucaí. Isso não é somente uma homenagem, é um belíssimo processo de reparação e construção de uma nova memória!”, define Benevides.Desde pequena, Niara Costa sonhava em ser passista de escola de samba. Ela foi uma das selecionadas para o projeto Transcidadania, promovido pela ANTRA e pelo Paraíso do Tuiuti, que ofereceu formação em samba no pé e confecção de fantasias para pessoas trans. Na terça-feira, ela finalmente realizará o seu sonho. “Tinha esse desejo muito antigo de ser passista, por isso me inscrevi no projeto. Já estava ótimo me profissionalizar na área, mas quando, já no meio das aulas, veio o convite para participar do desfile, e depois dos ensaios abertos, foi muita emoção”, relembra.Junto com as outras participantes do projeto, elas formarão uma ala composta exclusivamente por mulheres trans e travestis, homenageando Eloína dos Leopardos, que, em 1976, foi a primeira rainha de bateria do Carnaval. “Participar do desfile é celebrar a história e a vivência minha e de outras pessoas trans. Tenho certeza de que essa homenagem à Xica Manicongo pode mudar a forma como a sociedade enxerga as pessoas trans”, conclui.A Livres & Iguais é a campanha da ONU de promoção da igualdade para as pessoas LGBTI+. Desde 2014, a campanha está presente no Brasil, atuando em colaboração com a sociedade civil e buscando promover direitos e dar visibilidade às pessoas trans e travestis.Este desfile é uma oportunidade para celebrarmos as pessoas trans e travestis e suas histórias! Inclua suas vozes e garanta sua participação na sociedade., filtered_html
1 of 5

História
26 fevereiro 2025
O ‘pão bom’ de Pacaraima
No clarear do dia, a pequena porta que separa a área de atendimento e o interior da padaria é aberta. Recheada de doces e salgados, a vitrine completa o cenário para receber os clientes durante toda a manhã. O movimento é constante, com a chegada de moradores que deixam o local com sacolas repletas de produtos. No comércio, localizado em uma das esquinas de Pacaraima, município fronteiriço com a Venezuela em Roraima, os escritos na parede reforçam o lema que percorre a cidade: “pão bom”.Dora e Rene se dividem entre o balcão para receber os clientes e a cozinha para o preparo de mais uma fornada de pão. A rotina se repete nos últimos cinco anos desde que o casal deixou de carro a Venezuela com filhos, levando os principais pertences, animais da família e maquinário do antigo negócio em uma carretinha, já pensando em seguir no ramo de panificação no novo país. A chegada no território brasileiro, em 2018, ficou marcada na memória e até hoje emociona o casal ao falar sobre o tema. Aos poucos, foram construindo um novo lar, se adaptando aos novos costumes e cultura. Com garra fizeram do pequeno local de moradia um espaço também para a confecção de seus pães e de sua fonte de renda.Com o tempo também foi surgindo o sentimento de comunidade e vieram as novas amizades. No bochicho dos conhecidos e primeiros clientes, a notícia da venda do pão venezuelano foi se espalhando e ganhando reconhecimento como um dos melhores da cidade. Com o sucesso, foi possível a conquista do espaço atual para estruturar corretamente a panificadora que levou o nome de “Virgen Maria del Vale”. Com êxito nas vendas, a inclusão de novos produtos se tornava mais frequente na padaria. As receitas da mãe de Rene também foram aproveitadas e o pão de coco tradicional do país de origem e famoso na família foi incorporado na lista de iguarias, virando motivo de busca acirrada entre os clientes da Virgen del Vale. Para não ficar sem, é preciso chegar cedo!O casal também se esforçou para agradar o paladar local da clientela, que sempre passava e perguntava se tinha pão de queijo por lá. Ainda sem entender bem como era esse tal pão de queijo, Rene foi se informando e testando receitas, até chegar ao produto que hoje considera a sua versão, bem próxima da tradicional, mas ao mesmo tempo bem específica - só quem já provou entende. O pão de massa fina, que tem a massa mais fofa e a casca dourada com manteiga, parecido com o de cachorro-quente, também foi incorporado ao cardápio. “Foi todo um processo para nos conhecerem e conhecermos os costumes dos brasileiros. Não foi fácil, mas superamos”, conta Dora. A união com a comunidade local, agora já está fortalecida, se reflete nos planos futuros para toda a família: permanecer na pequena cidade de Pacaraima e promover a ampliação dos negócios - que já toma forma com o aluguel de um segundo espaço para a venda de lanches.“Deus nos conduz, estamos bem aqui. Migrar não foi fácil, mas hoje falaria para a Dora de cinco anos atrás que foi uma boa decisão. Se algum dia voltássemos para a Venezuela, sempre falaria bem do Brasil porque as pessoas são muito amáveis, sempre tiveram respeito pela gente”, conta a empreendedora. Para o futuro, um dos principais desejos de Dora e Rene é que a saúde se mantenha plena para seguir levando a padaria e a diversidade da culinária venezuelana que encontrou o gosto brasileiro, dizendo sempre as palavras em português que mais gostam de falar: “que Deus abençoe”.Sobre a Organização Internacional para as Migrações (OIM): A OIM faz parte do Sistema das Nações Unidas como a principal organização intergovernamental que promove a migração humana e ordenada para o benefício de todas as pessoas. A OIM está presente no Brasil desde 2016.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM no Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br , filtered_html
1 of 5

Notícias
07 março 2025
BRASIL: Relatora Especial da ONU apresenta informe sobre situação de pessoas defensores de direitos humanos
A Relatora Especial sobre a situação de pessoas defensoras de direitos humanos, Mary Lawlor, apresentou no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o informe de sua visita ao Brasil, realizada em abril do 2024. Durante a missão, a Relatora das Nações Unidas se reuniu com representantes do governo, pessoas defensoras de direitos humanos e seus familiares, na Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo.Defensores de direitos humanos são pessoas que, individualmente ou em grupo, atuam para promover ou proteger os direitos humanos de maneira pacífica.Durante a apresentação do seu relatório, em 5 de março, Lawlor agradeceu ao governo brasileiro pela cooperação durante a visita e na elaboração do relatório. Porém, a relatora também destacou que os defensores de direitos humanos no país enfrentam uma série de graves riscos.“As pessoas defensoras de direitos humanos que conheci no Brasil me disseram que esse era seu medo - que eles falariam comigo e eu escreveria, mas nada aconteceria. Estou pedindo às autoridades brasileiras que garantam que isso não aconteça”, concluiu.O relatório da visita ao Brasil Entre 8 e 19 de abril de 2024, Lawlor se encontrou com cerca de 130 pessoas defensoras de direitos humanos. Em seu relatório, assinala que essas pessoas enfrentam uma situação de risco generalizado no país, com ataques extremamente violentos, estando os grupos mais discriminados em maior perigo.O relatório reforça que, mesmo que essa situação não seja nova, cabe à administração atual abordá-las. Para isso, elenca quatro grupos que enfrentam riscos específicos: pessoas defensoras de direitos humanos engajadas em lutas pela terra, mulheres defensoras de direitos humanos, jornalistas e ativistas sociais e culturais.O relatório destaca ainda o papel das empresas como impulsionadoras dos riscos para as pessoas defensoras. Nesse âmbito, são apontados os empreendimentos realizados sem consulta prévia às comunidades afetadas e o modelo, muitas vezes imposto, de desenvolvimento poluente e impulsionado por investimento estrangeiro, não considerando o benefício dos habitantes locais.As recomendações da Relatora Especial são variadas e dirigidas ao Governo Federal, governos dos estados visitados, Poder Judiciário e empresas. Em especial, elas se concentram em três áreas:Priorizar a demarcação e titulação de terras indígenas e quilombolas.Garantir o direito ao consentimento livre, prévio e informado em atividades empresariais, incluindo o direito de dizer "não".Melhorar o programa de proteção para defensoras e defensores de direitos humanos. Mais informações: Acesse o relatório completo apresentado em Genebra, em 5 de março de 2025: https://srdefenders.org/wp-content/uploads/2025/02/Brazil-Country-Visit-Report-PT.pdfLeia aqui a transcrição da coletiva de imprensa realizada no Brasil, em 19 de abril de 2024. Contato para imprensa: María Jeannette Moya e Felipe Iturrieta Gonzalez, Escritório para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH): maria.moya@un.org e felipe.iturrietagonzalez@un.org, filtered_html
1 of 5
Notícias
08 janeiro 2025
Prazo prorrogado: ONU recebe inscrições para o Prêmio Nelson Mandela até 24 de março
As Nações Unidas estão aceitando indicações para a edição de 2025 do Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela. O Prêmio foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.O Prêmio é concedido a cada cinco anos a duas pessoas: uma mulher e um homem. Pessoas premiadas são selecionadas por um comitê liderado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, que inclui representantes de Estados-membros de cada um dos cinco grupos regionais e um representante da Missão Permanente da África do Sul junto às Nações Unidas. O Departamento de Comunicação Global da ONU atua como secretariado do comitê.O prestigioso Prêmio honorário reconhece indivíduos que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, promovendo os propósitos e princípios das Nações Unidas, ao mesmo tempo em que honra e homenageia a extraordinária vida e o legado de reconciliação, transição política e transformação social de Nelson Mandela.As pessoas laureadas serão anunciadas em maio de 2025. A entrega do Prêmio será realizada em 18 de julho na cerimônia anual de comemoração do Dia Internacional de Nelson Mandela, realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Como fazer uma indicaçãoAs indicações devem ser feitas através do formulário on-line: bit.ly/2025Mandela.Nomeações serão aceitas até 24 de março de 2025. As indicações para o Prêmio podem ser submetidas pelas seguintes entidades: Governos de Estados-membros e Estados observadores das Nações Unidas. Entidades e organizações intergovernamentais que atuam como observadoras das sessões e do trabalho da Assembleia Geral e do Conselho Econômico e Social da ONU. Instituições de ensino superior reconhecidas pelas autoridades competentes dos Estados-membros. Centros e institutos de pesquisa independentes engajados em serviços dedicados à humanidade, na promoção da reconciliação e da coesão social e no desenvolvimento comunitário. Organizações não governamentais com status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da ONU. Laureados das edições anteriores do Prêmio. HistóricoO Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.Originalmente estabelecido pela resolução 68/275 (6 de junho de 2014), o Estatuto do Prêmio foi aprovado pela resolução 69/269 (2 de abril de 2015).Em reconhecimento à humildade de Nelson Mandela, o Prêmio concedido a cada pessoa vencedora é uma placa gravada com uma citação de Mandela.Em 2015, o Prêmio reconheceu a Dra. Helena Ndume, da Namíbia, uma oftalmologista cuja missão de vida foi o tratamento da cegueira e de doenças relacionadas à visão na Namíbia e em todo o mundo em desenvolvimento; e o ex-presidente de Portugal Jorge Fernando Branco Sampaio, um líder na luta pela restauração da democracia em seu país.As pessoas laureadoas em 2020 foram Marianna V. Vardinoyannis, filantropa grega e defensora mundial dos direitos humanos e da proteção da saúde e do bem-estar das crianças, que também é Embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); e Morissanda Kouyaté, defensor dos direitos humanos da Guiné, por seu incansável trabalho para acabar com a violência contra mulheres e meninas na África. Mais informações: Página do Prêmio Nelson Mandela 2025 (em inglês e francês): https://www.un.org/en/events/mandeladay/mandela_prize_2025.shtmlPara conhecer mais sobre a vida e o legado de Mandela, visite a página especial da ONU Brasil (em português): https://brasil.un.org/pt-br/274240-dia-nelson-mandelaContato para a imprensa: Paulina Kubiak, Assessora de Comunicação, Departamento de Comunicação Global da ONU: kubiakp@un.org., filtered_html
1 of 5
Notícias
20 fevereiro 2025
ONU oferece bolsa a jovens jornalistas para cobrirem a Assembleia Geral
Estão abertas as inscrições para o Programa de Bolsas para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra (RAF), uma oportunidade única para repórteres de países em desenvolvimento acompanharem de perto o trabalho das Nações Unidas. Criado em 1981, o programa já beneficiou mais de 670 jornalistas de 168 países, proporcionando acesso exclusivo a sessões com altos funcionários da ONU, briefings especializados e cobertura da Assembleia Geral, um dos eventos diplomáticos mais importantes do mundo.Em 2024, a jornalista Bárbara Nóbrega, da editoria de Internacional da GloboNews, foi a única brasileira selecionada. Para ela, participar do RAF foi uma experiência transformadora."Durante o programa, tive a chance de aprender diretamente com autoridades da ONU e acompanhar de perto a abertura da Assembleia Geral. Assisti aos discursos do secretário-geral António Guterres e de líderes mundiais como Lula e Joe Biden. Além disso, moderei paineis sobre refugiados e missões de paz, ao lado de altos representantes da organização", relembra.Por meio de atividades online e/ou presencial, jornalistas têm a oportunidade de cobrir a semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU. Bárbara destaca que essa imersão no coração das discussões globais ampliou sua visão sobre o papel da ONU e o impacto do jornalismo internacional."Ver de perto as grandes decisões sendo tomadas e poder reportar sobre elas com conhecimento aprofundado foi inesquecível. É uma experiência que todo jornalista deveria viver", afirma.O programa é destinado a jornalistas entre 22 e 35 anos, fluentes em inglês, que trabalhem em veículos de comunicação em países em desenvolvimento ou economias em transição, tenham interesse no trabalho das Nações Unidas e alguma experiência em reportar questões de importância para a ONU. O programa de quatro semanas ocorrerá entre setembro e outubro de 2025. As inscrições vão até 31 de março de 2025.Para mais informações e para se inscrever, acesse: https://www.un.org/en/raf , filtered_html
1 of 5
Notícias
19 fevereiro 2025
ONU abre inscrições para o Prêmio de Serviço Público 2026
O Prêmio de Serviço Público da ONU 2026 busca iniciativas que se destacam na administração pública, para reconhecer as realizações criativas e contribuições de instituições que promovem uma administração pública mais eficaz e ágil. O prêmio é o maior reconhecimento internacional pela excelência no serviço público e visa recompensar projetos que contribuem para o desenvolvimento de sociedades mais justas e sustentáveis. Organizações públicas de todo o mundo estão convidadas a participar e destacar o impacto positivo de seus projetos. As iniciativas devem abordar lacunas significativas em governança ou administração pública ou ainda introduzir novas ideias ou abordagens com potencial para mudanças transformadoras em larga escala.As indicações para o UNPSA 2026 são convidadas a se inscrever em quatro categorias:Prestação de serviços inclusivos e equitativos para não deixar ninguém para trás;Serviços públicos sensíveis ao gênero;Instituições públicas transparentes e responsáveis para alcançar os ODSs;Participação e engajamento público para a tomada de decisões inclusivas.CritériosO UNPSA está aberto a todas as instituições públicas nos níveis nacional, subnacional e local de todos os estados membros da ONU. No caso de parcerias, a aplicação deve incluir a instituição pública
encarregada da iniciativa. O UNPSA é concedido à instituição pública implementadora, não a um país ou a um indivíduo. A iniciativa deve ter sido implementada por um mínimo de dois anos. Para evitar conflitos de interesse, a iniciativa não deve ser implementada pelo Sistema das Nações Unidas.A iniciativa deve apresentar uma ideia inovadora, política, nova abordagem ou um mecanismo aprimorado que apoie a implementação da Agenda 2030. Pode ser melhorar a entrega de serviços
públicos, resolver um problema de interesse público ou fortalecer instituições públicas.As iniciativas serão avaliadas de acordo com três critérios principais: inovação, impacto e adaptabilidade.Todos os detalhes sobre o processo de inscrição (elegibilidade, como se inscrever, etc.) estão disponíveis no documento “Diretrizes para inscrição” abaixo (disponível em inglês e francês)Idiomas e prazoAs inscrições podem ser enviadas em qualquer um dos seis idiomas oficiais da ONU. Envie apenas uma inscrição por iniciativa.Todas as inscrições devem ser enviadas até 31 de março de 2025 (23:59 EDT).Leia nos links abaixo as diretrizes de envio antes de iniciar a inscrição.Inglês | Francês Envie a inscrição em: Árabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | EspanholA visualização da inscrição em PDF está disponível nos links abaixoÁrabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | EspanholMateriais de referência da inscriçãoApresentação da PSPNU 2026 (inglês e francês)Sobre o PrêmioO Prêmio de Serviço Público da ONU reconhece a excelência na prestação de serviços públicos e premia as realizações e contribuições criativas das administrações públicas em todo o mundo. Desde a primeira edição em 2003, mais de 300 iniciativas foram premiadas. Premiadas brasileiras nos últimos anos incluem a Prefeitura de São Paulo e a Prefeitura de Salvador (2024), a Prefeitura de Recife (2022), Governo da Bahia (2021) e Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (2020)., filtered_html
encarregada da iniciativa. O UNPSA é concedido à instituição pública implementadora, não a um país ou a um indivíduo. A iniciativa deve ter sido implementada por um mínimo de dois anos. Para evitar conflitos de interesse, a iniciativa não deve ser implementada pelo Sistema das Nações Unidas.A iniciativa deve apresentar uma ideia inovadora, política, nova abordagem ou um mecanismo aprimorado que apoie a implementação da Agenda 2030. Pode ser melhorar a entrega de serviços
públicos, resolver um problema de interesse público ou fortalecer instituições públicas.As iniciativas serão avaliadas de acordo com três critérios principais: inovação, impacto e adaptabilidade.Todos os detalhes sobre o processo de inscrição (elegibilidade, como se inscrever, etc.) estão disponíveis no documento “Diretrizes para inscrição” abaixo (disponível em inglês e francês)Idiomas e prazoAs inscrições podem ser enviadas em qualquer um dos seis idiomas oficiais da ONU. Envie apenas uma inscrição por iniciativa.Todas as inscrições devem ser enviadas até 31 de março de 2025 (23:59 EDT).Leia nos links abaixo as diretrizes de envio antes de iniciar a inscrição.Inglês | Francês Envie a inscrição em: Árabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | EspanholA visualização da inscrição em PDF está disponível nos links abaixoÁrabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | EspanholMateriais de referência da inscriçãoApresentação da PSPNU 2026 (inglês e francês)Sobre o PrêmioO Prêmio de Serviço Público da ONU reconhece a excelência na prestação de serviços públicos e premia as realizações e contribuições criativas das administrações públicas em todo o mundo. Desde a primeira edição em 2003, mais de 300 iniciativas foram premiadas. Premiadas brasileiras nos últimos anos incluem a Prefeitura de São Paulo e a Prefeitura de Salvador (2024), a Prefeitura de Recife (2022), Governo da Bahia (2021) e Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (2020)., filtered_html
1 of 5
Notícias
17 fevereiro 2025
ARTIGO: Reforce a segurança nas estradas para as pessoas, o planeta e a prosperidade
Líderes globais devem tomar medidas urgentes e conjuntas para acabar com a carnificina nas estradas.
Se você tivesse que adivinhar a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo, o que diria? Malária? Pneumonia? Suicídio? Todas elas estão no topo da lista, mas não - são os acidentes de trânsito. Os carros existem há mais de 120 anos e sabemos como evitar essas tragédias. No entanto, os acidentes de trânsito ainda tiram mais de duas vidas a cada minuto e quase 1,2 milhão de vidas todos os anos. Se essas mortes fossem causadas por um vírus, seriam chamadas de pandemia e o mundo se esforçaria para desenvolver vacinas para evitá-las. Mas, no entanto, há muito tempo a redução das mortes no trânsito tem sido negligenciada, mal compreendida e subfinanciada.As pessoas sempre cometerão erros nas estradas, mas temos soluções comprovadas que garantem que nossos sistemas de transporte possam absorver esses erros de forma a reduzir significativamente o risco de morte. Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Década de Ação da ONU para a Segurança Viária 2021-2030, o mundo estabeleceu uma meta ambiciosa de reduzir pela metade as mortes nas estradas em todo o mundo até 2030. Apenas dez países - incluindo alguns países de baixa e média renda duramente atingidos - conseguiram reduzir as mortes no trânsito em mais de 50% em uma década, e mais de 30 países estão logo atrás. Isso mostra que a meta pode ser atingida, mas não é nem de o longe suficiente. Precisamos de ações urgentes. A chave para atingir essa meta é a decisão de projetar e construir nossos sistemas de transporte para as pessoas - e não para os veículos motorizados - e tornar a segurança primordial em todas as decisões e ações. Isso é especialmente importante para os usuários mais vulneráveis das vias, como pedestres, ciclistas e motociclistas, que muitas vezes são deixados perigosamente expostos. O avanço da segurança viária é crucial por si só, mas também é fundamental para o desenvolvimento sustentável em geral. O mundo está passando por uma onda de motorização sem precedentes. Mais de um bilhão de veículos estão nas estradas. Isso é insustentável. Portanto, devemos nos concentrar no transporte de pessoas, não de carros, motocicletas ou caminhões. O transporte é responsável por um quarto das emissões globais de carbono e alimenta o congestionamento em nossas cidades. No entanto, quando a mobilidade se torna segura e acessível, as pessoas escolhem as opções mais ecológicas de transporte público, caminhada e ciclismo.Projetar cidades em torno de um transporte sustentável - com ciclovias, zonas de pedestres e transporte público acessível - também fortalece as comunidades, tornando os espaços mais seguros e habitáveis, além de melhorar o acesso à moradia adequada e aos serviços básicos para todas as pessoas.Estradas seguras impulsionam as economias. As mortes nas estradas podem custar aos países cerca de 3 a 5% de seus PIBs, e garantir que mais pessoas possam se deslocar com segurança para seus empregos, escolas e serviços vitais impulsiona o desenvolvimento. O transporte seguro, acessível e econômico também elimina as barreiras de acesso a empregos, escolas e outras oportunidades para grupos desfavorecidos. Isso ajuda a garantir que todas as pessoas possam atingir seu potencial.O mesmo vale para a igualdade de gênero. Em alguns países, até 80% das mulheres relatam ter sofrido assédio no transporte público, portanto, devemos tornar o transporte seguro para mulheres e meninas.A segurança no trânsito é assunto de todas as pessoas e, para ter sucesso, precisamos do envolvimento de vários setores. Os planejadores urbanos e engenheiros devem garantir que a segurança seja incorporada à infraestrutura. A academia e a sociedade civil podem gerar evidências. A mídia pode se aprofundar no que funciona, no que não funciona e o porquê. O setor privado tem uma enorme influência. As empresas podem contribuir para a mobilidade segura e sustentável aplicando princípios e práticas comprovadas em suas cadeias de valor. Elas devem vender apenas veículos que atendam aos padrões de segurança das Nações Unidas. No entanto, o papel do governo é fundamental. Eles devem oferecer abordagens estratégicas e bem coordenadas, políticas sólidas e estruturas legais que imponham padrões de segurança e comportamentos seguros, além de financiamento suficiente. A aplicação da lei e a educação também são fundamentais. Essa visão está no centro do Plano Global para a Década de Ação das Nações Unidas para a Segurança Viária 2021-2030, que oferece um guia para os governos reduzirem as mortes no trânsito.Nesta semana, líderes mundiais se reunirão para uma Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária no Marrocos. Eles avaliarão o progresso, compartilharão conhecimentos e promoverão ações para reduzir pela metade as mortes no trânsito até 2030.Eles devem adotar uma nova Declaração de Marrakech, que reconheça a segurança no trânsito como uma prioridade urgente de saúde pública e desenvolvimento e que nossos esforços devam ser orientados pelos princípios de equidade, acessibilidade e sustentabilidade.A Declaração convoca líderes mundiais a intensificar os esforços para colocar em prática o Plano Global para a Década de Ação das Nações Unidas para a Segurança no Trânsito. Precisamos de uma mudança radical na vontade política, um senso de urgência, estratégias baseadas em evidências que sejam custeadas e implementadas, uma forte coordenação e financiamento adequado. A segurança no trânsito é uma crise que já se arrasta há tempo demais. Nenhuma morte no trânsito é necessária ou aceitável. No entanto, também é muito mais do que isso. A mobilidade segura e sustentável pode impulsionar um futuro melhor para todos e todas nós.Autores do artigo:
1. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)
2. Jean Todt, Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para Segurança no Trânsito
3. Achim Steiner, Administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD)
4. Rabab Fatima, Subsecretário Geral e Alto Representante para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento Sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento
5. Inger Andersen, subsecretária-geral da ONU e diretora executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA)
6. Anaclaudia Rossbach, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)
7. Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)
8. Jorge Moreira da Silva, Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS)
9. Tatiana Molcean, Subsecretária Geral da ONU/Secretária Executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE)
10. Armida Salsiah Alisjahbana, Secretária Executiva da Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico (UNESCAP)
11. Claver Gatete, Secretário Executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (UNECA)
12. Rola Dashti, Secretário Executivo da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA)
13. José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)
14. Gilles Michaud, Subsecretário Geral de Segurança e Proteção (UNDSS)
15. Felipe Paullier, Secretário-Geral Adjunto para Assuntos da Juventude
16. Li Junhua, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Sociais. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA). , filtered_html
1 of 5
Onde trabalhamos: as principais atividades das Nações Unidas no país
A Nações Unidas estão a implementar 0 atividades-chave em localidades
Últimos recursos
1 / 11
Recursos
29 outubro 2024
Recursos
04 dezembro 2024
Recursos
25 novembro 2024
Recursos
13 novembro 2024
Recursos
29 outubro 2024
Recursos
04 dezembro 2024
Recursos
25 novembro 2024
Recursos
13 novembro 2024
Recursos
29 outubro 2024
1 / 11